- Dia complicado na delegacia.

- Imagino... não deve ser nada fácil sua profissão.

- Não mesmo – sorriu – Mas não quero falar dos meus problemas e sim de coisas boas.

- E que coisas boas são essas?

- Quero lhe fazer um convite?

- E qual é?

- Vai ter um evento que o pessoal da delegacia em que trabalho foi convidado, é como se fosse uma entrega de prêmios, títulos e afins e no mesmo dia terá a apresentação de uma orquestra sinfônica aí eu pensei em convidá-la, o que acha?

- Ir com você? – perguntou admirada.

- Sim, somos amigas não vejo problemas – sorriu.

- Você tem tantas opções.... porque gostaria de ter a minha companhia?

- Porque você é a melhor companhia que eu posso ter.

- Eu adoraria ir Melissa, mas é que me sinto insegura em lugares que eu não conheço e também irei te atrapalhar.

- Eu estarei ao seu lado o tempo todo – segurou carinhosamente as mãos de Annie – Eu estarei com você, gosto da sua companhia Annie e penso que será uma noite agradável, tenho certeza que você irá adorar. Então, o que acha de dar um crédito a sua amiga? – sorriu – Garanto que a companhia será ótima.

- Fui convencida – sorriu – Irei sim e quando será?

- Amanhã.

- Já?

- Desculpe, não tive tempo de avisar com antecedência e também eu me esqueci completamente do evento.

- Então eu sou a última opção?

- Primeira e única – sorriu.

- Sendo assim eu irei – gargalhou.

- Prometo tornar sua noite maravilhosa.

- Sim, senhora delegada! – fez graça.

Melissa mudou instantaneamente após a fala de Annie, essa era uma das formas que Liz lhe chamava carinhosamente e as lembranças vieram com força. Tentou disfarçar, mas não estava mais conseguindo ficar ali.

- Annie preciso ir – disse levantando.

- Ainda está cedo Melissa.

- Preciso resolver algumas coisas – disse séria.

- O que aconteceu? Eu disse algo que você não gostou?

- Você não fez nada querida é simplesmente coisas minhas – tentou sorrir – preciso ir agora

- Você vai passar lá em casa?

- Claro, passo às 18:30, até amanhã.

Annie percebeu que havia algo errado com Melissa, a forma repentina como saiu e a voz um pouco tensa mostrava que alguma coisa havia mexido com ela, não era a primeira vez que isso acontecia e ela tinha quase certeza que essas mudanças de Melissa estavam relacionadas com as lembranças da sua esposa. Annie sabia da dor que Melissa sentia, mas acreditava que ela deveria ser feliz outra vez e como fazê-lo?

Melissa não queria ter saído daquela forma e tinha certeza que Annie percebeu, ela sempre percebia... mas o que sentiu foi mais forte e intenso não deu para controlar, a presença de Liz ainda era muito forte e apesar de ter ido a vários terapeutas, no fundo não queria perder as lembranças do seu amor, era como se ela continuasse viva, foi a única coisa que lhe restou e por mais que a fizesse sofrer não estava preparada para abrir mão disso.

Annie estava eufórica e a todo instante perguntava a sua irmã se não estava faltando nada e se ela estava realmente bem.

- Você está linda Annie.

- Tem certeza Márcia? Eu não estou feia ou estranha?

- Você está linda – sorriu – Graciosamente linda.

- Eu não quero que a Melissa sinta vergonha de mim.

- E porque ficaria? Você está lindíssima e tenho certeza que o povo da festa vai ficar babando por você.

- Pare com isso! Só não quero parecer estranha.

- Você confia na sua irmã?

- Muito – disse emocionada.

- E alguma vez eu te deixei na mão? Te enganei?

- Não...

- E porque eu iria fazer isso hoje? Você está linda – sorriu – Você é linda e eu quero que se divirta muito – sorriu.

Escutaram batidas na porta provavelmente era Melissa.

- Deixa que eu vou abrir – Márcia sorriu – Aproveito e vou para casa, mais tarde te ligo para saber as novidades.

- Está bem, muito obrigada.

