Capítulo 15
No canto onde estavam,a iluminação estava mais intensa e graças a isso elas podiam ver os infectados se aproximando cada vez mais delas. Eram muitos e como Karen havia deixado cair seu revólver,Júlia teria que se virar sozinha. Pôs o óculos de visão noturna para enxergar melhor e viu um infectado bem próximo à garota,antes que pudesse apontar sua arma ela ouviu um estalo e o homem caiu pro lado.
A morena olhou para a saída da casa e viu sua equipe se posicionando para atacar,no momento seguinte o barulho de tiros e grunhidos era ensurdecedor. Por mais habilidosas que elas fossem,eles eram muitos e atirar no escuro não era tão fácil. Foi aí que Jade teve uma idéia,entrou em um carro e acendeu os faróis deixando o lugar iluminado.
Karen no meio daquilo tudo não tinha o que fazer,com o corpo quase colado à Júlia ela olhava pro chão à procura de seu revólver.
- Ei. Paula gritou e chutou a arma que foi parar próximo à menina e ela a pegou e começou a atirar.
Infectados surgiam de todo canto como se botassem do chão,a situação estava se complicando.
- São muitos,elas não vão conseguir vir pra cá agora. Temos que liberar aquela entrada pra elas. Lúcia dizia.- Jade e Vera,me ajudem a abrir caminho até aquela porta. Paula e Luana,nos dêem cobertura. As mulheres assentiram e começaram a acertar os infectados que barravam a entrada do laboratório,Júlia entendeu o que a loira estava fazendo e a olhou como se disesse que não iria sair e deixá las ali. Infectados surgiam a todo instante e elas não conseguiriam segurá los por muito tempo.
- Saiam logo daí. Lúcia gritou derrubando um homem.
Júlia= Não vou deixá las aqui sozinhas.
Lúcia= Nós vamos voltar pra dentro da casa,vão logo.
Os infectados taparam a visão entre as duas mulheres e não puderam dizer mais nada.
- Vamos,elas ficarão bem. Karen falou puxando Júlia para dentro do laboratório. A morena fazia força para segurar a porta enquanto a garota arrastava uma pesada mesa para por de escora.
Na garagem,as mulheres atiravam e seguiam para a porta que dava acesso ao interior da casa. Vera,Paula,Jade e Lúcia já haviam entrado. Luana recuava de costas quando tropeçou em um corpo e caiu fazendo sua arma voar para longe de suas mãos,dois infectados já estavam a pouquíssimos centímetros de lhe alcançar quando ela ouviu dois disparos.
- Agora estamos quites. Lúcia gritou para a ruiva.- Entra logo.
Luana se levantou rápido e entrou na casa,Lúcia ainda acertou três infectados antes de entrar e fechar a porta.
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Quando os infectados finalmente pararam de grunhir e bater na porta,o dia já estava amanhecendo. Apesar de todo aquele silêncio,as mulheres sabiam que eles ainda estavam lá fora esperando por elas.
No laboratório,Júlia estava sentada com os cotovelos apoiados nos joelhos e as mãos na cabeça. Já estava naquela posição há algum tempo e seu silêncio incomodava Karen.
- Júlia. A menina chamou e a outra continuava parada.- Imagino que esteja com raiva de mim e com razão,se eu não tivesse saído da casa nada disso teria acontecido. A culpa é minha.
Júlia= Está certa,a culpa é toda sua. Por causa de sua imprudência eu estou presa aqui com você e separada de minha equipe.
Karen= Me desculpe mas eu também não me lembro de pedir pra você vir atrás de mim.
Júlia= Não,não pediu. Mas se eu não viesse e algo acontecesse à você quem iria desenvolver o antídoto para acabar com esse inferno? Sua morte condenaria à todas as outras pessoas também,mas é claro que a mimada filhinha de papai faz o que quer e quando quer sem se importar com nada.
Karen= Eu não sou mimada e sou a principal interessada em acabar com esse caos causado pelo meu pai,posso ter errado em sair da casa sozinha mas eu só queria uma amostra do vírus para concluir a droga da fórmula. Você não me conhece,então não venha dizer com o que eu me importo ou não. Já perdi meus pais e sei como dói,não brincaria com a vida de outras pessoas.
A menina se afastou com água nos olhos e Júlia se sentiu mal por ter falado tudo aquilo a ela,se levantou e foi até onde ela estava.
