Capítulo 46 -- Eu Vou Morrer?
A ILHA DO FALCÃO -- CAPÍTULO 46
Eu Vou Morrer?
Sidney foi até a janela, afastou as cortinas e deu uma olhadinha para fora.
-- Nem sinal dos animais. Será que eles estão reunidos planejando uma estratégia de ataque?
-- Para de falar besteira -- Sibele atravessou a sala e sentou-se ao lado de Marcela no sofá -- Desde quando animais criam estratégias?
-- Você diz isso porque não ficou frente a frente com a girafa. Pela cara do animal deu pra ver que ele possui algum tipo de instinto maléfico, pronto para detonar a raça humana.
-- Você está querendo dizer que ele faz parte de uma estratégia de espécies de animais em busca de extinguir a raça humana antes que os humanos os extinguem. Basicamente um tipo de autodefesa?
-- Exatamente! -- Sidney respondeu sério, mas Sibele caiu na gargalhada.
-- Seu louco! -- Sibele passou o braço pelos ombros de Marcela e a manteve junto de si -- Pois eu acho que o leão estava tarando a Marcela.
Sidney franziu a testa, rabiscou algumas letras em sua palavras-cruzadas e então mordeu a ponta da caneta.
-- Um animal com "V"?
-- Você! -- respondeu Marcela rindo.
-- Veado! -- respondeu Sibele.
-- Engraçadinhas! Estou falando sério -- Sidney jogou a revista de palavras-cruzadas em cima da mesa e se voltou para Andreia -- Ainda está pensando no elefante? Pode falar. É normal, eu mesmo não consigo parar de pensar na girafa. Aquelas orelhinhas, aquela boquinha, mascando, mascando. Vocês sabiam que os machos dos elefantes costumam beber a urina das fêmeas logo antes de fazerem sex*? E que o café mais caro do mundo vem do cocô de elefante?
Andreia correu para o banheiro, mal chegando à pia em tempo, antes de começar a vomitar.
-- Olha só o que você fez -- Marcela bufou irritada.
-- Que coisa! A Andreia até parece que está grávida -- ele deu uma risadinha e olhou para Marcela e Sibele. As feições sérias das duas, plantou uma sementinha de desconfiança no rapaz -- Vocês estão escondendo algo de mim?
Andreia prendeu os cabelos em um coque no topo da cabeça e retirou a roupa. Ela entrou na água com um leve suspiro de satisfação, permitiu que todo o corpo relaxasse. Sentia as tensões do dia desaparecerem lentamente para serem substituídas pela sensação de bem-estar.
Ela pegou a caneca com chá e deu um pequeno gole. Ela riu suavemente, lembrando do elefante caminhando tranquilamente pelo quintal. Nunca imaginou que passaria por tantas emoções em tão pouco tempo.
O sabonete tinha cheiro de ervas. Ela fez uma leve espuma e começou a passar na pele, demoradamente. Fechou os olhos imaginando outras mãos tocando seu corpo, outros dedos acariciando suas pernas, seu braços, seu abdome, seus seios, descendo... Descendo...
-- Ahhh... Natasha... -- disse ela, com a respiração ofegante e a voz rouca.
Andreia gemia movendo os quadris, se contorcia enquanto friccionava o clit*ris.
-- Ahhh, Deus! -- ela gritava, empurrando ainda mais o quadril.
-- Andreia!
A porta se abriu com um estrondo e ela mergulhou apressadamente deixando seu corpo completamente submerso.
-- Meu Deussssss... -- Sidney a puxou pelos cabelos -- Você está tentando o suicídio!
-- Me larga! -- Andreia se debateu -- Seu louco!
Finalmente ele a soltou.
-- Ai, desculpa. Pensei que estava se afogando de propósito -- ele sentou na beirada da banheira e a fitou desconfiado -- Imaginei ter ouvido gritos.
-- Que se afogando, seu bobo -- ela mergulhou uma das pernas ensaboadas e depois a outra, deixando que a água as enxaguasse -- Estava apenas relaxando.
-- Hum -- ele hesitou por uma fração de segundo -- Andreia seja sincera... Existe alguma possibilidade de você estar grávida?
Andreia arregalou os olhos e até se esqueceu de respirar. Percebeu que Sidney também não estava respirando, e franzia os olhos como se preparando para a resposta.
Na verdade, estava desconfiada. Seu corpo estava mudando. Sua cintura se mostrava um pouco mais larga, a barriga estava mais inchada do que o normal e não estava conseguindo fechar algumas de suas calças jeans? Pensou que fosse o TPM, mas o inchaço não foi embora e seu período menstrual não veio. Os seios doloridos ou inchado, também aconteciam antes da menstruação. Por isso, não estranhou.
-- Andreia... Andreia... Está ouvindo esse barulho?
Ela foi arrancada dos seus devaneios pela voz ansiosa de Sidney.
-- Um helicóptero?
O som do motor cobriu-lhe a voz. Ela agarrou o braço de Sidney e se levantou da banheira. Seu coração disparou. Só conseguia pensar em uma pessoa: Natasha.
