Minha flor, não me machuques

Minha dor, não me abuses assim

Não tire mágoas, não tire mágoas de mim

Meu amor, não me invadas com o teu olhar

Não me deixes aqui a gritar no meio do caminho sozinho

Meu amor, não mais deixes escapar nenhum desejo no teu olhar

De pecados proibidos, esquecidos

Respirando mágoas de uma outra dor

Do nosso caso imoral

https://www.youtube.com/watch?v=CWsJs6PO6m4

 

 

O que você seria capaz de fazer para proteger quem você ama? Permaneceria na sensatez ou iria até a loucura para da à vida a uma pessoa? Será que vale a pena arriscarmos nossa segurança, nossa estabilidade emocional, nossa vontade de viver por alguém que se ama?

Será que o amor suporta tudo isso? São tantas perguntas não é?

-- eu sei que são, mas cabe a cada um de nós termos a responsabilidade de respondê-las.

Arriscar a nossa estabilidade emocional em um casamento que está passando por uma crise não é tarefa fácil, arriscar nossa segurança para proteger alguém de sentimentos ruins, também não é tarefe fácil. Desperdiçar nossa vontade de viver de ornamente com a pessoa amada requer esforços.

E se você está passando por isso, e acredita que vale a pena se arriscar por amor, perder a cabeça por quem se ama e no fim sentir que fez a coisa certa, continue fazendo isso.

A Isadora vai ter que se doar ao máximo para cuidar da sua amada, e você faria o mesmo?

 

 

 

 

(Marta)

 

Depois que chegamos do passeio notei que as meninas já estavam no quarto então fui fazer o mesmo, o Pedro também foi para o dele e antes de dormir confesso que fiquei com vontade de voltar pra fazenda com ele, porém não posso ir e deixar a Isadora sozinha com a Agnes.

Não depois do que o Marcelo fez, esse homem é um crápula mesmo.

 

(Pedro)

Irei voltar à fazenda por negócios, mas eu gostei de ter visto minha filha.

Com certeza ela não vai querer retornar então não vou nem insistir.

 

 

 

(Isadora)

Não me lembro da hora que pegamos no sono, realmente a Agnes estava impossível.

Acordei exatamente às 10h da manha, o dia já estava claro.

Não tinha condições de ir trabalhar hoje então mais tarde aviso a minha secretaria que remarque as sessões.

Olho pra Agnes e a vejo tão serena dormindo.

É minha dorminhoca linda.

Dou um beijo em seu rosto e sigo para um bom banho.

Faço minha higiene matinal e a Agnes continua da mesma forma.

 

Tão cedo essa dorminhoca acorda.

Ainda com um pouco de sono e cansada sigo para cozinha atrás do café da manha e mamãe já estava até terminando o almoço.

 

-- Bom dia dona marta

 

-- bom dia minha filha, cadê a Agnes amor?

 

-- dormindo mãe, ela só acordar mais tarde.

 

-- graças a deus ela não está dormindo com ajuda dos remédios.

Falou seu Pedro entrando na cozinha.

 

-- bom dia Pedro

 

-- bom dia menina.

Minha filha mudou muito com você Isadora.

Eu não sei como agradecer e também ainda me sinto envergonhado por tudo que te falei um tempo atrás.

 

-- seu Pedro, aguas passadas.

Sabe que amo sua filha mais do que minha própria vida.

-- sei sim, você já me mostrou isso.

Menina Isadora eu terei que voltar pra fazenda, hoje mesmo faço isso.

E quero que você cuide bem da minha filha.

Porque sei que ela não vai querer voltar sem você.

 

-- seu Pedro, depois conversamos sobre isso.

É uma pena o senhor ir, Agnes sente sua falta.

 

-- assim que puder eu prometo que retorno.

Eu posso falar com você a sós?

 

-- pode sim, vamos lá à varanda.

 

Eu realmente estava curiosa, o que será que ele quer me falar.

 

-- Isadora eu vou preocupado com sua situação, já que o Marcelo pode fazer alguma coisa.

Você vai ficar com esse “brinquedo” e vai usar quando precisar.

 

-- Um Revolver?

 

-- sim, calibre 38.

 

-- eu não sei usar isso Pedro.

Nunca peguei em uma arma.

 

-- mas pode ser útil, é pra seu bem e o bem da minha filha.

Use-a pra onde for.

 

(Isadora)

Eu realmente não sabia o que fazer eu nunca atirei em ninguém, mas se for pra proteger a Agnes eu vou aprender.

 

-- tudo bem, me dá isso Pedro.

Despois eu aprendo.

Que horas você vai viajar?

 

-- à tarde Isadora.

 

-- então depois vá acordar a Agnes, ela vai querer ir com a gente, deixar você no aeroporto.

