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FREAKS por Marcya Peres

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Palavras: 8491
Acessos: 3832   |  Postado em: 13/12/2017

Capítulo 14

O EPÍLOGO DE UMA HISTÓRIA ABERTA...



A voz de Barítono do Meirinho ecoou por toda sala de audiências como se fosse um trovão:

- Todos de pé, por favor, para a entrada do MM. Dr. Juiz, Sr. Joseph Anton!

A audiência toda levantou, inclusive os advogados e seus respectivos clientes, bem como o Promotor de Justiça Distrital. O Juiz, um homem na casa dos 50 anos, com cabelos grisalhos e ar severo, acomodou-se na sua cadeira, e recebendo os autos da secretária, fez sinal para que o Meirinho anunciasse:

- O Estado contra Nicole MacGillian! Façam entrar a ré!

Nic entrou na sala de audiências, escoltada por dois policiais, algemada e com correntes prendendo os pés...a cabeça estava erguida e os olhos buscaram ávidos por outros dois cor de mar...mas não os encontrou!
Viu que no lugar destinado às vitimas e seus advogados, estavam Mark ( já recuperado) e um senhor que reconheceu como o Juiz tutelar....o Promotor também encontrava-se junto deles. Com uma breve passada de olhos na audiência, pode ver que lá estavam Pietro, Aline, Karen e Suzy...não a olhavam com rancor, mas também não pareciam solidários!

O Juiz, pegou os autos do processo, e de maneira solene, começou a leitura da Denúncia:

- Dou início ao julgamento da ré aqui presente, Srta. Nicole MacGillian, devidamente representada pelo seu advogado também presente. Encontram-se também presentes a vítima, Mark Johnson, com seus advogados...e o representante legal da segunda vítima, Srta. Lorena MacGillian, o MM Dr. Juiz Tutelar...

Nic já não ouvia mais o tom monocórdio do Juiz, muito menos suas palavras. Seu pensamento estava voltado apenas em Lori. Parecia que nem mesmo no seu Julgamento iria poder vê-la, mesmo que fosse de longe! Só tinha notícias do que tinha acontecido com ela através de seu advogado, que não lhe esclarecia muita coisa.
Soube que ela havia ficado internada em um hospital por alguns dias e depois encaminhada a uma clínica de repouso...tinha trancado a faculdade por um período e ido pra Nova York ficar com a amiga Aline. E mais nada! Não sabia nem se ela estava de volta à cidade.

Suas lembranças voltaram àquele dia fatídico, mais de três meses atrás, em que tinha deixado Lori presa na cabana de caça de seu pai e decidido por sair da vida dela em definitivo! Tinha ido pra sua casa, que era o lugar onde mais gostava de ficar, mas antes conseguira uma boa quantidade de ópio e heroína! Quando chegou ao local, viu que a casa encontrava-se com uma escolta de policiais e o acesso bloqueado! Riu pra si mesma ao pensar...."É óbvio que esse seria o primeiro lugar onde procurariam! Que idiota eu sou!".... então dirigiu até um parque afastado da cidade e parou o carro onde ninguém a pudesse ver...acendeu o pó do ópio e começou a inalar aquela fumaça amarela embriagadora! Em poucos minutos sentiu todo o cérebro adormecer...o corpo também seguiu o mestre e então, preparou as seringas com as quais pretendia apagar para sempre...mas antes ligou pra Policia dando as coordenadas do paradeiro de Lori. Já tinha injetado a primeira dose de heroína...sua idéia era que uma overdose a tirasse de cena como aconteceu com Moly! Preparava a segunda seringa, quando viu um menino, de uns 6 ou 7 anos, olhar pra ela fixamente através do vidro do carro! A mente já estava completamente tomada pelos opiácios, o sangue da papoula já corria em suas veias...mas ainda assim ficou pensando de onde conhecia aquele olhar?! Fez um gesto para que o moleque saísse de perto e voltou sua atenção para o que fazia antes...
"Quem era aquele menino?! O que fazia num lugar como aquele, ermo, sem um adulto por perto?! De onde conhecia aquele olhar?!"

Ficou alguns minutos entegue às sensações entorpecedoras das drogas! Então, pegou debilmente a outra seringa e começou a tentar se injetar...amarrou o braço com uma borracha, mas a coordenação motora já era praticamente nula...não conseguia achar a veia! Começou e espetar aleatóriamente o próprio braço, não se importando com os ferimentos e sem sentir dor no que fazia! Quando, então, ouve batidas na janela do carro...batidas insistentes! Fez um esforço pra voltar a cabeça na direção da janela e viu outra vez o tal menino...com olhos desesperados...sem falar nada...apenas balançando a cabeça e pedindo com o olhar aflito que não fizesse mais aquilo!
A segunda seringa estava espetada em seu braço, metade do conteúdo já tinha sido injetado...mas ela agora não mais conseguia completar a tarefa...apenas olhava o menino do lado de fora a fitando com aqueles olhos tão familiares....olhos de mar...olhos de Lori...olhos de Alex !!!!
Acordou dois dias depois num hospital penitenciário!

Foi tirada dos seus devaneios pelo som do martelo do Juiz e um cutucão de seu advogado, pra que se levantasse...

- A Srta. está sendo acusada dos crimes de lesão corporal em duas vítimas, sendo uma delas com agravante, por se tratar de menor sob sua tutela e com sequelas emocionais...também é acusada do sequestro, cárcere privado e maus tratos da mesma tutelada...consta ainda a acusação de fraude contra a herança da qual era tutora, com desvio de dinheiro e falsificação de documento público...e por fim o uso de substâncias entorpecentes proibidas pela Lei. Como a Srta. se declara perante o Juizo?

Com a voz firme e o olhar direto no Magistrado, falou:

- Culpada!

Fez-se um burburinho na platéia e o advogado fez um muxoxo de indignação! Tinham combinado que ela se declararia parcialmente culpada e não totalmente! Ainda tinha esperanças de tentar reduzir a pena dela, mas daquele jeito, ela acabaria por pegar no mínimo uns 10 anos! Quando a mulher sentou-se ao lado dele, cochichou irritado:

- Você parece que não quer mesmo se ajudar, não é Nicole?

- Cale essa sua boca e faça o seu trabalho!

- Eu tô tentando, mas sem a sua colaboração vai ficar muito difícil!

Pelas Leis do Estado da Florida, se alguém praticou vários crimes, era possível juntar todos eles num só processo e levar a julgamento de uma só vez. Por isso Nic seria julgada por todos os crimes denunciados pelo Promotor Distrital, fossem eles contra a Pessoa, contra o Patrimônio ou contra a Ordem Social! O Juiz mais uma vez fez soar seu martelinho e anunciou a entrada da primeira testemunha da acusação...o Policial chefe da operação que havia encontrado Lori na cabana. Após as formalidades de praxe, tais como juramento sobre a bíblia, a testemunha começa a relatar o que tinha encontrado naquele dia:

- A vítima estava num estado lastimável! Um dos braços algemado ao dossel da cama e uma das pernas pra fora acorrentada ao pé da mesma cama....os pulsos e os tornozelos estavam feridos pelas algemas e a corrente...ela estava extremamente abatida e parecia delirar...estava desidratada e não comia direito há quase uma semana, ou seja, desde que fora levada para o cativeiro...não conseguia nem ficar em pé sozinha...

