--Ei o que houve? – Julia perguntou sentando na cama ao lado da neta.

--Foi ela vó, eu sabia que ela não iria mudar – Disse entre soluços.

--O que a Gaby fez dessa vez?

 

--Eu te disse que ela me pediu em namoro, que foi lindo, mas eu não aceitei, pois não confiava inteiramente nela?

--Disse sim, mas eu pensei que estava tudo indo bem entres vocês.

--E estava, mas ela foi para uma boate sábado vó, e transou com uma garota, ou mais de uma não sei.

--Ela te disse isso?

--Não vi a mensagem da garota, sem querer, ela falava o quanto tinha sido gostosa a goz*da que deu – Disse com nojo estampado.

--Ohw minha linda sei bem o que você está passando, não fica assim- Disse afagando os cabelos da neta que estava deitada em seu colo chorando.

-- E o pior que sei que ela gosta de mim, mas por que vó? Por que ela não se contenta? Só pensa em sex*? Será que se eu trans*r com ela mudaria?

--Ei nunca mais pense isso, meu amo se ela te querer por sex* não te merece, isso não é amor, sex* não segura  relacionamento, me diz uma coisa, como você tem tanta certeza que ela gosta de você?

--Ai vó, o jeito que ela me olha sabe? É diferente, eu já vi ela com outras garotas o jeito que me trata, o brilho nos olhos, pode ser apenas uma impressão por eu tá apaixonada, mas sei lá, eu sinto

--Eu entendo bem, sabe Livinha, eu já passei por isso, exatamente isso – A menina levantou a cabeça encarando a avó.

--Serio?

--Serio, você acha que foi fácil ficar com sua avó? Não foi alias não continua sendo aquela ali só veio sossegar quando seu pai e sua tia nasceram eu disse ou se ajeita, ou vai ajudar a criar os gêmeos morando em outra casa, mas já passei por algumas coisas com ela, nós chegamos a passar um ano separadas.

--Mas por quê?

--Especificamente dessa vez foi traição eu peguei-a aos beijos com a secretaria do escritório que ela trabalhava.

--Nossa a vó Duda? Surreal – Disse espantada.

--Pois é, como não tinha sido a primeira vez eu não aguentei e a coloquei para fora de casa, eu estava na minha residência medica ela veio me culpar, falando que eu não dava mais atenção a ela, ai que fiquei com mais raiva ainda e quase a chutei – Deu um ar de riso lembrando da cena.

--E depois? – Se animou com a historia.

--Depois foi dividido em etapas, na primeira ela passou duas semanas atrás de mim, mandando flores e fazendo declarações; a segunda foi para esbórnia com a Emy, pegou metade das sapatões da cidade e não pegou a outra metade porque era da Emy e a terceira ela ficou depressiva falando que não viveria sem mim e correu atrás de mim de mim novamente, ate que resolvi dá outra chance, mas não foi tão fácil assim para ela, eu a deixei voltar para casa, mas dormindo no sofá e sem encostar em mim, depois ela voltou para cama, mas sem sex* lembro que ela faltou enlouquecer, deixei ela de molho quase seis meses – Sorriu

--Ela ficou pirada. – Livia sorriu

--Ficou, mas foi um santo remédio, começou a chegar em casa nos horários, me ajudar com os serviços domésticos e dá mais valor ao meu trabalho, porém o descaramento ali está no sangue, parece que a safadeza está encruada na pele, nunca vi, no começo mesmo eu não fui fácil para ela não fazia questão de fazer ciúmes, ela ficava enlouquecida, só  namorei com ela porque sempre a amei desde do primeiro olhar, era impossível não ceder aquela baixinha descarada – Deu um sorriso saudoso.

--Você acha que ela sempre te amou?

--Sim, isso nunca tive duvida, porem como eu disse ela parece que tem como um dos componentes do sangue a safadeza, isso nunca pude mudar, mas como tempo mostrei a ela que se ela realmente me amava iria ter que mudar e se contentar apenas comigo, não tive a sorte de ter uma conversa como essa que estamos tendo, então sofri um monte antes de aprender como lidar com ela.