- Sou sua irmã e quero cuidar você apesar de você não gostar.

- Márcia, nós já...

- Esqueça isso, ok?! Vou falar com a Melissa para vir aqui.

-Olá – Márcia disse ao abrir a porta – Você deve ser a Melissa.

- Sim – sorriu – E você a Márcia.

- Em carne e osso – sorriu – A Annie fala muito de você.... poucas pessoas conseguem ter tanto a atenção dela.

- Ela é uma menina fantástica – sorriu.

- Bom, eu preciso ir agora, cuide bem dela... a Annie está muito feliz não quero que nada a deixe triste, sei que ela gosta de você e não sou de interferir nas amizades da minha irmã, mas já vi muita gente deixá-la triste espero que você não seja assim – disse séria – Você é uma desconhecida para mim apesar de Annie falar seu nome a cada 3 palavras, ela tem uma sensibilidade aflorada e tem o péssimo hábito de confiar nas pessoas.

- Eu entendo as suas inquietações e respeito a sua postura, mas não tenho nenhuma intenção de magoar a Annie, ela é uma amiga que eu gosto muito e apesar do pouco tempo sinto como se a conhecesse de muitos anos. E quanto a hoje, cuidarei muito bem dela – sorriu.

- Que bom! Espero lhe ver mais vezes. Ela está no quarto pode ir lá. Até mais

Melissa seguiu pelo corredor até chegar ao quarto, a porta estava entreaberta e resolveu não entrar sem antes avisar.

- Annie? Posso entrar?

- Sim, claro.

Melissa entrou e ficou momentaneamente parada sem reação, não imaginou que Annie pudesse ficar tão linda. Usava um vestido vermelho contrastando com a pele alva, as costas estavam parcialmente à mostra pelo decote e um colar discreto, mas charmoso chamava a atenção para o busto. Os cabelos estavam presos em um coque moderno e um enfeite de brilhantes dava um toque de sofisticação. A maquiagem destacava os olhos azuis e o batom deixou a boca deliciosamente desenhada, a maquiagem valorizou os traços e a embelezou mais ainda. Usava na mão uma pulseira discreta e o perfume suave e marcante tinha um efeito quase que hipnotizante.

- Melissa? Você está aí? – perguntou receosa – Não estou legal, não é mesmo? Eu disse a Márcia que não queria nada muito diferente.

- Você...você está simplesmente perfeita – aproximou-se dela – Linda.

- Verdade? – sorriu – Estava com medo de não estar bem....

- Então trate de mandar esse medo embora, pois você está deslumbrante.

- Que bom que você achou – sorriu tímida –poderia me ajudar? A Márcia não fechou direito o zíper do vestido – virou as costas para Melissa – Está incomodando um pouco.

Melissa sentiu o perfume de Annie enquanto suas mãos tocavam a pele macia e um misto de sensações invadiu o seu corpo. A pele dela estava quente, macia e deliciosamente cheirosa, Annie falava alguma coisa, mas Melissa não prestava muita atenção a vontade que sentiu foi de seguir seus instintos e eles não estavam nada inocentes..... Respirou fundo e afastou-se. Não podia ter aqueles pensamentos. Não podia sentir aquelas sensações.

- Prontinho! Perfeito – sorriu – Vamos? – quanto antes saísse dali melhor.

- Claro.

Primeiro elas foram ao concerto musical, seria uma apresentação diferente na qual a orquestra iria tocar músicas que não se enquadravam nas conhecidas músicas eruditas. Aquela apresentação seria única, pois o rock clássico iria trocar os sons das guitarras e baterias pelos acordes dos instrumentos de cordas, madeiras, metais, percussão e teclas. A ousadia resultou em uma apresentação emocionante e arrepiante.

Melissa olhava para Annie sentada ao seu lado e observou como ela ficava em silêncio como se estivesse em outra dimensão, a música inundava todo o seu ser e o único sinal que dava que estava ali era nos momentos em que apertava suavemente a mão de Melissa. A emoção precisava ser externada de alguma forma.

- E aí gostou? – Melissa perguntou quando saíram do teatro.