E continuou sua esplanação por vários minutos...depois foi interrogado pelos assistentes de acusação (lado das vítimas), promotoria e advogado de defesa. E assim, do mesmo modo várias outras testemunhas se sucederam ao longo do dia sobre as acusações de sequestro, cárcere privado, maus tratos e lesão corporal. O testemunho final do dia foi da vítima Mark Johnson, que relatou em detalhes o ocorrido na casa quando foi atacado por Nicole! Deixou claro que suspeitava do envolvimento das duas, mas que Lori havia negado veementemente aquilo, e que acreditava na namorada.

Após mais de 10 horas de testemunhos e apresentação de provas técnicas, com somente um pequeno intervalo para o almoço, o Juiz encerrou os trabalhos por aquele dia e anunciou o reinicio para o dia seguinte, na mesma hora.

Nic foi levada outra vez para a prisão em que estava e apenas um pensamento martelava em sua cabeça...

"Então ela voltou a namorar o Mark!"


Do outro lado da cidade, um rapaz e três moças tocam insistentemente a campanhia da mansão dos MacGillian! Uma Senhora, com ar austero, de cabelos loiros e presos por um coque, abre a porta. Os visitantes olham pra ela intrigados, afinal até o dia anterior aquela pessoa não estava ali...quem seria?

- Queremos falar com Lorena, por favor! Somos amigos dela!

Falou Pietro. A Senhora os olhou de cima em baixo, num exame minucioso, e deu passagem para que eles entrassem:

- A Srta. Lorena está recolhida nos aposentos dela desde ontem. Fez as refeições no quarto, como sempre, e pediu que somente fosse chamada, se a amiga de nome Aline telefonasse ou viesse até aqui!

- Eu sou Aline! Posso subir então?

- Sim, por favor...sabe o caminho?

- Sei, obrigada!

Suzy, sem conter a curiosidade, pergunta...

- E a Senhora, quem é?

Numa imponência típica de pessoas formais, porém com certa simpatia, a mulher respondeu:

- Sou Sally, a nova Governanta! O Juiz tutelar me contratou para que eu cuidasse melhor da jovem MacGillian...o estado depressivo dela não melhora e ele achou por bem ter mais alguém na casa que cuidasse dela.

Karen, com um suspiro comenta:

- Não vai adiantar! Podem colocar 20 pessoas trabalhando nessa casa e pajeando a Lori....ela não vai sair dessa se não for por esforço próprio...ela parece ter se entregado à melancolia...

- Verdade...até a faculdade que sempre foi seu sonho, ela trancou...

Emendou Pietro...e Suzy, com sua pouca sutileza, arremata...

-Tá certo que foi traumatizante o que ela passou, mas ela está praticamente catatônica há mais de três meses! Não conversa com a gente e só fala alguma coisa com Aline, mesmo assim pouca.... e não quer ver o Mark, que foi tão vitima quanto ela, nem pintado! Não entendo porque, mesmo depois de tudo que sofreu, ela ainda fica fazendo aquele monte de desenhos da Nic!

- Eu sinceramente, também não sei o que pensar sobre isso.

Falou Pietro intrigado.


Enquanto subia as escadas pra chegar ao quarto da amiga, Aline não podia deixar de lembrar de tudo o que tinha acontecido com Lorena até então...num espaço de menos de dois anos havia perdido os pais e tido sua vida virada do avesso pela chegada da prima, sua tutora...se apaixonou por ela...se entregou a essa paixão...e foi roubada e sequestrada por quem mais adorava! Ainda bem que a própria Nic decidiu contar onde Lori estava antes de tentar se matar! Lembrou dos pesadelos que Lori tinha todas as noites quando estava na sua casa...e que acordava, na maioria das vezes, gritando e chamando por Nic! Queria fazer o possível pra ajudar a melhor amiga a sair do estado de depressão em que se encontrava. Ela quase não falava, somente palavras soltas e monossílabos, não sorria, passava horas olhando para o nada ou rabiscando traços do rosto de Nic...não havia coisa alguma que atraísse a sua atenção, a não ser quando ouvia alguém mencionar o nome de Nic!
Deu duas batidinhas na porta do quarto de Lori e entrou...sabia que ela não responderia mesmo! Viu a amiga sentada na cama, numa pose ereta, olhando para a porta, como se esperesse por ela. Chegou perto dela e pegou sua mão, deu um beijo carinhoso na face da amiga e perguntou:

- Como está se sentindo hoje? Melhor?

Lori olhou pra ela sem mudar a expressão vazia ...e disse com a voz bem baixa...

- Diga como foi lá...

Aline respirou fundo e ainda quis saber:

- Tem certeza que quer ouvir? Não acha que isso só vai trazer mais lembranças ruins pra você, minha querida?

Lorena a olhou impassível, não disse nada, mas seu olhar exigia que a amiga começasse a falar...e Aline assim o fez.! Contou com detalhes tudo o que tinha acontecido na sala de audiências, inclusive que Nic havia se declarado culpada pelos crimes e que, com isso, as chances dela ser condenada a uma pena bastante alta, crescia muito. Quando acabou de falar, olhou pra Lori, que encontrava-se na mesma posição, olhando para o vazio...fez um carinho nos cabelos dela e perguntou...

- Quer que eu fique mais um pouco contigo ou chame mais alguém?

Lori não olhou pra Aline...apenas balançou a cabeça em negativa e recostando nos travesseiros de seu leito...estendeu a mão e desligou o abajur, deixando o quarto totalmente escuro, num claro pedido pra que a amiga fosse embora! Esta levantou-se e já estava quase fechando a porta, quando ouve Lori perguntar...

- Cortaram os cabelos dela?

Surpresa, Aline respondeu...

- Sim, bem curtos!


O segundo dia de julgamento transcorria do mesmo modo que o primeiro...uma sucessão de testemunhas eram ouvidas e uma coisa se percebia em comum...todas tinham uma tendenciosa opinião sobre a ré...ela era culpada por tudo, sem dúvidas! A imprensa cobria o julgamento e faziam suas previsões e apostas sobre qual seria a pena imposta à socialite! O dia foi ainda mais cansativo, pois o Juiz tinha que examinar vários documentos e ouvir os peritos, tanto legistas quanto os grafotécnicos. Suzy, Karen, Pietro e Aline foram ouvidos também como testemunhas. Todos deram depoimentos semelhantes, contando como era a convivência entre as primas...disseram o quanto Nic era arredia no começo, mas que nos últimos meses estava se dando muito bem com Lori e com eles também...que inclusive planejavam viajar juntas e que não sabiam dizer se elas tinham algum tipo de relacionamento amoroso.
Todos, especialmente Aline, decidiram que não deveriam mencionar o que sabiam ou desconfiavam sobre a relação mais que fraternal entre as duas...Nic já estava encrencada o suficiente e não precisava que colocassem mais lenha ainda na fogueira onde iria ser queimada! No fundo, mesmo sem saber ao certo, ainda nutriam um sentimento bom por aquela estranha mulher...só não a perdoavam por ter maltratado tanto Lori!

O Juiz, mais uma vez, deu por encerrada a sessão! Comunicou que não havendo mais testemunhas a serem ouvidas, nem provas documentais a se analisar, o dia seguinte seria somente para as considerações finais dos advogados de defesa e da acusação, e que o veredicto seria anunciado por fim!

