~ POV CAMILA ~

 

 

Minhas ultimas lembranças foram dentro do banheiro, onde sentia meu corpo todo tremendo, e uma tontura incontrolável, tentei ser rápida e me jogar no chuveiro, mas o meu corpo me traiu e cai batendo a cabeça e vendo tudo escurecer em segundos. Depois me deparei em um quarto de hospital, meus olhos me traíram assim como meu corpo, pois eu não conseguia enxerga nada, meu coração se apertou cheio de medo e resolvi fechá-los novamente e permanecer em silencio, e pude ouvir e contemplar tudo que acontecia naquele quarto de hospital, mas o meu corpo não regia e a minha visão ainda continuava escura, novamente adormeci por causa dos efeitos dos remédios e quando despertei que abrir os olhos me alegrei em enxerga e a primeira imagem foi do meu anjo segurando minhas mãos e com a cabeça apoiada na cama, não queria perde mais um segundo da minha vida longe dela, então resolvi fazer o que meu coração estava mandando.

 

- Namora comigo? – Disparei causando um leve susto na Alicia.

 

- Há, ai meu Deus você acordou.  – Ela levantou depressa vindo ao meu encontro. – Vocêestá bem? O que sente? Quer que eu chame o médico? Meu Deus Camila você voltou. – Começou a chorar e partiu o meu coração.

 

- Ainda não tive a minha resposta. – Tentei quebrar o clima chato nesse momento e sorrir pra ela, sendo retribuída logo em seguida.

 

 - Ai que tola que sou, claro que sim, claro! Eu te digo sim todos os dias se você quiser, só não faz mais isso comigo. – Começou a depositar beijos por todo meu rosto, me senti tão amada e protegida por ela, que cheguei a emocionar.

 

- Nossa, nunca pensei que faria falta pra alguém assim...

 

- Não diz isso meu amor, claro que você iria fazer falta pra muita gente, principalmente pra mim e o Guga, não diz uma coisa dessa. - Eu sabia que eu precisava voltar por ela e pelo meu irmão.

 

- Você me fez querer está viva hoje. – Lagrimas começaram a rolar sobre o meu rosto.

 

- Oh, obrigada por lutar por mim e principalmente por você.

 

- Quero lutar por você todos os dias da minha vida se me permitir.

 

- Eu tive tanto medo de te perde. – Sentia seus carinhos em meu rosto, limpando as minhas lagrimas.

 

- Não tenha mais, eu voltei pra você.

 

- Não faz mais isso comigo por favor. – Me arrependi de ter pedido ela em namoro, porque era pra pedir logo em casamento.

 

- Não, não faço... Agora me diz, a quanto tempo estou aqui? – Reparei tudo ao redor, mesmo ouvindo conversas dos médicos eu não conseguia compreender bem, e na minha cabeça havia dores e um curativo enorme. – O que houve com a minha cabeça?

 

- Vocêestá bem agora, mas infelizmente aconteceu algumas coisas... – Ela começou a me contar tudo que houve até eu esta naquela cama de hospital.

 

- Nossa, dei um trabalhão, hein? – Falei escondendo os olhos com as mãos.

 

- Sim, com certeza! Inclusive, vou chamar o médico para avaliá-la, pois devido a cirurgia tem a segunda parte da avaliação que é quando o paciente acorda.

 

- Ta bom, diz a ele que a bela adormecida acordou então. – Sorrir pra ela, fazendo uma brincadeira que eu nunca imaginei que iria fazer, acho que essa pancada na cabeça me fez ser engraçada, doce e carismática. Hahaha.

 

- O pedido de namoro foi sério ou é efeito do remédio?

 

- Nunca falei tão sério em minha vida, inclusive isso é tudo muito novo pra mim eu não sei nem namorar. – Gargalhamos

 

- Se preocupa não que te ensino...

 

- Falou a namoradeira. – Novamente eu sendo engraçadinha...

 

- Não sou, mas tenho muito a te ensinar viu mocinha.

 

- Isso eu não tenho dúvidas.

 

A minha namorada deixou o quarto em busca do médico, depois de alguns minutos retornou com dois gatões, um veio em minha direção com a cara de que estava bem emocionado e depositou um beijo em minha testa e estava todo amoroso comigo, eu fiquei meio assim tentando lembrar quem era o rapaz, até que a Alicia falou que era seu amigo Bernardo e que estava conosco no hospital desde que eu dei entrada, me senti mais aliviada, e em seguida o médico começou a me avaliar e estava tudo bem com a minha pessoa, porém havia algo que eu não queria falar na frente deles, pois eles já estavam preocupados demais com a minha saúde, e eu tinha medo da resposta do medico, que era a minha visão, eu conseguia enxergar tudo, mas a as vezes escurecia e ficava embaçado, porém poderia ser por causa da cirurgia da cabeça e as medicações, por isso posso esta tendo essas alternatividades de visões, mas na primeira oportunidade a sós com o médico irei falar.

 

- Lindinha, você já foi em casa? – Perguntei a Alicia.