- Não tenho palavras para descrever o que estava sentindo – disse emocionada – Foi lindo, intenso e a música exerce um fascínio sobre mim... ela me faz ver as coisas.

- Eu sei.... e por isso que quis te trazer hoje, tinha certeza que você iria gostar. Foi muito emocionante.

- Nunca imaginei que a música erudita se renderia ao rock – sorriu – Foi uma experiência única. Muito obrigada.

- Não precisa agradecer, agora vamos a parte chata da noite – sorriu.

- Chata?

- Essas festas são sempre chatas.

- Pode até ser, mas essa será diferente.

- E posso saber por quê?

- Porque hoje você estará comigo.

Melissa deu uma risada gostosa e abriu a porta do carro para que Annie entrasse e durante todo o percurso elas foram conversando.

- Annie, algum tempo atrás você me perguntou se eu tinha alguém por causa da minha aliança.... e você tem alguém?

- Não... não é todo mundo que quer ter uma companheira cega – sorriu sem graça – Então prefiro ficar na minha.

- Não entendo, você é tão linda e não só fisicamente. Não entendo como alguém não possa interessar por você.

- É melhor assim Melissa.

- Porque Annie? Alguém já te machucou?

- Quando somos cegos não sabemos quais as intenções das pessoas, se isso é difícil para quem enxerga imagine para quem não pode olhar nos olhos, ver as expressões, perceber a canalhice. Digamos que alguns homens aproveitam disso.... assim como você eles também me acham bonita, mas é apenas isso.

- Não acredito que alguém possa te fazer mal.

- Ser cega não me faz especial Melissa, pelo contrário, me deixa mais vulnerável.

- Você é sim especial – tocou na mão de Annie – E enquanto eu estiver por perto nada nem ninguém irá te fazer mal... é uma promessa...

- Eu acredito em você... vamos mudar de assunto... não quero falar em coisas chatas.

- Você quem manda – sorriu.

Melissa chegou ao salão de festa de mãos dadas com Annie, a maioria dos convidados já tinham chegado e assim que elas entraram todos viraram suas atenções para elas. Melissa estava muito bem vestida, não gostava de usar vestidos e por isso suas blusas e calças eram únicas, tinha bom gosto e sempre chamava atenção, mas a maioria não admirou-se com roupa de grife ou o salto agulha e sim com a mulher que a acompanhava, desde que sua esposa morreu ela nunca mais foi vista acompanhada e naquela noite estava deslumbrante.

- Não precisa ficar tensa – disse bem próxima ao ouvida de Annie – Não sairei do seu lado.

- Estou bem – sorriu – Não se preocupe.

- Doutora – um tenente a cumprimentou – Está belíssima – a beijou no rosto – Sente-se.

- Obrigada Andrei – sorriu – Essa é minha amiga Annie.

- Olá Annie – Andrei estendeu a mão.

- Olá – Estendeu a mão após um sinal de Melissa.

- É bom vê-la Melissa, como estão as coisas na delegacia?

- Corridas como sempre, mas não vamos falar sobre isso não é mesmo?

- Claro – sorriu.

Melissa e Annie sentaram em uma mesa com alguns conhecidos e colegas de trabalho de Melissa, elas estavam se sentindo bem à vontade principalmente Annie que enturmou-se rapidamente com todos.

- Vejo que a delegada não perdeu o bom gosto!

Melissa virou-se ao escutar a voz tão conhecida e sorriu quando viu seu antigo parceiro.

- Oi Gustavo – levantou-se – Como está?

- Ótimo! E pelo que vejo você está muito bem.

- Como assim?

- Você tem um dedo ótimo para mulheres, preciso de umas dicas suas – sorriu.

- A Annie é apenas uma amiga muito querida.

- E quem disse que namoramos inimigas? Não é mesmo pessoal? – perguntou às pessoas na mesa.

- Você nunca muda.

- E para que? Assim está bom – piscou – E você aproveite essa belezura – apontou para Annie – Vocês formam um casal lindo.

