Capítulo 6: Juliana: JULIANA: DOMINGO DE CARNAVAL
Quando Dri gritou, eu respirei como se o ar finalmente tivesse voltando a entrar nos meus pulmões. Horrível admitir isso, mas veio a calhar o fato da minha amiga ter cortado a mão com a faca. Só assim para eu conseguir fugir daquela turbulência de sensações que uma quase estranha estava provocando em mim, e de forma tão avassaladora. Parecia feitiço, sabe? Tinha chegado bêbada uma noite antes, estava sofrendo pela minha ex-namorada e de repente, quando me deparei com aquela ex-desconhecida o meu estado de espírito mudou completamente, passei de uma solitária com dor de cotovelo para uma Juliana sedenta por beijar aquela boca convidativa, sexy e sinônimo de perdição.
Depois que cuidamos do minúsculo, mas escandaloso – Dri fora escandalosa –, corte no dedo indicador da Dri, fomos almoçar perto da piscina. Paulo estava terminando de cortar as carnes, por isso eu me sentei de frente para Bianca enquanto esperávamos. Ela havia se sentado em uma espreguiçadeira de fibra que a gente usa para pegar sol. As pernas dobradas sobre a cadeira.
“Abana senhor!”, pensei.
Aquelas pernas morenas ao ar livre eram um chamado à fraqueza.
Vestia um shortinho jeans bem curtinho e apenas usava a parte de cima do biquíni para cobrir os seios. Era a visão do pecado, pode apostar! E olha que eu ainda sequer mencionei o olhar provocante que ela direcionava de vez em quando na minha direção que me fazia sentir um calor tremendo por dentro.
Ainda bem que não demorou muito e o Paulo anunciou que a carne estava servida. Nos sentamos ao redor da mesa. Dri ao meu lado, na sequência Paulo, Ela e Armandinho. Ou seja, não perdemos o contato visual sequer um minuto. Aquele flerte todo era surreal demais para mim, que tinha ido para aquela viagem na tentativa de fugir de uma dor. E, se quer saber, eu mal conseguia comer, na verdade, a minha fome era outra.
A tarde passou apressada. Os meninos estavam animados, dançavam na beira da piscina, ameaçavam nos jogar na água. E em uma dessas ameaças, Armandinho se desequilibrou e me deu um empurrão tão forte que eu acabei caindo de verdade na água. Isso não era ruim, não é? Tava calor, a água estava uma delícia, era o momento de um mergulho, certo? Errado! Seria perfeito se não fosse o fato daquele idiota ter me empurrado justamente no lado fundo da piscina.
Eu estava agonizando embaixo da água, subindo e descendo sem conseguir manter a cabeça fora da água por muito tempo, e o que é pior: não conseguia gritar, porque quando eu abria a boca, a quantidade de água que entrava daria para acabar com a seca no Nordeste.
E o que é pior, parte dois: Armandinho, aquela criatura que me arremessou na beira da morte, estavalá parado, se matando de rir por achar que eu estava querendo assustá-los.
– Olha, Dri! – gritou ele, despertando a atenção dos três que estavam pegando carne no tabuleiro – A Jú é uma graça fingindo que está se afogando.
Ouvi quando Dri deu um grito:
– Seu filho da puta! Ela não sabe nadar!
Alguns segundos depois eu ouvi o barulho de alguém pulando na água. Não vi quem era. Também, né? Já havia bebido tanta água que podia ter morrido engasgada. Até que senti uma mão macia e suave me puxando.
– Peguei você! – disse enquanto me segurava pela cintura.
Abri os olhos e me deparei com aquele anjo sedutor sorrindo deliciosamente na minha frente. Agarrei-a pelo pescoço e grudei em Bia como uma criança com medo de cair do colo de um adulto. Senti o seu corpo se encaixar no meu como se tivesse sido feito sob medida para os meus desejos, digo, braços.
Ela apoiou uma mão na beira da piscina, enquanto a outra continuava presa na minha cintura. Soltei um pouco o pescoço dela e a encarei nos olhos. Os cabelos molhados caindo pela face, enquanto ela sorria e balançava a cabeça para tirá-los dos olhos.