Nic novamente foi levada para sua cela. Estava num estado de profunda melancolia! Não lhe importava mais quantos anos de cadeia pegaria...viver dentro ou fora daqueles muros não faria diferença no que sentia dentro de si...sentia-se seca, sem vida....Lorena não tinha ido ao julgamento dela e nem mesmo como testemunha de acusação ela seria ouvida...
"Ela deve me odiar! Nem pra me acusar ela quis vir...preferiu deixar-se representar pra não ter que olhar na minha cara! Não a culpo, Lori...você está certa! Eu te causei muito mal!"


Quando os amigos de Lori chegaram na sua casa aquela noite, não a encontraram no quarto como de costume...ela estava sentada no jardim, em frente a piscina e esperava por eles. Sally os conduziu até lá e todos sentaram ao redor de Lori à espera que ela falasse alguma coisa. Lori parecia ter saído do estado de catalepsia em que vivia, desde que fora encontrada naquele fatídico dia! Olhou nos olhos de um por um e perguntou com a voz bem baixa, porém firme...

- Quero que me contem todos os detalhes e como foi o depoimento de cada um de vocês...um por um, por favor...comece você Pietro...

Os amigos estavam surpresos, porém felizes por ver Lori pelo menos olhando e falando diretamente com eles! Os olhos dela ainda estavam sem brilho, apagados, mas.sem dúvida ela parecia bem melhor! Começaram contando em datalhes tudo o que tinha se passado naquela sala de audiências... inclusive o fato de que Nic estava extremamente abatida, bem diferente da Nic altiva do primeiro dia de julgamento...não havia levantado os olhos das próprias mãos em nenhum momento, e parecia completamente alheia ao que se passava naquela sala!
Depois de ouvir cada um deles, Lori levantou-se e falou:

- Obrigada por vocês terem sido sempre, acima de tudo, meus amigos! E provaram que são leais comigo dando depoimentos justos e corretos! Obrigada também por não condenarem ela antes que o Juiz o faça...acho que vocês foram os únicos que não fizeram isso! Agora me desculpem, mas preciso ir pro meu quarto!

E se retirou, deixando os amigos conversando entre eles. Depois a Governanta se aproximou e ofereceu-lhes um lanche, perguntando com simpatia...

- Ela está melhor, não acharam? Até saiu do quarto!

- Sim, está melhor! Mas ainda precisa melhorar muito mais! Fico pensando se um dia terá de volta aquela alegria simples que tinha antes...aquele brilho no olhar...espero que sim!

Comentou Karen, com tristeza....Sally voltou a comentar...

- Hoje ela me pediu que comprasse todos os jornais em circulação por aqui...trancou-se no quarto e só saiu agora há pouco, quando vocês chegaram...mas percebi que parecia estar melhor...

- Repararam que ela nunca perguntou nada sobre Nic diretamente?!

Comentou Suzy...mas Aline contestou...

- Perguntou sim...ontem pela primeira vez ela me perguntou se tinham cortado os cabelos dela....estranho né?

- Eu também lembro que quando ela acordou no hospital, a enfermeira disse que a primeira coisa que ela perguntou foi o que tinha acontecido com Nic...

Falou Pietro....e Aline emendou...

- E quando soube que ela tinha sido presa, nunca mais tocou no nome dela...pelo menos não acordada...até ontem! E hoje temos a surpresa de vê-la fora do quarto e falando diretamente com a gente...sem aquele olhar perdido....estranho né?!

- Será que ela está melhor por saber que Nic não tem a menor chance de sair daquela prisão tão cedo? Pelo rumo que as coisas estão tomando...os experts na área já dizem que ela deve pegar entre 10 e 15 anos de prisão! O Juiz é muito rígido! Mas, não sei...algo me diz que não é isso!

Karen cogitou...e Suzy finalizou com seu jeito peculiar...

- Queria ter o poder de saber o que se passa na mente da minha amiga! Como aqueles caras...como é que chamam mesmo? Ah, lembrei...telepatas! Tadinha, Nic realmente foi devastadora na vida dela!


Naquela noite, o advogado de Nic recebeu um telefonema que daria um novo rumo àquele julgamento.


Logo que foi aberta a sessão no último dia do Julgamento de Nic, o advogado dela pediu um aparte ao Juiz....foi até ele e secretamente falou-lhe por alguns minutos. Nic achou estranho, pois não tinha sido informada por ele de alteração alguma! O Magistrado chamou o Juiz tutelar e também conversou com ele em particular. Um burburinho se formava na audiência e os advogados de acusação e o Promotor não entendiam o que a defesa poderia estar querendo apresentar de novidade no último momento. O Juiz tutor de Lori saiu da sala por alguns minutos e depois voltou a ter com o Juiz da causa. Conversaram por algum tempo e depois ambos voltaram aos seus lugares. O Juiz bateu o martelo e fez com que todos se calassem e prestassem atenção a ele...anunciou com voz firme...

- Comunico que este Juizo decidiu alterar a sequência de deliberações. Acatando um pedido da Defesa, aceito que a ré, Nicole MacGillian deponha....

O Promotor e os advogados de acusação trocaram risinhos de cumplicidade...sabiam que Nic depondo, só acabaria por cavar ainda mais a própria cova. Ela olhou sem entender para o seu advogado...não queria falar nada..não tinha o que dizer...e irritada com ele, perguntou:

- Que diabos você tá fazendo? Eu não quero falar nada...tudo o que disseram aqui é verdade...quer que eu diga o que mais? Que peça pra eles me condenarem à prisão perpetua? Seu imbecil!!!

- Eu só estou fazendo o que me pediram...você mesma piorou sua situação e não eu! Então, não vejo como ainda pode ficar pior! Vamos ver o que acontece...

- Mas quem pediu? Do que está falando?

- Shhhhh...o Juiz vai falar...

- Porém, por uma questão de formalidade processual, a ré será a última a depor, logo após o depoimento da testemunha e também vítima, Lorena MacGillian!

Um falatório se generalizou e todos estranharam aquela novidade...inclusive Nic, que estava estática! Os responsáveis pela acusação ouviam explicações do Juiz tutelar...e o Magistrado fez soar novamente o seu martelo pedindo silêncio na audiência! Quando a calma se restabeleceu, ele continuou...

- O depoimento da vítima Lorena MacGillian foi feito à pedido dela mesma, devidamente respaldado por seu Representante Legal, o Dr. Juiz tutelar aqui presente. Dou ciência a todos que os depoimentos da vítima e da ré serão colhidos e logo após os causídicos farão suas alegações finais.....farei uma pausa de uma hora e então apresentarei o veredicto! Quero que a ré fique ciente que tudo o que disser terá um peso significativo na minha decisão, bem como o depoimento da vítima Lorena, por ter sido a maior atingida por todos os crimes aqui listados!

E fez um gesto ao Meirinho para que iniciasse os trabalhos...

- Que entre a testemunha Lorena MacGillian !

