Laura ~

- quer dançar? – perguntou em um sussurro no meu ouvido, sua mão que apertava minha coxa, me fazendo subir calafrios de tesão.

Ao sentir sua outra mão invadir minha nuca, foi como se eu acordasse de um sono profundo. Respirei e a olhei seriamente.

- Não! – fui firme.

Ela me encarou deu um riso de desanimo

- ta bom então. – se levantou

- vai pra onde? – fiquei confusa

- não que seja da sua conta, mas eu vou ao bar, quem sabe lá eu não encontro alguém pra dançar? – virou as costas e saiu em direção ao bar.

- aii que menina irritante, porque ela tem que ser assim tão complicada? – resmunguei comigo mesma. – garçom – gritei tentanto chamar a atenção do garçom que passava.

Milena ~

- Que garota mais chata essa, não aceita nada. Não fode, mas também não sai de cima... ahhhh dona Laura, a senhora tem que parar com isso. – ia reclamando comigo mesma, ate o bar.

- oiiii – gritei chamando barman, mas o mesmo não ouviu, eu debrucei um pouco sobre o balcão do bar e o chamei novamente, ele me viu e acenou, informando que já viria. Sentei-me em um banco que estava no bar.

- Pois não, senhorita – falou o rapaz já chegando perto de mim com certa malicia.

- boa noite – fui educada

- boa – respondeu apoiando o corpo sobre o balcão

- por favor, me dê uma Água tônica.

- é pra já gata – falou, jogando um pano no seu ombro e dando uma piscada antes de virar as costas pra mim. Segundos depois ela volta com minha bebida – aqui sua bebida gracinha... – disse com um sorriso de malicia.

- obrigada – fui somente gentil

- e você, ta sozinha aqui? – começou a puxar assunto, eu obvio que percebi o interesse do rapaz, mas vocês sabem, ele não faz meu tipo.

- não – sorri – estou com uns amigos, eles estão dançando por ai, ou pegando alguém. – sorri novamente.

- hmmm – chegou seu rosto um pouco mais perto, diria que uns 30 cm de distancia. – então você esta sozinha, deixada pros lobos. – semicerrou os olhos e um riso nos lábios.

Dei um largo sorriso, ele sabia realmente dar em cima de uma garota, mas eu também e sei sair de uma cantada.

- lobos não são comigo – sorri discreta

- não? – arqueou a sobrancelha

- não – confirmei – prefiro as lobas, são mais ferozes e quentes – pisquei pra ele, que logo arregalou os olhos surpresos.

- que pena gata, iria te fazer tao feliz. – segurou minha mão e depositou um beijo

Dei outro sorriso, realmente estava gostando daquela situação – e eu só queria aquela loba ali sentada – apontei pra Laura – mas ela não me quer, fica de cu doce comigo – revirei os olhos, fazendo o rir.

- gata – ele segurou meu rosto – esquece aquela loba, e vai à caça de outras, aqui o seu cheiro exala de mulher alfa, e as betas vem atrás – piscou me fazendo rir.

Laura ~

“assanhada isso sim é o que você é Milena, vaiii la pra sua festa”.

Desde quando ela saiu de perto de mim, eu não desgrudei os olhos dela, vi quando ela delicadamente se jogou no balcão tentando chamar a atenção do barman e quando o mesmo começou a dar em cima dela descaradamente, ela toda, toda só fazia sorrir, dando espaço praquele idiota dar mais em cima.

- chegaaa – gritei comigo mesma, e por sorte o som estava bem alto na balada – vou acabar com isso agora, já passou dos limites, quem já se viu beijar a mão da mulher dos outros, e ficar assim dando em cima descaradamente – bufei

Levantei-me e fui em direção ao bar, quando uma morena de aparentemente 1,74 m de altura a abraça por traz, tampando os olhos dela e falando alguma coisa em seu ouvido, e logo em seguida morde o lóbulo de sua orelha, fazendo Milena sorrir. A morena solta Milena e sai de perto.

Milena ainda sentada e sorrindo, deixa o copo no balcão e segue atrás da morena, com o maior sorriso sínico da vida.