Passei a mão levemente em seu rosto e retirei os fios que a incomodavam. Fiz o trajeto da gota d`água que escorreu da testa até os lábios dela. Eu me sentia diferente nos braços de Bia. Era como se nenhum sofrimento pudesse me alcançar durante o tempo que eu estivesse ali, presa naqueles braços.
Senti a sua coxa no meio das minhas pernas. Não resisti e gemi baixinho com medo dela perceber o quanto aquele contato dos nossos corpos havia me acendido. Paulo e Dri nos estenderam as mãos e infelizmente saímos da água.
– Você tá bem, amiga? – perguntou Armandinho com aquela cara de cachorro sem dono.
– Estou… – respondi olhando na direção de Bianca – Não podia estar melhor. – Sussurrei. Ela não ouviu o meu comentário, estava ocupada enxugando os cabelos em uma toalha.
Os meninos e a Dri já estavam se arrumando para irem a um coreto de carnaval que estava montado próximo ao comércio de Búzios. Eu havia tomado banho, mas estava sentada na varanda olhando o céu, completamente desatenta a tudo que fosse referente a curtir o carnaval. Aquele silêncio da casa, a natureza em volta de tudo o que olhávamos... Toda aquela paz – embora tivesse todo um clima de festa –, estava me fazendo refletir a respeito da vida. Dos meus verdadeiros sentimentos... Senti uma mão leve tocar o meu ombro, tirando-me dos meus pensamentos. Inclinei a cabeça para ver quem era, embora já conhecesse aquele toque macio. Bia estendeu a mão, oferecendo-me uma latinha de cerveja. Peguei. Abri. Eu não estava com muita vontade de beber cerveja, mas não quis fazer desfeita.
– Obrigada! – eu disse. Ela sentou-se ao meu lado.
– Pensando nela?
– Nela quem?
– A Dri comentou sobre a sua ex… – uma pausa – Veio pra cá porque estava sofrendo com o fim do relacionamento.
– Não estava pensando nela – fitei-a por um instante e fiquei maravilhada com o reflexo que a luz daquele céu estrelado fazia no rosto dela. Respirei fundo, completamente tentada a agarrar aqueles lábios e beijá-los.
Não consegui desviar o olhar e senti que ela percebeu. Bianca aproximou o rosto do meu como se adivinhasse os meus pensamentos. Mas bem naquele instante Armandinho saiu pela porta fazendo festa com um apito e jogando cordões de flores nos nossos pescoços. Nos afastamos.
– Vamos meninas! A noite vai ser nossa! – disse animado sem parar de fazer barulho com o apito. Não demorou para que Dri e Paulo se juntassem a ele. Eu e Bia nos olhamos com cumplicidade. Era latente o interesse que uma vertia pela outra.
– Vamos gente! – disse Dri enquanto tomava a cerveja das minhas mãos e virava todo o líquido de uma vez só – Essa tá gelada, hein?
– Nem sei, você bebeu tudo – disse e sorri.
– Levanta daí, Jú! Vamos curtir o carnaval, gatinha! – gritou Paulo. Animado e bêbado!
Levantei-me. Bianca levantou-se em seguida.
– Ai gente! Se vocês não se importarem… Eu… Eu… Não quero ir! – disse encabulada enquanto via três pessoas decepcionadas na minha frente.
– Eu também não! – vociferou Bia, para a minha surpresa e acho que, surpresa geral porque foi involuntário, nós quatro a olhamos com um ponto de interrogação na testa.
– Credo! Eu disse alguma coisa que não devia?
– Tá doente, Bia? – perguntou Armandinho.
– Estou um pouco cansada…. Só isso!
– Sei… sei... – Dri balançou a cabeça no sentido negativo. Armandinho iria dizer mais alguma coisa, no entanto foi impedido por Dri. – Deixa elas, bi! Vamos curtir a festa lá fora porque a de dentro de casa já tá garantida – piscou para ele e os três saíram. Não sem antes fazerem meia dúzia de piadinhas sobre nós duas.
Depois de horas conversando na sala. Olhei o relógio e já passava das duas da manhã. Nem percebi que o tempo havia passado tão depressa. Era incrível como eu e Bia tínhamos assunto.
