Laura~

Acordei com o barulho de um celular tocando, olhei ao redor e não encontrei. Percebi que dormia em cima do corpo desnudo da Milena, o que me fez sorrir e passar o dedo indicador desenhando seus lábios. O celular já tinha parado de tocar, eu nem mesmo dei importância, pois o que meus olhos viam era mais importante. Minhas pernas estavam sobre a sua. Ela dormia tão calma, tão serena que era um pecado acorda-la, só queria ficar ali velando seu sono. O telefone insistiu mais uma vez, pensei em ser algo importante, percebi que o toque não era o meu. Tinha que acorda-la de qualquer jeito.

Posicionei-me sobre seu rosto e lhe cobri de beijos, - baby, - falava entre os beijos por todo seu rosto – acorda – continuava, ela se mexeu reclamando o que me fez sorrir. Eu não tive a intensão de parar e comecei a explorar o seu pescoço, e no exato momento ela encolheu todo seu ombro, percebi então que sentiu cocegas, pois todo o seu corpo se arrepiou – hmmmm, então quer dizer que seu ponto fraco é no pescoço – falei pertinho da sua boca e lhe dando um beijo.

Ela estava com um sorriso lindo – oiii – sua voz saiu rouca

- oi preguiçosa – deu um cheiro em seu cangote

- aii – se encolheu novamente – ai é covardia, eu sinto cocegas – tentou empurrar meu rosto.

- então acorda – falei distribuindo mais beijos pelo seu rosto.

- não – se ajeitou na cama me ajeitando em seu abraço. – to cansada! – resmungou

- a é? – sorri – de fazer o que?

- de cuidar de gente bêbada! – me encarou

- e quem estava bêbada? – retruquei com um riso

- a minha vizinha gostosona aqui do lado – aponto pra trás.

- ahhh  é? – levantei-me ficando sentada sobre ela – quer dizer que você cuidou da vizinha gostosa aqui do lado? – semicerrei os olhos e soltava um riso

- sim, ela ate me deu leite na boca – começou enticar, e alisando minhas coxas que estavam cada um de seu lado.

- você se respeite – dei uns tapas em cada braço seu

- se não o que? – me provocou

- se não eu lhe coloco de castigo – apertei sua bochecha, fazendo um bico em seus lábios.

Sentou-se na cama comigo em seu colo e me abraçou beijando entre meus seios, - quero ficar de castigo – falava enquanto suas mãos passeavam pelas minhas costas.

- quer é? – sussurrava

- sim, com você pra sempre – falou em um instante.

Eu travei ao ouvir aquelas palavras, não acreditava no que acabei de ouvi.  – pra sempre? – indaguei

Antes mesmo de ela responder o telefone tocou novamente – acho melhor você ir atender, já tem um tempo tocando assim – falei, ela ainda comigo em seu colo se jogou para o lado e alcançou o celular que estava no criado mudo.

- é a Diana – falou. Já foi atendendo – Oi Di

....

- ainda ta aqui!

......

- pera – tirou o telefone do ouvido, olhou pra mim – ela quer falar com você. – me deu o celular

- oi Di – falei

- cadê seu celular??? – começou a gritar

- deve estar dentro da bolsa, por quê?

- por quê? – falou incrédula – liguei uma mulher atendeu

Gelei, coloquei a mão na cabeça – espera – levantei do colo da Milena em um pulo só, fui em direção a minha bolsa que estava em uma poltrona, abri a bolsa procurei por dentro mas nada. – Não ta aqui – sentei na beirada da cama, apoiando um cotovelo na perna e a cabeça sobre a mão. – onde foi parar meu celular? – perguntava pra mim mesma.

- olha, trate de achar, - falou – e, a gente tem ensaio hoje, trate de vim agora. Já vai dar 11 am.

- ahhh sim, ok – falei – mas preciso achar meu celular.

- beleza, tchau – falou soltando beijo e desligou.

