Olhei pra Sofia como se fosse uma leoa prestes a atacar, ela estava diferente com um brilho no olhar.

-Olha finalmente veio conversar comigo, pensei que estivesse jogada em alguma sarjeta cheirando algum tipo de substancia tóxica.

-Como se você se importa-se

A olhei com os olhos cerrados, pego o jornal fazendo o mesmo ritual de ignorá-la.

-Sabe que terá que se redimir

-Eu sei

Olhei desconfiada pra garota a minha frente, aquela não seria uma atitude da Sofia ela sempre odiou qualquer tipo de contato com a empresa, algo estava diferente.

-Era só isso

-Não! Eu vim dizer que estou de mudança, estou de volta

Agora mesmo aquilo tinha passado dos limites, eu fiz o impossivel pra essa garota sair das minhas vistas agora ela iria voltar. Me levantei jogando o jornal em cima da mesa ela me encarava seria com o seu queixo pedante, me aproximei da mesma que não recuou estávamos nos desafiando visualmente.

-É ela, Gabriela é por isso que estar fazendo isso

-A Gabriela não tem nada haver com isso, eu posso muito bem assumir os meus erros.

Aproximei ainda mais de sofia, embora fossemos mãe e filha eu não deixaria ela me tirar a Gabriela.

-Se eu souber que você anda atrás da Gabriela, eu acabo com você.

Sofia sorriu aquilo sim era estranho, mas não iria dar-lhe o mérito de me ver abalada.

Caminhei em direção a porta, antes de sair peguei minha bolsa dei uma olhada pra trás ela ainda estava parada me encarando com os braços cruzados.

-Fique longe do meu caminho.

Andei apressadamente pelos corredores, encontrei Antonio no jardim alertando o jardineiro.

-Antonio!

-Senhora!

Ele me olhou com um olhar sereno, claro sua felicidade não poderia ser tamanha a menina dos seus olhos estava de volta.

-Vou passar a manhã toda fora, caso o Gomes ligue anote o recado de resto deixe tocar.

-Sim senhora.

Acordei jogada no sofá ao olhar pro relógio dou um pulo, estava mega atrasada nessas horas eu sentia falta de glória, tomei um banho enquanto trocava de roupa repetia a matéria pra mim mesma, peguei a mochila as chaves  sai imediatamente, meu atraso era tão grande que nem dei bom dia pro porteiro, peguei o primeiro taxi que passou durante o caminho dei um retoque na maquiagem eu estava horrível.

Ao chegar à faculdade corro pelos corredores, chego à sala ofegante o professor me olha com uma cara de hoje você estar ferrada, mas eu não estava nem ai o importante era chegar, antes de entregar à prova a mesma conversa fiada algumas alunas me olhavam com desprezo, a essa altura todos já sabiam da minha profissão não me importei assim comecei a minha manhã.

Pensei muito no que Gomes me disse, pedi pro motorista me levar nos pontos de prostituição ele apenas me olhou é não disse nada.

Eu só pensava na Gabriela, era incrível como eu estava apaixonada por ela ao chegar ao local peço pra ele me esperar no carro.

Ao descer me deparo com vários prédios é uma casa como outra qualquer, havia algumas garotas na entrada respirei fundo é caminhei até elas, era super normal pessoas como eu passar em frente a esses lugares a noite, agora na parte da manhã nem tanto conforme eu me aproximava uma delas sorria.

-Bom dia disse seca

A mesma mulher que sorria pra mim, se aproximou me fitando de cima a baixo

-Bom dia pra você senhora, o que deseja

Seu sorriso de satisfação era evidente, pensei em Gabriela nessa exposição.

-Gostaria de ganhar uma boa grana

-Isso será muito bem vindo, pegou em minha mão é entramos na casa.

Observei cada detalhe desde a música decadente no radio, ao pátio a onde havia algumas garotas jogando cartas.

Ao entrar uma mulher na recepção não muito amigável me deu bom dia.

-Dinheiro ou cartão

-Cartão

Em nenhum momento eu tirei meus óculos escuros, dei-lhe meu cartão ela apenas me olhou novamente.

-Quantas horas

-Uma hora

Ao devolver o cartão a recepcionista me olha novamente, parecia querer ver além dos óculos.

Novamente a garota pegou em minha mão, caminhamos por um corredor longo cheio de portas, ao chegar no quarto certo ela destranca a porta.

Apenas observo o lugar um quarto com suíte, uma televisão é uma cama enorme de casal, as cortinas eram pretas pra proteger contra a luz solar, ar condicionado.

-Eu faço de tudo

Um frio percorreu minha espinha, pensei se o livro vale-se mesmo a pena eu fiquei ali sentada naquela cama, quando ela voltou do banheiro usava apenas um roupão.

-Uma músiquinha talvez   

-Chega!

-Oi ?

-Eu disse chega! Tirei os óculos e a fitei a garota quase caiu pra trás.

-Você é Rafaela Villela disse boquiaberta

-Não muito inteligente da sua parte, mas sim sou eu.

-Sua filha estar em todos os noticiários sua voz soava mais calma.

-Eu não vou dormir com você, estou aqui pra saber sobre esse lugar é sua forma de exploração sexual.