--Então o que a senhora sugere? – Falou com os olhos pidões

-- Você realmente gosta dela? – Livia afirmou com a cabeça – Então lute por ela, se realmente ela gostar de você ela irá mudar.

--Mas como vou fazer isso vó? Não estou disposta a viver levando chifres.

--E não vai, se souber fazer, talvez no começo ela fique sim com algumas garotas, caia em tentação como falam por ai, mas você só aceite o namoro quando tiver a certeza que ela mudou.

--Então como farei?

--Posso te ajudar nisso.

--Serio? – Livia pergunto com os olhos brilhando

--Serio, agora tem que ser bem durona e nada de sex*, não se entregue antes dela merecer.

--Então me diz como farei?

--Primeiro vamos aos ciúmes, faça ciúmes e quando ela vier cobrar alguma coisa jogue na cara dela que sabe que ela ficou com a talzinha, assim ela vai entender que você não é nenhuma idiota que ela pode mentir, segundo.... – Julia passou as próximas horas conversando com a neta que se encorajou .

 

 

 

-- Pri podemos conversar? – Gaby chegou em casa foi direto para o quarto da irmã.

--Entra ai – Disse retirando os fones de ouvidos.

--Pri sei que fui uma canalha agindo daquela maneira, mas não pensei que iria ser grave eu apenas fui beber com a Ka, nada demais, sei que deveria ter dito a Livia, mas foi ela mesmo que disse que não estamos namorando, que não queria compromisso.

-- Gaby eu não estou falando do compromisso que vocês têm e sim o compromisso pelo o que você sente, eu não falei pra ela e nem vou falar, mas também não vou me meter, a Livia é minha amiga, não vou perder a amizade dela por que você é assim

--Assim? Assim como?

--AI Gaby não vem com essa para cima de mim, quando eu entrei ontem no seu quarto senti de cara o cheiro de perfume doce, você não usa aquele tipo de perfume, e para está tão impregnado em você tenho certeza que não foi alguma amiga que te abraçou. – Gaby abaixou a cabeça. – Não vou mais te encher com isso, agora me deixa dormir que a amanha tenho um trabalho para apresentar.

--Tudo bem boa noite –Foi para o seu quarto depois do banho tentou ligar para Livia essa não respondeu, estranhou, mas pensou que ela estivesse dormindo e foi fazer o mesmo, no outro dia foi para a faculdade e na hora do almoço saiu correndo para o colégio da irmã afim de se encontrar com Livia, quando desceu do carro não gostou muito do viu, sentiu uma fúria cria-se dentro do peito, uma dor lhe abater.

-- Boa tarde, vim levar vocês, mas pelo visto estão ocupadas não é mesmo – Gaby falou sem tirar os olhos de Livia que estava sentada no colo do mesmo garoto que vinha lhe rondando há alguns dias.

--Oi Gaby, que surpresa, já conhece o Vitor? – Livia falou com naturalidade.

--Não conheço e estou sem tempo de conhecer agora – Olhou para Priscila e Mateus – Vamos ou vai demorar?

--Vamos sim, vem conosco Livia? – Priscila chamou

--Vou sim – Ficou de pé – Até amanhã – Deu dois beijinhos na face do garoto e seguiu para o carro deixando Gaby para trás, essa depois de quase matar o garoto com o olhar respirou fundo e foi para o carro, fez o percurso todo em silencio, deixou os jovens em casa e nem desceu do carro, apenas deu um selinho em Livia e foi direto para a faculdade.

 

 

--Nossa ela ficou com muita raiva – Mateus falou assim que a prima saiu.

-- Ela vai ter que aprender que o mesmo que ela pode, eu também posso. – Disse olhando para o carro que virava a rua.

--Como assim? – Priscila perguntou desconfiada

--Serio que você não sabe Pri?

--Como você descobriu?

--A amiguinha que teve com ela sábado mandou uma mensagem ontem quando eu estava com o celular dela na mão.

-- Do que estão falando? – Mateus perguntou inocente

-- Sua priminha Mat, esperou eu sair sábado para ir pra balada pegar geral. – Gaby respondeu.

