Ao meu autoconhecimento
Para meu autoconhecimento:
Como ousa me endurecer tanto e me colocar em dúvida o tempo todo? Como ousa se basear em minha insegurança e me deixar aqui, desarmada, me sentindo incompleta?
Como confiar quando o abandono acontece? Como acreditar, não ceder ao medo?
Como ousa deixar meu medo maior do que minha felicidade?
Não é fácil, talvez não fosse para ser fácil. Se perceber inteira nunca é.
Como pode ser você, meu querido autoconhecimento, tão difícil de ser encontrado, me trazendo sempre para esse meu lugar escuro, de dor, que de tão conhecido já me parece confortável? Só me restam mais 2 tragos do cigarro e o último gole no copo e o mundo parece que está na iminência de desabar.
É nessa hora que não tenho mais como te evitar, como estar em companhia de mim mesma e de minha cama vazia, da madrugada fria, da falta de sono, o fato de que o mundo continua girando enquanto tudo dentro de mim rui para que você possa se construir. É nessa hora que você me enche de pensamentos inquietos e inconstantes, aproveitado que eles estão desprovidos da companhia da fumaça ou o breve alívio do álcool, deixando-os livres para correrem soltos, ocupando a casa, a vida e o corpo.
Agora, fica você responsável por curar esse buraco no peito que me deixa que nem o homem de lata, sem coração, enferrujando a cada segundo. Fica você por conta de me mostrar onde está aquele coração grande, aquela confiança, a certeza em acreditar.
A solidão é a única companhia constante, esperando por você para ser inteira.
Fim do capítulo
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Cristiane Schwinden
Em: 11/09/2018
Até porque às vezes nos assustamos quando começamos a nos conhecer melhor ;)

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