Capítulo 20-Pietra
A moça começa a dançar bem junto a mim, eu me deixei levar queria mesmo tentar esquecer a dona de meus pensamentos nos últimos anos. Me entrego totalmente, ela segura minha cintura encostando-se totalmente em minhas costas descansando seu rosto em meu pescoço, para logo em seguida me virar e encostar seus lábios nos meus. Eu estava tão entregue, distraída que quase não sinto quando alguém chega por trás segurando em meus braços.
-Mari! –meus olhos arregalam quando percebo de quem se tratava.
-então é assim que não é uma igual a mim! -ela me olhava com raiva, não entendi muito era pra ela estar usando de deboche afinal sempre a critiquei.
A garota a meu lado olhava a cena com curiosidade. Olhava Mari de cima a baixo que também analisava a moça com um olhar de desprezo. Resolvi apresentar as duas, mas antes que eu tomasse tal atitude a garota toma a minha frente.
- você é amiga de Amélia? –Mari olha mais uma vez, a garota falava um pouco enrolado- prazer me chamo Pietra.
...
Na sexta pela parte da tarde, vou para a capital encontrar-me com Felipe, havia conversado com Sabrina no dia anterior, ela inclusive queria me dar o dia de folga mais resolvi que só a tarde já estava de bom tamanho, afinal ia encontrar meu amigo a noite.
Quando chego a capital vou direto encontra-lo, havia chegado com sua namorada naquele dia pela manhã. Ele tinha uma casa na cidade e íamos ficar lá, eu só esperava que sua namorada fosse legal e não como as anteriores que sempre implicavam com nossa amizade.
Assim que a conheci, entendi o porquê de meu amigo ter se apaixonado. Carine era diferente de todas as namoradas que Felipe já havia me apresentado. Ela era psicólogo e trabalhava em uma instituição onde ajudava os jovens que tinha certa dificuldades em se socializarem.
-O Felipe me contou um pouco da vidas de vocês, inclusive a dificuldade que passou quando sua família descobriu que era Lesbica.
Olho para meu amigo espantada, ele nem gostava muito de tocar naquele assunto! Pra falar para namorada era porque deveria confiar bastante nela.
-você tem alguma coisa contra eu ser homossexual?
Eu ainda olhava Felipe, que estava no barzinho de sua casa preparando um Whisky para tomar.
Carine me fala que várias das jovens que ajudava estavam se descobrindo lesbicas. Me fala das dualidades que enfrentavam junto a família, e que muitas das vezes ela havia interferido junto aos pais dessas jovens, não para aceitação e sim para compreensão, pois muitos não entendiam.
A noite decidimos dar uma volta, pois Carine queria conhecer um pouco da Capital onde seu namorado havia crescido. Passeamos bastante até meu amigo resolver que queria sentar para tomarmos uma cerveja. Concordei, Estava precisando espairecer um pouco! estávamos em uma conversa divertida, quando no meio da conversa Felipe me faz uma pergunta que já havia me feito por diversas vezes.
-descobriu porquê da implicância de Amália contigo?
Meu amigo sabia tudo que aconteceu naquela noite na praia, depois daquele dia eu sempre me queixava com ele sobre o comportamento cínico de Amália.
-não e também não quero falar sobre isso!
-já te falei pra agarra-la e dar-lhe uns bons amasso, é isso que ela quer!
-Felipe me falou dessa moça- olho para meu amigo sem acreditar, ele só me olha e da os ombros- acho que ela usa de cinismo com você pra não demonstrar o que sente realmente.
Fiquei imensamente interessada pelas palavras de Carina. Era bom ter a opinião de alguém que estava acostumada a entender os problemas das outras pessoas.
-Como assim?
-Ela deve usar isso pra te atingir, por gostar de você- a olho praticamente sem piscar, querendo que ela concluísse seu raciocínio- as vezes a dificuldade das pessoas em se aceitarem, acaba fazendo com que elas usem outros sentimentos pra tentar fugir, pra não se permitir vivenciar daquele sentimento que a outra pessoa desperta nela. Geralmente a pessoa a sentir acaba usando de artifícios pra fugir. A raiva, o cinismo até mesma a indiferença são sentimentos que nesse caso são usados como subterfúgios.
-Então você acha, que ela pode ter sentido alguma coisa ao me beijar? –pergunto interessada.
- pode! E pelo visto não se conformou com isso, deve ter se culpado por sentir!
