Capítulo 4
-- O que você esta fazendo Isabela?- Renata disse ao ver a amiga abrindo a mochila e retirando uma bexiga de lá de dentro.- O que isso?- Franziu o cenho.
-- Uma Bexiga sua idiota.- Gargalhou vendo sua cara de desentendimento.
-- Eu sei que são bexigas, eu quis dizer por que você trouxe isso.
-- Até agora você não entendeu?
-- Não.
-- Você vai entender.- Isabela entregou uma bexiga para Renata e as duas saíram do carro.- Tenta fazer menos barulho possível.- Isabela jogou a primeira bexiga de tinta em um dos carros que estavam estacionados.- Como eu odeio esses professores.- gargalhou e jogou mais uma bexiga no para-brisa de mais um carro.
-- Adorei sua ideia.- Sorriu maliciosamente e também atirou algumas bexigas em uns dos carros.- Vou tirar meu carro daqui e estacionar lá fora para ajudar na nossa fuga.
-- Boa ideia vai lá.
-- Não joga nenhuma bexiga no carro da Beatriz.
-- Por quê? Eu fiz isso justamente por causa da Beatriz, por que eu não iria jogar no carro dela?
-- Só me promete que não vai jogar no carro dela.
-- Porr* Renata para de ser medrosa.
-- Não é questão de ser medrosa, anda me promete que não vai jogar.
-- Tudo bem, agora vai lá por que daqui a pouco a aula já vai terminar.
-- Beleza, vou ficar te esperando lá fora.- Renata disse e retirou seu carro do estacionamento e estacionou na rua como combinado.
Logo Isabela adentrou o carro e Renata arrancou com o carro.
-- Hoje eu vou te dar uma carona, você tá tão chapada que seus olhos estão quase se fechando.- Renata disse enquanto observava a amiga se aninhando no banco.
-- Você não tem nada pra comer não?
-- Acho que tem um pacote de biscoito aí no porta luvas.- apontou com a cabeça.
-- Ótimo, tô morrendo de fome.- Disse Isabela enquanto abria o porta luvas e retirava o pacote de biscoito de lá.
-- É isso que dá fumar tanta maconha assim.- Renata respondeu enquanto prestava atenção no trânsito.- Falando nisso você deveria parar de fumar tanto assim Isabela.
-- Até parece que você não fuma Renata.- revirou os olhos.
-- Sim eu fumo, mas não fumo assim como você Isabela, você fuma quase todos os dias.- Disse Renata a repreendendo.
-- Porr* Renata, você está muito chata ultimamente, o que está acontecendo com você? Sinceramente eu não estou te entendendo, por que você está tão certinha?
-- Já te disse que não tem nada de errado comigo.
-- Como não tem nada de errado? Agora pouco você me pediu para não jogar tinta no carro da professora Beatriz? Achei que você a odiasse.
-- Sim eu a odeio.- Respondeu friamente.
-- Então por que você me pediu para não jogar no carro dela sendo que você e eu jogamos as bexigas nos carros dos outros professores.
-- Eu não sei Isabela.- Renata encarou a amiga em forma de súplica para que ela parasse de fazer aquelas perguntas sobre a Beatriz, sendo que nem ela mesma sabia o que estava acontecendo.
-- Como assim não sabe?
-- Chega deste assunto tá bom? Come aí o seu biscoito e me deixa em paz.- Isabela sorriu ironicamente e balançou a cabeça negativamente. Isabela não estava conseguindo compreender a amiga ela estava tão diferente, aquela garota que estava sentada ao seu lado não era a Renata que ela conhecia, que sempre entrava em confusões, que sempre aprontava com os alunos e com os professores, aquela definitivamente não era a Renata que Isabela conhecia.
As duas permaneceram caladas até chegarem até a casa de Isabela, as duas se despediram rapidamente com apenas um tchau e Renata seguiu caminho até a sua casa.
[...]
-- Renata?- Lucas chamou a amiga que estava caminhando pelo corredor principal do colégio. Ela estava distraída ouvindo música em seu fone de ouvido que nem ouviu o garoto a chamar.
Lucas a chamou mais uma vez, mas vendo que Renata não a escutava ele correu e parou ao seu lado e retirou um dos fones do seu ouvido.
-- Lucas!- Renata sorriu e o abraçou pelos os ombros.- Quanto tempo em garoto.
-- Exagerada, só tem duas semanas que eu não venho a escola.
-- Parece que tem mais tempo. E aí já tá melhor de saúde?
-- Tô sim, já estava de saco cheio de ficar naquele hospital.