 

- Não Camila, ela ainda não foi, ainda não dormiu, e nem tomou banho, não sei nem como você está aguentando o cheiro ai. – O Bernardo disparou sem da à chance dela se explicar, e eu dei risada de seu jeito engraçado.

 

- Pare que sou cheirosa sempre. – Fez bico

 

- Sim, isso eu não tenho dúvidas, mas quero que vá em casa tomar um banho e descansar um pouco, eu estou bem, estarei aqui te esperando, até porque não tenho pra onde ir mesmo.

 

- Não, não quero te deixar. – Não é uma fofa gente? Eu também não queria que ela fosse, mas era preciso.

 

- Eu estou aqui, farei companhia pra Camila, fique tranquila, eu juro que não conto os seus podres. – Bernardo novamente disparou, já estava gostando da peça.

 

- Não meu bem, preciso que você vá e aproveite e veja o Guga, preciso que você seja a Camila dele esses dias.

 

- Sendo assim eu irei, inclusive falei com a Cida, eu disse que iria trazê-la pra te vê.

 

- Pronto, faz assim então, vai lá tomar um banho, descansa e come alguma coisa e quando voltar traz a Cida, pode ser? – Sugeri e logo fui atendida.

 

- Ta bom... – Recebi um beijo gostoso e logo após ela sussurrou. – Não acredita em nada que o Bernardo falar é uma biba mentirosa viu?

 

- Pode deixar. – Retribui sussurrando e gargalhamos na hora.

 

- Eu ouvi viu suas girinas. – Resmungou o  Bernardo.

 

- Pra ouvir mesmo, cuide bem dela viu? Volto assim que possível. – Piscou pra mim e deixou a sala.

 

Ficamos eu e o Bernardo no quarto, ele tinha um papo muito legal, falou desde quando nasceu até os dias de hoje, eu me sentia cansada, mas a sua presença era agradável, conseguir contar algumas coisas da minha vida pra ele, inclusive do flet que eu tinha para as brincadeirinhas, ele disse que já queria pra levar os boy’s dele, e lembrei que nunca nem tinha comentado isso com a Alicia, e principalmente agora a gente sendo namoradas que não iria comentar mesmo.

 

- A madame ali é ciumenta até os fios do cabelo, tu se prepara hein. – Bernardo brincava comigo.

 

- Af, vou providenciar da um fim nesse flet e fingir que nunca existiu. – Gargalhamos.

 

- Ah minha filha, nem adianta, ali é que nem FBI, descobre ate a cor da calcinha do dia da Madona se quiser.

 

- Eita, é perigosa assim a tua amiga é? – Falei divertida.

 

- Perigosíssima, se eu fosse você teria cuidado ao extremo. – Gargalhou.

 

- Fiquei com medo agora.

 

- Brincadeira! A Alicia não mata nem uma barata coitada, inclusive, você terá que matar viu?

 

- Fudeu, porque nem eu mato.

 

- Af duas sapatonas que não prestam pra nada, meu Jesus... – Bernardo revirou os olhos.

 

- Oxi, prestamos sim, pra muitas coisas inclusive. – Fiz cara de divertida.

 

- Só pra fazer sabão mesmo. – O Bernardo era engraçado e bem espontâneo haha.

 

Ficamos batendo um papo divertido, as horas iam passando e nada da Alicia retorna, ela me disse que não demoraria e já havia tempo o suficiente dela poder fazer tudo, pedi pro Bernardo ligar pra ela e o telefone desligado, e pedi pra ligar pra casa e ninguém atendia, comecei a ficar preocupada, mas o Bernardo logo me acalmou dizendo que se conhecia a amiga ela estava dormindo nesse momento, então resolvi descansar e aguardá-la, e o Bernardo disse que iria na lanchonete comer algo e logo retornaria.

 

 

Enquanto isso, duas pessoas trocavam informações por ligação.

 

 

- Oi.

 

- Você? Não disse que estava fora? – Gargalhou.

 

- Infeliz, se essa informação for útil pra você, nesse momento a Camila esta sozinha no hospital, a Alicia saiu.

 

- Hum, que noticia MAGNIFICA, mas o que sugere?

 

- Não sugiro nada, o que você vai fazer é problema seu, só achei que essa informação pode ser útil.

 

- Sabe se a Alicia retorna pro hospital?

 

- Sim, vai retorna, não sei dizer que horas, mas ela vai retorna.

 

- Então você quer me dizer que se for pra agir eu preciso agir rápido, correto? – A voz do outro lado da linha era puro deboche.

 

- Ah, vai pro inferno, ainda te faço um favor de te da essa informação e você fica com deboche pra cima de mim?

 

- Foi só pra descontrair, hahahaha, mas sua informação foi muito útil, porem não podemos fazer nada por agora esta tudo muito recente, precisamos esperar a poeira abaixar um pouco.

 

- Ok, sendo assim, tchau!

 

- Ate mais baby.