Quando Lori entrou na sala de audiências, Nic instintivamente se levantou...e foi logo puxada de volta pelo seu advogado! Lori caminhou para a cadeira das testemunhas olhando diretamente nos olhos de Nic! Se viam pela primeira vez desde aquele último dia na cabana...e pareciam avaliar uma a outra pra saber como estavam...se tinham emagrecido...o que pensavam...o que sentiam...
Nic achou Lori bem mais magra...estava abatida e parecia mais velha que sua pouca idade...os olhos estava tristes e com olheiras em volta...o corpo, apesar de caminhar num andar ereto, mostrava toda sua fragilidade...e pensou o quanto ela era linda!
Lori não conseguia deixar de olhar Nic...só a tinha visto com os cabelos cortados ontem quando leu os jornais....estava bem mais magra, não tinha mais aquela arrogância característica no olhar...deu graças por estar já à frente da cadeira, pois sentiu as pernas fraquejarem...e pensou o quanto ela era linda!

Fez o juramento sobre a Bíblia e sentou-se pra começar seu depoimento.

O Advogado de Nic levantou-se e perguntou pra testemunha:

- Srta. Lorena, gostaria que começasse a nos esclarecer porque pediu para depor, uma vez que havia sido desaconselhada de fazê-lo pelo seu tutor legal e devidamente dispensada por este Juizo? Por que fez questão?

Sem tirar os olhos de Nic, Lori respondeu com firmeza...

- Porque eu quis! Porque não poderia deixar de contar a minha versão dos fatos! Porque não poderia mais calar o que sinto diante dela nem de mim...mesmo que para isso tenha que dar um depoimento público!

O silêncio no ambiente era absoluto! E o advogado fez um sinal para que Lori continuasse...
Ela respirou fundo e parecia reunir forças pra ir adiante...falava para Nic! Esqueceu todos em volta e seu olhar e suas palavras eram somente para ela! Não se importava mais que outros ouvissem, desde que ela soubesse...

- Quando perdi meus Pais há quase dois anos, achei que minha vida tinha acabado! Estava sozinha no mundo e sabia que dali por diante teria que caminhar sozinha! Claro que sabia da existência de Nic, mas foi uma grande surpresa pra mim e pra todos, quando meu Pai deixou em testamento que a queria como minha tutora! Todos sabiam da fama e das loucuras que Nic fazia e que tinha perdido toda sua fortuna da maneira que todos aqui já estão cansados de saber!

Mais uma vez puxou o ar profundamente...arregimentando forças pra continuar...

- O que as pessoas não sabem é que meu Pai conhecia uma Nic que ninguém conheceu! Ele a amava e a respeitava do jeito que ela era...e mesmo sofrendo com o modo como ela se comportava...o Amor que sentia não mudou!

Lori agora falava diretamente com Nic...

- E sabe porque não mudou, Nic? Porque era um Amor incondicional, como o que sua mãe tinha por você...como o que ele tinha por mim! Ele também sabia que eu, apesar de não ter contato com você desde os 3 anos de idade, jamais a esqueci! Ao invés de pedir pra que ele contasse histórias infantis, como toda criança comum, eu pedia que ele me contasse histórias sobre você...sobre como era quando criança...sobre suas aventuras...sobre as confusões em que se metia! Ele achava estranho meu interesse, mas ficava feliz em falar sobre você...claro que omitia as partes ruins e pesadas de suas aventuras...e assim, acabava floreando um pouco a realidade que era bem menos romântica! Ele me fazia vê-la como ele via e não como você era para o mundo, Nic! Minha mãe não aprovava isso, e quando fiquei mais velha, me contava a versão dela sobre você...óbvio que era bem diferente do modo como meu Pai falava...era mais realista! Mas por algum motivo que não sei explicar, apesar de acreditar em minha mãe, eu prefiria olhar você com os olhos de meu Pai!

Nic parecia uma estátua...não movia um músculo sequer! A impressão que dava era de que nem respirava! Somente os olhos brilhando além do normal, denunciavam a emoção que sentia com as palavras de Lori...

- Depois dos meus 6 anos, eu comecei a ter sonhos recorrentes com você...aquele sonho que retratei no quadro que te dei! Você chegava e sorrindo me pegava nos braços e me girava no ar...eu sentia uma felicidade tão grande com aquele sonho, que poucas coisas no meu dia a dia, me davam a mesma sensação de prazer! Detestava as noites em que não sonhava contigo! Aí chegou minha pré-adolescência e os sonhos, um dia, não vieram mais! Me senti vazia, e lembro de ter comentado com papai uma vez sobre isso....ele me disse sorrindo que de repente um dia, quando menos esperasse, meu sonho poderia voltar...ou quem sabe você mesma! Quando toda a tragédia aconteceu e soube que ele havia mencionado você no testamento, eu praticamente já sabia o que viria...ele tentaria de algum modo nos aproximar...colocar as duas pessoas que ele mais amou no mundo, pra conviver e tentar se reconhecer naquilo que tinham em comum...o Amor incondicional dele!

Lori bebeu um pouco da água que tinham posto pra ela...ergueu outra vez os olhos pra Nic e prosseguiu...

- Nas primeiras semanas de convivência, confesso que fiquei muitas vezes confusa com você...não sabia quem tinha mais razão, se minha mãe ou meu pai...você se comportava do jeito que minha mãe dizia...mas nos seus olhos eu exergava a Nic da qual meu pai falava! Aos poucos fui invadindo o seu mundo e deixando que você invadisse o meu...me assustava...me surpreendia...tentei fugir com a viagem que fiz...tentei achar respostas para o que sentia por alguém como você! Via o quanto era cruel com as pessoas...via seu jeito sem consideração pelo próximo...não achava bonito e muito menos atraente esse seu lado...me irritava, me indignava com aquilo....mas esquecia de tudo...de todas as promessas que fazia a mim mesma...de todas as precauções...de todos os medos... quando te olhava e via que também queria fugir...que também tinha medo...que também me queria, mas não aceitava esse querer!

E nesse instante, Lori levanta-se e, olhando para o Juiz, para os advogados, Promotor, pra audiência, fala com franqueza...

- Fui eu que comecei a assediá-la! Eu que a provocava sempre que tinha uma oportunidade! Desde que voltei da viagem à Europa...eu não consegui mais fugir do que sentia e decidi que não resistiria mais...que aproveitaria todos os momentos pra mostrar a ela o quanto eu a queria! Ela era a única pessoa que desejava no mundo e estava disposta a rastejar pra tê-la se assim ela pedisse!

E, então volta a olhar profundamente pra Nic...

- Mas você não pediu Nic! Nunca quis fazer comigo o que fazia com os outros, porque não me via como via a todos os outros! Você fugia de mim e mais ainda de você mesma! Eu percebia o medo que sentia em se entregar... não conseguia admitir que me queria de outro modo...mas eu via! Aprendi a reconhecer os seus sinais....o modo como se esquivava de mim o tempo todo! Cheguei até a pensar que não me desejava mesmo...mas não, você apenas tinha pavor do que se descobria sentindo por mim!

E novamente olhando para o Juiz, disse...

- Excelência, fui eu que insistentemente a assediei! Eu que, dia e noite, pensava num jeito de quebrar o muro que ela tinha erguido pra se proteger de mim! Eu que não desisti até conseguir o que queria....que apenas se consumou na noite do meu aniversário de 18 anos, ou seja, no dia anterior ao sequestro! E tenho alguém que pode confirmar o que estou dizendo...minha amiga Aline...a qual confessei desde o começo tudo o que se passava entre mim e Nicole!

O Juiz consulta os autos e diz...

