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30 DIAS DE POESIA! por Marcya Peres

Ver comentários: 4

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Palavras: 1217
Acessos: 833   |  Postado em: 01/06/2018

Capítulo 1

Edu foi para casa após dois dias de internação.  O susto foi grande, mas ele e o amigo tiveram apenas escoriações leves.  Um corte na testa e um ombro deslocado fizeram o menino ficar de molho, o que não seria de todo ruim.  Agora a dedicação às provas finais seria total.

 

Luciana não esquecera o pedido de Ligia.  E agora, mais que nunca acatava seu desejo de estar em casa para o jantar todas as noites.  Não foi fácil com Sabrina, mas ela não teve escolha em aceitar.

 

Na primeira noite em que voltaram para casa com Edu, o jantar foi improvisado com pizza, pedido do filho.  Haviam dormido as duas noites no hospital com ele e a comida era como esperada para o lugar, insossa.  Estavam tão felizes em tê-lo de volta em casa que a noite foi de alegrias, conversa boa e mimos com o menino.

 

Luciana saiu do banheiro e encontrou a mulher com um livro nas mãos.  Ligia lia todas as noites antes de dormir, era um hábito que Luciana havia se acostumado e até mesmo aprendido também, mas que ultimamente tinha perdido.  Para não estar ao lado de Ligia, ela costumava ficar até tarde vendo TV na sala e só voltava quando já estava caindo de sono, virava para o lado e esquecia.

 

Ligia olhou Luciana com ternura e esperou ela se acomodar ao seu lado. Ajeitou os travesseiros atrás das costas e começou a ler com sua voz calma e quente:

 

- CANTIGA PARA NÃO MORRER, de Ferreira Gullar:

 

“Quando você for se embora,
moça branca como a neve,
me leve.
Se acaso você não possa
me carregar pela mão,
menina branca de neve,
me leve no coração.
Se no coração não possa
por acaso me levar,
moça de sonho e de neve,
me leve no seu lembrar.
E se aí também não possa
por tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento,
menina branca de neve,
me leve no esquecimento.”

 

Terminou de ler e olhou para ela esperando. Diante do olhar surpreso de Luciana, perguntou:

 

- Esqueceu de trazer um texto? Lembra o que combinamos? Lermos algo pra outra toda noite antes de dormir, por 30 dias!

 

Atabalhoada, Luciana levanta e sai do quarto, volta dois minutos depois com um livro nas mãos, se acomoda novamente no seu lugar na cama e lê um pouco ofegante:

 

- “Dá-me a tua mão: Vou agora te contar como entrei no inexpressivo que sempre foi a minha busca cega e secreta. De como entrei naquilo que existe entre o número um e o número dois, de como vi a linha de mistério e fogo, e que é linha sub-reptícia. Entre duas notas de música existe uma nota, entre dois fatos existe um fato, entre dois grãos de areia por mais juntos que estejam existe um intervalo de espaço, existe um sentir que é entre o sentir – nos interstícios da matéria primordial está a linha de mistério e fogo que é a respiração do mundo, e a respiração contínua do mundo é aquilo que ouvimos e chamamos de silêncio.”  - DÁ-ME TUA MÃO de Clarice Lispector.

 

Luciana vira o livro que tem em mãos e continua - A PAIXÃO SEGUNGO G. H., o meu favorito dela!

 

Lígia sorri e abaixa os olhos para que sua mulher não veja o brilho que sai deles e denuncia sua emoção, diz já apagando seu abajur:

 

- Eu sei, conheço todos os seus gostos.

 

 

E conforme combinado, as demais noites seguiram da mesma forma.  Ligia chegava mais cedo em casa, preparava o jantar e aguardava sua mulher.  Luciana se banhava e sentavam à mesa para comer.  O filho de certa forma parecia entender que aquele era um momento especial.  Não costumavam jantar sempre juntos já há algum tempo.  Mas desde a volta do hospital ficou estabelecido quase automaticamente partilharem juntos aquela parte do dia.  E aquele momento passou a ser o melhor para eles.  Eram quando riam, contavam suas histórias, reclamavam suas amarguras, esqueciam o medo e simplesmente eram seus afetos na vida.

