Tensão no ar. Preparem os corações. Espero que gostem. O próximo é o final.
35 – A prisão
Sem notícias de Marina há três dias, minha ansiedade estava na estratosfera. Parecia uma louca, quando saía de casa, ficava olhando para todos os lados, vendo o perigo em cada desconhecido. Mas o que me agoniava mesmo era não ter notícias, não saber o que estaria acontecendo.
No domingo, estava na casa da minha mãe, com ela sempre ficava melhor o meu dia. Eu estava na cozinha e ela na sala vendo TV.
- Filha, corre aqui – ela gritou. Eu larguei o copo com a água que estava tomando, na mesa e fui imediatamente.
- O que foi mãe?
O que vi me paralisou completamente e se não fosse minha mãe me amparando, teria ido ao chão. A imagem era nítida: via o João Carlos com uma arma apontada pra cabeça da Marina, na janela do apartamento e os policiais embaixo, tentando negociar.
- Mãe, é a Marina, mãe. Esse demônio vai matá-la. Porque ela tá nessa situação? Cadê a delegada Amanda, como ela deixou isso acontecer?
- Calma, filha. Os policiais não vão deixar, tenha fé. Olha lá, não é a delegada que chegou?
A situação está bem tensa, neste momento, senhores telespectadores. Parece que o assessor do governador do Amazonas está descontrolado e não quer se entregar, como vocês podem ver, esta jovem que é refém dele é sua namorada e segundo fontes, foi ela que ajudou a policia federal a desmantelar toda a rede de corrupção que agia naquele estado. O governador já está encarcerado na policia federal do Amazonas, prestando depoimentos, mas o seu assessor, o senhor João Carlos não desceu de viagem em Manaus, vindo num vôo de Miami para o Rio de Janeiro. Vamos aguardar e informar a vocês sobre os próximos acontecimentos...
O repórter encerrou o plantão do jornal e eu fiquei sem saber o que pensar, fazer. Só poderia rezar, peguei o celular e comecei a acompanhar por um site de notícias. As lágrimas rolavam e minha mãe trouxe um copo com água açucarada. Nem todo o açúcar do planeta seria capaz de tirar aquela angústia do meu coração.
As horas foram passando e segundo o site, a polícia estava determinada a invadir o apartamento, quando entrou o plantão novamente na TV.
A polícia está neste momento, na porta do apart-hotel e se prepara pra invadir o recinto. Meu Deus, o que será da refém, se ele atirar pode feri-la - neste momento o repórter, grita pro câmera man; filma, filma,a porta foi arrombada, cuidado, tiros, meu Deus...
Ficou tudo branco na minha vista, só escutei minha mãe me chamando e tudo ficou escuro.
Sinto um cheiro forte e acordo, sem saber onde estava, minha consciência foi retornando e eu me lembrei dos últimos acontecimentos e comecei a me agitar nos braços de minha mãe.
- Mãe, mãe, me diz mãe, a Marina ta viva? Oh não, não.
- Calma filha, não sei, vim lhe acudir e não vi o que aconteceu , tava uma confusão. Vamos ver se conseguimos alguma notícia na internet, porque na TV não está mais dando nada.
- Fiquei quanto tempo desmaiada?
- Uns 5 minutos, vou ligar pro seu irmão para lhe levar num PS, você está muito alterada.
- Não vou, quero saber de Marina, me dê meu celular, veja a senhora, por favor, não tenho coragem – e eu chorava e chorava, coração angustiado.
Mamãe pegou o celular e este começou a tocar, olhei o visor e era umnúmero desconhecido, meu coração quase sai pela boca.
- Alô, quem é?
- É a Sandra?
- Sim.
- Delegada Amanda. Oi, oi, você ta na linha?
- Alô, aqui é a mãe da Sandra, minha filha só me entregou o aparelho, ela não consegue falar.
