CapÃtulo 43
Luana chegou às seis horas em ponto na casa de Anabelle e apesar de nunca ter ido lá antes, soube o endereço por meio de seu chefe que estava bastante educadinho com ela após a visita do chefão. Estranho não?
Chegou e logo se identificou para um cara que a atendeu na portaria e lhe pediu a identidade.
O apartamento não era nada luxuoso para a filha de um cara tão rico, mas era extremamente aconchegante.
Luana percebeu que não havia mais tantos homens na casa fazendo a segurança da “princesa problemática”, só mesmo um moreno alto de dois metros que lhe atendeu a porta.
_ A senhorita Anabelle está no quarto.
_ Ela sabe que eu viria?
_ Creio que não.
Luana foi até a porta do quarto e chamou:
_ Anabelle, abra a porta, sou eu, Luana.
Somente silêncio.
_ Anabelle, por favor, converse comigo.
Mais silêncio.
_ Anabelle, eu sei que você está passando por uma fase difícil. Deixa eu te ajudar.
Ainda silêncio.
O guarda-costas olhava Luana com ar de ironia. Luana então apelou:
_ Deixa de ser pirralha, oh muleca! Abre logo essa porr* de porta senão eu vou derrubá-la!!!
E a porta se abriu e Anabelle, respondeu:
_ Olha como fala comigo, oh tia!
E Luana piscou triunfante para um guarda-costas que realmente estava assustado e com medo de precisar disso algum dia para convencer as mulheres e ser preso logo em seguida por agressão verbal ou coisa do tipo.
Luana entrou no quarto e jogou a chave que estava do lado de dentro no tapete da porta do lado de fora e piscou de novo ao guarda-costas, que sorriu agradecido.
Anabelle estava magra, fedia a suor, o cabelo estava desgrenhado e seu quarto estava uma bagunça.
Luana a olhou, mas Anabelle olhava para outro ponto, não a encarava.
Luana jogou sua bolsa na cama e começou a arrumar quarto.
_ Não faça isso. Eu tenho uma empregada que é bem paga para fazer isso.
_ Mas não tem feito o trabalho porque você pelo jeito não deixa ninguém entrar aqui. Eu vou arrumar essa bagunça porque não consigo ter uma conversa séria com você se não fizer isso.
Luana estava nervosa. Ver Anabelle fazia seu coração disparar. Sentia um desejo muito forte por ela.
“Meu Deus! Que tipo de mulher eu sou? A extremamente safada ou a safada ao extremo?”
Luana dobrou as roupas, separou as roupas suja e colocou numa sacola. Levou para a lavanderia e voltou ao quarto e catou os dez pratos e os cinco copos que encontrou e os levou para a cozinha. Fechou as portas do enorme armário de roupas e terminou de ajeitar os objetos menores. O quarto dera uma ótima melhorada nos últimos 30 minutos. Então sentou de frente a Anabelle e ergueu a cabeça da menina tão linda:
_ O que está acontecendo?
Anabelle não parecia muito afim de um papo, mas, se esforçou:
_ Eu transei com uns dez homens em uma semana, não sei o nome de nenhum deles porque estava bêbada demais para me lembrar.
Luana a olhava calada e séria. Anabelle continuou:
_ Bebo para tentar esquecer você e parar de pensar o quanto fui idiota contigo.
_ Eu não sou o único motivo e você sabe disso. Você sente falta de seu pai, do contato com sua família, vive preocupada com as bobagens do escritório. Não sai e não se diverte, não vive. Só estuda, trabalha e fica em casa. O estresse mata e eu não me assusto por você ter entrado em pane. Agora esse lance de bebidas e homens me preocupa bastante.
_ Se você ficasse comigo... tudo seria diferente.
_ Não, não seria, logo você arrumaria outro motivo para beber. Por que você fica com homens sendo que você gosta de mulheres? Você é bissexu*l* ou é homossexu*l*?
_ Eu sou homossexu*l*, não sinto prazer com homens. Mas era a forma de matar a solidão.
_ Colocando sua saúde em risco? Você é louca?
_ Quem te garante que essas suas putas não têm uma doença??_ Anabelle se levantou da cama, falava com raiva.
_ O problema aqui tratado é sua irresponsabilidade e não a minha vida afetiva. Você faça já o favor de tomar um banho logo e sair dessa casa. Tanta gente passando fome nesse mundo querendo uma oportunidade de vida como a que você tem. Tanta gente querendo estudar numa faculdade e você faltando por nada. Tanta gente sem ter nem água para beber e você chorando porque eu te dei um não. Cresça, Anabelle! O mundo não para para você consertar o seu coração.
Anabelle se desarmou.
_ Beleza, você tem razão, mas então... você não me quer mesmo?
Luana achou aquilo ridículo e chato, mas precisava acabar logo com isso. Anabelle precisava crescer.
_ Você precisa crescer, Anabelle. Algum dia você receberia um não. Você é linda, atraente, mas não pode e nem vai acontecer nada entre a gente a não ser uma segura e leal amizade.
_ Por quê?
_ Porque você me ama e se eu ficasse contigo ia só piorar a situação. Eu iria está te dando falsas esperanças.
_ Mas você poderia esquecer a Lisa, eu posso te fazer esquecer a Lisa.
_ Se conseguir ótimo e se não conseguir? Não vou brincar com seus sentimentos. Não tenho esse direito.
_ Você está quebrando o meu coração.
Luana não esperava ouvir aquilo. Era sentimental demais vindo de uma pessoa como Anabelle. Estava ficando difícil lidar com toda aquela situação.
_ Não diga isso.
Anabelle sentou novamente, só que dessa vez no colo de Luana. O corpo de Luana começou a suar e a desejar o corpo de Anabelle nu, sobre o dela.
Anabelle chorava e tocava o corpo e o rosto de Luana. Sabia que Luana não seria dela, não tinha como ser dela. Já era de outra, era dessa desconhecida Lisa.
Luana a olhava nos olhos sem reação. Então enxugou as lágrimas da garota em corpo de mulher com leveza. Colocou-a sobre a cama e se levantou, pegou uma toalha que estava pendurada na janela e deu a ela:
_ Eu não saio daqui enquanto você não estiver limpa e alimentada. Posso sentir daqui seus olhos de fome...
_ ...te comendo.
Elas riram. Anabelle saiu do quarto e foi para o banheiro tomar banho. Luana foi para a cozinha e preparou um banquete com o que havia na geladeira e nos armários. Ficou conversando com o guarda-costas enquanto Anabelle tomava um banho demorado.
Anabelle saiu outra do banheiro e para piorar a vida de Luana estava mais linda do que nunca.
O guarda-costas também parecia chocado.
_ Oi Luana, viu algum fantasma? E você Maurício? Algum problema?
_ Não senhora!
_ Você está linda demais, Anabelle! E acho que o Maurício e qualquer outra pessoa na face da terra concordariam comigo.
_ Nossa!_ Anabelle sorriu maliciosa
_ Fiz comida. Venha comer!
Anabelle sentou e adorou a mesa. Estava faminta!
Comeu tudo que havia e agradeceu a Luana:
_ Obrigada por tudo Luana, nem sei como te agradecer. Ou melhor_ olhou para a direção do quarto _ acho que sei sim_ e riu.
“Ainda bem que ela falou brincando, porque senão eu não teria como não aceitar.”
Fim do capítulo
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