Romance com cenas de sexo entre adolescentes e na idade adulta!!! Muito amor e drama no ar.
Capítulo único
MEMÓRIAS DE ALICE
01/08/2016
Capítulo 1
1ª. Fase
Aquele final de tarde estava diferente, eu me sentia inquieta e havia algo no ar que me envolvia, uma nostalgia inquietante me fazia lembrar o início de tudo, era como um arrastão de lembranças descontroladas, não sei dizer qual o gatilho dessas lembranças, só sei que nada parecia com as outras sextas-feiras quando sentava no sofá, e simplesmente esticava minhas pernas em cima da almofada, aguardando mais um pouco, até chegar a hora do banho e relaxar depois de uma semana cansativa. Peguei o controle do som ao meu lado e liguei naquela que estava sendo a música obsessão. Pensei sorrindo. A dor expressada pela voz suave da minha cantora preferida da Banda The Corrs. Porque a verdade é que Everybody Hurts, “no sofrimento sempre estamos sozinhos então ou você se entrega ou você reage”. Eu estava pensando sobre isso quando a minha mente foi invadida por lembranças de um passado bem distante. (Aconselho a escutar essa música enquanto leem.https://www.youtube.com/watch?v=VtGZGBvb7ic )
A imagem veio forte de uma Alice com 16 anos recém-completados naquela semana, que caminhava rápido aproveitando o embalo da ladeira de pedras, porque as ruas de pedras eram a marca da minha cidade. Carregava uma mochila pesada nas costas e sempre ia de cabeça baixa até chegar ao ponto do ônibus que me levaria à escola, sempre fui muito tímida e não conseguia olhar nos olhos das pessoas na rua. Elas nem estavam me olhando, mas a sensação é que elas prestavam à atenção em mim, não sei porque eu pensava isso.
- Estranho. – Pensei alto e sorri de mim mesma. Os longos cabelos cor de mel soltos e caídos no ombro, vestia o uniforme da escola um blusão azul, tênis preto e calça de tecido tactel que ficava folgada, porque eu era bem magra.
Naquele tempo eu não tinha muita vaidade, a não ser as unhas longas e pintadas de preto, isso era o máximo que eu me permitia e pode dizer que era a minha marca pessoal. Gostava de usar brincos de tamanho médio. Não curtia pulseiras, mas usava um anel de ouro que ganhei nos meus quinze anos da minha mãe. Para sorte minha eu tinha uma pele sem espinhas e as sobrancelhas cheias e perfeitamente alinhadas. Olhos castanhos amendoados. Na escola tinha poucos amigos, não gostava de muita conversa, mas amava observar, eu sabia mais detalhes e coisas sobre todos eles na sala do que eles sabiam de mim. Pessoas tímidas costumam ser excelentes observadoras.
E, naquele dia tudo isso iria mudar por completo. Terminou o intervalo e entramos na sala para assistir a aula de Língua Portuguesa. De repente a porta abriu e ela entrou na sala acompanhada da Coordenadora. Veio transferida de outro Estado, os pais se mudavam constantemente de cidade por causa do trabalho deles. Seu nome era Sabrina e nada nela era comum. Apresentou-se mostrando segurança, não se intimidou quando alguns garotos assobiaram mostrando aprovação à sua figura encantadora. Isso me chamou à atenção, aquela segurança em falar e olhar as pessoas nos olhos, coisa que eu jamais fizera, simplesmente não conseguia. Sorria com os olhos, como alguém podia sorrir com os olhos? Lembrei sorrindo.
Aqueles cabelos cacheados naturalmente e tão brilhantes, uma pele bronzeada de quem sempre ia à praia. E todos nós, digo todos incluindo a mim, não conseguíamos parar de olhar para ela. A sala que era sempre barulhenta ficou em silêncio absoluto. E eu que não costumava olhar muito para as pessoas, deixei meus olhos pousarem discretamente naquela menina de olhos pequenos e puxados, cílios negros e grandes, sobrancelha acompanhando aquele lindo design de rosto, formando um adorável conjunto.
Ao final da apresentação ela veio e sentou-se na cadeira ao lado da minha e foi logo sorrindo e dizendo:
- Legal essa escola né? - Apenas dei um meio sorriso, porque sorrir escancarado nunca foi o meu forte. Mas, em minha defesa sempre fui tímida e introspectiva, era como minha mãe sempre dizia:
- Alice minha filha, você é muito introspectiva, precisa ter amigos! – Ela me falava. Nem eu sabia o significado direito dessa palavra naquela época.
Os dias e semanas passaram, e nos tornamos melhores amigas, não precisei me aproximar, a Sabrina naturalmente se fez presente na minha vida. E todos queriam está com ela, apesar de ter a mesma idade que todos ali, ela era de longe a mais madura, inteligente, a mais envolvente da sala. Talvez por ter vivido em muitos lugares diferentes, incluindo países da América do Sul. Os pais mudavam constantemente por causa do trabalho. Eu e ela conversávamos muito e não sabia mais ficar sozinha, aquele sentimento de amizade que nunca tinha experimentado antes nasceu ali entre nós.
Aquela sensação de ter uma conexão com alguém foi nascendo dentro de mim de uma forma arrebatadora. Então a amizade de escola invadiu os fins de semana, e quando eu não ia para a casa dela, com certeza ela estava na minha.
Minha mãe adorou a Sabrina, afinal pela primeira vez eu tinha uma melhor amiga. Essa amizade se tornou indispensável na minha vida. Ter a Sabrina perto me fazendo sorrir sempre, era o que me fazia mais feliz, ela era tão madura e tão livre, tinha um ar de confiança que me encantava profundamente, nossos momentos no quarto era basicamente diversão, dançávamos diversos tipos de ritmos musicais, gargalhadas altas sem nenhum sentido, contávamos segredos, e nasceu ali uma cumplicidade assustadora. Comigo a Sabrina se abria, se revelava, se mostrava sem pudor. Confessava seus medos, suas inseguranças.
Essa parte me pegou de surpresa porque tudo nela parecia exalar segurança. A maneira como falava com as pessoas olhando nos olhos, sabia se posicionar sem arredar o pé, sorria alto, chamava a atenção, mas nada disso à tornava desagradável. Pelo contrário todos queriam está com ela, atraía facilmente as pessoas. E de repente ela me falou das suas inseguranças, naquele momento não compreendi nada. Mas, isso não tinha importância, era os nossos segredos e ela precisava e confiava em mim, e na maioria das vezes eu só ouvia em silêncio, não queria perder nenhuma palavra que saía daquela boca vermelha, e eu de repente já estava percebendo os detalhes do rosto, do corpo, até na forma como ela de repente saltava da cama sorrindo dizendo que ia pegar suco na geladeira. Ela tinha esses rompantes de vez em quando. Tudo me prendia, cada detalhe dos seus movimentos.
Essas particularidades eu levava comigo e guardava em segredo essas maravilhosas inquietações. E quando ela deitava com a cabeça nas minhas pernas e pedia:
- Alice pega nos meus cabelos, eu adoro! - Era a melhor das melhores partes do dia, da minha vida toda. Ela fazia isso com tanta naturalidade e eu amava. Me sentia dona, não como uma posse, mas como alguém que partilhava a intimidade e que era importante, não sei bem explicar.
- O que era isso que crescia dentro de mim, esse apego sem limites a uma pessoa que tinha acabado de chegar? - Eu tinha tantas perguntas, e nenhuma resposta.
Sobre atração física lembro que já tinha gostado de um garoto quando tinha quatorze anos, senti até mesmo certo tesão no Alfredo, morava na mesma rua que eu, mas ele era cinco anos mais velho, e nem me olhava. Bem, e se ele olhava talvez nunca tivesse percebido, porque sempre andava me escondendo atrás dos meus longos cabelos soltos.
Mas agora tudo era diferente, o sentimento de alegria profunda só em pensar que no outro dia eu sentaria ao lado dela me fazia suspirar profundamente e sorrir. Tudo parecia perfeito, mas eu ainda não sabia que nome dá a tudo isso.
Acordei como nas últimas semanas bem cedo e feliz, a Sabrina já tinha me enviado uma mensagem pelo celular que precisava muito falar comigo, achei estranho porque todos os dias nós nos víamos, então porque enfatizar que queria muito conversar comigo! Bem, de qualquer forma em poucos minutos eu saberia.
Cheguei mais cedo do que de costume e fui direto para a sala, eu sentia uma ansiedade sem explicação. Logo em seguida ela chegou e me puxou para fora da sala, fomos para o nosso lugar preferido sentar atrás do Jardim, local silencioso e que nos daria a privacidade para conversarmos. Ela estava com os olhos vermelhos e fiquei preocupada. Então ela jogou a bomba mais devastadora que poderia acontecer:
- Alice, vamos nos mudar em duas semanas de novo, eu disse para meus pais que não quero ir, chorei, pedi, implorei, mas eles disseram que não podem recusar a transferência no trabalho e que isso faz parte da carreira profissional deles. - Ela falava com a voz trêmula e eu não conseguia olhar para ela, baixei a cabeça e as lágrimas caíram pelo meu rosto.
E foi então naquele momento que entendi tudo que antes não conseguia entender, soube naquele instante o tamanho do sentimento que nutria por ela e tudo fez sentido.
Eu amava a Sabrina mais que tudo!
Ela pegou na minha mão e disse:
- Alice não quero ficar longe de você! – Olhou demoradamente para mim e a coisa mais incrível aconteceu, nosso primeiro beijo.
Eu não sei quanto tempo durou, mas a maciez dos lábios dela me acalmou naquele momento, senti uma energia dentro de mim, um calor, uma sensação de paz e calma, era como se eu soubesse que ninguém jamais nos afastaria. Foi meu primeiro beijo, e foi com ela, a minha Sabrina.
Não conseguimos dizer nada depois do beijo, de fato, não precisava dizer nada, nós sabíamos o que tinha acontecido e o que representava aquele beijo contido, profundo, revelador do nosso sentimento que estava disfarçado de amizade.