--Serio? A Gaby não tem jeito mesmo – Disse o jovem balançando a cabeça em negativo

--Mas eu vou dá um jeito nela, isso pode apostar – Disse Livia com um sorriso de canto de lábio.

--Eu não sei o que você vai fazer, mas já adorei, pode contar comigo, minha irmã tem que deixar essa vida de galiagem, e eu sei que ela gosta de você.

--Eu também sei, mas ela vai entender isso nem que seja a dura penas como diz a vó Julia

--Eu estou com medo de vocês – Disse Mateus e elas sorriram do primo.

 

 

 

-- EI Gaby que mau humor é esse?

--Ka me deixa vai

--Nossa tá bem, não quero levar uma mordida – Disse sentando em frente da amiga.

--Desculpa vai, não tive a intenção.

--Agora me diz o que houve?

--Fui buscar a Livia na escola hoje e ela estava agarrada naquele moleque idiota.

--Serio? E por que não deu uns tapas nele? Afinal estava com sua mulher.

--O problema está ai, ela não é minha mulher, não posso cobrar nada dela.

-- Será que foi por isso que ela não quis namorar? – Disse de forma pensativa

--Como assim?

--Sei lá ela só queria ficar porque gosta de ficar com um e outro sei lá, essas Bi é tudo indecisas.

--Nossa que coisa feia Isso Kaline, não tem nada a ver uma coisa com outra, não é por ser Bi que ela é indecisa, isso é preconceito e idiotice sua pensar assim, não se pode generalizar nada.

--Realmente você tem razão, foi idiotice minha, mas o que você vai fazer?

--Não sei ainda, aquela maldita imagem de ver ela no colo daquele fedelho espinhento não saí da minha cabeça.

--Tenho uma ideia, vamos para a aula e depois tenho que dá uma ajudinha a Danizinha que está mal em farmacologia, o que acha de me acompanhar – Fez uma cara de safada

--A Danizinha te chamou na republica novamente?

--Chamou lembra da outra vez? Você pegou aquela amiga dela, a loira gostosa.

-Lembro sim, acho que vou sim, talvez eu tire da cabeça a cena do almoço.

--Isso mesmo, sex* sempre é o melhor remédio – Kaline gargalhou e acabou fazendo a amiga sorrir, depois da aula foram para a republica onde as duas garotas mal deixaram elas entrar e já foram as agarrando, Gaby subiu para o quarto com a garota aos beijos.

--Estava com saudade dessa sua pegada sabia? – Disse beijando o pescoço de Gaby.

-- Eu estava morrendo de saudade da sua– Disse para a garota assim que entraram no quarto, porem Gaby parou ao olhar para uma pequena mesa perto da janela do quarto.

--O que é isso? – Perguntou indo para a mesinha

--São meus trabalhos eu faço arquitetura – Disse mostrando uns desenhos de interiores de casa – Isso aqui é um dos exercícios. – Na mesma hora a cabeça de Gaby voou para o desenho que Livia fez – Agora vamos deixar de falar não é? – A garota avançou sobre a boca de Gaby que não conseguiu pensar em outra coisa a não ser Livia, ela sorrindo para si, nos beijos que elas trocavam, tudo era tão mágico.

--É desculpa acho que não estou passando bem – Afastou-se da garota. – Vou para casa, foi mal. –Saiu correndo do quarto da menina ainda encontrando a amiga no maior amasso com a tal da Danizinha no sofá, passou direto para não atrapalhar Kaline,ela pegou o carro e saiu dirigindo, o que estava fazendo, não poderia fazer aquilo com uma garota como a Livia, iria se controlar ao Maximo a partir dali, era isso, não iria ficar com ninguém. Ao chegar em casa foi direto para seu quarto, porem parou na frente do quarto da irmã ao escutar a voz de Livia, sem bater colocou o rosto para dentro do quarto vendo Livia e a irmã sorrindo enquanto viam algo no computador.

-- Oi Gaby, chegou cedo hoje – Priscila disse vendo a irmã entrar.