- Senhora, diga pra ela se acalmar, sou a delegada Amanda, preciso informar que a Marina está bem, foi ferida por um disparo de arma de fogo, no antebraço esquerdo, mas foi superficial. E se encontra neste momento sendo medicada, no ambulatório do hospital Souto Aguiar e o suspeito se encontra detido. Ela estava me deixando maluca aqui aos gritos me pedindo pra ligar para a sua filha.
- Ah graças. Filha, filha, olha pra mim, Marina está bem. Obrigada delegada, obrigada.
- Assim que ela for medicada, ela mesma ligará pra vocês, o procedimento é que ela tem que primeiro depor. Boa tarde.
Mamãe me contou tudo que a delegada relatou e eu só conseguir chorar, agora de alívio.
- Mãe, preciso comprar uma passagem com urgencia para o Rio de Janeiro quero ficar perto dela agora, pois não vão liberá-la tão cedo.
- Você não vai só. Já chamei seu irmão, ele é advogado, é bom a Marina ter um por perto para acelerar os trâmites.
Conseguimos pegar um vôo somente na madrugada. Às 8h aterrisamos na cidade, dita, maravilhosa. Pegamos um táxi direto para o hospital.
- Por favor, recepcionista, somos amigos de Marina Freitas, que está neste hospital.
- Só um momento que vou conferir no sistema. Ela está no quarto 4204, mas vocês só podem subir com autorização da delegada Amanda.
- E onde está a delegada neste momento?
- Não sei lhe dizer, senhora. Pergunte daquele agente ali na porta.
- Deixa que falo com ele, mana, senta ali e procure ficar calma, mais um pouco de paciência e breve você vai ver a moça.
- Ele me disse que a delegada foi em casa, tomar banho, pois ficou aqui até madrugada. E deve está voltando daqui à uma hora, mais ou menos.
Minha vontade era invadir aquele hospital e em busca do meu amor. Mas, me acomodei e ficamos esperando o retorno da delegada.
Estava de cabeça baixa e cochilando, quando meu irmão toca meu braço. Abro os olhos e vejo a delegada sorrindo para mim, estendendo a mão para mim.
- Senhora Sandra, como está? Sou a delegada Amanda.
- Oi, Prazer. Esse é meu irmão Paulo e também advogado de Marina. Por favor, delegada Amanda, autorize a minha entrada.
- Satisfação. Não há nenhuma acusação contra a Marina, pelo contrário, a sua namorada é a nossa heroína, foi pelo esforço e inteligência dela que conseguimos provas cabais do envolvimento de todos os corruptos e assim vamos conseguir que eles permaneçam o resto da vida atrás das grades. Agora, venha ver a sua garota. Ela está bem. Só um curativo no braço e hoje mesmo terá alta. Mas vai precisar de acompanhamento psicológico, como manda o protocolo para casos de seqüestro.
Ela deu a autorização para a recepcionista e foi me acompanhando para o interior do hospital. Meu irmão ficou me esperando na recepção.
- Bom dia agente Souza.
- Bom dia delegada.
- Essa moça é namorada da vítima e eu estou autorizando sua visita. Vá tomar um café que fico no seu lugar. Entre, Sandra.
Adentrei o quarto, estava bem escuro. Me aproximei da cama e lá estava ela, dormindo como um bebê, um curativo bem extenso no braço. Meus olhos já haviam acostumado à penumbra do quarto e pude vê-la perfeitamente. Cabelos esparramados no travesseiro branco. Pálida, mas tão linda, como sempre. Não agüentei a emoção e as lágrimas desceram com intensidade. Limpei-as. Respirei fundo e quando me recompus, beijei seus lábios, bem de leve e ela abriu os olhos.
- Amor. Tô sonhando ou você está aqui mesmo? Não chora meu neném. Estou bem, só levaram um pouco da carne do meu braço, rs.
- Ah, garota, não faça mais isso, eu quase morro do coração. Foi terrível.
- Então vem aqui me dar um beijo de verdade.
- Todos que você quiser heroína do Brasil.
Fim do capítulo
Relevem os erros. Tempo tá muito corrido por aqui, mas consegui postar e o próximo é o último. Bjs
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