Ao som da chuva...

Estava deitada ouvindo música, quando meu celular dispara a tocar - estico a mão, pego e atendo.

- Alô.

- Amoooorr, tenho algo pra te contar - diz minha namorada.

- Pela empolgação deve ser algo muito bom - retruco rindo.

- Amor, vamos a Praia do Forte.

- Vamos? Vamos como? – Pergunto erguendo a sobrancelha cismada.

- Indo né, amor... Ah, e de buzu! - Responde ela.

- O que? Camila, você quer me enfiar numa marinete daqui pra Praia do Forte? E seu carro? -Pergunto indignada.

- Amor, meu carro emprestei ao meu irmão. Vamos de ônibus sim! E por que marinete? Posso saber?

- Marinete, ônibus peba, lotado que sacoleja pra lá e pra cá, sem conforto, nem ar condicionado e que leva uma vida pra chegar a Praia do Forte por causa do para-para! Que coisa, viu? – falo colocando um bico do tamanho do mundo.

- Amanda, para de tanta bobagem, porque vamos sim! Já paguei a pousada. Pense que será uma linda aventura viajar pela estrada do coco, sentindo o ar fresco entrando pela janela do buzu – Diz Camila tentando me convencer.

Reviro os olhos, respiro fundo e respondo:

- Tudo bem, vamos e a gente se encontra na Rodoviária – ela sempre me ganha.

- kkkkkkkk....- gargalhou satisfeita - Tá bom, minha reclamona! Amo tu.

- Também te amo! – encerrei ligação.

No dia seguinte fomos pra o Terminal Rodoviário de Salvador e pegamos o ônibus em direção a Praia do forte.... O melhor?! O buzu não estava caindo os pedaços, tinha ar condicionado e não estava lotado! Ufaaaaa!

Chegando a Praia do forte pegamos nossas mochilas e fomos em direção à pousada, no meio do caminho começou a chuviscar; aceleramos os passos para chegar logo ao nosso destino.

Já na pousada, tomamos banho e pensamos em dar uma volta pela cidade, só que a chuva ficou cada vez mais forte...

- Amor – falei tirando a toalha e deitando na cama, sonsa – Já que tá chovendo, vamos ocupar o tempo, enquanto ela passa?

Camila desamarrou o roupão e engatinhando sobre meu corpo, sentou-se sobre meu sex* e deu uma leve e provocante mexida.

- Alguma sugestão de como fazer isso, amor meu? – com a carinha mais sapeca e sorridente do mundo.

- Estou com algumas idéias aqui... – rolei sobre ela, ficando por cima.

A chuva fazia um concerto no telhado e nós dançávamos no seu ritmo, fazendo amor! Horas mais, devagar, outras mais rápido... Som de gemidos altos, outros baixos... Respirações suaves; e de repente tempestuosas.

Assim como a chuva balançava as folhas das árvores, Camila me balançou, açoitou-me no prazer até que explodi numa torrente de água de amor que não só me molhou... Mas, também a encharcou!!!!

- Ô coisa boa, fazer amor com o barulho da chuva batendo no telhado! – pensei sorrindo com ela em meus braços.

No finzinho da tarde, descemos do quarto para passear pela cidade...

Visitamos o projeto Tamar, tomamos um cappuccino, entramos e saímos de loja em loja e resolvemos voltar a pousada. Andamos de volta conversando e brincando, quando virei para falar algo com Camila...

- Aonde tá Camila?!

Voltei olhando para trás e lá estava ela parada no meio da viela com uma sandália no pé e outro na mão. Fui caminhando de volta na sua direção...

- O que foi? – Perguntei atônita.

- Minha sandália quebrou! Como vou voltar? De pé no chão, com tudo molhado? – Falou chateada.

- Quem manda ser casquinha e comprar uma sandália vagabunda? Se tivesse uma Havaiana que nem eu... As legitimas, que não solta as tiras, nem deformam; Isso não teria acontecido! – Olhei pra ela dando risada! – Mas, vou ali no mercadinho e compro outra pra você!

- Não sou casquinha... Sou econômica! Toma aqui o dinheiro e compra uma pra mim. Espero aqui! Não demora! – falou botando biquinho.

Fui ao mercado, onde tinham várias sandálias, logo na entrada. De um lado Havaianas, do outro Ipanema. Fui direto olhar as havaianas, verifiquei se tinha a numeração dela e os preços eram bem mais caros do que a Ipanema! Pensei em levar.... Mas ela ia ter um troço – já que era pão dura - decidi pela Ipanema. Quando me direcionei ao caixa pra pagar... Ela chega esbaforida!

- Amor, qual a que você pegou? Não foi a mais cara, né? Corri com receio de você escolher a cara! – falou me olhando assustada!

- Imagina, vida, você acha que eu faria isso contigo? Olha aqui, Ipanema baratíssima!

- Ah bom! – disse aliviada - Você é demais!

Sem saber ela, que por pouco, não levei as havaianas! - Sabe de nada inocente!

A noite chegou... E mais uma vez “dançamos”, coladinhas, ao som da chuva!

Fim do capítulo