Senti a Milena me abraçando pelas costas

- o que foi? – perguntou-me com os braços envoltos em minha cintura, e eu dentre suas pernas.

- meu celular, não sei onde ta. – falei acariciando seu rosto que estava em meu ombro.  

Ela ficou em silencio por um instante e falou em seguida – você estava no quarto da Lisa ontem, pode ser que você tenha deixado cair. – concluiu

- verdade – falei surpresa, me permitindo pensar – possa ser que quando ela me empurrou sobre a cama eu tenha deixado cair. – ouvi um resmungo bem baixinho, olhei de canto e vi seus olhos revirados. – que foi? – perguntei me fazendo de inocente.

- nada não – soltou-me de seu abraço, levantou da cama e catou as roupas do chão. Sorri da cena, era muito linda com ciúmes.

- eii – chamei sua atenção, que ela nem notou. Levantei e segurei suas mãos que insistiam em pegar a roupas no chão, ela se levantou e me olhou – esta com ciúmes? – perguntei com um riso

Ela soltou um riso – que? – arqueou as sobrancelhas – ta doida ne? – passou os dedos sobre a orelha fazendo o sinal.

- não é o que parece – entiquei

- se toca – sorriu e continuou pegando as roupa.

- ok então - provoquei, sentei na cama e a olhava – vou ter que ir la pegar meu celular. – respirei fundo, ela levantou o corpo em um pulo só e me encarou

- vai é? – perguntou

- é ne, tenho que pegar meu celular – olhava cada canto do quarto, sem encara-la

- eu vou! – falou

- por quê? – perguntei desconfiada e já encarando-a

- ué – sentou ao meu lado – você fugiu dela ontem, hoje provavelmente ela vai querer tentar algo com você – sorriu de lábio.

- verdade – falei, mas tentando provoca-la.

- faz assim – pegou em minha mão – eu vou la pego o celular e mais tarde você passa aqui pra pegar ele em minha mão! – sorriu descaradamente

- entendi a sua – levantei e sentei em seu colo, suas mãos se envolveu em meu corpo e pararam em minha bunda, me sustentando.

- entendeu o que? – fez cara de que não sabia o que falava

- isso é um pretexto pra eu vim aqui mais tarde, que eu sei – arquei uma sobrancelha pensativa.

- e se for? – beijou meu queixo – ta funcionando a ideia? – me deu um selinho

Olhei pra cima, fiz cara de pensativa e sorri – ta sim – dei vários selinhos nela.

- ok então, você pode ir, depois vou la nela pego o celular e mais tarde você passa aqui pra pegar. – levantou a mão pra cima pra que eu batesse

- fechado – bate na sua mão, selando o acordo.

Ela me virou bruscamente me jogando na cama e me enchendo de beijos......

- preciso ir – falava em meios as risadas

- não, aqui ta bom – abraçava mais apertado cheirando meu pescoço

- mas tenho que trabalhar, você não?

- sei não – sorriu

- serio, preciso ir, e você tem que fazer o combinado.

- ok então – se levantou me deu a mão e me puxou – vamos vestir logo a roupa, porque você assim – apontou pro meu corpo olhando com desejo – ta me tirando do serio. – olhou assustada pra mim.

Eu sorri, e então percebi que não tinha roupa. – eu não tenho roupa.

- é eu sei – tava de olhos fechado – vai ao closet e escolhe – apontou com a mão e os olhos fechados. Dei um selinho e fui correndo.

 

Milena ~

“Vai me matar qualquer dia”. pensei comigo.

 Peguei minha calcinha, vesti. Pegue minha blusa e vesti também. Em alguns minutos ela saiu do meu quarto com um short jeans e uma camisa branca solta. Um tênis no pé e com óculos de sol ainda por cima.

- é ne, timidez foi embora – falei

- foi ontem quando minha língua invadiu seu sex* – me abraçou ficando na ponta do pé

Grui e sorri – vai logo embora, antes que eu não dixe você sair daqui.