-- Hospital é ruim mesmo.
-- Não é ruim não, é horrível. Mas e aí o que tá acontecendo aqui no colégio? Eu fui na sala da diretora agora a pouco e ela está super estressada.
-- Como assim?
-- Sei lá, parece que alguém fez alguma coisa muito errada, não foi você não né?- Gargalhou.
-- não né Lucas.
-- Calma só estou brincando. Vai vamos entrar na sala que a aula já vai começar.- Renata assentiu com a cabeça e os dois adentraram a sala de aula.
-- Oi.- Renata disse após se sentar ao lado de Isabela.
-- Oi.- Respondeu de maneira fria.
-- Alguém comentou alguma coisa sobre alguma ontem?
-- Não.
-- O Lucas disse que foi na diretoria e a diretora estava super nervosa.
-- Não importa, ninguém sabe que foi a gente.
-- Espero que não saibam mesmo.- As duas se silenciaram a assim que o professor daquele horário deu início a aula.
Naquele mesmo horário uma das supervisoras foi até a classe de Renata e a chamou para ir até a diretoria. Isabela e Renata se entreolharam. Renata deu um longo suspiro e foi em direção a supervisora que estava na porta a esperando.
As duas caminharam em silêncio até a diretoria e ao chegar na sala se deparou com a diretora e com Beatriz, as mulheres observaram a garota com atenção e a diretora pediu para que ela se sentasse.
-- Bom Renata. Nós te chamamos aqui porque, ontem ouve um incidente com os carros dos professores, e nos achamos que você pode ser a responsável.
-- Por que você acha que eu sou a responsável?.- Sorriu ironicamente.
-- Primeiro, porque você é uma das alunas que mais vem na minha sala, ou seja você é uma das alunas que mais apronta aqui no colégio. Nós tivemos uma reunião agora a pouco e a professora Beatriz nos disse que desconfiava que você poderia ser a culpada então nós conversamos com o professor do último período de ontem e ele nos disse que você não estava em sala.
-- Então só por que a Beatriz disse que suspeitava de mim vocês acham que eu sou a culpada?
-- Sim por isso e por você não estar presente no último horário.
-- Mas isso não é justo, vocês não tem provas contra mim.- Renata bateu sobre a mesa com o punho fechado demostrando o quanto estava furiosa.
-- Temos sim, o que nos sabemos já é o suficiente.- Joana esboçou um pequeno sorriso demostrando sua vitória.
-- Eu não acredito Beatriz, você não tinha nenhuma prova contra mim, mas mesmo assim você me acusou, sem ao menos pensar se eu era inocente ou não.- A garota encarou sua professora com raiva, seus olhos não estavam apenas demostrando a raiva eles também estavam mostrando a decepção, Renata estava disposta a mudar com Beatriz, mas a mulher não a levou a sério e era isso que a chateava.
-- Eu sei que você não vai com a minha cara, logo pensei que poderia ser você, todo mundo fala que você é uma das alunas que mais apronta aqui nesse colégio. Só juntei os fatos.- Beatriz disse se levantando e indo até a porta.- Bom já que o caso foi resolvido eu voltar a dar aula.
-- Muito obrigada pela a sua ajuda Beatriz.
-- Não á de que Joana.- Sorriu e se retirou.
-- Renata, Renata. Você não toma jeito né.- A diretora encarou Renata a intimidando.- O que eu faço com você?
-- Vai me suspende logo, não estou afim de ficar ouvindo sermão.
-- Te suspender? seria fácil de mais, vou fazer melhor, quero você aqui na escola aos sábados por três semanas, esse ano o colégio completa 20 anos e nos iremos organizar uma festa e você vai ajudar na organização.
-- Você tá brincando né.
-- Não estou brincando, você tem noção do que você fez foi muito grave? você está por um triz de ser expulsa Renata. Você escolhe, você comparece a escola aos sábados no período da manhã, ou você realmente será expulsa.
-- Tudo bem. O que eu tenho que fazer?
-- Como eu disse você vai ajudar na organização, algumas pessoas vão estar aqui para te orientar.
-- Tá. Já posso ir?
-- Pode sim. lembre-se Renata, mais uma palhaçada igual a essa você será expulsa. Estamos entendidas?- Renata assentiu e se retirou bufando.
[...]
-- E aí o que aconteceu?- Perguntou Isabela assim que Renata se sentou em sua carteira. Isabela estava apreensiva.
-- Eles descobriram que fui eu.- Isabela arregalou os olhos.
-- Não acredito. Como eles descobriram?