- Mas ela já depôs e não mencionou nada sobre isso...então prestou falso testemunho!

- Não, Meritíssimo! Ela não mentiu...apenas não foi perguntada sobre isso, então omitiu! Fez isso porque é uma amiga leal e não falaria sem a minha autorização...mas garanto que poderá dar novo depoimento, contando todos os detalhes que sabe, se assim for solicitada!

O silêncio que antes reinava, foi quebrado pelos cochichos vindos da audiência e dos que trabalhavam na acusação! O advogado de Nic sorria feliz...e ela continuava sem conseguir ao menos piscar!
Lori voltou a olhar fixamente pra Nic e falou num tom mais alto, a fim de ter atenção total...

- Eu ainda não terminei meu depoimento!

O Juiz novamente fez soar o martelo pedindo silêncio...

- Prossiga, por favor!

- A cena que viu naquela manhã, Nic...não era real! Eu não quis aquele beijo de Mark...apenas não o rejeitei porque de algum modo ele desconfiou de nós e ameaçou contar a todos...e a idéia de que você pudesse perder a minha tutela me apavorava! Só imaginar que podiam te afastar de mim, me deixou em pânico! Mas você acabou se deixando dominar pelo ciúmes e fez as bobagens que se seguiram depois...

Nessa hora o Promotor de Justiça se levanta e fala à testemunha...

- Bobagens?! Acho que a Senhorita está tentando amenizar os fatos aqui mostrados! Este rapaz foi quase morto com um cinzeiro de cristal na cabeça...depois foi impiedosamente espancado até ficar inconsciente...teve o braço e três costelas fraturados por chutes dados pela ré....e a Srta. vem me dizer que foi uma bobagem?! Srta. Lorena, o que pensa que está fazendo tentando defender a ré? Logo a Srta., que foi sua maior vítima! Que foi encontrada desidratada, quase em estado de inanição, com machucados por todo o corpo! Não se deixe enganar por suas ilusões românticas de adolescente...a própria acusada se declarou culpada e é isso que ela é...culpada!!! Os fatos falam por si !!!

Lorena, com a expressão impassível, pergunta ao Juiz...

- Acho que meu depoimento não deveria ter sido interrompido dessa forma, não é Sr. Juiz? Pelo pouco que sei da Lei, o Sr. Promotor deveria esperar o momento de suas alegações finais pra emitir a sua opinião sobre o meu depoimento, e não durante o mesmo!

O Juiz se aprumou na cadeira e pigarreou...olhando para o Promotor que estava rubro, disse com severidade...

- A testemunha está coberta de razões quanto a isso, Sr. Promotor! Não vou admitir mais nenhuma interrupção desse tipo no decorrer dos depoimentos!

E virando-se para Lori, completou...

- Prossiga, Senhorita...

Sentando-se novamente, Lori continuou, olhando para Nic...

- Não estou negando os fatos! Os documentos aqui apresentados, provaram que Nicole desviou dinheiro de minha herança, e ela não negou! A vítima Mark e as provas periciais, deixaram claro que ela o agrediu violentamente! Eu fui sequestrada, mantida em cárcere privado por 6 dias, algemada e acorrentada a uma cama de ferro sem chances de fugir! Mas o que não sabem é que não comi porque não quis! Não foi ela que deixou de me alimentar, fui eu que não queria comer do modo como ela queria...quis medir forças com ela...e se estou aqui, agora, prestando esse depoimento...foi porque venci a guerra de nervos que travamos! Ela não suportou me ver sofrer!

E com os olhos marejados completou...

- E então quase a perdi de vez! Sabem porque ela quis morrer? Porque duvidei dela...porque me deixei cegar pela raiva e duvidei! Mas não duvido mais, Nic! Nem de você e nem do que sinto! Eu quero finalizar dizendo que, não importa qual seja a decisão que este Juizo tome, eu vou esperar! Vou viver cada minuto, para o dia em que puder outra vez ter você comigo! Porque você é a minha vida! E enquanto estiver presa...eu estarei também! E todos os planos que fizemos...todos os lugares que sonhamos conhecer juntas...tudo estará suspenso, até você voltar! Eu vou viver pra esse dia porque você é a minha vida....a minha vida, Nic!!!!

E não controlou mais o choro que caiu livre pela face! Nic chorava também...e pela segunda vez Lori viu suas lágrimas!

Um silêncio pesado e constrangedor se fez no local...era como se todos estivessem em estado de choque pelo que tinham ouvido...ninguém olhava pra ninguém...nenhum comentário era feito..e só os soluços de Lori soavam no ambiente...soluços esses que, por longos minutos, ninguém ousou interromper...como se respeitassem tacitamente aquele pranto...até que obedecendo ao gesto feito pelo Juiz, o Meirinho a amparou e a levou até o local reservado às vitimas. Mark a olhou como se a estivesse vendo pela primeira vez! Assim como os demais, estava chocado com as revelações vindas da boca da própria Lorena...mas não sabia avaliar o que sentia!

A voz potente do Juiz se fez ecoar...

- Acho que todos precisamos de um pequeno intervalo! Voltaremos em meia hora!

Na cela contígua à sala de audiências, Nic não conseguia parar de chorar! Nunca na vida havia chorado daquele jeito, pelo menos não desde que lembrava existir! Nem mesmo na morte dos pais conseguiu chorar sua dor! Sempre engoliu o que a machucava e decidiu magoar, ferir, antes que pudesse sentir aquele tipo de dor outra vez! Mas agora, parecia que a mágoa da sua vida inteira era expiada através daquelas lágrimas! Chorava porque sabia que tinha perdido a chance de viver tudo diferente...chorava porque poderia ter dado um final muito melhor que aquele que se vislumbrava....chorava por ter sido a culpada de não poder viver plenamente o sentimento que tanto negou e que Lori tinha declarado na frente de todos! Tinha vergonha por não estar à altura daquele sentir...por não ser digna dele...não ser digna de Lori!

Algumas lágrimas ainda desciam por sua face quando os policiais vieram escoltá-la de volta pra sala de audiências. Voltou a buscar os olhos de mar ....encontrou-os do mesmo modo que via em seus sonhos...brilhantes...com as emoções transbordando através deles... e a promessa de que podiam acreditar uma na outra muito além das palavras!

O Juiz a chamou pra depor e depois das formalidades e o juramento de praxe, fez sinal pra que ela começasse o seu depoimento...
Do mesmo modo que Lori fizera....Nic também falava pra ela! A voz estava embargada ainda pelo pranto, agora contido...

- Desde o primeiro dia desse julgamento, em nenhum momento neguei as acusações ou as provas aqui apresentadas. Meu advogado só tinha autorização para usar de provas ou depoimentos que apenas ajudassem a amenizar a minha punição, e não contestar ou negar os fatos aqui apresentados! Declarei-me culpada porque é isso que sou! E hoje, mais que nunca, sinto-me culpada por não ser digna de ti, Lorena! Confesso todos os crimes que pratiquei e, por mais cruel que possa ser, não tenho sentimento de culpa pelo que fiz! De todas as pessoas que durante minha vida inteira machuquei fisicamente ou moralmente... as únicas que me fazem agora chorar e sentir remorso foram você e Alex! Por todos os outros, não tenho a menor pena! De alguma maneira eram coniventes, subservientes ou provocaram minha reação! Sei que minhas palavras não vão ajudar em nada minha situação, pelo contrário, minha confissão é minha sentença! Mas nesse momento não posso calar também o que sinto! Não me espere, Lorena! Não faça isso por mim nem por ninguém! Não há quem mereça o sacrifício da espera, o sacrifício de uma juventude linda como a sua! Muito menos alguém como eu! Por algum tempo, cheguei a acreditar que poderia mudar e me tornar alguém melhor...mas os fatos falam por si...bastou ter a confiança que sentia por ti abalada pelo ciúme...e dei causa a uma sequência de atos bárbaros pelos quais tenho que pagar agora!

