Júlia deixou as filhas conversando no quarto, e foi atrás da amada, a encontrou na sala de cabeça baixa:

_Você perde a cabeça com facilidade quando o assunto é Laís e Isabella, porque todo este medo? Eu já não lhe dei provas suficientes do meu amor?_ Júlia perguntou meiga, sentando-se ao lado da outra.

_Acha que o nosso casamento iria resistir a um rompimento delas?

_Acho que não haverá casamento se minha menina estiver infeliz com você, acho que não haverá casamento se Isabella ameaçar sair de casa por sua causa.

_Você não pode desfazer o nosso casamento assim..._ Laura levantou-se agitada._ É disto que estou falando, não estamos resistindo nem a uma briga.

_Não estamos resistindo porque você não está confiando._ Júlia falou ainda meiga. _Laura, você lembra quando nos conhecemos?

_Eu nunca vou esquecer desse dia, eu tinha acabado de entrar na faculdade e você já estava quase terminando, me apaixonei à primeira vista.

Júlia deu uma risada alta.

_Você é a única maluca que eu conheço que se apaixona por alguém passando mal.

_Eu vi você ali tão frágil e grudei em você. 

_Você nem mesmo se assustou quando eu lhe disse que tinha duas filhas, apenas quis conhecê-las, você adorou as duas, mas Caroline era mais fechada, demorou meses para aceitar que você era minha amiga e mais um longo tempo para admitir que você era minha namorada, já com Isabella vocês se amaram ao primeiro olhar, ela lhe ganhou quando mandou Carol parar de ser mimada é apenas aceitar, nunca vou me esquecer de quando Isabella olhou Caroline e mandou ela aceitar que você era o motivo da minha felicidade, eu nunca vou esquecer quando te liguei para contar que a Isa tinha passou no vestibular e você sorriu dizendo que ela tinha te contado. Se fosse essa implicância com Carol eu entenderia, mas Isabella não, até César sente ciúmes da relação de vocês.  

_É por amar tanto a Isa que eu não quero que ela sofra, Laís se perdeu em todo o amor que ela tem por Andreia._ Laura falou triste.

_Eu faria até o impossível para nenhuma das meninas sofrerem, mas está não é uma opção agora. Laura nós não podemos proteger as duas do mundo, e não estamos falando de uma pessoa estranha ou de uma pessoa sem caráter, nós estamos falando da Laís, ela é sua irmã caçula e apesar de tudo ela sempre nos apoiou incondicionalmente, quando todos disseram que era uma loucura você ficar comigo ela nos apoiou, quando nós brigamos ela cuidou de você. Você não pode não enxergar tudo isto.

_Eu preciso pensar._ Laura levantou e caminhou pela sala impaciente. Sentia-se triste.

_Então pense, vá para casa esfrie a cabeça e quando achar que deve converse com a sua irmã, vocês têm muitas contas para acertar.

***

Isabella e Carol estavam jogadas na cama dando risada quando Júlia entrou:

_Mãe._ Carol falou sorrindo quando viu Júlia na porta.

_Cadê a Laura?_ Isabella perguntou um pouco receosa.

_Nós conversamos e ela foi para casa.

_Eu não quero que vocês briguem por minha causa ou mesmo porque estou com a Laís._ Isabella falou sem jeito.

_Você não vai se preocupar com isso, agora eu quero saber o que as duas aprontaram nesse final de semana. Eu achando que estavam em casa estudando e encontro as duas de safadeza na cama.

As três mulheres riam divertidas.

_Eu fiz uma besteira imensa mãe, acabei brigando com a Vivi._ Carol falou sem jeito.

_Eu chamei Laís para me fazer companhia e ajudar com Carol e a Ana._ Isabella também tentou se justificar. 

_Eu ainda não consigo acreditar que os meus bebês estão namorando. 

_ Eu não estou namorando mãe._ Isabella falou triste.

_Agora me conte Caroline, o que você fez a Ana Victória?

***

Laís estava deitada no sofá apenas matando o tempo, se perguntava quando a vida tinha passado a ser tão agitada quando se assustou com o barulho da campainha, ao abrir a porta deu de cara com a irmã:

_Eu posso falar com você um pouco?_ Laura perguntou baixo.

_Não estou com paciência para mais uma briga Laura, por favor vai embora, você é uma decepção para mim.

Laura sentiu as duras palavras da irmã lhe machucarem, mas sabia que merecia, tinha agido errado, quando em desespero, havia ligado para Andreia.

_Eu só quero me desculpar com você._ Laura falou ainda na porta.

_Eu não perdoo o que você fez, agora pode sair e me deixar sozinha.

Laís bateu a porta na cara de Laura e voltou a jogar-se no sofá, estava novamente distraída quando novamente ouviu a campainha foi atender com cara de poucos amigos, que piorou quando viu Andreia parada na porta:

_Qual o problema com o que eu digo? Porque as pessoas não entendem que eu não quero falar?_ Laís questionou não dando passagem a outra.

_Eu preciso falar com você, posso entrar?_ Andreia perguntou baixo.

_Não, a única coisa que você pode e deve fazer é sumir da minha vida.

Laís voltou a bater à porta, quantas pessoas mais iriam até lá aquele dia querendo conversar, resolveu que a melhor coisa que podia fazer para si era se distrair, pensando nisso mandou uma mensagem para Rafaela convidando-a para almoçar, ouviu da outra que não poderia pois estava ocupada com algumas coisas, resolveu convidar Luana que prontamente aceitou, avisando que estaria por lá em no máximo uma hora.

***

Isabella ainda estava com Júlia e Carol, mas não conseguia tirar os olhos do celular, Laís ainda não havia dado noticias, a menina se perguntava o que a outra estaria fazendo:

_Isa para de olhar esse celular, daqui a pouco ela liga._ Júlia falou um pouco impaciente com a filha.

_Pode desistir mãe, a Isa e a Laís são muito grudadas._ Carol falou sorrindo.

_E já que são tão grudadas já imaginaram o que vão fazer na faculdade?_ Júlia perguntou levantando a possibilidade.

_Na verdade ainda não, nós não temos tido tempo suficiente para pensar no futuro._ Isabella falou um pouco triste._ As coisas sempre acabam sendo interrompidas.

_Isa eu já lhe pedi uma vez e vou pedir novamente, trabalho junto de Andreia e somos amigas, eu não gostaria de ter problemas com isto.

_Eu espero que a Andreia tenha maturidade para lidar com isso mãe, Laís vai pedir o divorcio e nós vamos tentar. Agora se vocês me derem licença eu vou ligar e saber o motivo dela não ter ligado.

Isabella saiu do quarto e foi para a sala, discou um número que já sabia decorado, a chamada foi atendida no segundo toque:

_Olá Isabella._ A menina gelou, reconhecia muito bem aquela voz.

_Oi Luana.

_A Laís está no banho, mas você pode tentar ligar daqui a pouco...

Fim do capítulo