Capítulo 1
O escritório estava uma bagunça. Estávamos ampliando o número de salas e, consequentemente, o número de funcionários. Por ser uma das sócias, a minha função era delegar funções às outras pessoas. Sendo bem sincera, eu estava cansada e queria fechar meus olhos e só os abrir quando tudo estivesse em seu devido lugar.
Durante a tarde teríamos uma pequena reunião com os novos advogados, apenas para "reconhecimento de campo". Logo após o almoço me direcionei à sala de conferência, meus dois sócios já se encontravam ali. Nós abrimos o escritório pouco depois que formamos.
- Boa tarde, Pati. Rica. - Me dirigi a minha cadeira.
- Hum... Tem alguém de mau humor aqui? - Ricardo comentou.
- Está tão nítido assim? - Soltei um sorriso, em conjunto com um suspiro.
- Meu amor, você é tão transparente que me pergunto sempre como se tornou uma advogada de sucesso. - Foi a vez de a Patrícia me alfinetar. - Dra. Biochi. - Nós três soltamos gargalhadas.
- Talento, meu amor. Muito talento. - Deixei a modéstia de lado. - E muito trabalho. - Encarei meu relógio no pulso esquerdo. - Qual o horário dessa reunião mesmo?
- Às 14hrs. - Ricardo se sentou ao meu lado.
- Eu só queria que todo esse tumulto acabasse logo. Vocês não estão achando estressante tudo isso? - Olhei de Ricardo para Patrícia, que ainda continuava em pé, organizando alguns papéis.
- Logo vai acabar, Vitória, e vai valer a pena. - Soltei outro suspiro.
Patrícia que iria conduzir aquela reunião. Ricardo e eu só tínhamos que participar para dar as boas-vindas aos nossos novos colegas.
De acordo com que os minutos iam passando e às quatorze horas se aproximavam, os novos advogados iam se acomodando em suas poltronas. Me deixei distrair pelo meu celular, respondendo algumas mensagens de Flávia, minha esposa. E só voltei minha atenção quando ouvi Patrícia cumprimentá-los. Guardei meu celular e prestei atenção ao que ela dizia. Coisas rotineiras e motivadoras. No breve discurso falando sobre a empresa, ela nos deu a palavra para que nos apresentássemos. Como eu queria acabar logo com aquilo, resolvi me apresentar primeiro.
- Boa tarde a todos. - Passei os olhos por alguns que já eram conhecidos por mim. - Para quem não me conhece, meu nome é Vitória Biochi e sou uma das sócias do escritório. - Entre os rostos conhecidos e os que nunca haviam visto, um em especial chamou minha atenção. Ela estava sentada na fileira do meio, bem em frente à onde eu estava. Por alguns segundos ela me prendeu com seu olhar intenso. - Apenas gostaria de lembrá-los que o sucesso só é alcançado com esforço e ética, então aproveitem essa oportunidade, trabalhem e façam valer à pena. - Nossos olhares se encontraram novamente. - Sejam todos muito bem-vindos. - Sustentei seu olhar até me sentar.
Ricardo falou por alguns minutos, porém eu não prestei atenção devido à mensagem de Flávia, me avisando sobre um jantar naquela noite. Mordi meu lábio inferior imaginando o que poderia responder. Quando levantei meu olhar lá estava a mesma moça me encarando. O olhar dela me deixou desconcertada, a ponto de sentir minha face ruborizar, mesmo que levemente. Tratei de desviar meu olhar e responder à mensagem de Flávia para poder voltar minha atenção a reunião. Durante alguns longos minutos Patrícia falou. E em uma atitude impensada, revirei meus olhos devido ao tédio e notei que não havia passado despercebido pela jovem que me analisava. Ela me lançou um sorriso de canto e minha única ação foi levantar a sobrancelha esquerda, péssimo hábito que adquiri. Enfim Patrícia deu por encerrada aquela reunião, aplausos contidos foram dados e eu aproveitei a deixa, me retirando da sala, olhando a última vez para aquela jovem.
***
- Como foi o seu dia? Sobreviveu a toda aquela bagunça? - Flávia passou seus braços em volta de meu pescoço, selando brevemente meus lábios.
- Resumiu-se em uma única palavra: tédio. - Acariciei sua fina cintura e deitei minha cabeça na curva de seu pescoço. Fechei meus olhos e os olhares daquela jovem floresceram em minha mente. Tratei de esquecer aquilo e me concentrei na minha mulher. - Onde é esse jantar? Nós temos mesmo que ir? - Choraminguei para tentar persuadi-la a desistir daquela ideia.
- Se você não quiser ir, tudo bem, meu amor. - Ela dizia, enquanto acariciava minhas costas. - Eu só queria que você fosse comigo, não é nada de especial. - Nosso casamento, ao contrário do que todos falavam, desde o início, só melhorava de acordo com que o tempo passava. Estávamos juntas há sete anos. Algumas brigas ou desentendimentos aconteciam, mas resolvíamos logo e podíamos dizer, com orgulho, que nós nunca havíamos passado mais que algumas horas brigadas.
- Você tem certeza que não se importa de eu não ir? - Apertei sua cintura.
- Dessa vez você está livre, senhora.
Ela soltou uma gargalhada gostosa, que eu fui incapaz de não acompanhar. Dei alguns beijos inocentes em seu pescoço que não demoraram a desenvolver para carícias mais intensas. Flávia me deixava excitada sem muito esforço. As mãos dela passeavam pelo meu corpo apertando e retirando as peças que nos atrapalhavam.
- Eu não posso demorar... - Ela murmurou enquanto eu retirava sua blusa social e saia. - Ahn...
Ela soltou um gemido quando encontrei um de seus mamilos. Ch*pando-os com vontade. Flávia puxou meu cabelo, fazendo com que nossas bocas se encontrassem em um beijo urgente e cheio de excitação. Esbarramos em algumas coisas até cairmos no sofá. Os amassos duraram por um bom tempo e nos renderam orgasm*s maravilhosos. Os anos não tiraram em nada a sua sensualidade, poderia dizer que foi o contrário.
- Amor, fica aqui comigo, vamos aproveitar mais... - Sugeri maliciosamente, mas a conhecia bem, ela não faltava em compromissos marcados.
- Quando eu voltar, aproveitamos mais. - Me lançou um sorriso safado.
- Eu vou te esperar. - Mordi seu ombro.
- Vou tomar outro banho e ir, provavelmente já estou atrasada. - Apenas assenti e continuei ali, nua no sofá. Amava aquela liberdade.
Depois de alguns minutos, ela apareceu na sala novamente. Linda. Trocamos algumas palavras, antes dela sair.
Eu acabei dormindo no sofá e quando acordei estava excitada. Aquela jovem da reunião surgiu para fazer companhia em meus sonhos. Mordi o lábio tentando falhamente reprimir aquele desejo que se apossou do meu corpo. Achei melhor tomar um banho frio e tirar aqueles pensamentos da minha mente.
Fim do capítulo
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