Fez um silêncio prolongado e com um sorriso triste, concluiu...

- Numa coisa Alex estava certo! Você era minha única chance de redenção! Pena que não soube aceitá-la....eu também te reconheci, Lori...mas não quis acreditar! Tive medo de aceitar esse sentimento em mim e ser por ele dominada! Foi tão forte e tão devastador, que lutei o máximo que pude em reconhecê-lo! Mas no íntimo eu sabia a verdade...sabia que não tinha como evitar...e desde que Alex nos colocou novamente no caminho uma da outra...não poderia mais ser alguém inteira se de você me separasse! Você tem razão...de algum modo ele sempre soube disso! Desculpe....agora é tarde!

E abaixou a cabeça pra não mais olhar o pranto de Lori!

Não houve perguntas de nenhum dos lados...parecia que todas as explicações já tinham sido dadas...e não havia mais o que ser dito!
A Promotoria fez suas considerações finais e pediu a pena máxima para a ré!
Depois o advogado de defesa apresentou suas alegações, pedindo que o Juiz considerasse com bastante atenção, os dois últimos depoimentos.
Foram então realizadas as formalidades finais e passadas a termo todas as declarações daquele dia. O Juiz anunciou um recesso de duas horas, quando então voltaria com a sentença final!

Para Lori e Nic, as duas horas pareceram um dia inteiro...Lori era amparada pelos amigos que não diziam nada, apenas ficavam ao lado dela demonstrando apoio. No fundo, não se sentiam no direito de julgar ou tentar analisar, naquele momento, a situação. O que todos tinham ouvido da própria Lori, era a confissão de sentimentos profundos, e somente a ela, caberia decidir como lidar com eles dali por diante.
Por sua vez, Nic era só desolação...os sentimentos de impotência e fracasso só não eram mais fortes que a vergonha por ter decepcionado a pessoa mais importante de sua vida...Lorena!

Quando foram todos chamados de volta para a sessão que se reiniciaria, a expectativa do veredicto tomou a todos...como uma epidemia!

O Juiz se levantou e pediu que a ré também ficasse de pé para ouvir sua sentença!
Com a voz pausada e firme começou a ler as acusações e fazer um resumo de tudo o que havia sido apresentado naqueles três dias...e finalmente começou a expôr a sua decisão...

- ...aos 30 dias do mês de agosto, do ano 2001....após dois dias ouvindo as testemunhas arroladas e examinando as provas colhidas...já havia praticamente formado minha opinião quanto a este caso! Porém, foi com surpresa que todos aqui presentes, inclusive eu, ouvimos nesta manhã, a declaração emocionada da vítima, Lorena MacGillian! O depoimento da ré, como ela mesma afirmou, em nada a favoreceu...pelo contrário, com a confissão de sua culpa, não pode este Juizo fugir ao que determina a Lei! Ficou evidente que a acusada e a vítima Lorena, além dos laços de co-sanguinidade, possuem também laços afetivos que vão muito além do que o senso comum julga como fraternal! Não é dever desse Tribunal fazer considerações morais sobre tal relação! No entanto, ficou claro que foram esses sentimentos mal administrados, mais objetivamente pela ré, que desencadearam toda a sorte de infortúnios e atos criminosos que deram causa a esse julgamento! Por mais sensibilizado que este Juízo tenha ficado em ver um sentimento sagrado, ser transformado em sofrimento e dor, pela ação do medo a da intemperança...não se pode excusar de aplicar a Lei em casos concretamente provados, por conta da lástima que ele causa no homem que julga! A Imparcialidade da Justiça é simbolizada por uma mulher com os olhos vendados...a deusa Têmis; filha de Urano, o céu e de Gaia, a terra...ela é cega pra mostrar que a Lei será aplicada igualmente a todos e que o Direito será dado a quem o tem! Mas ela não é insensível! Pode não enxergar diferenças com relação a cor, nível socio-econômico e sex*...mas, pode sim levar em consideração, os vários fatores que envolvem um ato criminoso! A ré cometeu de fato os crimes pelos quais foi trazida a julgamento! Confirmados por toda sorte de provas testemunhais e materiais que se podia apurar! Por esta razão não tem como fugir ao braço forte da Lei! Contudo, foi anexado aos autos pelo representante legal da menor vítima Lorena MacGillian, uma petição de última hora, onde, acatando a vontade de sua tutelada, pede que sejam desconsideradas as acusações de lesão corporal, cárcere privado e fraude contra sua herança! Pela Lei Processual do Estado da Florida, até que seja proferida a sentença final, o Juiz poderá receber e levar em consideração para a formação de sua opinião, todo e qualquer novo documento ou prova que lhe for apresentado! Por todo o exposto e relatado, passo agora a declaração da sentença...

O silêncio era tão profundo que a impressão que dava era que todos tinham parado de respirar!

- Condeno a ré, Nicole MacGillian, pelo crime de lesão corporal á vitima Mark Johnson, à pena de um ano e seis meses de reclusão, com o agravante de ter sido a violência do ato um excesso em relação aos motivos que o causaram, aumento a pena em mais seis meses, perfazendo o total de dois anos de reclusão! Condeno a ré pelo crime de sequestro da vítima, Lorena MacGillian, a pena de 3 anos de reclusão, sendo que o seu arrependimento, evidenciado pela confissão de onde estava a vítima, bem como o ato de se deixar prender, servem de atenuantes para a pena que reduzo pela metade, finalizando em um ano e seis meses de reclusão. Pelo crime de falsificação de documento público, com o agravante que obteve vantagem econômica por tal falsificação, condeno a ré a 10 meses de reclusão. Pelo crime de compra e uso de substância entorpecente proibida, condeno a ré a pena de 6 meses de reclusão. Com relação aos crimes de cárcere privado, lesão corporal e desvio de fundos da herança da qual era tutora, absolvo a ré das acusações, uma vez que, por vontade da própria vítima e única prejudicada com tais atos, corroborada por seu representante legal, as acusações foram retiradas...o que faz com que a punição perca o seu objetivo de ser!
Como permite o código processual criminal deste Estado, somadas as penas, num total de quatro anos e dez meses de reclusão, se a ré apresentar comportamente irrepreensível durante o tempo em que estiver presa, pode requerer sua liberdade condicional após três anos de recolhimento!

Um falatório generalizado começou e Nic estava completamente surpresa com aquela sentença que era bem melhor do que imaginava...olhou para Lori e viu seus olhos sorrirem pra ela, mas de uma maneira triste! O Juiz ainda não tinha acabado e, mais uma vez, bateu irritado o martelo para que fizessem silêncio no ambiente!