A Sabrina que era mais madura, experiente, espontânea, falante, de repente ficou calada, até tímida, ela sorriu timidamente para mim. Aquilo bastava, eu não precisava de palavras, não naquele momento.
Tínhamos apenas duas semanas e nós não podíamos fazer nada para mudar esse destino tão terrível. Logo chegou o último final de semana nosso. Era uma sexta-feira, e eu não tinha ânimo para nada. Minha mãe costumava cozinhar pratos deliciosos e dizia:
- Convida a Sabrina, Alice. Hoje vou fazer um prato que vocês adoram Lasanha.
Eu ouvi e disse.
- Está bem, vou chamá-la. - E ela veio, tínhamos combinado dela dormir na minha casa naquela data, antes de sabermos da mudança. Ela veio e esse seria o nosso último fim de semana antes da partida dela.
Quando chegou estava em silêncio, tão diferente das outras vezes que chegava sorrindo, fazendo barulho com aquelas pulseiras inseparáveis que usava. Após o almoço fomos para meu quarto. Ela deitou no meu colo e pegou minha mão e colocou em cima dos seus cabelos, ficou em silêncio, também não queria falar nada, voltei a ser momentaneamente aquela Alice introspectiva de antes. Meus dedos acariciavam aqueles cabelos ondulados, macios e jogados nas minhas pernas. Queria congelar aquele momento, queria eternizar a Sabrina com a cabeça no meu colo, eu acariciando os cabelos, o rosto, os lábios com suaves toques, ela costumava fechar os olhos, e deixava escapar um meio sorriso. Mas, hoje não. Hoje ela estava com os olhos abertos, fixos na parede, de repente senti lágrimas quente caindo nas minhas pernas.
Sabíamos que não havia como impedir o pior de acontecer. Eu parei de acariciar os cabelos dela e me deitei devagar de frente para ela e beijei aqueles olhos molhados, a beijei querendo ter poder de fazer parar aquela dor que sentíamos.
Estávamos deitadas frente a frente, olhando dentro dos olhos, queríamos dizer tudo sem palavras, beijei novamente aquele rosto lindo com suavidade, mas a energia, o calor me atraiu tão fortemente que o beijo se tornou um grito de socorro, um desespero e foi naquele momento que nossas mãos se encontraram, nossos corpos se colaram, eu sentia a respiração, o coração, a alma dela, queria me fundir naquele corpo só assim ela poderia me levar também para qualquer lugar.
Aquela nossa cumplicidade ia além do físico, era como aqueles encontros de almas que tanto ouvimos falar. Meus dedos acariciaram aquele corpo com toda a suavidade, acariciando sem pressa, os ombros, pescoço, a nuca, e a beijava ao mesmo tempo.
Nossas respirações estavam sincronizadas e a Sabrina comandava nosso ritmo, aliás, tudo nela era perfeito para mim.
Nossos corpos se ajustaram e agora era como um só, nossas bocas se completavam perfeitamente, e ela sempre pedia:
- Beija minhas costas Alice! - Eu ficava por trás dela e começava a beijar seus ombros descendo nas costas devagar e ia até as nádegas, ela se contorcia de prazer, depois recomeçava tudo de novo e de novo... exalava uma sensação de pertencimento tão forte, eu pertencia a Sabrina e ela se entregava da mesma forma.
Costumávamos dormir grudadas e quantas vezes acordava suada pelo calor do corpo dela, mas não conseguia me afastar, afinal isso tudo acontecia em uma cama de solteiro apertada, mas que nos cabia, era o importante. Naquele minúsculo espaço nos sentíamos felizes, completas e seguras.
E naquela noite não seria diferente, quantas vezes o dia já estava amanhecendo, e eu dizia:
- Ei, precisamos dormir um pouco, amanhã tem aula. - Mas não conseguia me afastar dela não depois do último beijo de boa noite.
Deitei atrás dela, pois queria tocar naqueles cabelos pela última vez. Ela dormiu, sempre dormia quando eu tocava nos cabelos dela, respirava profundamente, mas eu não consegui dormir naquela última noite.
No dia seguinte ela partiria com a família para sempre. Combinamos que sempre íamos escrever uma para outra, que nunca deixaríamos a distância nos separar. Foram muitas juras de amor, de fidelidade, de tantas coisas. Quanta ilusão, hoje eu sei.
Capítulo 2
2ª. Fase.
Hoje 20 anos depois ainda me vejo pegando naqueles cabelos, ouço a respiração do sono tranquilo dela ao meu lado, ouço aquela risada descontrolada, o barulho das pulseiras quando ela falava e gesticulava com suas mãos. Às vezes pensava que ela fazia de proposito, só pra marcar meu coração, marcar território. Mas ela era naturalmente marcante.
Basta de tantas lembranças, chegou a hora de ir pro chuveiro esfriar essas memórias....
Tinha uma reunião marcada com a nova equipe do escritório de arquitetura, onde trabalhava e não podia me atrasar, então deixei minhas lembranças guardadas no compartimento secreto do meu coração e fui terminar de me arrumar. Tinha terminado um relacionamento com Amanda e não queria se preocupar com outra coisa que não fosse o escritório.
O celular tocou e fui ver quem era.
- Oi mamãe, ainda estou em casa, estou quase saindo. – Ela queria que passasse na casa dela para levar uns documentos para o advogado dela que trabalhava no mesmo prédio do escritório de arquitetura. – Pode ficar tranquila que o Dr. Joaquim vai resolver isso tudo para a senhora. Chego já. Beijos.
Dona Cláudia, sua mãe estava vendendo uma propriedade no interior do Goiás e o advogado estava cuidando dos trâmites legais.
Durante todos esses anos tiveram inúmeras discussões, dona Cláudia queria ficar mandando na sua vida, mas logo percebeu que era uma tarefa perdida, daí desistiu quando lhe apresentei a minha primeira namorada, pois é a menina tímida e reservada perdera o medo da vida e se envolveu primeiro com um rapaz, o Alfredo o mesmo menino que na adolescência tinha uma quedinha por ele, consegui ficar com ele numa festa da faculdade, mas não durou mais do que alguns meses. Depois arranjou coragem, não sei bem de onde e foi numa boate gay, onde conheceu uma mulher alguns anos mais velha e que lhe apresentou o mundo colorido do universo homossexual.
Sandra me mostrou que o que senti na minha adolescência pela Sabrina era um sentimento sublime de paixão e uma cumplicidade que não se encontra em qualquer uma, só em almas gêmeas. Então durante todos esses anos procurei nas outras o que a Sabrina me deu e não encontrei, isso me deixa frustrada e insatisfeita.
Acordei desses pensamentos quando o elevador parou no andar do meu escritório.
- Alice os clientes já estão esperando na sala de reunião e o Marcos também já chegou. – Ana, minha secretária me passou a agenda, Marcos era meu sócio no escritório. – Você quer seu café agora?
- Obrigada Ana, mas pode levar para a sala de reunião e leve também água para todos.
- Certo.
- Obrigada!
Sempre que ultrapassava a porta do meu escritório sentia um sentimento de gratidão por tudo que tinha conquistado, não foi fácil, mas hoje era uma arquiteta de sucesso no mercado competitivo de Goiânia. Podia não ter uma vida afetiva feliz, mas na questão profissional era reconhecida e sua agenda vivia cheia.
Tirei o blazer feminino que usava por cima da camisa social branca e da saia lápis que fazia conjunto com scarpim preto que usava naquela manhã, se dirigiu à sala de reunião e não estava preparada para o que aconteceu em seguida.
Sentada ao lado um homem de cabelos grisalhos estava uma mulher que era uma cópia mais velha da Sabrina, estava com um vestido preto de comprimento até o meio das coxas grossas, cabelos presos num rabo de cavalo bem feito e quando levantou a cabeça ficou pálida olhando fixamente para uma Alice em choque.
- Ah, bom dia Alice, estava só esperando você chegar para começar a apresentação do projeto do Thiago Guedes e de sua esposa dona Sabrina Guedes. – Marcos alheio ao comportamento das duas mulheres cumprimentou Alice. – Alice, está tudo bem?
Naquela hora Alice voltou a si e tentou responder o cumprimento do sócio e engoliu em seco, desviando os olhos de Sabrina. Todo seu corpo estava gelado, um tremor involuntário atingiu suas mãos, a garganta apertou, sentia que sua voz tinha sumido e fez um esforço gigantesco para controlar as emoções.
- Sim obrigada. Bom dia Senhores é um prazer conhecer! Sejam bem-vindos ao nosso escritório. – Foi tudo que conseguiu dizer, porque sua garganta estava apertada de nervosismo.
Foi salva mais uma vez por sua secretária que entrou na sala depois de bater de leve na porta, levando o café e a água que pedira mais cedo.
- Ah Ana pode colocar aqui, obrigada. – Marcos mais uma vez se adiantou e convidou os clientes a tomar um cafezinho.
Sabrina não conseguia desviar os olhos de Alice, não acreditava que o destino tinha pregado mais uma peça na sua vida, não depois de consultar outros escritórios de arquitetura e escolher logo aquele, mesmo porque não fora ela quem contatou, mas o marido.
Fazia mais de vinte anos que não a via, e ela estava mais linda do que naquela época quando eram adolescentes, não imaginava um dia voltar a encontrar Alice. Logo depois que viajou com os pais passou dias, meses sem sair de casa, adoeceu de saudades de Alice, só depois de algum tempo foi que conseguiu tocar sua vida novamente. No início ainda mantiveram contato através de cartas, mas depois do acidente que levara seus pais, perdera a vontade de viver e se não fosse pelo Thiago, não teria resistido.