- ok então. – me deu um selinho.

Enquanto passava na porta, gritei – se possível, vê se pega suas roupas lá em baixo, se achar ainda. – nem me respondeu e saiu.

Passei o resto da manha no quarto tentando arruma-lo, mais tarde um pouco o serviço de quarto veio entregar o meu almoço e pegar os pratos do café.

Almocei, deitei no sofá e lembrei que teria que pegar o celular da Laura, e me lembrei também que ela não me informou o quarto.

Liguei pra recepção, e pedi o numero. O que um nome não faz, eles sempre atende meu pedido sem eu pestanejar. Vesti só um short e segui ate o quarto da Lisa, não estava feliz em fazer isso, mas tive que fazer. Bati na porta e ela gritou que já vinha.

- ora ora, quem esta na minha porta – tentou me enticar. Dei um riso falso – e com o nariz remendado.

- não tão remendado quanto essa sua cara, que ta assim desde sempre e ainda piorou depois de ontem. – sorri a deixando visivelmente irritada.

- o que você quer garota? – serrou os dentes

- vim pegar o celular da Laura! – falei

- e porque ela não veio? – arqueou a sobrancelha.

- ela estava sem tempo e me pediu! – meti minhas mãos dentro do bolso do casaco que eu vestia.

- e como ela falou com você, sem telefone? – sua feição ficou seria

- não que seja de sua conta, mas ela dormiu la no meu quarto – falei brevemente e calma.

Ela me olhou de cima a baixo com o olhar de desprezo. – ela dormiu la?

- Sabe Lisa, eu só vim pegar o celular e, por favor, para de dificultar, me da logo e eu já vou embora, não quero confusão, vim na paz. – falava arqueando e baixando a sobrancelha, fazendo gestos.

- ela não teve coragem de vim pegar em minha mão? – sua voz foi dura

- Lisa é o seguinte, ela não gosta de você e pelo que vejo não quer aproximação e...

- mas ontem ela tava bem na minha – me interrompeu, o que logo me deixou irritada.

- primeiro ela não tava ou esta na sua – dei de mãos – segundo, ela lhe usou para chegar ate meu quarto, ate porque ela saiu daqui fugida – cessei as mãos – terceiro, me da logo esse celular e eu vou embora.

- e seu eu não quiser dar? – falou ríspida

Eu tava perdendo minha paciência, mas tinha que manter a calma – olha, se você não quiser dar eu não vou lhe forçar, eu posso muito bem comprar outro e dar pra ela, coloco esse como se fosse roube e ele tranca por completo, e não perde nada – respirei – ou – a encarei – ligo para uns amigos da policia e digo que uma amiga foi roubada e falo que a ladra não quer devolver – dei um sorriso falso – você quem sabe. – dei de ombros.

Ela bateu a porta na minha cara resmungando algo, depois de alguns segundos voltou com o celular na mão – toma e some da minha vida – jogou o celular contra meu corpo.

- obrigado Lisa, tenha um bom dia – falei virando as costas e indo ao elevador.

 

Laura ~

 

Cheguei no ensaio e as meninas todas me olhavam. Perguntaram o que aconteceu e eu contei o que a Milena me contou e elas ate acharam graça, eu também, mas não quis mostrar.

-e você ficou la ate agora? – perguntou Alice

- sim, como eu joguei minhas peças pra rua não tinha roupa.

- e de quem é essa? – Nina

- é da Milena, ela me emprestou – falei plena.

- você só saiu de la por que eu liguei, que eu sei – disse Diana com um riso bobo

- não é nada disso – fui interrompida

- e porque ficou ate agora la, vocês não se suportavam?! – Diana alfinetou mais.

