Capítulo 4: Juliana: GOSTOSAS SURPRESAS DE CARNAVAL
Pode parecer estranho, mas eu não me lembrava de absolutamente nada. Abri os olhos. Olhei para o teto branco. Era esquisito para mim, faltava o ventilador de três hastes ameaçando cair na minha cabeça, que a Verônica tinha me dado de presente de Natal.
Avaliei o local. O colchão que eu estava deitada era macio e confortável. Tentei me levantar, mas a minha cabeça rodou tanto que eu larguei-a novamente sobre o travesseiro em que estava apoiada.
Acredita que eu só lembrava da última parada que fizemos para ver o bloquinho de carnaval da Lapa? De relance, ainda tentando compreender o que havia acontecido, olhei para a minha direita e avistei uma poltrona. Surpreendi-me ao ver que sentada naquele móvel havia uma menina que dormia com um livro aberto sobre a barriga e as pernas jogadas sobre o braço da poltrona.
Levantei-me sorrateiramente sem me importar com a cabeça que doía. Na verdade, aquela visão tinha sido um maravilhoso analgésico para a minha dor de cabeça. Aproximei-me devagar, pisando de leve, com medo de acordá-la. Visualizei as expressões calmas na face dela. Nem parecia que estava dormindo com a cabeça encostada desconfortavelmente na poltrona. Os cabelos negros e ondulados caiam pelos braços. A pele morena destacava-se no baby dollbranco e, diga-se de passagem, minúsculo que ela vestia. Bom, bem... eu notei que eram minúsculos porque... Misericórdia! Eu tentei, mas não consegui deixar de percorrer os olhos por aquelas coxas nuas. Senti medo da “reação estimulante” que aquela figura@morena_perfeita.com.br/desconhecida estava despertando em mim.
Acho que a cena daquela menina dormindo na poltrona foi a mais bonita de toda a minha vida. Não resisti e me peguei afagando os cabelos da desconhecida a minha frente. Eu havia acordado de miolo mole, não é? No minuto seguinte os meus dedinhos com vida própria estavam afagando o rosto daquela linda desconhecida. E quando o meu dedinho indicador estava quase tocando os lábios rosados e bem delineados, eu esquivei-me imediatamente do contato. Assustei-me quando ela abriu os olhos e olhou bem dentro dos meus.
Acho que ela também se assustou comigo, pois levantou-se da poltrona de sobressalto deixando o livro cair no chão. No minuto seguinte ela abaixou-se para pegar o pobre exemplar de “A coisa”, do Stephen King. Mas acho também que o susto passou rápido porque a figura@morena_perfeita.com.br/desconhecida pegou o livro no chão, mas foi subindo devagar enquanto, sem piscar, fitava-me dos pés à cabeça.
Aquele olhar sem vergonha que a dita cuja lançou sobre mim fez meu corpo se aquecer inteiro. Minha face deve ter ficado corada na hora, pode apostar. Desconcertada, olhei na direção do espelho ao lado da cama que refletia a minha imagem e assustei-me com os meus trajes. Estava de calcinha e somente um pedacinho de tecidinho leve quase transparente cobria o meu corpo. Detalhe: o tecidinho leve era uma camiseta branca de malha, tão curta que deixava o meu umbigo sentir frio, e o pior, era levemente transparente. Quem usaria um treco daqueles, hein?
–Vo… cê… Ficou muito bem com a minha camiseta – disse ela quebrando o silêncio entre nós.
Nossa! Que vergonha! A camiseta despudorada era dela! Eu tinha que me precipitar com os meus pensamentos? Abafa o caso, você não sabe de nada, viu? Essa narrativa nunca existiu. Esqueça que leu a minha crítica ao tecidinho leve quase transparente.
– Meu… Deus! Onde eu estou? – limitei-me a dizer, logo voltei para perto da cama, apanhei o travesseiro e tentei ao menos tapar os meus seios que estavam bem… salientes debaixo do pedaço de pano, digo, da blusa despudorada, quer dizer, o tecidinho leve quase transparente.