Não se envolvera mais com mulheres, só com homens, era como se tivesse traindo Alice se isso acontecesse. Casou logo depois que terminou a faculdade de Ciência Sociais, não chegara a exercer sua profissão porque o marido não permitiu ele era um grande empresário da área de alimentos de Goiânia, possuía uma rede gigantesca de supermercados conhecido em todo estado do Goiás e depois da morte dos pais de Sabrina, juntou a herança deixada para ela com seus negócios e praticamente triplicou seus lucros. O choque do reencontro fez seu ser entrar em um universo paralelo, sentia seu corpo ser sacudido por uma enxurrada de emoções diferentes e ao mesmo tempo conhecida. Passou um arrepio de prazer e as mãos gelaram, um nó se formou na sua garganta, como era bom encontrar a Alice! Que saudades sentiu daquela menina, que hoje era uma mulher linda!
- Então, vamos começar a apresentação do seu projeto. – Marcos abriu o Data Show e começou a explicar o andamento do projeto.
Enquanto Marcos falava Alice tentava se concentrar na voz do amigo, mas o perfume de Sabrina invadia seus sentidos e ela foi transportada para a noite que tiveram a mais de vinte anos.
Sabrina também estava perdida em pensamentos e não conseguia se concentrar nada do que o homem falava, só voltou a si quando sentiu a mão do marido apertar levemente sua coxa e ela o olhou assustada.
- O que foi meu bem, está tudo bem?
- Ah, está sim Thiago, só uma leve indisposição, logo passa.
- Se não estiver se sentindo bem podemos marcar para outro dia. – Thiago sentia a tensão no corpo da mulher e ficou preocupado, Sabrina estava saindo de uma fase ruim, depois de mais uma tentativa de engravidar e não conseguira, estava a mais de seis meses sem sair de casa e nem com o marido dormia mais sabia que ele estava com outra, mas não ligava, não mais. Não queria magoar o marido, mas não estava bem. Fazia terapia e também já estava sem paciência para ir às sessões. Apressou em responder ao marido.
- Estou bem, querido, não se preocupe. Pode continuar Dr. Marcos. – Sua voz saiu firme apesar da tempestade de emoções dentro de si.
Alice ficou olhando aquele gesto do marido de Sabrina e sentiu um formigamento no corpo, estava com ciúmes daquela mão na coxa da outra mulher, respirou fundo e resolveu perguntar se ela estava bem.
- Desculpe, mas a senhora está bem? Quer ir ao banheiro? – Alice tentava manter uma postura natural, mas estava fervendo por dentro, queria fazer tantas perguntas, mas ao mesmo tempo tinha raiva do tempo que passou esperando um contato, depois de mais de um ano mantendo contato através de cartas, Sabrina parou abruptamente de responder as suas, enviava todo mês pelos correios e recebia de volta dizendo que o endereço não havia sido encontrado. Sentiu uma raiva misturado com revolta, Afinal ela sabia onde a Alice morava ao contrário de Alice que nada soube mais dela.
- Não, obrigada. – Sabrina respondeu engasgada pelo nervosismo.
Alice assentiu com a cabeça e voltou a atenção para o colega. Quando chegou sua vez de falar teve o máximo de cuidado de não encarar a Sabrina, falava sempre olhando para seu marido que por sinal era muito bonito. Sentia um incomodo sempre que imaginava ela nos braços dele, droga tinha que esquecer aquilo e seguir, ela agora era uma mulher casada e muito bem casada, melhor nem falar com ela mais. Embora o bicho da curiosidade ficasse queimando feito brasa sua mente para saber mais dela, o porquê daquela melancolia naquele olhar pequeno.
Thiago aprovou o projeto e ficou de acertar apenas outras formalidades com o setor do Marcos, então Alice pegou sua pasta e resolveu voltar para sua sala, antes se despediu de Sabrina e do marido com um leve aperto de mão, e de Sabrina um abraço rápido o que causou um arrepio em si quando tocou em Sabrina.
- Foi um prazer fazer negócios com os senhores, o Marcos vai terminar de acertar tudo com os senhores, obrigada por escolher nosso escritório e fique à vontade. – Fitou Sabrina e se perdeu naquele olhar brilhante, parecia que ela ia chorar a qualquer momento. – Foi um prazer te conhecer Sabrina.
Sabrina quase se encolhe com a frieza na voz de Alice, não entendia porque ela não se pronunciou que a conhecia. Mas resolveu entrar no jogo dela e depois acharia um jeito de falar a sós com ela, quis tanto encontra-la durante todos aqueles anos que voltou ao Brasil, mas bateu um medo, queria muito saber da vida dela. Fitou discretamente as mãos de Alice e não viu aliança, então quer dizer que ela não era casada ou algo assim.
- O prazer foi meu. – Sabrina respondeu com uma dose de calor na voz, o que fez Alice levantar a sobrancelha.
Seguiu para seu escritório e tentou se concentrar na sua agenda, mas sua mente insistia em voltar para a sala de reunião, jamais imaginaria encontrar a Sabrina ali no escritório e mesmo depois de tanto tempo parecia que tinha sido ontem que elas se despedirem e a mesma sumiu no mundo.
- Esquece Alice, ela agora é uma mulher casada e com um cliente ainda por cima. – Repetiu para si mesma depois pegou o interfone e chamou Ana.
- Pois não Alice.
- Veja se o advogado da mamãe chegou no seu escritório e entregue esses documentos para ele. – Entregou os envelopes que a mãe mandou e tratou de terminar alguns relatórios que tinha na sua mesa, mas desistiu quando percebeu que não tinha como se concentrar, pois, seu pensamento insistia em voltar para Sabrina.
Pegou seu blazer colocou no braço e pegando sua bolsa resolveu sair para espairecer um pouco sabia que se ficasse na sala não ia fazer nada.
Fazia duas semanas que a Sabrina tinha ido ao escritório de Alice, mas a sensação era que sua pele ainda sentia o toque da mão dela no seu corpo. Seu casamento estava preste a terminar, sabia que o Thiago mantinha uma amante, já vira algumas mensagens no celular dele, mas aquilo ao invés de deixa-la triste, a deixava aliviada, tinha tentado durante aqueles dezoito anos amar como ele merecia, mas tinha fracassado. A última tentativa havia sido a inseminação artificial porque mantinha uma esperança de que um bebê pudesse salvar o relacionamento deles, mas infelizmente não deu certo e se sentia culpada por isso.
Naqueles anos todos longe da Alice pensou várias vezes em procurá-la, mas sempre batia um medo, e se ela já estivesse casada também? E se não quisesse mais recebe-la? E se tudo que vivera não tivesse passado de ilusão? E se...droga era muitos “se”!
Naquele dia o marido pediu que entregasse um documento que estava faltando para assinar definitivamente o contrato com o escritório de Alice, claro que ela podia ter pedido a um dos muitos empregados do marido para entregar, mas queria ver a Alice novamente, nem que fosse de longe.
Ainda não era 9:00hs quando Sabrina entrou no prédio do escritório de arquitetura, Ana a recebeu e disse que Alice estava com a mãe no escritório, Sabrina adorou saber disso, só assim veria dona Cláudia de quem gostava muito. Então sentou na cadeira da recepção, enquanto Ana ligava para Alice comunicando da presença dela. De imediato a porta do escritório se abriu e uma dona Cláudia eufórica saiu pela mesma e veio em sua direção.
- Sabrina minha filha, não acreditei quando a Alice me contou que estava aqui. - Como vai dona Cláudia, tudo bem? – Dona Cláudia abraçou carinhosamente a moça e deu dois beijos em cada lado do seu rosto.
- Venha, vamos entrar.
Não restou outra alternativa para Sabrina a não ser acompanhá-la até o escritório. Ficou parada no meio da sala olhando fixamente para uma Alice que estava de pé próxima a janela de vidro do escritório e de costas para elas.
- Olha minha filha quem chegou!
- Bom dia Alice, como vai? – Sabrina até que tentou manter sua voz normal, mas saiu com um timbre rouco de emoção.
- Bom dia Sabrina, estou bem e você? – Alice manteve sua emoção controlada, mas por dentro estava numa agitação só.
- Também estou bem.
- Por favor, sente-se.
- Obrigada. – Dona Cláudia ficou olhando de uma para outra com um sorriso se formando no seu rosto, já conhecia a história das duas, sua filha tinha caído doente depois que Sabrina tinha viajado, passara meses sem sair de casa e era visível seu abatimento, então uma noite entrara no quarto dela e pegara a mesma chorando copiosamente com uma foto das duas nas mãos. Alice ainda tentou negar, mas acabou confessando que gostava da Sabrina de maneira diferente e que não estava conseguindo viver sem a presença da outra. Dona Cláudia então resolveu interferir e ajudou a filha a sair da tristeza e a superar a ausência da outra menina.
Agora vendo as duas novamente juntas ali no mesmo ambiente, fez com que logo tivesse uma ideia para fazer com que as mesmas pelo menos conversassem, já que sabia que Sabrina estava casada e que sua filha tinha saído de um relacionamento a pouco tempo. Resolveu colocar seu plano em prática.
- Aqui estão os documentos que estavam faltando.
- Ah, obrigada Sabrina, vou enviar para o contador. Volto já, fique à vontade. – Saiu em busca de Ana e as deixou sozinha, dona Cláudia aproveitou.
- Sabrina o que acha de jantar lá em casa amanhã à noite? Vamos matar as saudades dos velhos tempos. O que acha?
Sabrina tomou um susto com o convite, mas sabia que aquela era uma ótima oportunidade de conversar com a Alice.
- Nossa dona Cláudia obrigada pelo convite, vou sim.
- Muito bem! – Dona Cláudia quase pulou de alegria, já estava para usar o plano B se o A não funcionasse.
Alice voltou para sua sala e encontrou sua mãe e Sabrina envolvidas numa conversa que nem notaram sua presença, então aproveitou para observar melhor aquela mulher que durante anos tirou sua paz e agora estava de volta a usa vida. Sabrina vestia uma calça social que marcava sua silhueta bem-feita, seu bumbum sempre foi bonito, mas agora estava mais saliente, as coxas grossas estavam apertadas pelo tecido, na parte de cima vestia uma camisa social branca que marcava seus seios pequenos, mas bonitos e nos pés calcava um scarpim preto. Era um conjunto todo elegante e fino, bem diferente daquela jovem que conheceu no passado.