Júlia= Olha,me desculpa tá. Eu não deveria ter falado aquilo,você errou saindo sozinha mas uma hora ou outra teríamos que pegar essa amostra e essas coisas aí fora nos atacariam de qualquer jeito.
De repente Karen começou a chorar e escondeu o rosto com suas mãos,Júlia sentiu seu coração partir. Aproximou se da garota e a puxou,abracando-a.
- Ei para com isso,esse é o momento para ser forte e sei que você é. Júlia falou para a menina que chorava com a cabeça encostada em seu ombro.
- Não. Karen soluçava.- Venho tentando ser forte desde que minha mãe morreu,agora perdi meu pai e posso nunca mais ver meu avô. Além da responsabilidade de desenvolver o antídoto,eu não sei se consigo.
Júlia= Consegue sim e eu vou estar ao seu lado para qualquer coisa,só não abusa. A garota deu uma fraca risada.
Karen= Que ótima maneira de comemorar um aniversário,presa em um laboratório com vários zumbis do lado de fora querendo me comer viva.
Júlia= O quê? Hoje é seu aniversário?
Karen= Sim,desde às duas e treze dessa madrugada eu tenho dezoito anos.
Júlia= Parabéns,eu iria em alguma loja por aqui comprar um presente pra você mas estou com um certo receio de encontrar com a vendedora. E não venha me dizer que ela não morde porque provavelmente sim,ela morde.
Karen sorriu e levantou a cabeça para olhar a morena,no momento em que seus olhares se cruzaram ambas sentiram um arrepio pelo corpo e um frio na barriga. Júlia nem percebeu quando colou seus lábios aos da garota mas ao se dar conta do que estava fazendo,desfez o contato rapidamente.
Júlia= Karen,me desculpa eu...
A morena nem completou a frase,foi surpreendida pela menina que a puxou e selou seus lábios novamente. O beijo que começou calmo foi se intensificando assim como o frio na barriga,a sensação de estar flutuando e o desejo ardente dentro delas. Não saberiam dizer nem aonde estavam naquele momento,só desfizeram o contato quando precisaram de ar para respirar.
Com as testas coladas,elas estavam ofegantes e com os corações disparados. Quando finalmente se olharam,Karen corou envergonhada.
- Feliz aniversário!. Júlia disse e a menina sorriu sem nada dizer,não acreditava que teve coragem de fazer aquilo mas com certeza fora o melhor presente que já recebera. As duas mulheres agora não sabiam o que falar,foram salvas pelo rádio comunicador que começou a chiar preso ao colete da morena.
" Júlia,tá na escuta?".
- Sim,na escuta. Estão todas bem aí?
" Positivo e vocês?".
- Estamos bem,pararam de bater na porta mas não podemos arriscar sair pois com certeza ainda estão aí fora.
" Sim mas não se preocupe,daremos um jeito de tirar vocês daí o mais rápido possível".
- Esperem. Disse Karen.- Dêem nos um tempo aqui,vou aproveitar que consegui a amostra do vírus e estamos no laboratório para tentar finalizar a fórmula do antídoto.
" Mas você não vai precisar dos papéis que estão aqui no escritório?".
Karen= Eu passei tanto tempo analisando eles que até gravei na cabeça.
" Ok,façam o que puderem enquanto tentamos descobrir uma forma de saírem daí. Tenham cuidado".
Júlia= Vocês também,fiquem alertas. Câmbio desligo. Ok. A morena olhou para Karen.- Acho que podemos tentar terminar aquilo agora né?
Karen= Aquilo o quê?. Disse nervosa.
Júlia= A fórmula do antídoto.
Karen= Ah sim,a fórmula. Falou um tanto atrapalhada e a morena sorriu.- Do que você está rindo?
Júlia= De você,do que achou que eu tava falando?
Karen= Ora de... Ah vamos começar logo isso pois estamos perdendo tempo conversando.
- Também acho. Júlia se aproximou da garota e pôs o rádio comunicador sobre a mesa que havia ali,mas ao fazer isso acabou apertando sem perceber o botão que sintonizava a frequência de sua equipe.- Será muito mais proveitoso se perdermos esse tempo com você me beijando novamente. Disse e beijou a menina com ardente desejo.
Na mansão...
Luana estava enfurecida com o que acabara de ouvir através do rádio,socou forte a parede enquanto jurava acabar com a raça de Karen Williams.
Fim do capítulo
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