O encontro com o passado.
Acordei cheia de dores pelo corpo, olhei pro lado e Gabriela não estava. Aproveitei pra pedir um café da manhã com tudo que tenho direito.
Levantei-me e escutei o barulho do chuveiro sendo desligado, sorri ao entrar flagro minha esposa de pé nua olhando pro espelho gigante.
Ela sorrir quando nota minha presença, me aproximo sendo sua segunda pele, enquanto permanecemos olhando fixamente pro espelho.
-Humm cheirosa e linda.
Beijei seu ombro enquanto minhas mãos acariciavam sua barriga, isso a deixou emocionada.
-Vamos ter um filho.
Olhei esperançosa no reflexo do espelho enquanto ela sorria lindamente pra mim.
-Um filho seu, isso... isso será maravilhoso meu amor.
A enchi de beijos a cada um perguntava se ela estava certa disso, se já tinha um nome pra ele é se fosse gêmeos.
-Calma meu amor.
Me afastou, a felicidade tomava conta de mim, alisei sua barriga não conseguia me conter mais um herdeiro.
-E muita coisa a se pensar.
-Tudo no seu tempo, mais agora precisamos ir embora.
Foi só ela acabar de falar que escutamos batidas na porta, - Pedi um café da manhã reforçado pra minha rainha.
-O que faria sem você, hein.
Me puxou pra mais um beijo, mas não podíamos estender aquele beijo, por mais que quisesse.
Tomei um banho rápido não queria deixa-la esperando, ao sair a encontrei vestida e tomando uma xicara de café.
-Olha só nem está gravida e já começa a comer sem mim.
-Engraçadinha.
Me sentei ao seu lado e comemos em paz, estávamos eufóricas com a noticia, mas precisava tocar no assunto de ontem.
-Amor, quem era a mulher que subiu com você ?
-Há sim, era uma fã minha, mas nada aconteceu entre a gente, sabia que você tinha chegado, então coloquei meu plano em pratica.
A fitei ainda com a xicara levantada, não acredito que cai no seu plano, bebi um pouco mostrando descontentamento, meu amor falava como se fosse uma profissional no assunto.
-Aquela mulher que te ligou, na verdade era a secretaria do Gomes, bom nisso não tem um dedo meu.
-Eu escutei você falando ao telefone.
Gabriela se levantou e sentou em meu colo tirando a xicara de minha mão, pousou suas mãos em meu rosto e sorriu.
-Não havia mulher alguma.
Rafaela ergueu a sobrancelha e fez um bico fofo mostrando uma frustação imensa.
-Era o Gomes meu amor.
Comecei a rir da sua expressão.
-Sabe que por trás daquele homem sério de terno, há um festeiro. Minha bravinha linda.
-Se acha muito engraçadinha, quero ver rir agora.
A joguei na cama a enchendo de cocegas por todas as partes, gritava implorava pra parar. Mas ao parar fitei seus olhos e neles sempre pude ver o amor e a alegria que sempre busquei.
-Temos que ir trabalhar amor.
-Por mim ficaria nesse hotel o dia inteiro.
-Acho que estou te criando muito mal Rainha Gabriela, afinal o Rei aqui tem que trabalhar.
-Então vamos voltar pro nosso castelo meu amor.
A abracei e terminamos o café e deixamos o quarto, enquanto meu amor pagava pela estadia que a essa altura o Gomes fiel escudeiro armou tudo direitinho, sabia que iriamos dormir aqui.
Ao deixarmos o hotel, me lembrei que agora teria que juntar todas as minhas forças pra manter a família de pé.
-Hoje quero ir a empresa.
-Claro meu amor como quiser, mas será eu você é a Aline se não se importa.
A essa altura Aline não me pareceu uma ameaça enorme, entendi e compreendi que elas eram apenas amigas é nas próprias palavras da minha esposa, apenas eu tinha a chave do seu coração.
Ao chegarmos em casa todos tomavam café, cumprimentamos todos e depois subimos. Trocamos de roupa e descemos novamente.
-Pronta pro seu primeiro dia na empresa Aline ?
-Há sim, nossa não me aguentava mais ficar parada.
-Mamãe...
Samanta não estava nada bem em ficar sozinha, mas a peguei no colo e disse que ela vai ter um dia cheio, a entreguei pra Antônio que disse que se o zoológico não vai até ela eles vem até aqui.
-Obrigada Antônio.
Sussurrei pro senhor de idade que cuidava tão bem da minha família.
-E aí mãe, a noite foi quente hein!
-Sofia!
Desta vez nem eu nem Gabriela a repreendeu é sim Glória que estava se saindo uma ótima namorada diga-se de passagem, as duas viviam em pé de guerra, mas se amavam bastante.
-Bom acho melhor irmos.
Eu minha esposa e Aline fomos em meu carro, logo atrás minha filha e sua namorada.
No caminho falava como funcionada as doutrinas da empresa enquanto Aline capitava tudo, de vez em quando olhava pro retrovisor e meus olhos se encontravam com os dela, e um sorriso surgia de seus lábios.
Ao chegarmos entrei na empresa de mãos dadas com minha esposa, assim seria nossa parceria pra vida toda.
-Me desculpa por isso ter demorado tanto meu amor.
A olhei com um pesar e logo recebi um selinho e um afago em meu rosto.
Andamos pela empresa amostrei algumas salas o designer dos novos produtos, mas o melhor estava por vim. Levei Aline até a fábrica a onde eram feitas todas as linhas até da minha filha, por fim fechando o tour fomos pra área da empacotadora, que diferente das outras fabricas que usam maquinas, aqui contratamos pessoas.