Arranhou a garganta chamando a atenção das duas mulheres.
- Pronto, mais tarde o contador envia para o escritório do seu marido. – Falava friamente e não fitava os olhos de Sabrina em nenhum momento.
- Ah, obrigada Alice. – Sabrina agradeceu ainda sobe o impacto daquela voz fria que não conhecia, lembrava sempre com saudades do tom carinhoso da voz de Alice e naquele momento aquilo a deixou triste. Mas disfarçou e continuou. – Estava aqui combinando com dona Cláudia um jantar para matar as saudades dela.
- Um jantar? Quando? Por que não me falou nada mamãe? – Alice estava nervosa já imaginando o que a mãe estava aprontando.
- Ora, já ia te falar, você nem me deixou falar ainda...
- Mãe!
- Oi querida estou aqui o que foi?
- Mãe deixe de brincadeiras e quando ia me falar desse jantar? – Alice se esforçou para não soltar uma gargalhada divertida com as caras e trajetos que a mãe fazia.
- Pois bem, amanhã a Sabrina vai jantar conosco e vamos matar as saudades dos anos que não nos vimos não é Sabrina?
- É sim dona Cláudia, será um prazer voltar à sua casa e comer aquela deliciosa lasanha que só a senhora faz.
- Ah minha filha o prazer é meu.
As duas ficaram naquele clima e Alice revirou os olhos impaciente com todo aquele assunto meloso das duas, sentia que ia ter problemas, aliás desde a hora que Sabrina entrara no seu escritório que seu corpo acordou e não descansou nem um segundo, parecia uma descarga elétrica sacudindo tudo.
Mais uma revirada de olhos e foi sentar na sua cadeira, sentia os olhos de Sabrina queimando suas costas e aquilo só piorava sua condição que já estava precária de controlar.
Sabrina percebeu que ela não estava se sentindo bem e resolveu que por hoje já tinha sacudido o mundo de Alice e agora precisava se preparar para o embate do jantar na casa de dona Cláudia.
- Alice obrigada por me receber e vou deixar você trabalhar em paz.
Alice sentiu a face ficar vermelha de vergonha, será que tinha deixado algo transparecer?
- Vamos Sabrina, lá no térreo tem um cafezinho delicioso.
- Adoro café dona Cláudia, vamos sim. – Sabrina se aproximou da mesa de Alice e estendeu sua mão para cumprimentar. – Até mais Alice, é sempre um prazer de ver.
- O prazer foi meu. – Alice apertou a mão da mulher e novamente sentiu um arrepio invadir seu corpo.
Sabrina disfarçou suas emoções com um sorriso e saiu com dona Cláudia do escritório.
Alice ainda ficou uns minutos olhando a porta fechada do seu escritório, mas logo voltou a si e foi terminar seus relatórios. Mas o pensamento continuou naquele bendito jantar que sua mãe inventou. Teria que se preparar bem para aquele momento. Sabia que precisava esclarecer alguns fatos da vida de Sabrina, mas não faria nada deixaria ela tomar uma atitude.
Aquela noite foi insone para Alice, não conseguiu conciliar o sono, seus pensamentos estavam a todo vapor, o medo e a ansiedade pelo encontro de logo mais a noite estava fazendo seus efeitos, até seu trabalho estava sem conseguir se concentrar, então resolveu fazer uma leve caminhada pelo parque para arejar a cabeça. Já era noite quando voltou para casa e se preparou para o jantar na casa da mãe. Vestiu um vestido preto colado no seu corpo bem feito, de alcinhas finas e decote acentuado, vinha até o meio das coxas grossas e nos pés uma delicada sandália de saltos alto também preta com detalhes dourados. De acessórios apenas uns delicados brincos em forma de gota em ouro e uma pulseira com um pingente em forma de gota combinando com os brincos, esborrifou umas gotas do seu perfume favorito e deixou os cabelos cor de mel soltos nos ombros.
Enquanto isso Sabrina saía de casa nervosa, usava uma calça de tecido leve solta no seu corpo acentuando sua forma bem definida, uma blusinha de alça na cor branca realçando sua cor morena, nos pés uma sapatilha nude completando o belo quadro, não usava acessórios, apenas a grossa aliança e um delicado anel de brilhante fazendo conjunto. Seus cabelos brilhantes estavam presos num belo rabo de cavalo bem elaborado, deixando alguns fios soltos ao lado do belo rosto da mulher. Checou as horas e desceu para pegar o carro, não encontrou o marido em casa, com certeza estava com a amante, o que não a desanimava em nada, pelo contrário achava melhor assim. Estava preparada para o encontro com a Alice, sua menina, jamais a esquecera, mas sabia que não ia ser fácil essa conversa.
As 20:00hs estava chegando na casa de dona Cláudia, o porteiro abriu o portão e uma Sabrina nervosa enxugou as mãos no tecido delicado da calça que usava. Inspirou profundamente e pediu calma a si mesma.
Antes de entrar viu o carro de Alice estacionar atrás do seu e resolveu esperar por ela, a moça estava linda naquele vestido preto destacando suas curvas e sentiu o perfume delicioso dela.
Alice não esperava logo na entrada da casa da sua mãe encontrar a Sabrina, respirou fundo e quase se arrepende porque o perfume dela penetrou no seu olfato e entorpeceu seus sentidos. Droga, tanto que se preparou para aquele momento e só em sentir aquele cheiro dela já foi tudo para os ares.
- Boa noite Alice! – A voz de Sabrina não escondia sua admiração por aquela mulher linda na sua frente. Adiantou-se e beijou as faces de Alice causando um frisson em ambas. – Você está linda!
Alice engoliu em seco diante daquela voz doce e suave.
- Boa noite Sabrina, obrigada. Você também está linda, aliás, sempre foi bonita, agora está mais ainda. – Só depois que falou foi que Alice percebeu que tinha baixado a guarda. – Venha, vamos entrar pelo que conheço da dona Cláudia ela está subindo pelas paredes de ansiedade.
- Ah, dona Cláudia e sua comida deliciosa, senti falta de comer aqui com vocês!
- Só da comida da mamãe? – Surpresa Sabrina levantou a cabeça e a encarou intensamente.
- Não, morri todo dia um pouco longe de você! – Alice não esperou que ela terminasse a frase e entrou apressadamente na casa da mãe. Sabrina deu um pequeno sorriso e foi atrás da moça fujona.
Foi um jantar divertido, apesar do nervosismo de Alice, dona Cláudia fez questão de falar sobre a vida da filha, sempre comentando o quanto ela trabalhava muito e mal saía de casa. Sabrina bebia cada palavra como se degustasse um belo vinho, aliás estavam bebendo um delicioso que ela trouxe para acompanhar o jantar.
- Então um belo dia a Alice chega em casa bêbada acompanhada de uma moça, Amanda não era? E a menina não queria mais ir embora, lógico que tive que intervir e pedir que a mesma fosse em casa pelo menos trocar de roupas, já que passou uma semana aqui usando as de Alice..
- Mamãe!!! Sabrina não quer saber dessas coisas, por favor! – Alice estava vermelha e não conseguia encarar Sabrina.
- Ora, o que é que tem? Ela é sua amiga e não é nem um segredo que você namora mulheres. – Dona Cláudia sorria abertamente e fingia uma inocência que estava longe de sentir. – Vamos comer a sobremesa lá no jardim?
Dona Cláudia mudava de assunto rápido e não deu tempo de ninguém reclamar, já foi se levantando e pediu a dona Graça, sua cozinheira, que levasse as taças de mousse de maracujá para o jardim.
- Sabrina você não quis ter filhos não? – Dona Cláudia perguntou alheia a palidez da outra mulher.
- Mamãe!!!! – Alice logo percebeu o estado de Sabrina e alertou a mãe que na mesma hora se preocupou.
- Desculpe Sabrina, não quis te perturbar, não precisa responder querida..
- Não. Pode deixar dona Cláudia, estou bem. – Sabrina respondeu no meio de um suspiro. – Eu tive um aborto espontâneo há menos de seis meses.
- Ow, minha filha sinto muito! – Alice de imediato tocou carinhosamente na mão de Sabrina que a fitou com os olhos rasos de lágrimas.
- Sinto muito Sabrina, você está bem? – Perguntou preocupada. Sabrina se sentiu bem vendo a preocupação da outra mulher.
- Estou sim, agora mais ainda que estou com vocês aqui. – Sua resposta saiu espontaneamente e com um leve aperto nas mãos querida das duas mulheres que amava muito.
O celular de dona Cláudia tocou e ela pediu licença para atender, deixando as duas mulheres sozinha no jardim, Alice não conseguia desviar os olhos da face de Sabrina, essa por sua vez também a fitava com atenção.
- Meninas vocês vão me dar licença, mas preciso ir ali na casa da Márcia minha vizinha, ela está querendo falar comigo. Por favor fiquem à vontade, volto daqui a pouco. – Dona Cláudia saiu apressada sem nem esperar resposta das mulheres que ficaram mudas olhando-a sair pelo portão da casa.
Logo depois da saída da mãe, Alice se levantou e caminhou até um canteiro de flores que a mãe cuidava com todo carinho, Sabrina também se dirigiu até ela e perguntou se ela estava bem. Ofereceu um copo de vinho que Alice pegou das mãos da outra tomando cuidado para não tocar nos dedos dela, tomou um generoso gole e depois depositou na calçada do canteiro alto de flores, ficou observando Sabrina levar seu copo aos lábios macios e se lembrou quando os beijava quando eram namoradinhas. Deu um pequeno suspiro e desviou os olhos. Lembrou da pergunta da mulher.
- Bem? Claro porque não estaria? – Respondeu com um leve traço irônico.
