No dia seguinte...

 

Senti seu corpinho pequeno se afastando do meu, por mais que eu estivesse morrendo de sono ainda tive forças pra envolver minhas mãos em sua cintura e a puxar de volta.

 

-A onde pensa que vai

 

-Fazer umas coisas uma delas e o seu café.

 

-Isso pode ser feito depois.

 

Me aninhei em seu corpo tentando pegar no sono novamente e ainda ouvindo suas palavras ao longe.

 

Eu precisava agir a vida mais quem disse que a minha dama de preto deixava, foi um sacrifício sair daquela cama a deixei dormindo profundamente enquanto me retirei do quarto com cuidado.

 

Encontrei com Lucia na cozinha preparando o café disse que esse era o meu trabalho e ela riu.

 

-A Tereza deu muito trabalho ?

 

-Até que não ela só não queria ficar sozinha.

 

Me sentei enquanto cortava um pedaço de bolo Lucia me acompanhou e jogou todas as cartas na mesa.

 

-Eu sei que minha irmã gosta de você sandrinha e até brigou comigo sabia riu no final.

 

-Eu soube ontem e bom ela acabou se declarando pra mim.

 

Lucia quase se engasgou com o café não acreditando em minhas palavras seus olhos brilhavam e um sorriso largo surgiu em seu rosto.

 

-Isso quer dizer que seremos cunhadas ?

 

-Acho que sim.

 

Ela se levantou e veio me abraçar dizendo que isso sim precisava ser comemorado, eu disse que ainda era cedo e que eu ainda não tinha feito a Tereza sair de casa, ela me disse que isso era o de menos e que não imaginaria ver a irmã apaixonada novamente.

 

Continuamos a tomar café quando seu celular tocou e o numero desconhecido apareceu no visor.

 

-Eu já vi esse numero antes quando você esqueceu o celular aqui.

 

Sua expressão mudou de uma Lucia alegre pra um triste e cheia de preocupações algo a atormentava.

 

-O que foi pode se abrir comigo, toquei em sua mão  dando confiança pra se abrir.

 

-E o Jorge ele pergunta pela Tereza aparece na loja disposto a uma reconciliação essas coisas.

 

-Esse cara de novo não estou gostando disso, ela ficou muito mal quando ele pois os pés aqui.

 

-E disso que eu tenho medo sandrinha, ela sabe pode ter uma recaída.

 

-Escuta eu não vou permitir que isso aconteça novamente, nem que pra isso eu tenha que falar pessoalmente com ele.

 

 

-Falar com quem ?

 

Meu corpo gelou só de ouvir sua voz rouca atrás de mim e logo mudamos de assunto encerrando o nosso.

 

-Como os meninos eu tenho que falar com eles sobre o emprego temporário.

 

-Isso e verdade.

 

Ela se aproximou e eu a servi eu gostava de fazer isso tomamos café da manhã juntas como uma família.

 

-O que vocês vão fazer hoje ?

 

Lucia perguntou fitando nós duas muito animada eu estava feliz com a minha vida pela primeira vez.

 

-Bom nos vamos continuar com os exercícios depois eu vou ter que sair pra visitar a minha mãezinha e mais tarde eu volto.

 

-Ela e um amor só falta você conhecer ela maninha.

 

Tereza ficou um pouco pensativa e depois disse que seria uma boa idéia, por fim Lucia tocou no assunto do aniversario delas e sobre a confraternização com as amigas de escola.

 

-Não vejo à hora de rever todas.

-Você quer ir ? Toquei na mão da Tereza que estava um pouco gelada.

 

-Eu não sei, vou pensar.

 

-Tudo bem sem presa.

 

Terminamos o café na santa paz e começamos a fazer os exercícios aos poucos fomos evoluindo, depois foi a hora do banho minha dama não estava mais tão acanhada  como antes a vesti com uma roupa que ela gostava e depois ficamos nós três conversando na sala.

 

De tarde eu aproveitei que a Tereza estava dormindo e fui visitar minha mãezinha contando as novidades, uma delas sobre a Tereza e a outra sobre os meninos ela disse que eu a deixaria com mais cabelos brancos e por fim amou a surpresa me disse que a Lucia e uma mulher muito bacana e simples que não se importou em comer arroz feijão e ovo frito, tudo estava dando certo menos uma coisa o ex marido dela.

 

Comentei isso com a minha mãezinha e ela disse pra mim ficar quieta no meu canto que isso poderia só complicar as coisas, uma pela Tereza a vida toda ter sido hetero e agora estar amando uma mulher e a segunda por causa da idade dela entre outras coisa.