-- A Beatriz disse que suspeitava de mim então ela e a diretora, foram falar com o professor do último horário e descobriram que eu não estava em sala.
-- Não acredito que essa vaca fez isso.
-- Também não tô acreditando que ela fez isso.
-- E você me pediu para não jogar tinta no carro dela.- Gargalhou.
-- Pois é, eu sou uma idiota mesmo.
-- Mas e eu? Eu também não estava em sala.
-- Acho que eles nem olharam a lista de presença.
-- Você não me deduro não né?
-- Não. E você tá me devendo uma.
-- Obrigada por me livrar.
-- Só eu que não me livrei, como castigo eu vou ter que vir na escola por alguns sábados para ajudar na organização de uma festa.
-- Não brinca.
-- Quem dera se fosse brincadeira.
-- Vem cá, tô com tanta dó de você.- Isabela se sentou na mesma cadeira de Renata é a abraçou.
-- Então pelo jeito você não esta com mais raiva de mim.
-- Não tem como ficar com raiva de você por muito tempo.- Isabela a deu um beijo no rosto e apoiou a cabeça em seu ombro.
-- Isabela vá se sentar em sua carteira por favor.- Beatriz disse em um tom autoritário enquanto depositava seu material em sua mesa. Isabela fez o que a professora pediu e Renata fuzilou Beatriz com os olhos enquanto a professora apagava a lousa.
A garota encarou a professora durante toda a aula, a mais velha tinha percebido a atitude da jovem. No final daquele horário Renata estava caminhando até a saída com Isabela, mas foi surpreendida pela a professora.
-- Algum problema Renata?- Disse Beatriz escorada em sua mesa.- Renata se virou e a olhou nos olhos.
-- Pode ir na frente Isabela, te encontro lá fora.- Isabela assentiu com a cabeça e se retirou. Renata caminhou em passos lentos até ficar cara a cara com a professora.
-- Sim Beatriz, eu tenho um problema.- Suspirou.- Você não tinha o direito de me acusar.
-- Sim eu tenho o direito, você que não tem o direito de fazer o que você fez com meu carro e com o carro de todos os outros professores.
-- Espera aí. Eu não fiz nada com o seu carro.
-- Como não? Meu carro ainda está sujo com aquela porcaria de tinta.
-- Eu não joguei no seu carro Beatriz.
-- Ah é? Então quem jogou?- Cruzou os braços e tentou intimidar a garota.
-- Droga eu pedi pra..- Renata interrompeu suas últimas palavras ao perceber que iria colocar Isabela na conversa, ela não queria entregar a amiga.
-- Pedi pra?- Beatriz repetiu a última frase de Renata para que ela continuasse com que estava dizendo.
-- Nada, esquece. Eu estou dizendo que não fiz nada com o seu carro, se eu tivesse feito eu iria assumir, uma coisa que eu não sou é mentirosa. Eu fiz de tudo para tentar me aproximar de você, eu estava disposta a mudar a ser menos arrogante a ser menos brigona, eu estava realmente disposta a mudar Beatriz, eu não quero viver em pé de guerra com você, você nem procurou saber se realmente eu era a culpada e já foi me acusando sem ter nenhuma prova.
-- Mas você é a culpada não é.
-- Sim eu sou a culpada. Mas como eu já disse você não tinha o direito de me acusar só por causa da sua intuição. Sabe Beatriz o que mais me chateou foi por que eu conversei com você e te disse que não queria mais ser sua inimiga. Eu sei que é difícil perdoar, mas o que você fez foi errado Beatriz.
-- Eu que estou errada? Você apronta e eu que saiu de vilã.
-- Eu sei que estou errada, mas é sobre você que estou falando, eu errei ao fazer o que eu fiz, mas você errou comigo.- Renata suspirou e Beatriz ficou calada sem saber o que dizer. Renata encarou sua professora por uma última vez, e caminhou até a porta.
-- Se não foi você que sujou o meu carro então quem foi?- Beatriz se pronunciou fazendo a garota se virar para respondê-la.
-- Não sei, já que você é tão boa em descobrir mistérios tenta descobrir mais esse.- A garota disse e se retirou deixando Beatriz sozinha com seus pensamentos.
Fim do capítulo
Oii, Desculpem pelo meu sumiço. Não estava tendo tempo para escrever, por isso a história não estava sendo atualizada. Mas agora eu irei fazer o possível para postar um capítulo uma vez por semana. Espero que vocês tenham entendido e que não deixem de acompanhar a história. Beijos e boa leitura.
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