- Está distante, fria, o que aconteceu com a Alice carinhosa e calorosa?
- Não existe mais, ficou em algum lugar no passado... – Alice continuava ironizando.
- Pare com isso Alice, você não é assim!
- Não? E sou como pode me dizer? – Perguntou sarcástica.
- Por quê?
- Por que o que? – Alice se exasperou e se aproximou de Sabrina até ficar a um palmo de distância dela. – Porque parou de enviar as cartas? Você sabia onde eu morava, porque não mandou notícias durante esses anos todo? Porque você sumiu e mesmo sabendo onde eu moro não ligou uma única vez para saber se estava bem? Porque passei meses sem sair de casa esperando, esperando e esperando e você se quer deu um sinal de vida? – A essas alturas Alice já estava falando alto e praticamente apertava os ombros da outra mulher, que ficou parada olhando aquela explosão de palavras.
- Calma, Alice, posso explicar...
- Explicar o que Sabrina? Não quero ouvir desculpas suas, melhor seguir sua vida com seu marido e me deixar em paz, como estava vivendo até você voltar.
- Ele não é mais meu marido! Estou me separando do Thiago! – Sabrina exclamou categoricamente.
- Não?
- Não.
Alice ficou parada na frente de Sabrina sem ação alguma e a mulher aproveitou o momento e segurando no rosto bonito de Alice a beijou intensamente.
Pega de surpresa Alice aceitou o beijo e foi como uma volta brusca a um passado distante, mas que continuava presente ali dentro delas, aquele lábios macios e quentes que já roubara seu juízo uma vez, estava novamente tirando sua sanidade. Alice abraçou forte o corpo trêmulo de Sabrina e correspondeu com todo ardor e saudades que estava guardados dentro dela. Sentia uma fraqueza inundar seu ser ao mesmo tempo em que um frio percorria suas veias, não viu e nem ouviu mais nada ao seu redor, só o barulho ensurdecedor dos seus corações batendo forte no peito das duas mulheres. Seus corpos colados explodiram numa emoção única. Só delas.
Sabrina gem*u e aquele som trouxe Alice de volta a realidade. Soltou-se abruptamente dos braços da morena e estática levou as mãos aos lábios como se não acreditasse no que tinha acabado de acontecer. Depois se afastou lentamente andando de costas até encostar na mesa do jardim, pegou sua bolsa e as chaves que estavam sobre a mesa e saiu apressadamente sem pronunciar uma palavra sequer.
- Alice! Espere...
Mas Alice nem olhou para trás entrou no carro e saiu em disparada fugindo da avalanche de emoções que invadiram seu corpo e sua mente, não podia se deixar levar novamente, Sabrina poderia sumir de novo e ela não ia aguentar uma segunda separação.
Chegou em casa sem nem sentir, tirou toda a roupa e entrou no chuveiro frio tentando apagar aquela sensação que o beijo dela deixou no seu corpo quente. Deixou as lágrimas escorrerem junto com a água do chuveiro, lavando sua alma e tirando aquele peso de dentro do seu coração. Ficou se perguntando se poderia ter uma segunda chance, se realmente poderia confiar novamente na Sabrina. Ligou o som do quarto e a voz de Megan Nicole cantando Heaven de Bryan Adams invadiu o ambiente, aumentando suas emoções. (https://www.youtube.com/results?search_query=heavens)
Na casa de dona Cláudia uma Sabrina em êxtase se encontrava sentada na cadeira do jardim esperando a dona da casa voltar, ainda não acreditava que tinha beijado Alice e que ela tinha correspondido, sentira todo o amor de volta naquele gesto simples e intenso. Viu um Alice fria queimar de emoção nos seus braços e sabia que era uma questão de tempo para tê-la novamente na sua vida, e estava disposta a lutar por ela, agora mais do que nunca.
- Ei, cadê a Alice? – Dona Cláudia chegou de repente assustando Sabrina que estava imersa nos seus pensamentos.
- Ah, ela teve que sair e deixou um beijo para a senhora.
Desconfiada Cláudia resolveu ser direta.
- O que aconteceu? Vocês brigaram? Achei que deixando vocês sozinhas pudessem se entender e minha filha voltaria a sorrir novamente com o coração e não com aquela frieza que me deixa tão triste.
Surpresa com o desabafo da mulher mais velha, Sabrina se aproximou e apertou a mão dela.
- Então a senhora sabe do que aconteceu com a gente?
- Sim, descobri logo depois que você foi embora e a Alice passou meses trancada dentro do quarto com uma fotografia de vocês duas na mão, até ficou doente e tive que cuidar dela. Depois quando viu que você não ia mais aparecer, foi que resolveu voltar a viver.
- Uma fotografia?
- Sim, venha vamos eu te mostro.
Pegou na mão dela e foi em direção ao quarto de Alice, onde abriu a porta e uma emocionada Sabrina adentrou sentindo toda atmosfera de volta de quase vinte anos de saudades. A cama bem arrumada continuava do mesmo jeito, a estante de livros, onde deslizou os dedos pelas capas, a escrivaninha com o computador antigo e um ursinho sentado na cadeira, o mesmo que dera a ela no dia em que partira da cidade e o painel de fotos de Alice com os pais e a família e bem no cantinho a foto delas duas juntas numa festa da escola. Pegou a fotografia nas mãos e uma corrente de energia percorreu seu corpo, fazendo seus pelos se arrepiarem, viu o sorriso bonito da menina que roubara seu coração e os olhos brilhantes que fitava a câmara na hora que foi tirada a foto, do seu lado estava uma morena com o olhar doce fitando o rosto da sua então namoradinha, os olhos de Sabrina se encheram de lágrimas que logo desceu pelo seu rosto, não se perdoava por ter ficado tanto tempo sem dar notícias, via ali naquele retrato todo o amor que sentia por Alice e o jeito carinhoso e único que a menina dos cabelos cor de mel a abraçava.
Cláudia sentiu a emoção da mulher jovem ali do seu lado e abraçou forte nos braços.
- Vai ficar tudo bem, meu bem. Só precisa ter paciência, ela nunca te esqueceu.
- Como pude fazer isso com ela? – Sabrina desabafava em meios aos soluços que saíam da sua garganta apertada. Mas muitas coisas aconteceram de repente. Coisas que me abalaram profundamente.
- Venha, vamos beber um copo de água.
Cláudia contou algumas coisas que aconteceram com Alice, mas não se aprofundou, deixaria que a própria Alice contasse para a mulher suas relações e casos que tivera ao longo dos anos que estiveram separadas. Quando Sabrina saiu da casa da mãe de Alice já era quase 23:00hs e chegando em casa tirou suas roupas e foi tomar um banho morno relaxante para acalmar suas emoções, sentia um desejo queimar suas entranhas como a muito tempo não sentia. Via seu corpo voltar a vida nos braços de Alice e aquilo lhe trouxe uma satisfação que a fez descer sua mão pelo corpo quente, e pela primeira vez em anos se tocou pensando na mulher que estava de volta ao seu mundo e agora para sempre. Seus dedos dançavam dentro do seu sex* latejante, gem*u pensando e querendo que fosse o da sua menina, apressou o toque e um calor gostoso inundou seu ser a levando a um gozo solitário, mas prazeroso, porque seu pensamento estava no beijo quente que trocara mais cedo com Alice.
Naquela noite Alice mal dormiu, levantou várias vezes à noite e resolveu por fim tomar uma taça de vinho para ver se relaxava, os pensamentos atropelavam sua mente e tentava se acalmar, assim como seu corpo que também se ressentia da falta do toque mágico que só Sabrina conseguia fazer. Estava disposta a ouvir o que a outra tinha a dizer, precisava na verdade. Lógico que as coisas não iam ser fácil assim, poderiam conversar e saber da vida uma da outra durante esse tempo em que estiveram separadas. Por que o casamento dela estava acabando? O que aconteceu para que fosse pedir o divórcio? Por que não respondeu suas cartas?
Essas e outras perguntas atormentaram Alice pelo resto da noite e da semana também, Sabrina não apareceu mais e nem mandou nenhuma notícia, sua mãe disse que ela estava tratando da separação com o marido, mas Alice não conseguia se tranquilizar, o medo dela sumir invadiu novamente sua vida.
E para piorar Amanda resolveu que queria voltar e tentar novamente, mas Alice não estava com cabeça para pensar em mais nada, então resolveu aceitar o convite da ex namorada para um jantar e depois uma conversa definitiva entre elas.
Chegaram a um restaurante muito frequentado na cidade e foram para a mesa, quando sentaram Alice sentiu uma fisgada nas costas, quase como se alguém tivesse tocado sua pele e ao virar a cabeça na direção da sensação, arregala os olhos surpresa ao ver o motivo das suas preocupações jantando com o marido numa mesa próxima à sua. Os olhos de Sabrina quase saíam faísca na sua direção, Alice se voltou para Amanda e tentou não prestar atenção na mesa vizinha.
- O que foi Alice, parece nervosa. Conhece aquele casal ali?
- Ah, sim conheço, são clientes do escritório.
- Vixe, a mulher está me olhando de um jeito esquisito!
- Não liga, é o jeito dela. – Alice quase sorri com a expressão da ex namorada. – Amanda, não vamos insistir em algo que não estava dando certo, você sabia que um dia isso ia acontecer, então para que ficar insistindo? Vamos ser apenas amigas?
Amanda suspira.
- Você não me ama e nem me amou não é Alice? – Alice fica olhando um instante para ela e responde.
- Sempre gostei de você minha linda, você é uma mulher incrível, que merece alguém melhor do que eu na sua vida. Alguém que te ame como você merece, não sou essa pessoa.
Amanda fica em silêncio.
- Quero que seja feliz e o que puder fazer por você eu faço.
- Você ama uma mulher chamada Sabrina, não é?
- Oi? – Alice quase deixa o copo com água cair das mãos, tamanho o susto.