O comandante Erivaldo olhou para Natasha e sorriu.
-- Que bom. O vento não está tão forte e parou de chover, vamos descer sem problemas -- ele disse aliviado -- Vou pousar o helicóptero naquela clareira.
-- Você não vai pousar o aparelho -- Natasha gritou perto da orelha de Erivaldo.
-- Não? -- ele perguntou, surpreso.
-- Eu quero algo mais glamouroso. Uma chegada triunfal.
O homem sentado a seu lado olhava para ela um pouco enauseado.
-- Para quem quer se mostrar?
-- Para ninguém. Só faça o que eu mandar -- disse ríspida -- Vou descer pelo cabo.
-- Fast Rope (corda rápida)? Tem consciência do que está querendo fazer? Você pode quebrar a perna, o braço, ou até mesmo o pescoço. Pode ficar paralítica ou até mesmo morrer.
-- Quanto drama, Erivaldo -- Natasha soltou o cinto e foi para a parte de traz do aparelho -- Sou praticamente uma guerrilheira.
-- Desde quando?
-- Desde...Desde... Cala a boca, Erivaldo - Natasha esbravejou - Fique tranquilo já fiz isso diversas vezes.
-- Quando?
-- Quando eu era criança, descia do sótão da casa do vovô por uma corda. Era moleza.
O comandante bufou, indignado.
-- Natasha, estamos em um helicóptero e não no sótão da casa do seu avô. Para de querer se exibir. Não quero que se machuque.
-- Eu entendo, Erivaldo. Só que não! -- Natasha abriu a porta de correr e começou a descer um cabo. Calçou luvas e agarrou-se ao cabo que a conduzirá do helicóptero ao solo.
Erivaldo viu que não tinha jeito. Natasha não ouvia ninguém.
-- Vou manter a aeronave estável, em voo pairado, para a sua descida, bem como compensar de forma adequada a variação de peso/potência durante o hover.
-- Faça isso -- ela trançou os pés para realizar uma espécie de freio durante a descida. Com as mãos, ela mantinha seu tronco próximo ao cabo -- Lá vou eu.
Todos correram para a varanda. Uma imensa sombra negra de um helicóptero voou sobre eles.
-- A Natasha está descendo por uma corda! -- Sidney levou involuntariamente a mão à cabeça -- Meu Deus! Uma mulher como essa realmente existe?
Andreia sentiu o corpo inteiro ficar tenso.
-- Que coragem! -- a ruiva estava fascinada. Natasha vestia uma calça jeans justa, uma camiseta de algodão e uma bota de couro. Os cabelos castanhos brilhantes presos por uma faixa. Mas a atenção de Andreia ficou concentrada no corpo perfeito que parecia ter sido esculpido.
-- Que exibida! -- Marcela fez uma careta -- Quem ela pensa que é? Indiana Jones?
-- Tomara que caia de bunda e quebre o cóccix -- disse Sibele, cruzando os dedos atrás das costas.
-- Quanta inveja! -- Sidney fitou Sibele, com desprezo -- Apagar a luz do outro, não vai fazer a sua brilhar, querida. Quem nasceu para ser Fusca, nunca será Ferrari.
-- Cala a boca! -- Sibele mostrou o dedo do meio para ele.
Natasha tocou suavemente o chão. Seu sorriso, falso transmitia tranquilidade, calma e segurança, mas, na verdade, estava quase se borrando de medo. Descer de 20 metros, com a aeronave balançando ao vento, equilibrar-se somente com a força das mãos, não era nada fácil. O corpo estava todo dolorido e mal conseguia se movimentar.
Andreia correu para recebê-la.
-- Não acredito que você fez isso! -- Andreia pulou para cima de Natasha, passando os braços em volta do pescoço dela.
-- Pois acredite, eu fiz, como fiz, e se bobear faço outra vez -- Natasha fitou-a com os olhos num tom cinza levemente esverdeado.
Andreia fitou o verde, com seus olhos castanhos brilhantes. Verde e castanho, era uma combinação perfeita.
Natasha piscou várias vezes, quebrando a conexão entre elas.
Marcela desceu as escadas e parou de frente para Natasha. Havia algo entre as duas e ela daria tudo para adivinhar o que era. Uma corrente de energia, quase palpável, que fazia-a temer pela irmã e pelo plano.
-- Uma apresentação digna de um filme de Hollywood -- comentou.
-- Obrigada, Marcela. Tudo fruto de muito treinamento.
-- Já com saudade de mim, Natasha? -- perguntou Sibele, encostada à parede da varanda.
-- Saudade de você? Saudade eu tenho é de quando vinha brinde no salgadinho. De você eu nem lembro.
Sibele bufou e olhou para o outro lado. Natasha sorriu.
-- Brincadeirinha, doutora. Na verdade pensei em você. Gostou do seu transporte? O Tião me disse que ele adorou.
Sibele nem respondeu.
Andreia pegou uma das mãos de Natasha e a apertou.