- A Sentença ainda não terminou! Continuando....por decisão do Juiz tutelar e concordância da menor Lorena MacGillian, esta não poderá manter, pelo tempo em que a ré estiver presa, nenhum tipo de contato com a mesma! Ficando terminantemente proibidas visitas, telefonemas, cartas e qualquer outro meio que as permitam comunicar-se! Caso essa condição seja violada, a ré poderá ter suspenso o seu direito de liberdade condicional, após cumpridos os três anos! E esta é a decisão final! Que seja a ré recolhida a prisão em que se encontra!

E bateu o martelo dando por encerrado o julgamento!
Nic olhou pra Lori e então pôde entender o olhar de tristeza que tinha visto nela! Nenhum contato por três anos, se não quisesse passar os próximos 5 anos na cadeia! Essa tinha sido a condição imposta pelo Juiz Tutelar para concordar em assinar a petição retirando as acusações dos crimes pelos quais Nic tinha sido absolvida!

Os Policiais que escoltavam Nic já a ladeavam e tinham começado a levá-la dali, quando Lori correu até ela tentando abraçá-la...mas mãos desconhecidas a seguraram no meio do caminho, impedindo-a de tocar em Nic! Mesmo assim, com as lágrimas caindo, gritou sua dor...

- Você pode ter tentado me convencer a não te esperar...meu tutor pode tentar me fazer esquecer de você com essa separação forçada...sua condenação pode tentar nos afastar...mas ninguém será capaz de matar o sentimento que tenho por ti, Nic...nem você mesma conseguiu fazer isso! Você é e continuará sendo a minha vida...e por isso vou esperar! Tudo estará suspenso, até o dia em que eu possa vê-la chegar novamente em casa, trazendo contigo minha alegria e minha vida que ficarão em tuas mãos!!!

Nic também chorou e foi levada dali!

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

No dia 05 de novembro do ano 2004, Nicole MacGillian recebeu a visita de seu advogado com o Alvará de soltura nas mãos! Tinham finalmente deferido a Liberdade Condicional dela! Não cabia em si de tanta felicidade! Finalmente a liberdade de volta! Foi até sua cela, recolheu seus pertences, colocou sua melhor roupa, arrumou os cabelos ainda mantidos curtos, colocou seu perfume preferido e despediu-se das detentas com as quais tinha alguma afinidade! No período que passou presa, isolava-se a maior parte do tempo...como as celas eram individuais, o contato com outras presas era durante o banho de sol, quando fazia algum trabalho na prisão ou na hora das refeições...e mesmo assim, Nic raramente conversar com alguém. O que mais fez durante aquele tempo foi exercitar-se, ler e escrever semanalmente uma carta para Lori! Agora, arrumava as mais de 150 cartas que havia escrito todos aqueles anos, no fundo de sua mala!

Quando o portão principal da prisão estadual foi aberto e Nic respirou o ar da liberdade, o dia estava perfeito! Céu claro, sem nuvens e a temperatura amena, trazia o cheiro de esperança! Um lindo dia de outono no hemisfério norte! Seu advogado ofereceu-lhe uma carona, mas ela rejeitou dizendo que viriam buscá-la...ele intrigado perguntou:

- Mas quem vem buscá-la? Ninguém sabe que foi solta!

Nic sorriu, já era meio dia e o sol alto fazia seus olhos brilharem ainda mais! Como não respondeu, o advogado perguntou curioso...

- E para onde vai?

Ela olhou pra ele e respondeu com a certeza que só seu coração lhe dava...

- Para casa!

O homem deu de ombros e foi embora. Para ele, já tinha feito a sua parte, como ela iria se virar sem dinheiro e sem aceitar ajuda, não era mais problema dele.

Nic sentou na calçada em frente ao portão principal do presídio....apoiou as costas em sua mala e preparou-se pra uma longa espera...podia esperar o tempo que fosse, mas sabia que ela viria!

Um pouco depois das cinco da tarde, vê um Jaguar verde musgo se aproximar...ela levanta do chão...suas costas estão em frangalhos...aperta os olhos pra tentar enxergar algo por trás dos vidros escuros, mas não consegue ver nada! De repente a capota do conversível começa e ser lentamente arriada...e deixa ver que a motorista trazia no rosto o sorriso mais feliz que alguém poderia dar...estica o corpo e abre a porta do carro dizendo:

- Demorei muito?

Nic devolve o sorriso pra Lori e responde entrando no carro:

- Não, minha vida! Acabei de sair!

E partem para viver o que tinham interrompido há mais de três anos...suas vidas!

 

 

=============================================================




CONSIDERAÇÕES DE UMA EXPECTADORA:

Em Junho de 2006, estava na sala de espera de um cliente, quando comecei a folhear uma dessas revistas de fofocas...e tive minha atenção voltada pra uma foto grande, onde duas lindas mulheres andavam de braços dados, num passeio próximo a um lago. A chamada em baixo dizia: "As primas inseparáveis, aproveitando o verão de Nova York no Central Park" . O que mais me fez ficar olhando para aquela foto, não era propriamente a beleza das mulheres ou a insinuação, que a pequena nota que seguia a foto, dava a entender...que as primas eram na verdade um casal...o que mais tinha me intrigado, foram os olhares de completa devoção que uma dirigia a outra! A mulher mais alta, sorria largo e olhava sua companheira como todos que amam sonham em ser olhados, com reconhecimento e compreensão...de volta recebia um sorriso de lábios fechados, mas que se abriam através dos olhos que a fitavam! O mais interessante da cena era o modo com que uma das mulheres, bem jovenzinha ainda, segurava o braço da outra... não de modo possessivo, mas numa simbiose delicada, na comunhão natural dos que se comunicam e se entendem com todo o corpo!

Chegou a minha hora de ir e deixei pra trás aquela foto, levando comigo a imagem que ela deixou em mim. Por uma dessas incríveis coincidências que acontecem vez ou outra, naquela noite em que liguei a TV para relaxar e dormir (sempre durmo!), me deparei com a chamada de um programa sobre julgamentos com finais surpreendentes...e qual não foi minha surpresa ao ver a imagem de uma das mulheres que tinha visto na foto pela manhã! Fiquei acordada até de madrugada para ver o tal programa, mas não me arrependi! Por trás da reportagem, que se atinha mais aos detalhes técnicos do julgamento, que pela estória pessoal delas....consegui identificar os sinais claros daquela paixão sem igual que as duas viviam! E aliando esses sinais à minha imaginação romântico-pretensiosa, fui criando uma estória paralela pra elas!

Uma estória onde uma adolescente espera por mais de três anos, praticamente trancada em casa, o dia em que sua algoz sairá da prisão! Uma estória onde esta mesma jovem, escreve diariamente todas as suas atividades num diário, para que no dia em que sua amada saia da prisão possa saber como ela sobreviveu cada dia em que foi obrigada a estar longe dela! Uma estória em que quem pensava dominar, se viu completamente de joelhos à mercê de um olhar que a vergava, que a refletia! Uma estória onde a palavra Amor nunca foi mencionada com essas letras...mas que estava presente desde o primeiro encontro!
Ninguém nunca ouviu uma dizer à outra a tão famosa frase que sela o sentimento..."eu te amo!"...mas nem por isso, ela deixou de estar presente em todo momento de entrega e paixão...e até mesmo nos momentos de ira e negação, lá estava ela, gritando seu significado!