- Você mais de uma vez chamava por esse nome quando estava dormindo, e uma vez quando estávamos fazendo amor você deixou escapar o nome dessa mulher, nunca perguntei porque tive medo da resposta, mas agora sei que é ela que você ama, não é?
Alice bebe um longo gole da água e responde.
- Sim, é ela que amo, peço desculpas se isso aconteceu, não foi minha intenção te confundir com ninguém.
- Esquece, já passou. Você está com ela agora?
- Não, é mais complicado do que pensa.
- Então descomplique. Vá atrás do seu amor e seja feliz Alice, você merece. – Amanda engoliu todo o sentimento e falou mirando o rosto da linda mulher na sua frente, lutou muito para que Alice a notasse, mas hoje sabia que foi em vão, o coração dela já estava ocupado. Sofreu com essa certeza, mas não era mulher de ficar chorando pelos cantos.
- Obrigada minha linda.
- Não seja orgulhosa e deixe que as pessoas te façam feliz!
Alice assentiu e pediu licença para ir ao banheiro.
Estava lavando as mãos quando Sabrina entrou no recinto. Paralisou como sempre acontecia quando estava no mesmo ambiente que ela.
- Quem é a moça que está contigo? Sua namorada? – Sabrina tentava manter sua voz calma, mas estava fervendo por dentro não ia deixar uma mulherzinha com aquela tomar seu amor não abriria mão de jeito nenhum.
- Olá Sabrina, estou bem e você? – Alice ao invés de responder ironizou.
- Sem gracinhas Alice, por favor.
- E você? Jantar de reconciliação? – A voz de Alice quase vacila no fim da frase.
- Não, de separação mesmo. Assinamos hoje o divórcio. – Alice se escorou na pia do banheiro tamanho a emoção que sentiu.
- Nossa! Rápido assim?
- Já estávamos separados a mais de seis meses, Alice.
- Ah sim. – Sabrina ficou encarando aqueles olhos brilhantes esperando a resposta da sua pergunta.
- A Amanda é minha ex namorada, estamos apenas resolvendo algumas coisas da nossa separação também.
- Ah, sua ex namorada, hum sei.
- Sabe o que Sabrina?
- Nada. Vai rolar alguma despedida?
- Que é isso Sabrina? Porque tantas perguntas?
- Alice não brinca comigo por favor, sabe que precisamos nos falar e não cabe essa moça agora no meio da gente.
- Da gente é?
- Sim, e não finja que não temos nada, por favor.
- Não estou fingindo, vamos nos encontrar sim. É só marcar que vou onde você estiver. - Sabrina não acreditou quando escutou aquelas palavras.
- Sério?
- Sim Sabrina, precisamos conversar.
Sabrina se aproximou dela e tocou carinhosamente o seu rosto.
- Estou morrendo de saudades de você!
Alice respirou fundo e apertou a mão de Sabrina de encontro ao seu rosto e respondeu.
- Também estou, mas quero saber o que aconteceu contigo esses anos todos que não deu notícias.
- Vamos conversar meu bem, não se preocupe, você vai entender o que aconteceu. – Não resistindo Sabrina olha para os lados e como não tem ninguém beija rapidamente os lábios de Alice e sai do banheiro. Alice ainda ficou um minuto olhando sua imagem no grande espelho do banheiro para só depois sair também. (Sugestão de música https://www.youtube.com/watch?v=py60E_EvlcY ).
- Nossa você demorou! – Amanda reclamou.
- Vamos?
Saíram do restaurante um pouco depois que o casal e Alice foi deixar Amanda em casa, quando parou em frente ao edifício dela, virou para a ex namorada esperando que a mesma saísse do carro e foi surpreendida com um beijo na sua boca, reagiu no automático e correspondeu rapidamente, mas logo empurrou delicadamente a moça.
- Não Amanda, nada de beijos mais. Acabou.
- Tudo bem, Alice só queria me despedir de você.
- Seja feliz!!!
- Você também.
E assim Amanda saiu da sua vida e agora precisava se preparar mentalmente para mais uma batalha que era enfrentar Sabrina e seu passado.
Sabrina estava com os nervos à flor da pele, desde a cena no restaurante quando viu Alice com a ex namorada, nada a tinha preparado para ver aquela cena. Estava no processo de separação com o marido e precisou resolver muita coisa, não teve como falar pessoalmente com ela, mas sempre falava com dona Cláudia que lhe contava tudo que a filha fazia. Sorriu sozinha lembrando das loucuras da sua velha amiga.
Depois de duas semanas de negociação com os advogados, ela e o marido estavam oficialmente separados e os negócios foram conduzidos de maneira satisfatória para os dois.
Agora precisava se preparar para a conversa com a Alice, passou o dia no salão de beleza, fazendo cabelos, unhas e relaxando com as massagens. A noite ligou para Alice e a convidou para passar o fim se semana na chácara de um amigo, como precisavam de um lugar tranquilo, com certeza a natureza era o cenário perfeito.
Alice recebeu o convite de Sabrina num misto de emoções, por um lado a vontade insuportável de vê-la e por ouro lado o medo. Respirou e soltou o ar lentamente dos pulmões e resolveu que o medo não venceria aquela batalha.
- A que horas você passa aqui mesmo? – Estavam combinando o horário melhor de sair.
- Melhor cedinho, umas 7:00hs. Vamos pegar uma estrada e demora umas 2:00hs de viagem.
- Certo, estou esperando. – Alice controlava a vontade de pegar seu carro e sair correndo para a casa de Sabrina.
- Boa noite menina. Durma bem e até amanhã. – Sabrina se despediu com uma sensação de leveza, amanhã tudo se resolveria e confiava no seu amor por Alice, sabia que a mulher estava com medo, sentia o receio na voz dela sempre que se falavam, mas saberia conduzir aquela conversa.
- Boa noite Sabrina.
Aquela noite foi de sono agitado para as duas mulheres, ansiedade, vontades, desejos reprimidos e uma imensa vontade de resolver suas vidas. Quando o dia amanheceu Alice já tinha tomado sua deliciosa xícara de café e já esperava por Sabrina na portaria do prédio não aguentou ficar dentro do apartamento.
Às 7:00hs em ponto Sabrina encostou o carro na frente do prédio de Alice e tentou se controlar, a mulher estava linda vestindo um shorts de jeans escuro e uma regata branca acentuando suas formas perfeitas, o pequeno decote da blusa marcava os seios bem feitos de Alice e Sabrina deu um pequeno suspiro vendo aquela beleza toda. Nos pés Alice usava uma sapatilha clara e confortável.
Já Sabrina usava um short de tecido leve marcando sua cintura e seu bumbum arrebitado, usava uma blusinha de alcinhas finas e nos pés uma delicada sandália de couro.
- Bom dia moça bonita. – Sabrina saiu do carro e se aproximou de Alice abraçou rapidamente e abriu o porta malas para guardar a mochila dela.
- Bom dia Sabrina. – Alice prendeu a respiração diante daquele perfume que Sabrina usava. Seu toque explodiu em fagulhas pelo seu corpo já sensível pelas saudades do dela.
Foram duas horas de viagem em um silêncio quebrado apenas pelo som que Sabrina tinha colocado, sempre que virava para a mulher do seu lado Sabrina sentia aquela sensação maravilhosa de bem-estar, de paz, de reconhecimento do seu lugar, de finalmente reencontrar o sentido da sua vida. Enquanto Alice perdida em pensamentos, também sentia as mesmas sensações, como esperara por aquele momento, como sonhou em reencontrar Sabrina e finalmente encontrar a paz que tanto buscou e só encontrara na Sabrina.
Finalmente chegaram na chácara, que era um verdadeiro paraíso, o amigo alugava os chalés para os hospedes. O negócio era só da família, o ambiente era totalmente familiar e tranquilo. Os chalés tinham uma estrutura dos chalés europeus e trazia o nome de um pássaro em cada habitação. O delas era na cor azul Royal e levava o nome de Arara Azul. Possuía duas camas de solteiros e um ambiente bem agradável, com TV, frigobar, mesa e cadeiras, um belo sofá de dois lugares e uma mesinha ao lado.
- Nossa que vista linda! – Sabrina estava encantada com o cenário a sua frente, vários coqueiros e redes espalhadas pelo ambiente, tudo ao ar livre à sombra das árvores.
- Lindo mesmo, perfeito aqui. – Alice se aproximou da morena e apreciou a vista.
- Vamos andar um pouco por aí? – Alice olhou para a mulher do seu lado e concordou.
Saíram e foram passear na grande área verde que ladeava os chalés, piscinas e um belo lago cheio de pedalinhos onde se viam alguns casais passeando, as mulheres se entreolharam e sorriram em comum acordo e se dirigiram para um pedalinho que estava estacionado perto delas.
Sabrina entrou primeiro e ajudou a moça dos cabelos de mel a se acomodar do seu lado.
- Como sonhei em andar num desses... – Alice sorria com alegria diante daquela maravilha.
Sabrina cada vez mais se encantava pela mulher linda que Alice se transformara.
- Nossa também, nunca andei em um! – Sabrina deu uma gargalhada divertida o que fez Alice se virar e encarar aqueles olhos brilhantes e não se controlou, acariciou levemente seu rosto com as costas da sua mão e perguntou gentilmente. – O que aconteceu contigo? Por que você não respondeu minhas cartas?
Sabrina já esperava pelas perguntas, mas não naquele momento. Virou-se levemente no pedalinho e parou o movimento fazendo Alice também parar.
- Eu nunca te esqueci Alice! Você ficou aqui dentro de mim no meu lugar secreto e quando pensei que não ia suportar a dor de perder meus pais, eu encontrava nas suas cartas um motivo para segui. – Sabrina se emocionou e calou por um instante, Alice apenas apertou sua mão de maneira carinhosa, mas não falou nada. – Passei um tempo perdida e não sabia o que fazer, então Thiago me propôs voltar para o Brasil e fazer parceria comigo nos negócios dele com minha herança, para que isso se concretizasse nos casamos, ele gostava de mim e eu precisava de alguém do meu lado. Era jovem e não sabia conduzir nada daquilo que deixaram para mim. – Deu uma nova pausa e continuou. – Tive que me adaptar a uma vida que não queria, mas era o que tinha no momento. Sou grata ao Thiago por tudo que fez por mim, então tentei corresponder ao amor dele da melhor forma possível, mas não deu...