- estávamos conversando sobre o que aconteceu ontem, sobre a Lisa, ficamos jogando conversa fora, falamos de seu relacionamento e da amizade dela com o Rick – comecei a inventar milhões de desculpas mentirosas para sair daquela situação, não queria contar pra todos que fiquei com ela, ainda não deu certo, se der certo deu, se não der não deu. Melhor ninguém saber para não estragar. – meninas, vamos logo ensaiar que ainda tenho que passar no apartamento da Milena e pegar meu celular.

Voltamos a ensaiar, mas Diana não tirava os olhos de mim e sorria descaradamente, no fundo ela sabia que tinha rolado algo. La para o final do ensaio ela sussurrou em meu ouvido – vocês trans*ram que eu sei – me deu um tapa na bunda e saiu rindo. Como esconder aquilo.

Peguei minhas coisas, pedi carona a Diana ate em casa e ela me deu.

- conta ai vai – falava animada.

- contar o que?! – meu sorriso não cabia

- ahhh Laura, pelo amor ne – fez cara de indignada

- ta bom – fiz mão de rendição – mas ninguém além de nós pode ficar sabendo

- ok – beijou os dedos selando os lábios. – conta logo

- cara ela é tão maravilhosa na cama – senti que meus olhos brilhavam

- uauuu, gamou? – desdenhou

- acho que sim – suspirei

- já imaginava – riu – conta mais, o que aconteceu.

 

Milena ~

 

Estava passeando de canal em canal procurando algo. O celular da Laura não parava de receber mensagens ou de apitar. Fiquei assistindo algo na tv, mas foi tudo em vão, decidi trabalhar em casa, fiz alguns projetos, mas eu estava cansada, acabei dormindo em cima deles.

Acordei com o barulho da campainha – já vaaaai – gritei. Levantei e olhei no relógio, já era quase 05:00 pm – eta porr*, dormi tanto assim? – perguntei pra mim. A campainha era insistente, já estava me dando nos nervos. Quando abri a porta

- porr*, não sabe o que é já vai? – estava estressada

- aii, calma querida. – disse a Isabela levantando a mão em forma de rendição. – posso entrar?

- cara, desculpa é que você me acordou – dei espaço – mas pode sim, entra ai.

Isabela entrou e já foi se sentando no sofá. Fechei a porta e sentei ao seu lado

- então o que faz aqui? – perguntei

- não se lembra? – juntou as sobrancelhas

- do que? – realmente não me lembrava

- falei que viria para refazer seu curativo – chegou mais perto – e pelo que o vejo ta bem feito. – olhava de pertinho mexia, me fazendo resmungar!

- ahhhhh é – lembrei-me – esqueci de falar que não precisava mais!

- por quê? – perguntou incrédula

- porque a Laura refez pra mim – suspirei e sorrir

- hmmm, a Laura é? – sorriu

- nem vem Isabela – mudei a feição

- nem vem por quê? – estava sínica

- já sei o que vai dizer – levantei do sofá e fui à cozinha pegar agua

- eu te conheço senhorita Nascimento – sorriu – e toda vez que eu estou certa de algo, você muda o temperamento – encostou-se ao balcão apoiando o corpo pra frente – conta o que aconteceu?!

- nada – falei sem nem a deixar terminar direito de falar.

- nada?.... é “tudo” em sua boca, quando tenta fugir do assunto – sentou-se no banco – anda, fala!

Olhei pra cara dela, de forma revoltada – ta, - me dei por vencida – mas, olhe bem – adverti – ninguém, absolutamente ninguém pode saber disso

Passou a mão na boca, como quem fechava a boca e jogou a chave fora.

- agente transou – tomei a agua em um gole só, sem respirar.

- A I M E U D E U S, - falou pausadamente.

- isso ai – respirei fundo, tentando achar o ar do gole que tomei

- iai, me conta?

- o que? – tava incrédula

- como foi? – era visível sua felicidade

- como foi o que? – estava tentando fugir

- ahhh Milena, como foi o sex* de vocês.