 

Fiquei pensando em tudo que ela me falou e isso poderia ser levado a serio, mas ele a tinha machucado de todas as formas possíveis, peguei meu material de trabalho e fui pra rua encontrei com os meninos e contei a novidade eles ficaram muito animados e gratos.

 

-O que podemos fazer por ela ?

 

Pensei por um momento e sim tinha uma coisa que poderíamos fazer uma não duas, disse que a primeira etapa teria que ser em equipe e a segunda se desse certo cada um teria um papel.

 

Vendi algumas balas e doces na rua enquanto eu contava os lucros parei em frente a uma sorveteria e pedi uma casquinha, pois o calor estava insuportável, ao sair da sorveteria pra minha surpresa me deparei com a loja de artesanato das irmãs o nome era uma junção dos dois nomes delas.

Ao entrar fiquei observando o lugar muito bonito com umas prateleiras lindas com vários vasos de barro uns enfeites pra casa tudo muito simples inovador e clássico.

 

A atendente veio me receber disse que não poderia vender minhas coisas na loja, mas ela não me deixou eu falar e por fim eu acabei me retirando ao sair me esbarro com um homem muito bonito e bem vestido.

 

Fico olhando pro seu rosto ele apenas pede desculpas e entra fiquei um tempo sentada na calçada enquanto ficava pensando na surpresa da Tereza, nisso escuto a voz do homem falando com a atendente perguntando pela Lucia ele disse que precisava falar com a Tereza e então eu captei e ele só pode ser.

 

Esperei ele sair ao passar por mim eu perguntei se ele era o ex marido da Tereza ele se virou e me encarou serio e disse que sim.

 

-E quem é você ?

 

-Eu.. Eu sou a cuidadora dela

 

Ele riu alto e me olhou de cima a baixo disse que eu era louca que a Tereza nunca deixaria alguém como eu pra cuidar dela.

 

-Estou falando serio a Lucia que me contratou.

 

-Sei, olha eu não tenho tempo pra perder como pessoas como você.

 

Ele ia me dando as costas quando eu retruquei e comecei a falar o que eu pensava dele.

 

 

-Pelo menos eu não sou um homem escroto filho da puta que traiu a mulher com outra enquanto ela estava doente em cima de uma cama, uma coisa e você amar ela quando ela estar feliz lhe agradando e inteiramente a sua disposição outra e querer estar ao lado dela por mais que ela não queira a sua presença ,e a faça ver aos poucos que você se importa com ela que a  quer ao seu lado não importa a situação, que a faça sorrir com suas bobagens a faça cantar musicas antigas e que assista filmes infantis ao seu lado, que não preze apenas o sex* mais sim sinta cada pedacinho cada sorriso bobo cada ciúmes sem lógica ou até mesmo sentir a respiração dela enquanto dorme, você se diz ser homem mais não tem nenhum pingo de moral pra me julgar ou a qualquer um.

 

Nisso pessoas já observavam o meu discurso enquanto ela tentava formular tudo o que eu disse.

 

-Como ousa falar isso de mim, foi a Lucia que te contou isso não foi ?

 

-Não! Tem certas coisas que não precisamos descobri estar na cara a todo o momento e todo estante, mas isso você não consegue enxergar.

 

-Sua favelada você não é ninguém.

 

Ele ia se afastando novamente bufando passando a mão nos cabelos, meu sangue ferveu me lembrei de quando a Tereza ficou com a presença dele e de tudo que eu vi até hoje eu não ia me segurar.

 

-Eu sou alguém sim e muito melhor que você, tanto que estou namorando com sua ex esposa.

 

Ele parou de andar ficou paralisado por alguns segundos e olhou pra trás.

 

-Você o que ?

 

-Ainda por cima e surdo estou namorando a Tereza ou quer que eu soletre pra você.

 

 

Estava conversando com minha irmã quando o telefone tocou ao atender fiquei sem reação disse que estava indo pra la imediatamente.

 

-O que houve ?

 

-Nada Tereza eu preciso ir pra loja.

 

-Lucia o que houve ? Não me trate como uma criança.

 

-Ta bom, você vai saber mais cedo ou mais tarde.

 

Fitei minha irmã que estava muito preocupada eu pensava como dizer isso com delicadeza mais eu não sabia como então eu disse a verdade.

 

-O Jorge agrediu a Sandra.

 

-Aquele filho da puta bateu na minha namorada!

 

-E a funcionaria me disse e estão segurando ele enquanto a policia não chega.

 

-Eu vou com você.

 

-Tudo bem vamos mais primeiro, corri até o meu quarto pegando algo que a ajudaria.

 

-Toma coloca isso.

 

E fomos rumo a loja, ao sairmos do prédio Tereza colocou os óculos escuros eu sabia que não era uma boa idéia levar ela pra rua assim ainda mais depois de tudo que houve, mas era a Sandra se eu escondesse isso dela seria pior.