– Olha… Você chegou ontem com a Dri, o Armandinho e o Paulo… E eu…
– Ai meu Deus! – sabe quando você começa a lembrar das coisas? Acho que essa é a pior parte do pós-bebedeira – Vomitei no seu jardim, quebrei suas rosas… Que vergonha! – tapei os olhos num sinal de que eu estava realmente arrependida e o travesseiro caiu deixando-me quase nua novamente. Senti o olhar sedutoramente canalha da desconhecida pousar diretamente nos bicos dos meus seios que estavam… Rígidos. Não, eu não estava com frio.
– As… Rosas… não… não… são minhas… – disse sem piscar. Eu imóvel, presa naquele olhar pervertido, sequer consegui pegar de volta o travesseiro para me cobrir – São da minha mãe. – concluiu hesitante.
– Pode… Pode… Virar de costas, por favor? – consegui dizer. Sorri sem graça.
–Ah! Sim! Desculpa… – virou-se completamente desconcertada, enquanto eu não resisti e a admirei por alguns segundos –Que bundinha linda você tem, hein? – pensei. Instintivamente mordi os lábios, pena que foi no mesmo instante em que ela se virou novamente para mim. Será que a morena da cor do pecado ouviu o meu pensamento?
– Não! – Consegui dizer, ou melhor, gritei. Mas, acho que pensei primeiro e gritei depois, porque eu tive a impressão de que ela percebeu o quanto eu a avaliava de costas.
É uma vergonha ser pega avaliando a bunda de alguém, pode apostar. A desconhecida esboçou um sorriso safado que me fez ficar envergonhada e ao mesmo tempo arrepiada. E, acredite, os arrepios pelo corpo todo foram visíveis, meus pelos me denunciaram à ela. Naquela altura minhas bochechas deviam estar rosadas, ou melhor, vermelhas como um pimentão. Nem pronuncio como estava a minha calcinha. Não quero ficar mais envergonhada ainda.
– Desculpa… – disse virando-se novamente de costas para mim. Irônica, ela pegou o livro e colocou nas costas, depois deslizou lentamente, pousando o exemplar na altura das nádegas. Sorriu deliciosamente enquanto perguntou: – Já posso olhar?
– Sim – disse ajeitando os cabelos com uma das mãos. A outra segurava o lençol que eu havia enrolado no corpo. Quando ela se virou novamente para mim, foi inevitável não sorrir para ela. A menina tinha uns olhos negros que matavam a gente de tesão. Sabe aquele olhar que te diz: “vou rasgar a sua roupa?”. Mas o dela nem precisava ser daquele jeito, não é? Com aquela blusa despudorada eu estava praticamente nua. Não tinha nada para ela rasgar.
– Vamos começar de novo? – perguntou.
– Dá pra esquecer o vexame que eu dei ontem?
– Meu nome é Bianca – estendeu a mão.
– Juliana – disse e apertei a mão dela.
– Eu sei… A Dri disse.
– Bem… tomara que ela tenha dito também que eu não costumo beber tanto, muito menos vomitar em rosas desprotegidas. – eu disse e nós rimos. Depois, eu encarei-a sem saber o que mais poderia dizer, então perguntei a primeira coisa que veio à mente: – O que você estava fazendo deitada nessa poltroninha?
– Você dormiu na minha cama… Então…
– Ai meu Deus! Que vergonha… – elevei a mão na boca –Ainda te dei trabalho!
– Não… Que isso menina!
Ouvimos duas batidinhas na porta do quarto, logo a Dri entrou.
– Acordou bela adormecida? – veio onde eu estava e deu-me um beijo na testa – Você tá melhor, Jú?
– Tirando a vergonha que estou sentido… Acho que irei sobreviver.
– Que bom! – abraçou-me – Tenha um bom dia, se é que isso será possível com a dor de cabeça que vai te acompanhar o dia todo.
– Adoro o seu otimismo, Dri!
–Vejo que já se familiarizou com a Bia, né? – piscou para a ex- figura@morena_perfeita.com.br/desconhecida.
–Sim… Ela me emprestou uma camisa despud… – calei-me –Uma camiseta e a própria cama… Somos praticamente parentes – tentei sorrir.