A pobre menina começa a rir, puxa uma cadeira é se senta diante de mim.

Pego o celular é coloco em cima da cama, a olho novamente ela acena com a cabeça é sorrir.

-Eu quero tudo, será muito bem paga ligo o gravador.

-Não decidimos entrar nessa vida, claro que existem as prostitutas de luxo que entram nisso apenas pela grana, mas algumas são ricas é não necessitam disso. Nessa vida vimos de tudo desde criança de dez anos há mulheres velhas, e a lei da sobrevivência sabe família joga na rua é vai fazer o que,  ser mais uma nas cracolandias da vida ou vender algo que já nasceste com ele.

Assim  continuou

Brigamos por tudo melhor ponto melhor cliente, muitas das vezes entramos em um carro sem saber se vamos voltar vivas.

Suspirei meu coração se apertou

Nunca podemos ficar no ponto dos travestis, caso a gente queira temos que pagar uma taxa pra eles, lucramos mais em dias de festas na cidade, pagamos o aluguel deste lugar que não é barato quando não temos um lugar como este, caímos nas garras de cafetoes que são as piores pessoas que você possa imaginar, eles querem dinheiro todo dia na mão  algumas até conseguem se livrar outras não.

Seu semblante ficou triste, enquanto a família foi à única coisa que consegui falar.

-A família sorriu fraco

-Eles são os primeiros a nos julgar, ninguém aceita uma puta na família.

-Eu não vejo a minha família há anos, daria tudo pra poder ajudá-los uma lagrima rolou do seu rosto, mas tratou logo de secá-la.

-Acho que isso estar bom digo parando a gravação.

A garota ligou a televisão, entre todas as noticias sobre violência uma delas me chamou a atenção.

Olhei atentamente uma coletiva de empresa, Sofia falava pela primeira vez sobre a Beleza da Alma disse que a empresa não será afetada por sua atitude impensável, que o fotografo iria ser processado por invasão a uma festa fechada pra íntimos, é que ela estará atenta a todas as coisas relacionadas à empresa.

-Nossa sua filha fala bonito

-Infelizmente

Ao me levantar tiro da bolsa um bolo de dinheiro é entrego a garota que olha surpresa.

-Seu pagamento

-Nossa obrigada!

Voltei a colocar os óculos escuros peguei minhas coisas é sai daquele lugar o mais rápido possível, por sorte apenas ela me reconheceu ao entrar no carro consegui respirar aliviada.

-Para onde senhora ?

Na lanchonete que ficava em frente a faculdade eu terminava meu lanche, quando ouço a noticia da coletiva de empresa da herdeira da Beleza da alma Sofia Villela, pedi educadamente pro senhor aumentar o volume da televisão assim o fez.

Ela falava tão segura de si, mostrava verdade sua voz soava firme é sem demonstrar nenhum medo, Sofia conseguia me surpreender desde o inicio terminei o meu lanche é voltei pra casa.

No caminho liguei pra glória perguntando se estava tudo bem, ela apenas me disse que estava morrendo de saudades, era difícil nos manter afastada mais eu precisava.

Chego em casa, percebo que a porta se encontra destrancada ao abri-la me deparo com Rafaela Villela sentada em meu sofá, com aquelas belas pernas cruzadas tomando um cálice de vinho.

-Como entrou aqui disse fechando a porta

-Eu exigi uma copia da chave ao porteiro.

-Não pode ir invadindo o meu apartam.. as palavras fogem por uns instantes  olho pros lados ainda não acreditando em tal ato.

Rafaela se levanta é caminha em minha direção.

-Gostou ?

-Você mobilhou a minha sala digo espantada ainda

-Não apenas a sala o apartamento todo

-Rafaela..

-Shii não diz nada, você merece o melhor Gabriela é eu estou disposta a te dar.

Seu olhar era se pura calma, sua mão acariciava meu rosto enquanto a outra provava o restante do vinho.

Afasto-me de sua caricia, caminho até a bancada eu precisava de ar é principalmente raciocinar direito.

-O que é isso uma compra?

Viro-me é continuo fitando a mulher mais linda é sensual que eu conhecia, Rafaela depositou a taça em cima da mesinha é caminhou lentamente vindo em minha direção.

Não conseguia pensar nem respirar direito ao seu lado, eu precisava mesmo saber.

-Estou esperando a resposta, é uma compra.

Rafaela se aproxima do meu corpo, sinto seu hálito quente num impulso ela me Poe em cima da bancada.

-Para Rafaela! Eu quero respostas a olho seria

Pareço ter sua atenção, ela me fita com aqueles olhos lindos umedecendo os labios antes de responder.

-Não e uma compra.. é uma trocar

Suas mãos firmes me puxam de encontro ao seu corpo, sinto aquele perfume Frances me invadindo novamente quase me deixando tonta.

-Não adianta fugir, muito menos se negar que eu sei que você quer o mesmo.

A olho seus olhos agora me fitam com desejo, sua blusa branca de seda se encontram com os primeiros botões abertos, meu corpo dar sinais de desequilíbrio.

-Eu vim aqui pra te ver, é te comer

Não tenho tempo pra retrucar sua boca toma a minha num beijo avassalador, carregado de ansiedade desejo é amor.  

Fim do capítulo