Naquele ponto das declarações Sabrina não conseguiu continuar e Alice achou por bem descerem do pedalinho e irem para o redário onde tinha várias redes dispostas à sombra das árvores, havia mesinhas com cadeiras e almofadas também.
Alice puxou uma cadeira na mesinha e esperou que a morena sentasse primeiro, logo apareceu um garçom e pediram uma água de coco.
- Você poderia ter me procurado Sabrina, sabia onde morávamos. – Alice retornou o assunto logo depois que o garçom se retirou. Sabrina deu um longo gole na água e respondeu.
- Não podia te procurar naquele momento da minha vida, tive receio de te encontrar casada e com sua vida bem estruturada. – Alice balançou a cabeça em negação. – Jamais atrapalharia você e sua família, mas confesso que me controlei muitas e muitas vezes para não mandar tudo para os ares e correr para você.
Sabrina se levantou nervosa e se dirigiu para as redes espalhadas pelo local, escolheu uma mais reservada e deitou tentando relaxar um pouco. Poucos minutos se passaram e sentiu o calor do corpo da mulher que amava se encostar no seu dentro da rede. Alice deitou no outro lado e abraçou o corpo trêmulo da morena.
- Está tudo bem, meu amor. – Alice abraçou mais forte tentando passar todo carinho e Sabrina chorou.
Chorou pelos pais, pelo casamento forçado, pelas noites que passou acordada pensando em Alice, chorou pelo tempo que perderam colocando os “se” antes de qualquer atitude e por fim se sentiu leve, em paz. Ficaram em silêncio só escutando uma música que tocava baixinho nas várias caixas de som espalhadas no local, prestou atenção na letra e deu um leve sorriso.
-This time, this place misused, mistakes
Too long, too late, who was I to make you wait?
Just one chance, just one breath
Just in case there's just one left
'Cause you know you know, you know
That I love you I have loved you all along and I miss you
Been far away for far too long
I keep dreaming you'll be with me and you'll never go
Stop breathing if I don't see you anymore
– Cantou baixinho junto com o cantor, adorava escutar Far Way na voz de Nickbelback, era uma música que sempre lembrava a Alice. (https://youtu.be/5nebjIJa7Rc)
As duas se acariciavam mutuamente, Sabrina continuou contando sua vida e Alice bebia suas palavras, falou dos dias na faculdade, das saudades que sentia de ficar conversando com Alice, dos momentos tristes que passou quando perdeu o bebê, naquela hora Alice a beijou suavemente e Sabrina adorou o carinho. Começou a tocar nos cabelos dela como fazia quando eram adolescentes. Deslizou suavemente seus dedos nos cabelos espalhados na rede e inspirou aquele perfume tão conhecido. Sorria feliz.
- Quando acordei no dia seguinte ao aborto, me sentia vazia de emoções, nada me animava, nada chamava minha atenção, quis morrer também. – A voz de Sabrina estava vazia de emoções, mas Alice deu uma sacudida nela e falou de pois de vários minutos em silêncio.
- Ei, nunca mais fale uma bobagem dessas! – A morena assentiu com um gesto de cabeça e Alice beijou carinhosamente seus cabelos. – Ainda temos tempo para termos uma criança.
Sabrina surpresa levantou a cabeça.
- Temos?
- Claro, adoraria ter uma menina parecida contigo correndo pela casa. – Alice deu uma risada da expressão surpresa da morena nos seus braços.
- Isso quer dizer que vamos ficar juntas? – Foram as palavras mais esperadas para serem ditas por Sabrina nos últimos anos. – Você quer realmente ficar comigo?
Alice respirou fundo e afundou o rosto no pescoço da morena e respondeu de um jeito doce e emocionado.
- Sempre! Você sempre esteve comigo, nunca consegui te esquecer, nem quando saía com outras pessoas, você esteve sempre dentro de mim, sonhava contigo, acordava e te procurava ao meu lado... – A voz da mulher falhou nessa hora.
Agora foi a vez de Sabrina beijar carinhosamente a cabeça com os cabelos cor de mel e apertar mais seus braços ao corpo dela.
- Estou aqui minha vida! – Alice correspondeu ao abraço e ficaram curtindo o final da música do Peter Katz.
A narrativa de Alice foi mais breve, mesmo porque dona Cláudia já tinha contado quase tudo para Sabrina. E depois daquele momento onde colocaram suas vidas uma para a outra ficaram balançando na rede e acabaram adormecendo.
À noite as duas saíram para um jantar romântico no restaurante da chácara, com direito a um bom vinho, luz de velas e flores. Alice não conseguia acreditar que estava ali com sua menina, depois de tantos anos acreditando que não ia mais encontrar Sabrina eis que a vida lhe oferece uma segunda chance de ser feliz e claro que dessa vez não deixaria escapar.
- Que foi moça bonita, porque está tão calada? – Sabrina estranhou o silêncio da outra.
- Estava pensando o quanto estou feliz com você aqui e dessa vez não vou deixar você sair da minha vida, porque para onde for eu vou também. – Afirmou uma Alice categórica. Sabrina sorriu e tocou de leve a mão da mulher que estava na sua frente.
- E nem quero ir para lugar algum sem você minha vida. – Ficaram se olhando e a faísca do desejo ascendeu, hora de encerrar aquele jantar e voltar ao chalé Arara Azul. Então em comum acordo deixaram o restaurante da chácara de mãos dadas, ninguém sequer olhara para elas, as poucas pessoas no ambiente estavam ocupadas com seus respectivos companheiros para reparar naquele casal emocionado que deixava o local com o corpo e o coração cheio de desejo e amor.
Sabrina tinha conversado com o amigo dono da chácara para preparar uma surpresa para Alice, o amigo então preparou todo o ambiente para uma noite maravilhosa para as duas mulheres.
As mulheres entraram no quarto e estancaram maravilhadas com a decoração, o quarto estava mergulhado na penumbra, a cama, que antes era de solteiro, se transformou numa de casal com lençol branco e impecável, na mesinha ao lado do sofá um balde com gelo e uma garrafa de vinho, duas taças, um pote com morangos e duas velas aromáticas completava o ambiente. O perfume das velas e sua luz deixava o quarto numa sensual penumbra, trazendo um clima de paixão. Um sistema de som tocava músicas romântica. No banheiro uma banheira antiga estava cheia de água com pétalas de rosas vermelhas.
Alice parou no meio do quarto e Sabrina veio devagar e encostou seu corpo nas costas dela, enquanto suas mãos subiam e desciam pelos braços de Alice numa carícia cheia de carinho e reconhecimento. Alice se deixou escorar por completo no corpo quente de Sabrina e deitou sua cabeça no ombro da morena que aproveitou e afastou os cabelos do pescoço dela e começou a espalhar pequenos beijos em toda a extensão até chegar no queixo da mulher.
- Vamos aproveitar esse vinho! – Alice respirava com dificuldades, mas não queria apressar nada. E se continuasse naquelas carícias não controlaria o desejo.
- Venha! – A voz de Sabrina saiu baixa e macia, sua respiração estava ofegante de desejo.
Abriram o vinho e Sabrina serviu as taças, logo uma música começou a tocar e Alice estendeu a mão na direção daquela mulher que sempre viveu dentro de si.
- Quer dançar comigo?
- Sim!
(https://www.youtube.com/watch?v=BeMJoRppPDw )
A música embalou os corpos que se encontraram depois de vinte anos, mas parecia que tinha sido ontem que haviam separados. Sabrina segurou o rosto de Alice entre suas mãos e sussurrou de encontro aos seus lábios vermelhos pelo vinho.
- Amo você.
Alice respirou fundo e encarou os olhos pequenos daquela mulher linda na sua frente e também falou baixinho, sua voz estava cheia de desejos.
- Sempre te amei, continuo te amando e te quero demais na minha vida.
Aquele foi o gatilho para Sabrina beijar deliciosamente aqueles boca, o mundo parecia ter se transformado enquanto os lábios se reconheciam, sua língua encontrou a de Alice e ali fez morada, segurou mais forte a cabeça dela e aprofundou o beijo, fazendo seus corpos se agarrarem como um só.
Sabrina comandou os movimentos e começou a despir as roupas de Alice, não havia pressa, as mãos estavam trêmulas, mas ao mesmo tempo segura do que queria e queria aquela mulher como nunca, hoje seu corpo latej*v* a procura da satisfação que só ela podia lhe dar. Enquanto a música tocava ao fundo, elas dançavam a melodia do desejo e da paixão, livre das roupas, os corpos se buscavam e se encontravam num vai e vem delicioso e quente.
- Quero você...quero muito, você é minha, só minha!
Sabrina beijava o corpo de Alice com reverência, encontrou os seios pedindo seu carinho, se demorou com sua boca se deliciando daquele calor gostoso, mordiscava e depois lambia lentamente, fazendo Alice se contorcer de tesão, sua mão subia pelas coxas firmes e tocava de leve o vão entre suas pernas encontrando um calor e um rio de excitação, a morena suspirou quando viu o quanto a outra estava molhada, não quis mais prolongar e deslizou pela barriga lisa de Alice em direção aquele vale de prazer.
Alice gemia timidamente, seu corpo já não lhe pertencia, não dominava mais suas emoções e se perdeu no prazer que a boca da morena lhe dava. Enquanto tocava com sua boca o clit*ris teso da sua menina, Sabrina deixava seus dedos deslizarem pela entrada da vulva molhada, esperando o momento certo de adentrar naquele lugar tão desejado por ela.