Melissa incomodou-se um pouco com o comentário de Gustavo, lembrou-se das festas que ia com Liz e como sempre chamavam atenção, todos falavam que eram um casal perfeito.

- Como eu disse Gustavo, somos apenas amigas.

A festa estava animada e algumas premiações já tinham sido entregues, o ambiente era de amizades, conversas e boas músicas. Melissa viu que do outro lado do salão estava Jaqueline e sentiu o coração acelerar, aproximou-se de Annie disse que iria cumprimentar uma amiga e não iria demorar.

A cada minuto que se aproximava daquela mulher seu coração parecia querer sair pela boca, as mãos estavam trêmulas e geladas.

- Jaque?

- Mel – a mulher sorriu – Como está?

- Estou bem.

Era difícil olhar para aqueles olhos castanhos esverdeados e sorriso largo e não sentir nada, olhar para Jaqueline era encontrar os traços de Liz.

- Que bom te ver Mel, eu ia lá falar com você. Vi que está muito bem acompanhada.

- A Annie é uma amiga....

- Mel... você sabe que eu sou uma das pessoas que mais quer te ver feliz e ficaria imensamente feliz se soubesse que aquela mulher tem alegrado sua vida.

- Jaque você sabe que a única mulher que amei e irei amar é a Liz e isso não muda.

- Mel, a minha irmã não está mais aqui em nosso meio querida, por favor, não deixe de viver sua vida e ser feliz.

- Ela me fazia feliz Jaque...

- Mas ela não está mais aqui – tocou suavemente o braço de Melissa – E tenho certeza que a Liz está infeliz.

- Não quero falar sobre isso Jaque... Eu quero saber como está – sorriu.

Enquanto conversavam Melissa tinha Annie no raio da sua visão e viu como ela conversava animada e com desenvoltura como se fizesse parte daquele meio há muito tempo. Era impressionante como ela conseguia atrair a atenção das pessoas e como transitava pelos diversos assuntos, estava divertindo-se muito. Tinha o sorriso lindo e encantador dava para perceber que aqueles homens estavam simplesmente babando por ela e algumas mulheres a olhava com interesse.

- Bom Jaque, foi muito bom te ver, mas preciso voltar disse a Annie que não iria demorar.

- Vá sim querida, eu também gostei de te ver pena que essa dor e tristeza ainda estão aí.... mas eu tenho certeza que irá passar.

- Se ficar mais alguns dias aqui na cidade passe lá em casa, é sempre muito bom te ver e conversar com você.

- Pode deixar querida – sorriu – Agora volte logo para a sua mesa ou irão tomar sua namorada – piscou – e não faça essa cara.

Melissa sentou ao lado de Annie e perguntou se ela estava bem, mas o sorriso que recebeu dela dispensava qualquer resposta.

- Boa noite – um rapaz aproximou-se de Annie.

- Boa noite.

- Não pude deixar de notar sua beleza e acho que não sou o único.

- Obrigada – disse sem jeito.

- Vi que alguns tentaram dançar com você, mas não foram sortudos então decidi arriscar, afinal uma mulher tão linda não pode sair de uma festa sem uma dança.

- Fico lisonjeada com seus elogios, mas não quero dançar – disse séria.

- Prometo que não irá se arrepender.

- Já disse que não quero! O senhor está incomodando.

- Que isso gatinha, não precisa tanta formalidade.

- Você é surdo? – Melissa interferiu – Ela não quer dançar.

- Não vejo problema, que mal há em uma dança?

- Ela não quer, saia daqui.

O rapaz saiu a contragosto e falando algumas coisas incompreensíveis.

- Eu disse que você estava linda.... – sorriu.

- Para com isso – a recriminou.

- Só disse a verdade – sorriu divertida.

Era madrugada quando Melissa perguntou a Annie se ela gostaria de ir embora, não tinha mais tanto interesse em ficar e os colegas mais próximos a Melissa já tinham ido embora. Elas se despediram de algumas pessoas e saíram, estavam de mãos dadas mais uma vez, aquele gesto parecia ser tão natural e rotineiro.