–Ah sim! É porque o Paulo brigou com o Armandinho durante a festa de carnaval e foi dormir na sua cama. A Bia disse que não tinha problema que você ficasse aqui.
–Eles brigaram? – preocupei-me.
–Briguinha nutela, já estão de love novamente. Na minha época, quando eu namorava, e isso faz tempo, eu brigava e ficava uma semana sem olhar na cara. – deu um tapinha nas minhas costas – Hoje você vai poder dormir na sua cama… Olha que sortuda!
–Logo hoje que eu estou acordada? – pensei – Que bom! – disse e exibi um sorriso falso enquanto não conseguia desviar os olhos da ex-figura@morena_perfeita.com.br/desconhecida. Gente, a mulher era… Linda!
–Vamos tomar café? – Sugeriu Dri.
–Claro! Eu… Vou… trocar de roupa… – respondi.
–Eu também! – falou Bianca. Na verdade, dissemos juntas. Nos olhamos. Bom, eu estava no quarto dela, não é? Mas: – Espero lá fora você… se trocar… Tá? – disse solidária.
–Minha… Mochila, onde está?
–Nem tirei do carro… Ontem fomos curtir o carnaval, sabe? – Dri fez cara de que tinha aprontado.
– Dri você é uma cretina! Foi curtir o carnaval e me deixou aqui passando mal e sozinha?
– Passando mal não! Te deixei dormindo e a Bia ficou contigo.
– Ai que amor! – pensei – Sério? – disse e virei-me pra ela – Vou ter que carregar a culpa de ter estragado o seu sábado de carnaval também?
–Não se preocupe… O que eu curti sexta valeu pelos quatro dias… – sorriu. Aquele sorrisinho cafajeste de novo. Meu Deus! Eu ficava toda arrepiada com aquele sorriso dela.
Usei o banheiro de Bianca, tomei um banho e troquei de roupa. Acredita que apesar da dor de cabeça que parecia que faria o meu cérebro explodir em um milhão de pedacinhos, eu estava excitada, digo, animada. Sim, somente animada. Bom conhecer gente nova, não é? Búzios é um paraíso! Estávamos no carnaval… E carnaval é só uma vez por ano, né gente? Como se não bastassem todos esses benefícios, aquela Deusa tinha ficado fora do quarto me esperando sair. Durante o devaneio lembrei-me do quanto estava sendo demorada a minha troca de roupa. Dei os últimos retoques nos cabelos e abri a porta num impulso. Ela estava encostada na parede ao lado da porta me esperando.
– Des… Desculpa a demora, viu? – fitei-a nos olhos. Percebi que Bia olhava novamente para os meus seios. Será que ela era tarada por seios? E olha que os meus são pequenos.
– Tá… Tá… –gaguejou.
– Céus! – ajeitei a alça da blusa, ela estava caída e eu esqueci de pôr o sutiã. Conclusão: eles estavam quase ao ar livre. A menina iria pensar o que de mim? – É… todo seu! – disse – O quarto, tá? – justifiquei e coloquei a mão no rosto depois que falei. Sério, eu tinha que parar de falar sem pensar. Apontei a porta aberta… – Estou me referindo ao quarto! – repeti… Ela riu, entrou no cômodo e pediu licença para que pudesse fechar a porta. Ainda era educada… Pode isso produção?
Procurei Armandinho pela casa. Eu tinha que dar uns tapas nele, afinal de contas, lembrei-me que o cachorro ficou rindo enquanto eu tropeçava nas rosas intocáveis do jardim.
Continua...
Fim do capítulo
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sonhadora
Em: 12/03/2019
Ah parou pq? Gentemmm. Estava tão...tão..mais tão bom que nem percebi o tempo passando e plaft acabou o capítulo....
Tema mais quando mesmo?
Kkkk
Beijos!
Resposta do autor:
Oi Sonhadora, td bem?
É... parou quando tava tão bom, não é mesmo? Mas foi só pra deixar um gostinho de quero mais para o próximo. Depois de amanhã tem mais!! Aguardo seu comentário, viu?
Bjs
J. Hunter & Karina Dias.
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