 

-- cuida bem de minha filha, ela é tudo que tenho.

 

-- e sua outra filha?

Pedro você não pensou em tentar nenhuma aproximação?

 

-- Isadora não pensei, e não quero mexer no que está no passado.

 

-- você só esta esquecendo que o passado veio à tona, e está querendo mexer com a Agnes.

 

-- eu sei, depois conversamos sobre isso melhor.

 

-- Pedro ontem eu recebi uma ligação, e vou viajar amanha mesmo com a Agnes para um congresso que ira ter, aonde poderão examinar sua filha.

Outros médicos vão dá diagnósticos precisos e quero que quando você voltar me traga os exames dela.

 

-- pode deixar menina, assim o farei.

E você aprenda a usar isso e já percebi que não dá pra confiar em ninguém, cuidado com o Marcelo.

 

-- pode deixar.

 

Depois dessa breve conversa segui pra cozinha tomar meu café da manha, e o Pedro foi acordar a Agnes, pois logo mais a tarde ele iria voltar pra fazenda.

Eu fiquei com minha mãe na cozinha.

 

-- Isadora, o que o Pedro queria com você?

 

-- me entregar isso aqui mãe.

Falei mostrando a arma em minha cintura.

 

-- meu deus, Isadora coloca isso em outro lugar.

 

-- relaxa mãe, ainda não carreguei.

 

-- onde você aprendeu a usar isso?

Você sim perdeu a cabeça.

 

-- mãe, eu ainda não aprendi.

E isso aqui é só uma proteção.

Eu vou jogar o mesmo jogo do Marcelo está decidido.

 

-- Isadora não brinca com isso.

 

-- estou falando serio.

 

-- deixa lhe falar, amanha eu viajo com a Agnes.

Vamos a um congresso onde vou falar com alguns médicos e quem sabe conseguir o acompanhamento pra diagnosticá-la.

 

-- minha filha, você tem certeza que a doença dela tem cura?

 

-- mãe, eu nunca acreditei em milagres.

Mas meu amor por ela me faz ter forças para acreditar e fazer o impossível para ela ficar bem.

 

-- espero que possa ocorrer tudo bem.

 

-- vai sair tudo certo, vai vê.

Eu dei minha palavra que iria cuidar da Agnes, e agora que sou responsável por ela e tenho a tutela já que ela não pode responder ainda por si, vou fazer isso.

 

-- que deus te abençoe minha filha, agora se alimenta que você também tem que se cuidar.

 

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(Agnes)

 

 Abri os olhos lentamente, acordei com uma sensação de estar dolorida e exausta.

Olhei o quarto em volta e tentei lembrar-me de algumas coisas que se passavam em minha cabeça.

Notei que tinha alguém no quarto, era meu Pai.

 

 

-- Bom dia minha filha.

Já está na hora do almoço, vamos acordar.

 

-- OI pai, bom dia.

Falei bocejando.

 

-- filha, a menina Isadora está te mimando demais sabia.

Lá na fazenda não temos esse conforto todo.

 

“Isadora” “fazenda”

Um reflexo surgiu em minha mente.

Pai, cadê a Isa?

Você a colocou pra fora de casa.

Não faz isso Pai, eu preciso dela.

 

-- ei minha filha, calma.

Não vai chorar Agnes.

A menina Isadora está aqui.

 

-- NÃO NÃO

 

 

(Isadora)

 

Estava terminando de comer quando ouço a voz da Agnes alterada, corro pro quarto pra vê o que estava acontecendo e me encontro com uma Agnes chorosa.

 

-- amor, o que você tem?

Fale indo em direção à cama.

 

-- Isa, só me abraça.

 

 

(Agnes)

Eu vi claramente meu pai colocando a Isa pra fora de casa, e isso me doeu bastante.

Senti vontade de chorar.

 

-- minha princesa, que foi que aconteceu?

Porque você está chorando, eu estou aqui com você.

Falei isso e dei um beijo na testa dela.

 

-- Isa, eu vi meu pai te mandando embora da fazenda.

 

-- repete isso Agnes.

Você viu o que?

 

-- meu pai te colocando pra fora.

E eu pensei que você não estivesse mais comigo.

 

-- amor, isso é ótimo.

Você se lembrou do que aconteceu a um tempo atrás.

 

-- eu não quero ficar longe de você.

 

-- não vai ficar amor, eu estou aqui minha princesa.

Amo-te.

 

 

-- Isadora isso significa?

 

-- Pedro significa que podemos ficar felizes.

A memoria da Agnes está dando sinal e começando a processar as lembranças de um curto período de tempo.

 

-- bendito seja deus.

Minha filha vai se curar

-- Meu amor olha pra mim.