--Foi eu não tive a ultima aula, - Sentou-se na cama onde as jovens estavam sentadas. – Tudo bem? – Fez um carinho em Livia que ergueu-se para dá um selinho nela porem parou no meio do caminho a olhando – O que foi gata?

--Vai tomar um banho, é melhor – Levantou e pegou sua mochila – Vou lá, ate amanhã – Saiu deixando Gaby sem entender, quando ela levantou para ir atrás dela Priscila a segurou.

--Não Gaby, não vai – Disse segurando o braço da irmã

--Mas por quê?

--Seu pescoço – Apontou para o pescoço dela que foi para o espelho olhar o que era. – Você é muito idiota Gaby, serio. – Priscila disse vendo a irmã sentando sem saber o que fazer.

 -- Eu não fiz nada Pri, não dessa vez eu não conseguir – Disse com a cabeça baixa sentindo o seu corpo tremer, estava com medo– E agora ela não vai me querer mais . – Disse com a cabeça baixa.

-- Não sei bem se é assim, Gaby ela te conhece muito bem, sabe que você é assim

--Assim? Assim como? – Olhou para a irmã

--Novamente essa pergunta, pois bem – Priscila respirou fundo e Falou -- Uma galinha, cafajeste que não pode ver um rabo de saia – Priscila disse sem dó nem piedade.

--Não é assim, eu não sou assim

--Não mesmo Gaby? Sabe o que eu faria se estivesse no lugar dela? Mandaria você para a merd*, porem ela gosta mesmo de você

--Eu tenho que falar com ela – Disse levantando

-- Não vai, daqui a pouco liga para ela, deixa ela só, eu te aviso quando ligar, não se preocupe agora vai tomar banho que estou sentindo o cheiro de perfume barato daqui – Fechou o nariz, viu a irmã sair e assim que a porta fechou ligou para a amiga.

--Você viu Pri, ela não presta – Livia disse triste.

--Eu sei, não é defendendo, mas ela quase chorou quando eu disse que você um dia cansaria e não iria querer mais ela, onde você está?

--No taxi, era pra eu fazer isso, como ela teve coragem de chegar perto de mim depois de tá com outra.

--Ela disse que não conseguiu ficar com a garota, acho que a consciência pesou.

--Pesar? Eu quero que ela caia no chão de tão pesada.

--Então o plano de amanhã tá de pé?

--Com toda certeza, vamos para farra eu, você, o Mat e chama a Isa aposto que ela terá umas boas ideias.

--Ela vai pirar quando souber, mas você acha que as meninas estarão lá?

--Tenho, a Lais me convidou disse que era um encontrinho de sapas da nossa idade.

--Então tá amanhã vamos para o parque, quem sabe eu não ache uma que me desperte a vontade de beijar uma mulher?. – Disse Priscila suspirando

--Serio eu acho você muito hetero para ficar com uma menina

--Mas eu tenho curiosidade, tenho que mata-la para saber se sou hetero mesmo – Livia sorriu

--Eu cheguei em casa, depois falo com você

--A Gaby vai te ligar, fala com ela?

--Falo, mas não agora, me deixa tomar um banho esfriar a cabeça é melhor e diz a ela que vou ligar para outra pessoa antes.

--Você vai deixa-la morta de ciúmes não é? – Escutou uma risada do outro lado – Vai lá, até daqui a pouco. – Priscila foi atrás da irmã e a achou na cozinha como sempre, quando queria pensar em alguma coisa ia comer alguma sobremesa na cozinha

 

--Então ela chegou? Posso ligar para ela?

--Daqui a pouco ela foi tomar banho e disse que estava esperando outra ligação, olha foi difícil de convencê-la a te atender – Priscila fez drama.

--Quem será que  vai ligar para ela?

--Não sei, escutei a Lais falando que iria ligar para ela. – Disse sentando ao lado da irmã que comia sorvete – Nossa se eu comer o tanto que você come vou ficar enorme – Gaby ficou uns minutos em silencio ate não resistir e perguntar

--Quem é Lais?

-- É uma bofinho lá da escola, parece que amanhã vai rolar uma festinha, chega você não vai jantar se comer isso tudo – Pegou o pote de soverte da mão da irmã.