Confesso que fazia tempo que eu não conversava tanto com alguém. Foram tantos assuntos, desde os engraçados aos mais deprimentes, como por exemplo, o meu término de namoro com a Verônica, embora eu não tenha entrado em detalhes, fora o suficiente para me deixar com raiva e não era isso que eu queria sentir estando em tão boa companhia.
– Sei que você está magoada com o fim da relação, mas não vou fingir que não gostei de ter te conhecido. – ela disse com aquele olhar sedutor e a fala mansa. Acho que fiquei rubra e Bia continuou – Terminar o namoro tem o seu lado bom, dá a oportunidade de você conhecer pessoas e viver... experiências fantásticas.
“Experiências fantásticas?”, pensei. “Ela só podia estar falando delas, não é? Sim, porque aqueles lábios deviam ser fantásticos para beijar, aquela pele devia ser fantástica de acariciar; o calor daquele corpo devia ser fantástico”, continuei pensando enquanto ela se servia da segunda taça de vinho da noite. A conversa estava tão boa que nos mantivemos bem sóbrias. Na verdade, eu fiquei no suco de pêssego... hummm... pêssego. Digo, eu me mantive no suco de pêssego porque não conseguia nem sentir o cheiro de bebida alcoólica. Ela abriu um vinho, mas tomou apenas uma taça inteira, a outra ficou cheia nas mãos dela.
Num surto de medo, desejo, e mais medo e desejo... Levantei-me da poltrona da sala.
– Acho que eu vou dormir, Bia… – disse quase sem ar, notando que ela havia se levantado e estava parada a minha frente. Dava pra sentir o calor do corpo dela.
– Ah... eu também… Vou… – disse olhando na direção da minha boca, em seguida apoiou a taça cheia de vinho sobre a mesinha de centro.
– Não... vai... terminar a bebida?
– Acho melhor não... vinho é uma bebida que me deixa quente demais. – disse e mordeu o lábio inferior. Quase perdi a cabeça, no entanto me contive. Sorri sem graça, mexi no cabelo tentando disfarçar a vontade que eu estava de experimentar aquele calor fantástico. Dri já havia me prevenido de que Bianca levava as meninas para a cama e depois que conseguia isso, simplesmente esquecia delas. Gostava de seduzir, mais nada. Não se prendia a ninguém. Não sei o porquê, mas, me afligia a ideia de que ela se esquecesse de mim. Por outro lado, eu também não queria nada sério, acabara de sair de um namoro de quase um ano e fazer uma loucurinha não faria mal algum para a minha autoestima abalada pelo fim da relação.
– Então… – dei passagem pra ela – Vamos? – eu disse.
– Claro! – respondeu com certa empolgação.
Ela imaginava o quê? Eu só queria fugir da tentação. Apressadas, foi como subimos as escadas. Bianca estava animadinha demais. Estaria achando que o “vamos?” era um convite para uma noite ardente de sex*? Ah! Seria muita cara de pau não acha?
Paramos de frente à porta do quarto dela. Rapidamente a menina abriu a porta:
– Entra. – disse, depois sorriu.
– Claro que não! – fiquei quase indignada. Eu digo “quase” porque vontade não faltava. O que eu não tinha era coragem mesmo – Não vou dormir com você! – Fiquei tão atônita que acabei perguntando o que já sabia. – Onde é o meu quarto?
– É… mas… – Ela estava um pouco confusa. Se limitou apenas a responder:
– É ali! – decepcionada, apontou uma porta no fim do corredor. Caminhei até lá, abri a porta e ensaiando uma cara de brava, , que não convenceu nem a mim, acenei e Entrei. Ao fechar a porta, no entanto, continuei com as costas encostadas nela.
“Meu Deus! Tira esse fogo de mim!”, pedi em pensamento.
Quando enfim, consegui raciocinar… Eu já havia aberto novamente a porta, e para a minha alegria, digo, surpresa, Bia estava parada a minha frente como se soubesse o que eu iria fazer.
