Capítulo 4
Depois do acidente e de ter sido expulsa do quarto do hospital tentei falar com você mais uma vez, mas foi em vão. Voltei para casa, o que mais poderia fazer? Foram sete dias de tortura, sete dias de silêncio, por ambas as partes.
Quando o sétimo dia estava se acabando em uma chuva leve e cheia de trovões o celular tocou. Era você pedindo para me encontrar. Meu coração saltava pela boca enquanto escutava você falando mansinho e pedindo para eu ir te visitar. Aceitei o convite, combinamos de nos encontrar na praia e aproveitar o dia juntas.
Enquanto te esperava sentada na areia, olhando o mar, minha mente estava relembrando de nossos momentos juntas. Eu fui tão besta em não perceber que era feliz ao seu lado, besta em achar que poderia tirar o que sinto de dentro de mim. Você apareceu, atrasada, como de costume, sentou-se atrás de mim e me abraçou acalmando todas minhas emoções sobressaltadas. Quero morar no seu abraço com o calor do seu corpo me envolvendo.
— Eu também te amo. — sussurrou no meu ouvido.
Virei-me de frente para você e procurei sua boca, o encaixe perfeito aconteceu como já era previsto. A sua boca envolvendo a minha em uma louca dança de saudade. Passamos o dia entre beijos, abraços, sorrisos, água de coco e camarão frito, como se nada tivesse acontecido. Como se eu nunca tivesse dito que iria embora e como se meu casamento nunca tivesse sido marcado.
No fim do dia, com o pôr-do-sol acontecendo, fiquei inquieta, queria saber se tudo aquilo era uma tortura ou uma realidade. Você me olhou e riu, como se soubesse o que eu estava pensando, puxou-me para o mar deixando os chinelos no meio do caminho.
— Eu não vou me molhar novamente. — parei de andar — Não quero ir embora molhada.
— Quem disse que você vai embora? — me puxou para perto do seu corpo.
— Não vou? — eu ri.
— Não! Vem morar comigo? — você estava com um lindo sorriso me encarando.
Por essa pergunta eu não esperava. Não que eu não quisesse, mas assim, de sopetão? Sem nem me preparar antes de perguntar? Devo ter feito a pior das expressões quando te olhei, porque seu sorriso se desfez em segundos. Eu não sabia o que responder e de fato não respondi nada, me afastei de você e sem saber exatamente o porquê comecei a chorar. Porém não era um choro de tristeza, era um choro de felicidade, se é que existe mesmo isso. Agarrei você em um forte abraço e você retribuiu a força me beijando o pescoço.
— Isso é um sim? — você me perguntou sussurrando em meu ouvido.
— Por que demorou para me fazer esse convite? — beijei você com desejo.
Você nunca me respondeu essa pergunta, mas eu sei a resposta, eu não estava pronta para te amar de verdade e sem amarras.
Hoje, depois de vinte e cinco anos de casadas, temos uma casa, um cachorro e um gato. E esses relatos que você está lendo, nesta longa carta, são para te lembrar que eu faria tudo de novo. Largaria noivo no altar, família em choque e meu preconceito para estar ao seu lado.
Feliz aniversário de casamento, minha amada!
Te amo, Sua Emily.
Fim do capítulo
Foto 1: Orgulho e preconceito - uma carta de despedida
http://projetolettera.com.br/viewstory.php?sid=1584
Foto 2: Orgulho e preconceito - a busca
http://projetolettera.com.br/viewstory.php?sid=1632
Foto 3: Orgulho e preconceito - o encontro
http://projetolettera.com.br/viewstory.php?sid=1665
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RosanePatell
Em: 02/06/2018
Oi Alice, adorei! Que bom esse fim! Mas tu não facilita pra gente né, até chegar no bem bom sofremos um tanto!
Resposta do autor:
Oi, Rosane!
Que bom que gostou!
O sofrimento faz parte da vida, rsrsrs!
Um abraço,
Alice Reis
dannivaladares
Em: 01/06/2018
Ain, que fofo!
Adoro finais felizes!
Parabéns, Alice. Adorei seu desafio. ;)
Abraço, Alice!
Resposta do autor:
Oi, Dani!
Que bom que gostou do final! <3
Um abraço,
Alice Reis
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