-- Nat, precisamos conversar. Essa ilha está cheia de animais selvagens. Tem leão, girafa, elefante e sabe-se lá mais o que? Você precisa tirar a gente daqui. Estamos correndo perigo.
Natasha respirou fundo. Doía muito vê-la com tanto medo, sabendo que ela foi a causa de tudo isso.
-- Ora, Carol. Estamos em Santa Catarina e não na Savana Africana. O máximo que temos em nossa mata Atlântica é mico-leão-dourado, onça-pintada, bicho-preguiça, capivara, tamanduá-bandeira, jaguatirica e outros animaizinhos inofensivos.
-- Mas, nós vimos! -- ela insistiu, apertando ainda mais a mão da empresária.
-- Tinha uma girafa me espiando pela janela do banheiro.
Natasha sentiu vontade de cair na gargalhada, mas conteve-se.
-- Que coisa estranha -- resmungou -- Eu resolvo isso depois, agora tenho um assunto muito mais importante para conversar com você.
Todos olharam para ela com os olhos arregalados e assustados. O que poderia ser mais importante que uma invasão de animais selvagens?
-- Tá, vamos entrar, então -- Andreia disse, hesitante. Imediatamente ficou tensa, pressentindo problemas.
Entraram na cabana e foram direto para o quarto. Natasha sentou-se na cama, as mãos entrelaçadas sobre os joelhos e um olhar que denunciava seriedade.
Andreia observava a empresária analisar o lampião que iluminava parcialmente o pequeno quarto.
-- Carol? -- chamou ela, quebrando o interminável silêncio.
-- Sim?
Natasha não conseguia olhá-la nos olhos, o que aumentou o seu nervosismo. Temeu por ela ouvir o som de seus batimentos cardíacos.
-- A doutora Talita me chamou para entregar o resultado do seu exame.
-- Eu vou morrer? -- perguntou com os olhos cheios de lágrimas - Fala a verdade, Natasha. Estou com alguma doença incurável?
Natasha sorriu achando o comentário engraçado. A empresária ergueu o queixo de Carol de modo que ela fosse obrigada a encará-la.
-- Por que está achando isso? -- ela quis saber, erguendo a mão e passando pelo rosto da ruiva.
-- Deve ser algo muito grave, para você vir até aqui.
Natasha parou de sorrir e acomodou-se mais próxima dela.
-- Você não está morrendo, Carol. Posso até afirmar que você se encontra muito bem -- sua mão direita buscou a dela, apertando-a com gentileza -- Você está grávida, Carol -- disse Natasha, num sussurro, enquanto colocava a outra mão sobre o ventre de Andreia.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Ada M Melo
Em: 20/07/2018
eu acho que a Andreia deve chutar o balde e contar a verdade pra Natasha....
até porque ela ja sabe e a mentira só vai complicar ainda mas a vida dela.
vandinha postar ai mais uns capitulos de brinde...rsrsrs
abraço!!!
Resposta do autor:
Olá Ada! Tudo bem?
A Andreia vai contar, sim. Quem sabe no capítulo 47? ou 48?
Hoje tem mais um cap. pra você.
Beijos. Paz e Luz.
[Faça o login para poder comentar]
patty-321
Em: 19/07/2018
A nat chegou em alto estilo. Muito louca. Andrea acha tudo avelã faz lindo. E agora o q ela vai fazer ao saber da gravidez? Vai abrir a verdade pra nat? Quabdo sai esse primeiro beijo? Bjs
Resposta do autor:
Olá Patty.
Os três próximos capítulos serão dedicados a confissão da Andreia, do beijo e mais algumas coisinhas. Então, vale a pena acompanhar.
Beijão!
[Faça o login para poder comentar]
Mille
Em: 19/07/2018
Oi Vandinha
Nossa a Nat sabe chegar chegando mesmo se arrependendo não demonstra.
Essa turma é engraçada demais e ficará ainda mais quando souberem que ficaram na ilha.
Será que a Andreia vai abrir logo o jogo para a Nat porque o canalha do César ainda não foi embora e com certeza o filho é dele que vai se manifestar os direitos de pai e querer meter a mão na grana dos Falcão.
Tá aí deve o levar para essa ilha repleto de animais juntos com a Mariana, tenho certeza que esses dois iram cair juntos.
Bjus e até o próximo capítulo
Resposta do autor:
Olá Mille.
Os próximos dois capítulos serão dedicados a confissão de Andreia. Qual será a reação da Natasha?
Hoje tem mais um capítulo.
Beijão, garota!
[Faça o login para poder comentar]
NovaAqui
Em: 19/07/2018
Espero que no próximo capítulo ela fale .a verdade
Já está na hora
Natasha é exibida kkkk Andreia se apaixona cada vez mais
Nem gozar em paz se pode kkkk Sidney não deixa rsrsrs
Abraços fraternos procês aí
Resposta do autor:
Olá NovaAqui.
Os próximos dois capítulos serão dedicados a confissão da Andreia. Qual será a reação da Natasha?
Hoje tem mais um capítulo.
Beijão! Fica com Deus.
[Faça o login para poder comentar]
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]