Pegamos um taxi mesmo e pedimos pra ele acelerar, não demorou muito chegamos perto da loja.

 

Havia uma multidão indignada e alguns homens o segurando eu abria caminho pra Tereza passar estava mais nervosa que eu ao chegarmos bem perto encontramos Sandra sentada no chão com um saco de gelo no rosto.

 

-Sandrinha

 

Ela levantou a cabeça e não acreditou em minha presença ali, eu me aproximei dela tirei o gelo do seu rosto e estava feio.

 

-Te eu não me segurei me desculpa.

 

Toquei em seu rosto disse que não precisava pedir desculpas e que ficaria tudo bem agora.

 

Olhei pra Jorge que estava histérico com a gravata afrouxada e alguns homens o impedindo de se aproximar dela.

 

Manobrei a cadeira chegando perto deles e o vi quando notou minha presença ficou pior começou a se alterar.

 

-Tereza eu não esperava isso de você, eu aqui querendo te ajudar te reconquistar e você com uma moradora de rua fedida, você se transformou numa sapatão.

 

-Primeiro limpe a sua boca pra falar da Sandra, segundo quem disse que eu iria voltar pra você um homem que só pensa em ganhar dinheiro que não liga pra nada nem pra mim que fui sua esposa, um merd* que não presta nem pra dar prazer pra uma mulher e agora um covarde que bate numa mulher ficara preso pra aprender.

 

-Me soltem seus desgraçados, você vai se ferrar sua sapatona velha, nunca foi la grande esposa mesmo nem pra me dar um filho servia.

Tirei os óculos e encarei o homem a minha frente.

 

-Eu tive um filho sim

 

Ele ficou espantado e serio, pois ele não sabia da existência do bebe.

 

-Um filho  é por que não me contou ?

 

-Porque uma semana depois você o matou , me culpou por não me arrumar pra você por estar sempre dormindo e não te dar mais prazer, em nossa ultima briga você me empurrou da escada e eu o perdi, no hospital pedi pra não contarem pra você.

 

Jorge ficou se reação desnorteado seria a palavra certa ele me olhou pela ultima vez antes da policia chegar.

 

-Agora me faça um favor suma da minha vida, e nunca mais entre em minha loja.

 

Os policiais o levaram e todos na rua aplaudiram voltei a por os óculos pois a luz solar estava me incomodando, me aproximei das duas e Sandra veio me abraçar.

 

-Por que não me contou ?

 

-Eu queria esquecer isso.

 

-Precisamos ir.

 

Sandrinha pegou suas coisas enquanto Lucia guiava minha cadeira, eu a fiz sentar em meu colo.

 

-Hei eu só levei um soco.

 

-Não quero que canse suas pernas sorri.

 

 

Por fim fomos todas nos pra uma delegacia fazer todo aquele tramite por fim Jorge foi preso por agressão e a gente depois de toda aquela confusão fomos tomar uma água de coco na praia.

 

-Eu queria apenas um passeio na pracinha disse sandrinha enquanto  olhava pro mar e bebia sua água de coco.

 

-Ainda podemos passear na pracinha, só que uma certa pessoa me deixou com mais cinco cabelos brancos hoje sabia.

 

-Eu pinto eles pra você, que tal loira ?

 

-Na minha idade nem pensar.

 

-A qual é maninha eu pintava.

 

Nisso uns garotos se aproximaram e Sandra acenou pra eles, eram seus amigos ela apresentou um por um pra gente, um deles falou por todos que estavam muito gratos por terem essa oportunidade e que estariam a minha disposição pra qualquer coisa.

 

-Qualquer coisa é ?

 

-E sim sandrinha por quê ?

 

Olhei pra sandrinha e depois pra minha irmã as duas pareciam pensar a mesma coisa.

-Que tal um banho de mar

 

-A não não não não eu nem estou com roupa de banho.

 

-Ue nem nós riram, e ai Lu topa ?

 

-Sabe eu topo depois disso tudo um banho de mar viria a calhar.

 

-Viu todos toparam.

 

 

Aos poucos seus amigos não só me tiraram da cadeira de rodas como me ergueram um de cada lado sandrinha ria muito, quatros garotos dois segurando minhas pernas e os outros dois os braços.

 

Lucia foi a primeira a se jogar na onda acompanhada de sandrinha e por fim eu, foi uma farra bem legal com todos no mar logo sandrinha veio nadando até a onde eu estava e me segurou pela cintura.

 

-Ta vendo ser feliz não dói.

 

-Você me faz feliz.

 

E nos beijamos a meio de varias palmas e bagunça...

 

 

 

 

 

 

Fim do capítulo