Molhei os lábios antes de falar. Acho que ela encarou o gesto como um convite para entrar no quarto. Antes que eu pudesse pronunciar uma palavra ela já estava com as mãos na minha cintura. Apertou o meu corpo no dela enquanto me devorava com aquele olhar cafajeste. Não tive forças para lutar contra o desejo do meu corpo. Entreguei meus lábios aos dela num beijo cheio de calor e loucura. Sua língua se misturava na minha fazendo o meu corpo inteiro tremer. Senti as mãos dela tocarem os meus seios por baixo da blusa, logo fez um gesto indicando que iria tirar a minha roupa… Com muita dificuldade, porque eu queria muito aquele momento, contive as mãos de Bia.
– A gente… nem se conhece direito! – eu disse ofegante, com os meus lábios grudados nos dela.
– Você até já dormiu na minha cama, Jú! – gem*u ao falar o meu nome.
– Foi inconsciente! – disse e puxei-a para mais perto de mim.
– Mas você… você fez… carinho no meu rosto hoje… de manhã e foi consciente… – suas coxas estavam no meio das minhas pernas sentindo o calor do meu sex*.
– Você que me seduzia… enquanto… Ai… – esfreguei-me suavemente na coxa dela – Enquanto… dormia – disse com dificuldade.
– Você quem olhou pra… pra minha bunda… – disse e deslizou os lábios pelo meu pescoço.
– Te obriguei a… a virar de costas… pra você parar de olhar os meus… seios – sussurrei e arranhei suas costas por baixo da blusa.
– Ok! Eu desisto… você tem resposta pra tudo… – continuou beijando meu pescoço.
– ...ainda não tenho resposta pra isso! – segurei a mão dela e a conduzi até a lateral do meu short. Bia roçou o dedo até que tocou em meu sex* completamente molhado.
– Hum... – sussurrou assim que sentiu a minha excitação – Deixa que eu respondo para você – sussurrou antes de morder a minha orelha. Gemi no seu ouvido enquanto ela acariciava superficialmente o meu sex*.
– Então... pode responder… logo? – com a minha mão livre afastei as laterais do meu short para ajudá-la com o contato.
– Assim? – penetrou-me com os dedos. Senti todo o meu corpo se deliciar com aquele toque cada vez mais forte dentro de mim.
– Ai, que resposta inteligente! – puxei-a para cama, Bia caiu em cima de mim. Os dedos dela ainda me preenchiam. Eu estava prestes a goz*r quando ela os retirou e os levando sensualmente até a boca. Fiquei olhando-a ch*par os dedo e quase morri de tesão com aquele gesto. Num impulso comecei a despi-la enquanto nossos beijos ficavam cada vez mais ardentes e provocantes. As mãos ágeis daquela mulher foram rápidas e me deixaram nua também.
Nossos corpos estavam grudados um no outro como se fosse um só. O suor escorria pela nossa pele. Bia deitou-se no meio das minhas pernas e rebolou deliciosamente com o seu sex* encostado no meu. Minhas unhas a arranhavam toda: costas, braços, nádegas… Quanto mais meus dedos e unhas passeavam pelo corpo dela, mais ela gemia próximo ao meu ouvido, fazendo com que eu me arrepiasse inteira.
Puxei seu rosto para olhar nos seus olhos. Nos encaramos, visualizando e gravando na memória cada expressão uma da outra. Aumentei o meu ritmo embaixo dela. Bia fez o mesmo em cima de mim. Não demorou para explodirmos em um orgasmo demorado e intenso.
– Você é linda goz*ndo – dissemos ao mesmo tempo, depois sorrimos achando graça por termos pensado a mesma coisa, e dito a mesma frase. Havíamos descoberto a química entre os nossos corpos.
O alivio do gozo não foi degustado por muito tempo. Nossos beijos inflamados novamente acenderam o nosso corpo e de repente estávamos nos ch*pando mutuamente num 69 maravilhoso. Nos penetrávamos enquanto nossa língua não conseguia desviar um só centímetro dos nossos sex*s.
Novamente goz*mos juntas. E não terminou por aí, pois nosso domingo de carnaval tinha apenas começado.
Fim do capítulo
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HelOliveira
Em: 20/03/2019
Uauuu que domingo de carnaval quente... Adorei o capítulo
Bjos
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