Engoli a seco, cocei a orelha e respirei, fiz cara de quem estava sentindo dor, mas na verdade era timidez.

- falaaa logo – gritou

- ta bom – me posicionei na frente dela a encarando – to fudida! – joguei meu rosto contra minhas mãos

- Issooooooooooooo – começou a pular e a gritar – sabiaaa, você ta caidinha por ela. – pulou em minhas costas e me abraçou por trás

- porque você ta tão feliz assim? – perguntei incrédula com as sobrancelhas juntas.

- porque sei que é amor.. – começou a cantar

- para de ser ridícula – esbravejei

- ta ta – saiu das minhas costas – conta mais, porque ta fudida assim, a trans* foi boa?

- o problema ta ai – apertei meus olhos com a mão.

- foi bom né? – ficou seria me encarando – é foda mesmo quando os contatinhos fazem bem – sorrimos.

- foi tão maravilhou, que não foi sex*, nem trans*, nem porr* nenhuma – suspirei

- se fudeo – começou a bater no balcão – ta fudidona. – me abraçou suspendendo – ai mundo, quem fez amor pela primeira vez? – esticou a orelha pra frente, esperando que alguém respondesse.

- larga de ser idiota Isabela!! – reclamei

- isso galera, você de blusa vermelha acertou, a Milena fez amor pela primeira vez e ta caidinha pela garota – parecia uma retardada falando sozinha pro nada.

- quer saber de uma, vou tomar um banho, porque ainda to suja do amor que fiz mais cedo!  - dei um leve tapa em suas costas

Ela ficou imóvel, - quer dizer que eu te abracei e você tem resíduos de sex* no corpo? – ficou parada perguntando, imóvel. Olhei aquela cena e rir

- é sim, e olha como meu cheiro é!

- não toca mais em mim, to bolada com você – levantou a mão em forma de pare, pra mim.

Sorri e caminhei para o banheiro e fui tomar um banho delicioso.

 

Laura ~

Conversei com a Diana o caminho todo, ela me deixou em casa, tomei banho, troquei de roupa e não quis levar a da Milena pra devolver, deixei em casa, caso a saudade batesse. Ri de meu pensamento. Peguei meu carro e segui para seu apartamento. Na recepção avisei que estava subindo, eles já tinham me visto com a Milena e não fizeram cerimonia. No elevador encontrei Rick

- oii Laura, é Laura ne?! – falou todo educado me abraçando.

- é sim – devolvi o abraço – você por aqui?

- sim, estou hospedado aqui – falava – você veio visitar quem? – perguntou-me

- a Milena – respondi timidamente

- ahh sim – sorriu – você vai quinta com a gente pra casa de praia ne?

Encarei-o, - sim – falei no impulso.

- que bom, fico feliz de ver as amigas da Diana a apoiando.

- eu que fico feliz de vê-la feliz – sorri

- você vai amar la – ele falava alegre.

O elevador parou e se abriu. – eu aposto que sim – dei um sorriso

- então a gente se vê por ai – falou antes da porta fechar.

Segui para a suíte da Milena, toquei uma vez e alguns segundo depois alguém abriu a porta, e pra minha infelicidade era aquela morena da boate. Engoli a seco

- oi – falou contente

Minha feição tava seria, não mais sorria – a Milena esta? – fixei em seus olhos azuis penetrantes.

- ta sim – falava leve a alegre o que me irritou – quer entrar? – me deu passagem

- não – fui seca – pode chama-la? – vi um riso em seu lábio

- ahhh, agora não vai ser possível.

- por quê? – fiquei um tanto quanto curiosa.

- ela esta no banho. – senti meus dentes serrar e um estresse veio. – mas pode esperar ela aqui, entre – deu novamente passagem.

- não obrigado – fui mais seca ainda. – só quero meu celular.

- ok, eu pego pra você – me encarou – mas não quero lhe deixar na porta, então entre, eu procuro e lhe dou.