Depois de ver a tal reportagem da TV, comecei a buscar mais notícias sobre o que tinha acontecido com as duas. Não foi difícil encontrar outras reportagens em períodicos que mencionassem aquela estranha relação. Vi notas sobre as exposições das telas que a artista plástica, Lorena, realiza em diversos locais do Pais...vi uma foto assinada por Nicole numa revista especializada em fotografia...vi outas fotos das duas, sempre juntas, em praias pelo mundo à fora...esquiando nas montanhas geladas do Colorado...em trabalhos voluntários com crianças doentes...e em todas essas fotos, podia-se ver, nos detalhes e nos sinais, aquele sentimento que não precisava ser proclamado...ele apenas transpirava!
E mais uma vez nos perguntamos: a definição concisa de um sentimento tem mais significância que o hiato que ele preencheu?

Mas, voltemos àquela tal foto lá do começo que me fez querer contar-lhes essa estória... vocês leitoras devem estar intrigadas e a se perguntar....como alguém pode ver tudo isso numa simples foto?

E eu vos respondo, caríssimas....quando se conhece o sentimento, não é difícil identificá-lo nos outros...percebe-se!


FIM





Fim do capítulo

Notas finais:

Notinha de rodapé: Essa "novelinha" foi baseada em um caso real...por esta razão, nomes, lugares e até mesmo datas, foram trocados para evitar...hummm, evitar o que hein?! Será que um dia elas poderiam se reconhecer nessa estória, caso viessem remotamente a tomar conhecimento dela?! Bem, sabe-se lá! Pelo sim pelo não, melhor mudar tudo! Ainda mais que pra piorar as coisas, somente 10% do relatado aconteceu de fato...tais como, os crimes, o julgamento e o envolvimento das duas primas....os outros 90% foram tirados não sei de onde, por uma mente meio "adoentada", mas que adora contar estórias! Obrigada pela atenção e até a próxima!

Niña (Marcya)



 


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Comentários para 14 - Capítulo 14:
Syene
Syene

Em: 22/09/2023

E fim,leitura intrigante e emocionante.....

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Lea
Lea

Em: 04/06/2022

Aprendi a apreciar a sua escrita, excelente. 

Porém achei um tanto doentio esse amor da Lorena. E a Nicole tinha que passar por tratamento psicologico!

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Zaha
Zaha

Em: 17/12/2017

Oiee, de novo!

Só pra dizer que amooo esta estória,é a minha preferida entre as 3 e umas das minhas preferidas entre todas que li até hj....

Bom finde, lindo natal e ano novo e espero que em 2018 nos alegre, escrevendo novas aventuras baseadas em "hechos reales" ou não!!

Beijos

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Renata Cassia
Renata Cassia

Em: 08/11/2018

Nossa que história linda e emocionante,amei. Só queria que tivesse sido prolongado mais um pouquinho após essa saída da Nic da prisão ;(

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luaone
luaone

Em: 04/06/2018

Adoro tudo que tu escreves... acho a leitura simples, impactante, comovente... sou tua fã!!!

Parabéns!!!!

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bia32
bia32

Em: 08/05/2018

Uma história extraordinária, bem escrita e q possue o poder de prender o leitor até a última linha, como eu q li inintenrruptamente durante 5 horas seguidas. 

Excelente!

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Donaria
Donaria

Em: 02/01/2018

Autora estou tendo o prazer de comentar uma das minhas historias preferidas!!! Adorei a Nic desde o principio e me apaixonei pela determinação da Lori no decorrer da historia, adoro essa loucura que é o amor delas, e saber que é baseado em fatos reais me instigou e instiga ainda mais, talvez tenha sido uma das historias que mais tenha me impressionado, porque a surrealidade do amor delas é inegavel e ao mesmo tempo não acreditar que possa existir um amor assim se torna impossivel. Os 90% da historia que voce diz que criou tenho certeza que exprime exatamente o que elas sentiam, porque ao ler seus textos (já li todos!) fica visivel a sua sensibilidade aos sentimentos, principalmente ao amor, que esse nasce nos lugares mais aridos, e você com sua percepção e sensibilidade, entende, absorve e nos repassa de forma impar. Reafirmo o meu encantamento dizendo que está é a terceira vez que leio a historia...rsrsrsr. Agora vou ali reler Luz! beijos autora e por favor nos presentei com outra nova historia. 

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brunafinzicontini
brunafinzicontini

Em: 28/12/2017

No Review

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brunafinzicontini
brunafinzicontini

Em: 28/12/2017

Que história sensacional, querida autora! Você me aprisionou completamente por todos os capítulos em todas as vezes que li o romance.  Parabéns por sua imaginação “romântico-pretensiosa”, como chamou – mas devo confessar que não concordo com o rótulo de “pretensiosa”. Você foi, sim, maravilhosa em todos os detalhes. E tenho certeza que encheria de felicidade o coração dessas duas nossas heroínas, caso lhes permitisse conhecer sua belíssima narrativa! Seria, sem dúvida, uma honra e uma alegria para elas descobrir que serviram de inspiração para uma obra tão bela.


 


E ainda, para encerrar com chave de ouro, você nos brinda com essa revelação de extrema sensibilidade, que nos faz admirá-la ainda mais: “...eu vos respondo, caríssimas... quando se conhece o sentimento, não é difícil identificá-lo nos outros...percebe-se! ” Espero, sinceramente, que alguém seja digno de tal sentimento e consiga fazê-la viver a felicidade que merece!


Grande abraço,


 


Bruna

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Enaile Araujo
Enaile Araujo

Em: 27/12/2017

Já havia lido esse romance a algum tempo, nem me lebro quanto, mas nunca a esqueci e tinha muita vontade de vê-la por aqui. porque confesso pra você: de todas as que já li aqui ou em outro lugar, essa é de longe a minha favorita. Você não é amadora, menina, tenho certeza! kkkkkk Já teve algum livro, escrito por você, pulblicado? Porque se não teve, vai ter, já passou de hora até... sério, minha cara! Sua escrita e suas estórias, são simplesmente... ENCANTADORAS! PARABÉNS!

Desejo um 2018 maravilhoso, com muita saúde e sabedoria e muita inspiração pra que você possa nos presentiar com novos romances maravilhosos! Um bjãoo e obrigada por nos dar o presente da sua presença por aqui! ;)

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Loui138
Loui138

Em: 20/12/2017

Amo essa estória, lembro que li ela no fatorx.

Muito cativante, forte e bem escrita, aliás, como todas as outras histórias de sua autoria. 

Ah e tbm sempre tive curiosidade pra saber que caso real foi esse!!

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AlsbergJ
AlsbergJ

Em: 19/12/2017

Depois de acompanhar esta história tão marcante e tentar de todo modo desvendar os segredos deste relato que me parece tão real, não pude deixar de comentar e agradecer. Maas, como nada é perfeito, queria dizer que estou surtando tentando encontrar a história real entre as primas. Socorro! Preciso saber! hahahahh 

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Sem cadastro
Sem cadastro

Em: 17/12/2017

Oiee, de novo!

Só pra dizer que amooo esta estória,é a minha preferida entre as 3 e umas das minhas preferidas entre todas que li até hj....

Bom finde, lindo natal e ano novo e espero que em 2018 nos alegre, escrevendo novas aventuras baseadas em "hechos reales" ou não!!

Beijos

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