 

Antes de dormir, liam o que haviam escolhido para a outra, e instintivamente começaram a expor através de poemas, passagens de seus livros favoritos ou uma crônica bem escrita, tudo o que não havia sido dito nos últimos anos.  Declamavam o mais íntimo de si, de forma aberta, pungente, sem receio de parecerem fracas, imperfeitas, humanas. 

 

Voltaram a descobrir nas letras seus gostos, seus desejos.  Aquele brilho que Luciana julgava não ver mais nos olhos de Lígia estava lá, reluzente, quase conseguia tocá-lo!  Voltou a sentir o cheiro do hidratante que ela usava, a reparar a pele suave e veio de novo a vontade de emaranhar seus dedos naqueles cabelos escuros espalhados pelo travesseiro.

 

O 30º dia caiu em um domingo.  Apesar do belo dia lá fora, ele transcorria lento e triste.  Estavam quietas, cada uma com suas divagações.   Decidiram ver o sol se pôr na praia, a mesma de sempre, perto de casa, podia ser o último que viam juntas. 

 

Caminharam por mais de 2 km em silêncio pela orla, chinelos na mão.  Haviam se dito tanta coisa no último mês através de suas escritas favoritas, exposto seus mais secretos desejos e reflexões, pelas mãos de grandes autores e outros nem tão grandes assim. Tomaram para si, sem o menor pudor, sentimentos descritos das mais variadas formas. Plagiaram abertamente emoções que não sabiam descrever, somente sentir.  Palavras bonitas nunca foram o forte dessas duas mulheres tão pragmáticas.  Portanto, o furto seria desculpado.  Alimentaram seus espíritos com frases, textos, poemas que apontavam diretamente para a outra, sem vergonha, com suas mais sagradas verdades.

 

O coração de Ligia sangrava, mas estava em paz, fizera o que estava ao seu alcance para tê-la mais próxima.  O de Luciana batia descompassado e não era por Sabrina, afinal quem era Sabrina?!

 

O Mar aos poucos começava a ser tingido de um azul gris. O dia terminava assim como o tempo que haviam se dado.

 

Luciana deixa os chinelos na beira da praia e entra no mar devagar, sentindo a água beijar seus pés aos poucos, da mesma forma que todo Amor que sempre sentiu por Lígia havia ressurgido dia a após dia dentro de si.  Ele sempre estivera lá dentro, escondido em algum recanto onde o engano das ilusões faz a gente pensar que morreu.  Mas ele emergia mais intenso e vibrante, gritando o nome daquela que sempre seria a dona dos seus melhores sentimentos:

 

- LÍGIA!!!

 

Acena para ela, chamando-a para entrar no mar, a mão estendida num pedido urgente, mas amoroso.

 

Ligia obedece, devagar, aos poucos, como nos últimos 30 dias...experimentando o choque, acostumando o corpo, aceitando o toque. 

 

Cada uma daquelas noites desejou Luciana com tanta força! Como quis aquele olhar de novo só seu.  Segurou a mão de sua amada como se nunca mais fosse soltar.  As peles se tocaram e escorregavam deliciosamente com o mar entre elas.  E veio o gosto salgado da boca de sua mulher, era a água ou as lágrimas de alegria que desceram sem avisar?!

 

Não importa, sua vida estava de volta.  Tudo fazia sentido outra vez!

 

Fim!

 

 

Fim do capítulo


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Comentários para 1 - Capítulo 1:
RosanePatell
RosanePatell

Em: 02/06/2018

Olá Marcya! Que maravilha! É a primeira vez que leio seu texto, este é de uma inteligência, de uma criatividade  incrível! É isso, a vida é feita de recomeços.

Responder

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brunafinzicontini
brunafinzicontini

Em: 01/06/2018

Marcya! Que coisa linda! Que bom gosto - Gullar e Clarice! Ambos enriquecendo a delicadeza de sua história! Linda a maneira como descreveu o processo todo da retomada do amor pelas duas! Emocionante! Parabéns, querida autora, e obrigada por momentos tão especiais.

Grande abraço,

Bruna

Responder

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sonhadora
sonhadora

Em: 01/06/2018

Sempre que leio algo seu fico com um gostinho de quero mais! Fico esperando uma continuação de tão bom que é!

Obrigada pelo presente!

Beijos de Luz

Responder

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Gis35
Gis35

Em: 01/06/2018

Ler suas escritas é um bálsamo...

Nos surpreenda sempre que quiser..

Amei as personagens e a historia...

Beijo

Responder

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