Dueto: perdurável

14º aniversário da Jeannine

Quando as coleguinhas ficaram mocinhas aos 12 e 13 anos, Jeannine reclamou para as mães:

- Eu não sei por que isso ainda não aconteceu comigo. Também quero ser mocinha.

- Nine, você diz isso agora, quando acontecer vai ver como é chato (Yanna revidou).

- Filha não queira antecipar as coisas e cada um tem um organismo (Vitória explicou).

- Tia eu falei para ela, que sinto cólica, que é chato ficar trocando, mas mesmo assim ela fica brava porque só com ela não aconteceu ainda.

- Yanna, sua mãe já te levou ao ginecologista por conta das cólicas? (Vitória sempre muito cuidadosa perguntou).

- Levou sim e fiquei toda envergonhada (contou com a bochecha rosada).

- Não tenha vergonha e é importante se cuidar.

- Yanna, com a idade de vocês ir ao ginecologista é tranquilo, quando ficarem mais velhas vão ver como é chato, cada exame invasivo, eu odeio (Lay comentou).

- Layza, sem assustar as meninas (Vitória alertou).

- Mesmo assim, quero ser mocinha também (Jeannine voltou a se queixar).

- Bem que eu poderia trocar com ela, pois quando estou nos meus dias ruins nem aguento jogar bola direito (Yanna reclamou).

- Você joga? (Lay perguntou)

- Jogo sim, eu adoro futebol.

- Eu também gostava (a morena contou).

- E você largou mesmo o balé? (Vitória questionou).

- Sim, eu não gostava, só fazia porque minha mãe queria.

- Essa chata me abandonou (disse Jeannine).

- Não abandonei coisa nenhuma, de vez em quando vou ver suas aulas e não falto em nenhuma apresentação.

- Verdade.

- Já você, nem vai me ver jogar bola (foi a vez da amiga criticar).

- Eu não gosto de futebol.

- Mas quando o “MauMau” joga, você fica na torcida.

- Jeannine, quem é “MauMau”? (Vitória perguntou analisando a filha).

- Yanna, boca aberta! É o Maurício mãe (falou toda derretida).

- Jeannine, você vai para o colégio estudar e nem tem idade para ficar de olho nos meninos, então não quero saber de você em torcida de jogo (Vitória afirmou).

- Tia, as meninas da escola acham ele lindo, acredita que ficam chamando ele de TDB? (Yanna debochou).

- O que é TDB? (Lay indagou).

- Tudo de bom (Jeannine contou).

Layza caiu na gargalhada. Enquanto Yanna não estava achando graça nenhuma e Vitória muito menos.

- Filha, você acha ele TDB? (Lay falou ainda rindo).

- Sim (Jeannine respondeu também risonha).

- Layza, não tem graça nenhuma. Eu mereço mesmo viu (Vitória toda ciumenta reclamou).

- Tia, ele nem é bonito, elas exageram. Queriam até criar um fã clube para o menino.

- Deixa eu adivinhar, você não participa né Yanna (Lay ponderou).

- Claro que não (a menina garantiu).

- Já você faz parte do fã clube né Jeannine? (A morena voltou a falar).

A filha somente assentiu chacoalhando a cabeça, com receio de falar alguma coisa que irritasse a ruiva.

- Como é que é? (Vitória gritou).

- Jeannine e Yanna, vão se arrumar que daqui a pouco vamos para o cinema (Layza interviu).

As duas saíram rapidamente, foram para o quarto, deixando somente as adultas na sala.

- Amor, calma! Ela é pré-adolescente, essas coisas são normais e só estão começando (disse Layza fazendo um carinho no braço da esposa).

- E você fala isso assim, com naturalidade.

- Assim como?

 - Toda calma, como consegue?

- Ela está crescendo, temos que agradecer por nos ver como amigas e nos contar tudo.

- Tem que ser sempre assim (afirmou Vitória).

- Para que seja sempre assim, não podemos brigar com ela por conta de algo bobo.

- Morro de ciúmes de vocês duas.

- Eu sei e também sinto ciúmes de vocês. Te amo!

- Também te amo.

- Vamos nos arrumar!

- Acho melhor ela sair deste fã clube.

- Para com isso Vitória, deixe a menina.

- Porque ela não age igual a Yanna, que nem participa disso?

- Elas são diferentes. Agora vamos (falou dando um selinho na ruiva).

- Você é uma mãe maravilhosa!

- Você também, depois peça desculpa por ter gritado, assustou nossa princesa.

- Exagerei né.

- Sim! Quero só ver quando ela aparecer aqui com o primeiro namorado.

- Layza, não brinque comigo e não quero falar mais sobre isso (destacou).

As duas já tinham terminado de se arrumar quando ouviram batidas na porta.

- Pode entrar (falou Vitória).

- Licença, tia Lay, a Nine perguntou se a senhora faz uma trança nela (disse Yanna).

- Faço sim, só vou calçar meu tênis e já vou no quarto dela.

Yanna saiu e encostou a porta. Vitória terminou de passar maquiagem e Layza calçou seu tênis.

- Jeannine pediu para a Yanna vim falar contigo, porque está com medo de mim (a ruiva comentou).

- Também acho e vou lá arrumar o cabelo dela.

- Vou junto e já me desculpo por ter gritado.

As garotas aguardavam sentadas na cama e ouviam música no rádio.

- Jeannine!

- Senhora (ela respondeu apreensiva).

- Desculpa por ter falado alto contigo. Te amo (Vitória disse toda afetuosa).

- Também te amo (falou sorrindo).

- Como você quer a trança? (Lay perguntou).

- Hoje eu quero de lado.

Layza fez a trança e Vitória ajeitou algumas coisas que estavam espalhadas pelo quarto.

- Yanna, você também quer uma trança?

- Quero sim tia, mas para trás mesmo.

- Mães, a Yanna quer cortar este cabelo lindo (dedurou Jeannine).

- Cortar, mas porquê? (Vitória quis saber).

- Eu quero ter o cabelo mais curto, dá menos trabalho tia (a menina revelou).

- É tão bonito, você não deveria cortar. Ainda bem que a tia Lu não deixa.

- Quando eu for para a casa do meu pai nas férias peço para ele (Yanna planejou).

Elas terminaram de se arrumar e foram para o shopping. Assistiram a um filme que as garotas estavam loucas para ver e depois lancharam na praça de alimentação. Já estava tarde quando foram embora, deixaram Yanna na casa dela e depois retornaram para o lar.

Na madrugada de domingo, Jeannine pulou na cama das mães acordando as duas.

- Meu amor, aconteceu alguma coisa? (Layza perguntou assustada).

- Menina, precisa pular deste jeito? (Vitória reclamou).

- Agora eu sou mocinha (comemorou).

- Como? (Lay sonolenta não tinha entendido nada).

- Acordei para ir ao banheiro e descobri (Jeannine explicou).

- E você está com dor? (Vitória questionou).

- Não, eu só preciso de um absorvente, me ajuda?

- Claro (a ruiva levantou e foi até o banheiro com a filha).

Quando as duas saíram, Layza sentou na cama e ficou pensando em tudo que a filha tinha acabado de dizer.

- Uau! Como as crianças crescem rápido, ela já é uma moça (assegurou pensativa).

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|14º aniversário da Jeannine| Desta vez elas viajaram a passeio para o interior, visando comemorar a data e também para descansarem um pouco.

“As quatro condições elementares para a felicidade são: vida ao ar livre, amor de mulher, ausência de qualquer ambição e a criação de um novo e belo ideal”.

Fim do capítulo