--Porr* Pri me deixa morrer dentro desse sorvete vai – Disse pegando de volta.

--E não reclama, você não tem esse direito, agora vai colocar a mesa que a Cleide tá arrumando os gêmeos para o jantar – Novamente tomou o soverte das mãos da irmã.

--Eu tô morrendo de curiosidade de saber quem é essa tal Lais, ela tem insta? – Disse pegando os pratos pra levar ate a mesa

--Tem sim daqui a pouco eu te mostro – Priscila sorriu internamente com o estado da irmã após colocarem a mesa ela pegou o celular mandou um áudio para Livia com tudo que tinha conversado com Gaby e voltou para a mesa onde os gêmeos já comiam junto com Gaby, após todos jantaram e foram para a sala, Gaby logo pediu para irmã mostra-la a tal Lais

--Então essa ai é a talzinha?

--Ela mesma, linda não é, se eu gostasse pegava fácil – Gaby fechou a cara.

--Não acho-a essas coisas toda – Falou fazendo bico, Priscila fez questão de mostrar uma foto que a Lívia estava junto dela.

-- Ela estuda na mesma sala que a Livia.

--Tá tá, vou lá pra cima estudar – Gaby saiu batendo o pé, no quarto depois de socar os travesseiros pegou o celular e fez uma chamada de vídeo para Livia, chamou algumas vezes e apareceu o rosto da menina que alegrava seu coração.

-- OI Gaby boa noite-

--Oi Li, boa. – Estava sem graça

--Pelo visto já tomou banho se livrou daquele mau cheiro de mulher fácil – Disse na lata

--Livia, desculpa por isso, eu não fiquei com ela eu apenas.... – Livia a interrompeu

--Não se explique Gabriele, não pedi explicação, só peço que quando você estiver com seus casos não venha em seguida para perto de mim, não quero resto de ninguém.

--Você nunca terá resto – Gby estava sem palavras

--Isso eu sei, não sou uma garota de restos, nunca vou ser, entendeu? – Gaby apenas balançou a cabeça – Bem me diz como foi seu dia? – Trocou de assunto, elas emendaram em outras papos, porem Gaby estava louca para saber se ela iria mesmo para a festa com a tal Lais.

-- Então o que vai fazer de bom amanhã, queria de chamar para ir ao cinema.

--À noite? – Perguntou já sabendo que ela pensava que a tal festinha que a Priscila disse seria a noite

--Sim à noite, tem alguma coisa marcada?

--Não, à noite tô livre, só vai ter um encontrinho com a galera no parque de tarde.

--A tá, vai ser à tarde – Gaby deixou a escapulir.

--Como assim? – Livia se fez de inocente

--Nada, então de noite podemos ir para o cinema?

--Claro que podemos, então me pega as sete?

-- Pego sim- Disse um pouco desanimada.

--Vou dormir, boa noite, um beijo – Disse jogando um beijo para a tela.

 

 

 

-- Paola onde você vai? Você tem que ficar de repouso.

--Eu estou bem mãe, não se preocupe vou para casa das vós.

--Quer que eu te leve?

--Não precisa chamei um taxi

-- Ta bem, se quiser eu vou te buscar. – Anne se esforçava para tentar conversar com a filha.

--Serio mãe relaxa, não precisa se esforçar para uma coisa que não existe mais.

--Como assim filha o que não existe?

--Essa relação de cumplicidade, não existe mais, ao menos não por enquanto, ate amanhã – Paola saiu indo para a casa das suas avós, ao chegar lá viu foi ate a piscina, tirou as sandálias e sentou na borda com os pés na água.

-- Nossa pensei que era uma sereia, mas me enganei é mais bela que qualquer sereia desse mundo. – Emy disse sentando ao lado da neta após beija-la na bochecha.

--Oi vó, boa noite – Disse voltando a olhar para a água.

--Ei minha linda como você está se sentindo?

-- Diferente vó, como se estivesse faltando algo dentro de mim, é tão estranho.