Não precisa chorar, eu te amo.

Eu estou aqui com você.

O Pedro não fez isso, na verdade até fez.

Porém não foi agora.

Isso é apenas uma pequena lembrança da sua cabeça.

Então fica calma amor, tá bom?

 

-- verdade Isa?

 

-- sim amor, é verdade.

 

(Agnes)

Em minha cabeça surgiu como algo tão natural, eu vi realmente essa cena e pensei que fosse real.

Até a Isa chegar e me dizer que são lembranças, eu voltei a ter lembranças.

 

 

-- me diz você dormiu bem?

 

-- dormi Isa.

 

--  que bom amor, vai tomar um banho que vou te alimentar, seu pai vai voltar pra fazenda Agnes.

 

-- eu não vou

 

-- risos.

Te amo, eu sei amor.

Se você fosse eu iria morrer de saudades.

 

-- também te amo.

Minha Isa, não me deixa por nada.

 

-- por nada no mundo amor.

Vá se cuidar, que já trago seu desjejum amor e depois vamos deixar seu pai no aeroporto.

 

 

(Agnes)

Depois da conversa com a Isa eu fiquei mais calma.

Levantei e fui tomar um banho, escovei os dentes e quando estava terminando de me vestir a Isa entra com uma bandeja na mão.

 

 

(Isadora)

Realmente é uma das melhores noticias do ano.

A Agnes está voltando a ter lembrança de curto período de tempo.

Isso só me faz acreditar que estou certa.

Sigo pra cozinha para fazer um café da manha bem reforçado pro meu amor, enquanto ela se cuidava.

Depois de ter compartilhado a ótima noticia com mamãe, volto pro quarto e ela estava terminando de se arrumar.

 

-- um que princesa mais cheirosa (falei sorrindo)

Está mais calma amor?

 

--uhum, estou Isa.

 

-- então, senta aqui que vou te alimentar amor.

Tenho que cuidar daquilo que é mais importante na minha vida.

 

-- Isa, obrigada.

 

-- por que amor?

 

-- por você cuidar de mim e me trazer uma sensação de leveza cada vez que você sorri.

 

-- ah meu amor, dessa vez que vai chorar sou eu.

 

-- (risos) boba...

 

-- por você minha linda (falei indo em direção a ele e dando um selinho enquanto a abraçava)

 

(Agnes)

 

Eu me sinto segura com a Isa.

É tom bom está com ela.

Se abraço fosse casa, eu não teria problema em viver no abraço da Isa.

Ela ficou comigo enquanto eu me alimentava, depois chegou meu Pai, e a

 Marta no quarto dizendo que já estava na hora do meu pai ir embora.

 

Até o aeroporto foram mais choros.

Eu não queria que meu pai fosse, mas também eu não quero ficar longe da Isa.

 

-- Filha, logo eu voltar ta bom?

 

-- promete Pai?

 

-- prometo.

A menina Isadora vai cuidar bem de você.

 

-- pode ficar tranquilo Pedro.

 

-- obrigada Isadora por tudo que você fez.

 

 

 

(Isadora)

 

Deixei o Pedro no aeroporto com uma Agnes desolada.

Não queria vê amor triste então iria fazer de tudo para alegra-la.

 

-- amor amanha vamos viajar.

 

-- pra onde isa?

 

-- amanha você vai saber, eu sei que você sente saudade do seu Pai, mas não quero te vê triste amor.

Tá bom?

 

-- tá Isa.

 

-- vamos pra casa, vamos almoçar ainda que você só fez o desjejum e depois vamos arrumar nossas malas amor.

 

-- ta bom Isa.

 

-- vai ser divertido princesa.

 

-- eu confio em você.

 

(Isadora)

 

Iriamos pra casa, depois de ter deixado o Pedro no aeroporto.

No caminho ia tentando distrair a Agnes falando da viagem.

Mal sabia eu, o que nos aguardava nesse congresso.

 

 

 

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-- mamãe pode confirmar sua presença no congresso?

 

-- Não Ana Carolina.

-- você vai representando o hospital e inventa uma desculpa qualquer.

Tenho coisas mais importantes a fazer.

 

-- tudo bem então, vou perder meu tempo nesse tal congresso.

Como sempre né.

 

-- você vai manter a pose, ninguém pode saber dos nossos negócios Carolina.

 

-- eu sei mãe, eu sei.

Vamos vê o que esse congresso me reserva.

 

Continua.

 

A cada manhã, exijo ao menos a expectativa de uma surpresa, quer ela aconteça ou não. Expectativa, por si só, já é um entusiasmo.

Quero que o fato de ter uma vida prática e sensata não me roube o direito ao desatino.

Martha Medeiros

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fim do capítulo