 

 

~ POV CAMILA ~

 

Depois de alguns minutos o Bernardo retornou para o quarto, parecia nervoso e apreensivo, tratei de pergunta se tinha acontecido algo, ele disse que não que era pra eu ficar despreocupada que a Alicia era dorminhoca mesmo, porém eu perguntei se havia acontecido algo com ele por ele esta daquela forma, não tinha me referido a Alicia, ele ficou mais nervoso ainda com a minha pergunta e estranhei, mas desconversou... Eu sou cismada ate com o ultimo fio do meu cabelo e comecei a avaliá-lo, ele se mantinha calado sentado na poltrona e mexendo no celular, resolvi também não entrar mais em nenhum assunto.

Depois de duas horas a Alicia entra toda esbaforida pela porta.

 

- Ai gente, desculpa a demora. – Veio ate a mim e depositou um selinho.

 

- Demorou mocinha.

 

- Sim, eu apaguei completamente, e não tinha colocado o celular pra desperta. E o que você faz acordada essa hora? Não seria bom esta descansando?

 

- Não conseguir, estava esperando por você.

 

- Own, mas agora que cheguei trate de dormir, vou acorda o Bernardo pra ele ir pra casa.

 

Ela seguiu ate o seu amigo e o acordou, me avisou que iria ate a saída do hospital para acompanhá-lo, ele apenas acenou pra mim e eu acenei de volta, cismei de vez com a cara dele, ele mudou da água pro vinho e eu não tinha entendido merd* nenhuma, mas enfim, comentaria sobre isso depois com a Alicia.

 

- Voltei.

 

- Senti saudades.

 

- Mas já? – Beijou meus lábios.

 

- Sim, você me disse que voltaria em segundos e voltou séculos depois.

 

- É sempre tão exagerada assim, a senhorita? – Ria divertida da minha cara.

 

- Só quando mulheres lindas e que roubam o meu coração diz que voltaria logo e demora.

 

- Own, draminha ai né? Mas realmente eu apaguei, deitei com o Guga e me perdi por la.

 

- Ta perdoada, mas me diz, como ele está?

 

- Ta bem, cheguei e ele já estava quase dormindo, fiquei um pouco com ele ate adormecermos juntos.

 

- Que bom que tenho você.

 

 - Eu que digo “que bom que tenho você” – Sorrimos juntas.

 

Ficamos com trocas de carinhos, ate eu adormecer, fui acordada no outro dia por uma bela enfermeira que era IMPOSSIVEL não olhá-la, o quando percebi o olhar avaliador da minha namorada que era pior do que a guerra de titãs, preferir evitar, mas como nada são flores para sempre a danada da enfermeira estava descaradamente dando em cima de mim, e a cada segundo eu sentia mais medo da Alicia que permanecia olhando e calada, dizem que as caladas são as piores né?

 

- Bonita ela, ne?

 

- Ela quem, meu bem? – Me fiz de desentendida é claro.

 

- A enfermeira, Camila! – Ela apertou os olhos me fitando.

 

- Ah, nem reparei, por quê?

 

- Nada não, to de olho em você!

 

Apenas sorri de lado, os dias foram passando e cada momento eu estava mais entediada nesse hospital, pela avaliação medica eu receberia alta daqui a dois dias, e esses dois dias pareciam eternidade... A Alicia estava indo trabalhar porque era preciso, era a semana de nova publicação de revista e ela era responsável por isso, e quem estava ficando comigo era a Cida, a minha segunda mamãe. Ate pensei em ligar para os meus pais e falar, mas logo desistir, pois a reação deles iriam me deixar mais triste e entediada do que eu já estava nesse hospital.

Essa noite a Alicia não pode dormir comigo, pois o Gustavo teve uma crise da alergia dele e pedi pra ela ficar com ele, mas com a promessa que pela manhã voltaria pra passar o sábado comigo.

Logo cedo à enfermeira bonitona chegou, seu sorriso alargou logo quando perguntou se a minha esposa, não estaria. Dei risada, a Alicia tinha ate virado esposa, inclusive, esposa ciumenta, eu apenas disse que não, porém era impossível não olhar para aqueles decotes perfeito que ela tinha e uma beleza natural de parar o transito, e acabamos entrando em uma conversa animada, ela me contava algumas coisas na maior intimidade e eu sorria, até que a dona do pedaço chega.

 

- Atrapalho? – Ergueu a sobrancelha.

 

- Bom dia senhora, não. – A enfermeira disparou se afastando de mim e deixando a bandeja de medicação cair no chão.

 

- Bom dia meu bem. – E eu com a cara mais lavada desse mundo.

 

- Esta nervosa, enfermeira...È... – Se aproximou para ler o nome no jaleco. – Enfermeira Bruna Silva?

 

- Não senhora, me atrapalhei apenas. Estava preparando a senhora Camila para o banho.

 

- Pode deixar.

 

- Pode deixar o que? – A enfermeira a fitou.

 

- Quem ira da banho nela sou eu. – O olhar da Alicia parecia devorá-la, e eu apenas presenciava essa cena.

 

Fim do capítulo