--Ele já fazia parte de você não é? – A jovem afirmou com a cabeça --Sabe, quando os trigêmeos nasceram no começo falavam que eu amava mais a Estelinha, mas não era porque ela era a menorzinha, ela tinha sérios problemas respiratórios, eu sempre tive muito medo de algo acontecer a ela, um dia eu estava muito assustada com uma das crises dela, dai minha mãe disse que os filhos são pedacinhos da gente eu tive um irmão que morreu ainda bebê ela disse que parecia que uma parte dela foi arrancada, porem criou uma cicatriz e depois eu nasci, na hora eu fiquei horrorizada pensando que minha filha iria morrer e eu disse isso a ela, dai ela disse não estou falando que ela iria morrer e sim que as dores criam cicatrizes, mas que dita o tamanho e o quanto elas vão continuar a doer somos os se não cuidarmos, é o nosso poder de lutar, reerguer ou não desanimar, e ainda completou com uma frase marcante que era o forte dela, filha apazigua o coração que tudo nessa vida tem um motivo.

--A bisa era muito sábia. – Paola disse pensando no que a avó falará

--E fazia os melhores doces do mundo – Disse Emy para quebrar a tristeza

--É ,isso é verdade, lembra do dia que a Gaby me fez ir lá roubar o doce de leite com ela, o doce tinha acabado de sair do fogo e a Gaby não queria esperar.

--Ela queimou a mão e você ficou desesperada – EMy disse sorrindo

--Eu fiquei apavorada, primeiro pela bronca depois por ver as mãos da Gaby vermelhas, ela sempre me levava para as confusões dela.

--A Gaby sempre se metia em confusão, alias sempre se meti – Emy disse sorrindo.

--É nem me diga – Paola sorriu, ficaram uns minutos ali em silencio.

-- Vó eu não quero mais voltar para Londres

--Simples, não volta, você não é obrigada a ir linda, mas me responde uma coisa, e seu sonho de ser uma musicista famosa?

--Não sei vó, acho que ele se perdeu ou está encoberto.

--Então por que não tenta reencontra-lo ou encontrar outra coisa para se sonhar, sempre é bom se ter um sonho, uma meta, nunca podemos deixar de buscar algo

--Mesmo já se tento tudo?

--Nunca se alcança tudo minha linda.

-- A senhora mesmo, tem uma família grande que se amam, tem conforto, tem o amor, a senhora ainda planeja alguma coisa? Sonha com algo?

--Sim, lógico, todos os dias eu traço metas para alguma coisa, eu tenho muito mais que alguns desejam para serem felizes, mas quando chegamos em um tipo de nível na vida sempre aparecem mais coisas que almejamos ter.

--Qual seus sonhos hoje Vó?

--Ai meus sonhos hoje são muitos, ver meus filhos felizes,  um dos maiores é lutar contra o tempo para ver meus netos crescerem e serem felizes. – Paola olhou nos olhos da avó por alguns segundos e a abraçou, deitou no colo dela e ficou ali por um bom tempo tendo leves caricias no cabelo enquanto olhava para o azul da piscina.

-- Vó? - Chamou

--Oi linda?

-- Eu quero morar com a dinda – Emy sorriu, sabia que isso aconteceria.

-- Você tem que sentar com seus pais e conversar com eles, mas no que depender de mim, você irá para junto da sua dinda.

--Será que ela vai me querer lá?

--Quem a Estela? Meu amor quando você nasceu sua dinda quase roubou você da Anne, ela te ama.

--Eu me senti tão bem lá

--Não seria por causa de um certo rapaz, seria?

--Não ao todo, eu gosto dele e vejo que ele gosta de mim, mas não é só por ele,que quero ir, não apenas por causa dele.

--Ei vocês duas, tá frio, não vão entrar não? – Carol perguntou aproximando-se.

--Oi vó, vamos sim, estou com sono – Disse sentando,

-- Vem vamos comer alguma coisa na cozinha, sua avó prepara – Apontou para Emy

--Eu? Por que eu?

--Porque você sim – Carol disse andando na frente com a neta.

 

--Tudo eu nessa casa, tudo eu – Paola sorriu do trama da avó enquanto dava a mão para ela levantar-se.

Fim do capítulo