- Vai, Sabrina, não suporto mais...quero que me toque.. – A voz saiu entrecortadas de gemidos de prazer.
Sabrina desceu mais seus lábios de encontro ao sex* da mulher e lambeu de cima a baixo trazendo arrepios pelo seu corpo e da sua parceira, aquele gosto era irresistível. Penetrou seus dedos no sex* de Alice e se encantou com os gemidos dela. Respirações ofegantes e gemidos ocuparam o espaço dentro daquele quarto, Sabrina aumentou os movimentos com a boca e a língua e viu seus dedos serem esmagados dentro do recanto quente de Alice, ela estava alcançando um orgasmo alucinado, enquanto seu corpo também encontrava a satisfação.
Alice voou nas asas do prazer e encontrou pouso nos braços suados de uma Sabrina sorridente e feliz.
- Que loucura!
- Sim, você é minha loucura. – Sabrina beijava os lábios dela suavemente, fazendo ela experimentar seu próprio sabor. – Amo você!
Alice se enroscou mais e mais até se encaixar no corpo suado de Sabrina, começou a esfregar lentamente seu sex* de encontro ao dela e uma fricção quente começou, ofegantes suas bocas se buscaram e um beijo arrebatador se fez, línguas duelavam por um espaço onde o final seria a vitória das duas. Sabrina acelerou os movimentos sentindo seu orgasmo aproximar violento. Quando não tinha mais ar seu corpo foi sacudido por uma violenta onda de gozo e Alice acompanhou. Caíram lado a lado na cama tentando encontrar o folego perdido depois do prazer.
Ficaram se tocando, naquele momento cheio de carinho e satisfação.
- Vamos aproveitar aquela banheira maravilhosa? – Sabrina encontrou forças para levantar e estendeu as mãos para sua parceira.
Entraram na banheira, mas antes levaram o vinho e ficaram bebendo e conversando baixinho dentro d’água, Alice entre as pernas de Sabrina encarando aquele rosto lindo, a todo instante acariciava como se não acreditasse que ela estava ali com ela.
Amaram-se mais uma vez dentro da banheira e depois foram para o quarto onde adormeceram uma nos braços da outra como nos velhos tempos de colégio, com a diferença que daquela vez Sabrina não ia mais embora da sua vida.
Na manhã seguinte Alice acordou e procurou Sabrina do seu lado e não a encontrou, sentou-se assustada e correu os olhos pelo quarto em busca da morena, logo respirou aliviada quando a viu na pequena sacada do chalé. Levantou e pegou um roupão de seda braço que estava aos pés da cama e abraçou a morena por trás.
- Bom dia minha linda! – Sabrina se abraçou aos seus braços e respondeu feliz.
- Bom dia meu amor, dormiu bem?
- Hummm, maravilhosamente bem. E você?
- Como há muito tempo não dormia!
- E essa mesa maravilhosa é para gente? – Uma mesa estava arrumada para o café da manhã na sacada do chalé.
- Sim, está com fome?
- Morta, uma pessoa roubou minhas forças ontem à noite.
- Vixe, foi mesmo, quem poderia ser? – Sabrina ergueu as sobrancelhas divertida com o rubor nas faces de Alice.
- Minha futura mulher! – Agora foi a vez de Alice erguer as suas sobrancelhas com a expressão surpresa da morena.
- Sério? Assim sem anel...- Alice interrompeu sua fala com um beijo carinhoso.
- Sim, vamos ter muito tempo para comprar um.
Sorrindo elas se beijaram e ali diante daquela manhã luminosa firmaram uma promessa de um amor que começou na adolescência e sobreviveu às adversidades que a vida comanda pelo anos de experiências e conhecimentos. Hoje elas estavam mais maduras, vivenciaram sofrimentos e obstáculos que as fizeram fortes na certeza do seu amor.
Lógico que teriam mais dificuldades para enfrentar, mas agora estavam juntas e o mundo lhes trariam mais e mais razões para lutar suas batalhas, seriam dois seres em um só, olhando em direção a um horizonte repleto de vida, e uma vida de amor e cumplicidade.
Formariam a família que tanto queriam, teriam espaço na suas vidas para os amigos, à família, que se resumia a dona Cláudia e a Thiago, que as apoiou em tudo, apesar do início ter ficado na defensiva, mas logo viu que a ex mulher estava feliz e isso o deixou feliz também, queria muito que Sabrina encontrasse seu próprio caminho, como ele encontrara nos braços da Salete o seu.
A menina introspectiva que um dia escondia o rosto nos cabelos longos cor de mel se transformara num bela mulher dona de um sorriso constante e uma felicidade contagiante, que nos braços quentes da morena simpática de olhos brilhantes e pequenos encontrara o verdadeiro significado do AMOR.
Um dia se perdera nas suas memórias, hoje realizava seus sonhos de construir sua verdadeira história ao lado de Sabrina.
“De tanto querer um amor, se viu perdidas nas memórias vívidas de um passado que lhe trouxe paz, luz e paixão...
Quis tanto encontrar seu amor, que o mesmo veio ate você e lhes trouxe a deliciosa fábula de universo repleto com os sentidos desse amor...
Chamou, clamou, desistiu, resistiu...
E finalmente chegou...
Trouxe sua paz e revelou seu eterno amor!!!”
Escrita por uma das autoras.
Fim do capítulo
Olá meninas, aqui está mais um romance em parceria com minha maravilhosa amiga Oliale, ela continua escrevendo seus projetos e tenho o imenso prazer de postar aqui. Vamos prestigiar mais esse trabalho e torcer para em breve sair mais um lindo projeto de amor entre essas mulheres lindas que habitam nosso universo colorido.
Em breve lançarei um projeto também, contará com a ajuda de Oliale.
Os links com as músicas que usei são do youtube e a foto da capa das páginas maravilhosa do meu amigo Google.
Agradeço a atençao de todas e um excelente feriado.
Beijos de Luz e um abraço carinhoso da amiga Oliale.
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Silvanna
Em: 02/11/2018
Escritoras parabéns pela história, muito bem escrita, os detalhes são importantes para nós leitores, nutri nossa imaginação. O fundo musical com ótimas escolhas.
Resposta do autor:
Olá Silvana.
Ah que bom ler seu comentário, o fundo musical foi quase todo responsabilidade da minha amiga Oliale!
As história tem um dom de nos transportar para um universo nosso onde podemos usar a imaginação e criar uma vida de luz, paz, amor e de paixão. Nós criamos o enredo e vcs recriam suas cenas!
Muito felizes com sua receptividade.
Beijos carinhosos das autoras!
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MellMaia
Em: 02/11/2018
Olá lindas autoras Oliale e lalu minha admirável sonhadora. É sempre uma imensa felicidade ler algo de vocês. A cada história consigo enxergar o carinho , e amor o qual vocês expressão em casa palavra . O sentimento que passa de paz e amor ao ler vocês é tão grande que quando acaba ficamos com aquela sensação de "Nossa durou tão pouco ". Agora irei expressar o que senti com esta história linda .
Na sinopse já senti que seria uma história repleta de saudades e desencontros. Não é fácil conhecer seu grande amor em um instante e logo apos ter que vê ele partir. Eu senti a dor da saudade , a mágoa pelo distanciamento que Alice sofreu , mas também percebi que mesmo Alice estando magoada , e mesmo Sabrina tendo medo do que encontraria se fosse atrás dela . O amor delas era tão forte que o destino fez questão de juntar elas novamente mesmo sem que elas sequer precisassem tomar a iniciativa.
Essa história nos mostra que o amor verdadeiro ele não morre , ele permanece vivo sempre , e sempre o destino dara um jeito de juntar duas almas gêmeas novamente . Eu fiquei feliz com o reencontro das duas e é que enfim puderam viver de verdade o amor verdadeiro que as unia. Só fiquei triste porque a história merecia muitos mais capítulos . Acho que Alice e Sabrina jamais serão esquecidas , pois assim como ambas ficaram gravadas no coração uma da outra eternamente apesar de Tão pouco tempo de convivencia. Em meu coração nesse pequeno tempo de acompanhamento elas já estão tatuadas em meu coração também.
Muito obrigada por nós presentear com mais está esta obra prima e peço que mais e mais veses possa ler histórias de vocês. Amo vocês e amo cada uma de suas personagens essa parceria de vocês mostra o quanto a conexão entre vocês é forte até mesmo nos sentimentos de suas personagens consigo enxergar vocês. Obrigada por tudo . Bjs e desculpa pelo livro ,mas eu precisava expressar o quanto amo vocês e suas personagens. Bjs de Mell xauzinho .
Resposta do autor:
Oi Mel.
Primeiro um cheiro bem gostoso em ti amiga linda!
Depois que maravilha receber um comentário como esse seu!
Estamos muito felizes por ter encontrada tanta receptividade nessa história.
Você é uma pessoa sensível e de um carisma único. Obrigada mesmo!
São pessoas como vc que nos motiva a continuar escrevendo. Até mesmo nos momentos difíceis que passamos vcs nos mostra um ânimo para continuar.
Queremos está sempre levando esse amor para nossas leitoras, esses momentos de carinho e paz, já vivemos tanto caos na vida, então que nossas histórias lhes traga paz e amor!
Beijos carinhosos das autoras e em breve estaremos juntas novamente.!
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line7
Em: 01/11/2018
Amei cada detalhes meninas^^ vs estão de parabéns ^^ me divertir lendo, me emocionei também, eu sei como é importante um comentário, assim também como é maravilhoso ler cada romance q são escrito com carinho q faz viajar no mundo paralelo^^ rss..
Resposta do autor:
Bom dia Line7!
Muitíssimo obrigada pelo comentário! Adotamos ler suas palavras!
É muito importante mesmo receber um comentário, mostra que conseguimos agradar!
A história é linda mesmo. Alice e Sabrina são um amor!
Beijos e um abraço carinhoso dessas duas amigas para você!
Um ótimo feriado!
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