- Annie, preciso voltar, esqueci de falar com um dos investigadores algo importante, você quer ir comigo ou prefere esperar um pouco aqui? será rapidinho.

- Eu te espero aqui sem problemas.

-Não demoro.

Annie ficou esperando por Melissa e sentiu quando alguém aproximando, pensou que seria um dos amigos de Melissa, mas logo percebeu quem era.

- Ora, ora se não é a gatinha – disse aproximando – Não sabe que é perigoso ficar assim sozinha.

- O que você quer?

- euuuu? – pela voz dava para saber que estava bêbado – eu quero muuuuitas coisas.

- Vá embora.

- Calma lindinha – sorriu – Vamos nos divertir um pouco.

- Não quero.

- Não esqueci que você não quis dançar comigo – aproximou-se mais.

- Tenho o direito de dançar com quem eu quiser – disse áspera.

- Olha aqui gatinha – segurou os braços dela – Quem você pensa que é para falar assim comigo?

- Me larga – tentava sair das mãos do rapaz.

- Você é linda e muito marrenta...eu adoro – tentou beijá-la.

- Tira essas mãos imundas dela – Melissa disse dando um murro – Já disse que é para deixá-la em paz – o rapaz caiu.

- Você vai se arrepender – levantou partindo pra cima de Melissa.

- E você não aprende – deu um golpe que o fez cair com a cara no chão – Mexeu com a mulher errada.

- Você está me machucando – quase gritou quando Melissa prendeu seus braços para trás.

- Você não é o valentão?!

- Me solta... eu só queria ficar com a gatinha – Melissa pressionou mais – Para!

- Acontece que a “gatinha” está comigo e ela não quer nada com você – disse com desdém.

- Desculpe, desculpe eu não sabia! Aiiii ta doendo droga! Quem você é?

- Sou delegada federal e não sei como você conseguiu entrar nessa festa. Quero que dê o fora daqui e se cruzar outra vez o meu caminhou ou se importunar outra vez a minha namorada eu acabo com você, estamos entendidos?

- Sim! Sim! – o rapaz se contorcia de dor – Estamos entendidos, me deixe ir.

Melissa ficou mais uns segundos e depois deixou o rapaz sair, quando se viu livre não olhou para trás saiu correndo.

- Você está bem? Ele te fez alguma coisa?

- Estou bem não se preocupe. Ele não fez nada porque você chegou – falou ainda nervosa – Tive medo...

- Me desculpe Annie... eu não podia ter te deixado aqui fora sozinha, apesar de estarmos no clube não era para te deixar assim.

- Ninguém iria imaginar que um convidado teria essa postura... não se culpe eu estou bem – tentou sorrir – Vamos?

- Claro, entre – abriu a porta do carro para que ela entrasse.

- Melissa?

- Oi.

- O que você fez com aquele homem?

- Nada demais querida.

- Mas ele quase chorou de dor.

- Fracote ele – sorriu – Só dei uma liçãozinha e acredito que ele irá pensar duas vezes antes de importunar outra mulher.

- Você é ótima – sorriu.

- Você não viu nada ainda.

- Prontinho madame! Chegamos – disse estacionando -  Está entregue.

- Entre um pouco.

- Está tarde Annie deixa para outro dia.

- Ahhh, entre só um pouco, por favor.

- Está bem – sorriu – Só um pouquinho.

Melissa sentou no sofá enquanto Annie foi beber água, estava cansada e ao mesmo tempo feliz por ter tido uma noite tão prazerosa.

- Agora estou indo – disse quando Annie voltou – Você está a salvo e não há nenhum perigo no local – sorriu.

- Muito obrigada pela noite maravilhosa que você me proporcionou – Annie segurou uma das mãos de Melissa – Foi perfeito.

- Eu que agradeço por você ter me acompanhado e ser uma companhia maravilhosa, foi sim uma noite muito boa, obrigada.

- Gosto muito de você – disse com sinceridade.

- Eu também – sorriu – Tenho que ir – levou as mãos de Annie a boca e as beijou.

- Melissa? – a chamou quando ela afastou.

- Sim?

- Dança comigo