Ao descermos as escadas ajudei minha esposa, pois evitava usar um salto menor, caminhávamos cumprimentando alguns empregados novos quando algo me fez parar.
Ele estava de costas com uma prancheta na mão, minha filha estava ao seu lado conversando sobre as possíveis descobertas pra um novo produto.
Minha respiração ficou ofegante fechei o punho e olhei fixamente pra ele, esqueci até mesmo das duas mulheres ao meu lado.
Caminhei a passos largos indo em direção ao homem, que se virou rapidamente e me encarou com um sorriso discreto nos lábios.
Parei a alguns centímetros dele, aquilo só podia ser um pesadelo.
-Mãe quero te apresentar o Jorge, ele é meu braço direito aqui na empresa.
Escutar aquilo foi como um soco no meu estômago, não tirava os olhos dos dele. Não havia mudado muito desde a última vez.
-Contratou ele quando ?
Perguntei se olhá-la.
-Quando você estava viajando por que ?
-Gosto de saber quem contrata, ou até mesmo dar um posto tão importante assim.
-Sou um bom trabalhador senhora, não há com quer ter medo.
-Me espere em minha sala, Jorge.
-Por que mãe, olha lhe garanto que ele faz um bom trabalho aqui.
Sofia tentou intervir, mas sabia que mais cedo ou mais tarde aquele desgraçado ia vim me procurar, mas era muita cara de pau se passar por funcionário na minha empresa. Ele passou por mim e tive que me segurar pra não voar no pescoço dele, sentia as mãos de Gabriela em meu ombro me perguntando se estava tudo bem.
Apenas assenti.
-Sofia leve Aline com você, amor vá pra sua sala.
Respondi ainda olhando pelo caminho que o marginal tinha passado, seguindo logo atrás.
Entrei naquele elevador tentando me acalmar ao máximo, seria uma vergonha pra família e pra empresa se isso viesse à tona.
Ao sair meu coração estava inquieto no peito, o suor descia me causando um desconforto não tão grande como seria encarar o passado novamente.
Ao entrar na sala ele estava sentado, ao me ver se levantou mostrando uma postura desafiadora e cruel.
-Quanto tempo Rafaela.
-Seu desgraçado, filho da puta o que pensa que está fazendo aqui!
Mantenho uma certa distância do homem a minha frente, enquanto tentava não demonstrar medo.
Ele deu mais um passo me encarando.
-Que boquinha suja, na época você era tão inteligente, agora se misturou com uma garota de programa que está usando palavras de baixo calão.
-Limpe a sua boca imunda, antes de falar da minha esposa!
Apontei um dedo em seu rosto, mas sorriu e parecia pensar em algo antes de começar a falar novamente.
-Pensei que nunca mais fosse vê-lo novamente.
-Achou mesmo que ficaria na prisão pra sempre, acorda Rafaela isso aqui é Brasil. Agora sou um homem livro limpo na sociedade, tanto que estou trabalhando na sua empresa.
Gargalhei - Limpo, até o chão aonde piso é mais limpo que você. Agora me diga o que quer pra sumir de vez.
-Nada, nada que não tenha direito.
Gravei minhas unhas na cadeira enquanto o encarava com ódio e desprezo.
-Você não é dono da Beleza da Alma, e você sabe disso.
Minha cabeça parecia que ia explodir várias ideias passava pela minha cabeça, mas não iria cair em seu jogo sujo.
-Sabe que é, pelo menos uma parte.
Caminhou até a mesa a onde estava e me olhou de cima a baixo, senti repulsa na hora.
-Saia da minha empresa, ou chamo os seguranças pra te tirar a força.
Minha voz quase não saia não me sentia bem com aquele homem ali.
Espalmou a mão em minha mesa e inclinou o corpo me fitando serio com um olhar frio.
-O que a Sofia acharia se, expulsassem o pai dela a força da empresa.
-Seu Infeliz!!
Levantei a mão pra atingi-lo quando o mesmo o segurou com força, se aproximando ainda mais colando meu corpo na parede.
-Há Rafaela, como ela tem a mesma desenvoltura que eu pelos negócios, a mesma garra e vontade de liderança, é você sabe disso.
Ele apertava meu punho com força enquanto tentava me soltar em vão.
-O mesmo perfume daquele dia..
Aspirou o aroma do meu pescoço, me sentia acuada revoltada e incapaz como aquele dia. Aproveitei sua distração e chutei suas bolas, o imbecil se afastou segurando o local da dor enquanto me afastava.
-VOCÊ NÃO VAI ME MACHUCAR NOVAMENTE!! Não sou mais aquela mulher que você... a voz me falhava e as lagrimas caiam.
-A mesma mulher que você encurralou, atrás da faculdade é me violentou!! Eu mando te matarem sem isso acontecer.
Ele se erguei com dificuldade, caminhou em minha direção.
-Quem irá decidir isso é a minha filha, agora que tem um pai disposto a dar carinho e amor.
-SEGURANÇAS!!
Ao me ver gritar saiu imediatamente da minha sala, ao bater à porta me apoie no armário o soquei com raiva.
Peguei uma bola de vidro e taquei contra a parede, a porta se abriu novamente com Gabriela entrando olhando o que tinha feito assustada, veio até a onde estava e me abraçou.
-Amor o que houve aqui, por favor me conta.
Lembro de ter abraçado ela com tanta força minha cabeça girava tudo estava tão confuso e distante, sua voz se diminuía cada vez mais, o resto foi uma escuridão profunda.
Fim do capítulo
Não sei se vocês esperavam por isso kk.
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