“aiiii que raiva dona Milena, agora você já era”, caminhei ate o bar.

- boa, pode me descer uma vodka absolut pura?!

- nossa como você ta brava loba! – tirou sarro e eu não entendi

- o que? – perguntei visivelmente nervosa.

Ele pegou a bebida e me serviu

- quer saber, como é seu nome? – cruzou os braços sobre o balcão e apoiando seu corpo

- pra que quer saber? – retruquei – vai dar em cima de mim, como deu da Milena?! – tava alterada

- uau, então esse é o nome da alfa! – desdenhou – não querida, não vou dar em cima de você, so quero lhe abrir os olhos.

- ahhh é?! – fui sínica, bebi um gole da bebida

- sim – chegou mais perto – ela só quer você, disse que de todas aqui presente, a única que ela quer é você, e só você não vê isso.

- eu duvido – respirei fundo

- sabe o que eu acho?

- não! – falei virando mais um capo de vodka

- mesmo assim vou falar – tomou meu copo de bebida – primeiro você já bebeu muito, e segundo – deu um leve pausa e sorriu

- segundo o que? – já estava irritada

- segundo, se você não se apressar – apontou o dedo para a pista – alguém vai tomar seu lugar.

Meus olhos viram a morena e a Milena dançando intimamente e vários sorrisos no rosto uma da outra. Uma raiva tomou conta de meu corpo.

Milena ~

 - você é demais – sorri – como é seu nome? – perguntei ao rapaz

- Vitor – respondeu simpático

- então Vitor o que vo... – senti uma mão vendar meus olhos e um corpo abraçar o mau por trás, um perfume já conhecido se fez presente em meu olfato, aquela voz doce com sua respiração chegaram ate minha audição

- o que é, o que é, quanto mais você ch*pa, mais você quer? – a voz doce e sexy ao mesmo tempo, fez meu corpo arrepiar e um sorriso faceiro sair de meus lábios. Senti seus dentes e lábios tocarem o lóbulo de minha orelha dando uma leve mordida. Em seguida a claridade foi ganhando espaço em meus olhos e o cheiro não se fazia presente. Eu, ainda boba com a situação continuei rindo.

- então é isso Vitor, vou ali – dei um leve tapa no balcão levantei e fui atrás do rastro do cheiro que ficou pela boate. Enxerguei ela em um canto escuro da boate, com seu vestido branco tubinho colado e um salto 20 cm nos pés, fui em sua direção, ela não parava de dançar. A agarrei pela cintura e lhe abracei.

- o seu dedo, toda vez que me encontra! – sussurrei em seu ouvido ainda no abraço apertado. Senti sua respiração bater em meu pesco e um leve sorriso abrir

- você se acha não é? – me apertou mais no abraço

Afastei nossos corpos, mas segurando sua cintura – não é que eu me ache, é que o “povo” me procura – sorri.

- hahahahaha, o “povo”? – desdenhou

- é querida, o povo, você, as negas – fiz cara de pensativa – todo mundo sabe!

Ela deu uma gargalhada e me abraçou novamente – vamos dançar que ganhamos mais – pegou em minha mão e me levou ate o meio da pista – SE SOLTA, SE JOGA, DEIXA O “POVO” VER – começou a gritar pra que eu escutasse, e eu? Eu só fazia sorrir.

Estávamos dançando, não coladas e nem muito perto, só dançando

- iai, cadê essas negas que você pega e que estão atrás de você? – falou em meu ouvido, rindo.

- tão ai pela boate espalhada – confirmei em seu ouvido.

- anham... – olhou pra minha cara sorrindo – sei – falou

- eu ate prefiro assim – desdenhei – vai que se encontram e começam a brigar? – dei de ombros e arquei as sobrancelhas com um sorriso

- ridícula – deu um riso de lábio, um tapa em meu braço e virou-se pra dançar.

Comecei a rir da situação, e olhando ela de cima a baixo, eu percebi o quanto senti sua falta, um riso veio mais que depressa. Quantas saudades eu senti, quantas ligações no meio da noite, quantas vezes nos esforçamos pra manter uma relação deixar acabar, e olhando pra ela, vi que nunca acabou.

Fim do capítulo