Entrei contra gosto, fiquei na sala em pé, sem nem mexer e a moça adentrou o quarto adento, me deixando ainda mais com raiva.

Alguns minutos depois ela voltou dizendo que não tinha encontrado, que era pra eu esperar a Milena sair do banho, pois ela deveria saber onde estava. Sentei-me no sofá e ela ligou a tv, colocou em um programa qualquer e tentou puxar assunto, mas eu era fria. Perguntou o que eu era da Milena e eu disse que apenas uma conhecida, não queria papo com ela, e quem era ela. Isso me dava nos nervos.

Alguns minutos muito longo depois, a Milena apareceu na sala de toalha e secava o cabelo com outra.

- Isa, você viu... – parou de falar quando me viu – oi – sua voz descontraída. A encarei seria e ela franziu o cenho sem entender. – você já esta aqui? – perguntou-me

- sim – levantei – vim pegar meu celular - caminhei em sua direção

- ahh sim – falava sem ao menos nenhum desespero. Enquanto eu estava querendo gritar.

- vocês já se apresentaram? – falou sorrindo e apontando pra mim e a menina

- não tive esse prazer – disse a morena se levantando e vindo pra perto.

- serio? – sorriu, encostou a mão na minha cintura e virou-me para a mulher. – Laura essa é a Isabela, e Isa essa é a Laura – fez a apresentações. – ela é irmã do Rick. – o que me fez ficar um pouco amenas, mas não relaxada.

- prazer Laura – disse a moça

Dei um leve aceno com a cabeça e um riso falso. O que fez Milena perceber. – você quer seu celular  ne? – perguntou e eu ascenti com a cabeça. – vamos, esta no quarto – me deu passagem e eu andei ate la sem dizer nada.

Foi ate o criado mudo, abriu a gaveta - esta aqui – falou entregando em minha mão e segurando a mesma – ei – me chamou atenção, fazendo  encara-la – o que ta acontecendo? – me puxou mais pra perto de si. – em? – me deu um beijo no pescoço – fala!?

- nada – fiquei neutra

- ahhh Laura, fala logo – seus braços envoltos a minha cintura. – ta com ciúmes é? – sorriu

- ciúmes, que ciúmes o que? Ta doida? – fiquei estressada

- ta sim, que eu sei – sorria – mas não fique não, ela é só uma amiga de muitos anos, nunca tivemos nada e nunca vamos ter – beijou mais meu pescoço me fazendo arrepiar.

- só uma amiga é? – falei cedendo aos beijos

- é – ainda beijava meu pescoço. E lambia o mesmo.

- ela me pareceu muito assanhada pro seu lado – segurei suas bochechas com uma mão

- mas ne não – sacudiu a cabeça saindo do aperto – ela é gente boa e você vai gostar.

- sei não – sedia mais aos beijos.

- que tal siamos hoje? – perguntou-me

- sei não – reclamei – você não esta merecendo! – parou de me beijar e encarou

- to não é? – fez cara pensativa.

- não! – fui firme.

- ahh, mas deixe de besteira, vamos sair sim, eu e você, você e eu, - selou com um beijinho. – tu contaste pra tuas amigas? – ficou curiosa

- não – assegurei – mas.. – arquei a sobrancelha – só a Diana sabe.

- que bom – me deu um selinho. – então vamos? – perguntou-me

- vai pra onde assim? – a afastei olhando a toalha – de toalha!

- qual é o problema? – perguntou

- o problema é que os outros vão babar, e eu não quero marmanjo e nem piranha nenhuma olhando pro que é meu! – falei encarando-a

- é sua é?!- perguntou em um riso safado.

- é – me deu varios selinhos na boca sorrindo – algum problema? - perguntei entregue aos beijos

- jamais. - abriu um largo sorriso e me tirou do seu abraço.

 

Foi se trocar e eu fiquei a esperar. 

Fim do capítulo