-mas ela não demonstra nada por mim!
-o cinismo com que ela te ataca sempre que você se aproxima de alguém, mostra que ela não se conforma de você ficar com outras mulheres. Ela te trata assim quando algum homem se aproxima de você?
Puxo pela memória e não lembro nada relacionado a isso, sacudo a cabeça em negação.
-isso reforça minha teoria, de que ela usa de cinismo quando ver alguma mulher se aproximar de você.
Trocamos de assunto, mas meus pensamentos estavam no que Carine havia falado.
No dia seguinte, levamos a namorada de Felipe para conhecer mais da Capital. Eu queria descansar pois dormirmos de madrugada com meu amigo já bastante bebido.
A noite de sábado fomos a boate, eu queria dançar. Adorava sair com Felipe, ele era um exímio dançarino!
Chegamos na boate por volta das 23:00 horas, Felipe comprou ingressos para área VIP. Onde estávamos podíamos ver o movimento da pista de dança lá embaixo. Peço licença para Carine e puxo Felipe para a pista, eu não estava bebendo queria somente dançar e me divertir. Dançamos umas três músicas e retornamos, meu amigo não queria deixar a namorada a sós já que ela não gostava muito de dançar.
Me aproximo da proteção, para olhar as pessoas dançando lá em baixo, apesar do jogo de luzes conseguia ver nitidamente. Quase tenho um troço quando minha vista recai sobre Amália dançando sensualmente com uma morena.
- aconteceu alguma coisa?
Meu amigo se aproxima percebendo minha paralisia momentânea. Meus olhos não desgrudavam do casal que parecia que iam se fundir de tão juntas que estavam.
-olha ali –aponto para as duas, meu amigo custa a assimilar a cena, e quando percebe de quem se tratava cai na gargalhada.
-Demorou viu! Amália foi mais rápida que você...e pelo visto e esperta...olha o mulherão que arrumou!
Só faltei fuzilar meu amigo com olhar, volto a olhar para o casal e quando percebo o que está acontecendo lá em baixo praticamente voei até onde ela estavam, nem dando atenção a Felipe que me chamava rindo aos montes.
Uma raiva grande toma conta de mim ao ver de perto Amália nos braços daquela mulher, a seguro pelo braço fazendo com que ela vire. Ao perceber de quem se tratava se assusta, mas por pouco tempo.
A garota que estava observando a cena se apresenta pelo nome de Pietra , deu para perceber que era estrangeira, pois falava em um português puxado.
-você é muito dissimulada, sempre me criticando, sempre me atacando e agora isso- aponto para a tal mulher a seu lado.
-alto lá, minha reprovação não é por sua opção, até porque seria muito canalhice de minha parte pois meu irmão é gay. E sim pelo fato de você se achar irresistível, querendo sempre todas as mulheres que vê pela frente.
-devastadora!
Vejo Bernardo já próximo a nos. Claro que Amália tinha que ter vindo com alguém, mais jamais imaginei ser Bernardo.
-então foi você que trouxe Amália para essa boate- falo em um tom acusador, Bernardo sorrir, parecendo se divertir com a situação.
-eu que trouxe Bernardo e não o contrário- meus olhos se arregalam diante das Palavras de Amália-e pro seu governo, não é a primeira vez que venho aqui, ou beijo uma mulher!
-sei que não! Ou não lembra que já me beijou?!
-lembro sim, foi ai que descobrir que amooo beijar mulher!
Percebi que Amália já estava bebida. Em seu juízo perfeito, por mais que aquilo fosse verdade, Jamais falaria assim.
A tal garota que já havia esquecido o nome, observava nossa discursão parecendo não entender.
-você já está bebida, aliás vocês dois-olho Bernardo que ria a valer.
-Não estou tão porre assim. Vocês duas deveriam experimentar se pegarem, quem sabe assim parem com essa picuinha.
-Nunca!
Falamos nos duas juntas fazendo com que Bernardo risse mais alto. A garota percebendo que estava sobrando se sai sem que Amália perceba.
-você está com quem devastadora?
-quer parar de me chamar assim! Estou com Felipe.
Os dois conheciam Felipe tanto quanto eu, mais não tinham a mesma amizade.
Nisso Felipe vem chegando com Carine. Cumprimenta os dois e apresenta sua namorada.
Amália olhava a princípio desconfiada para Carine, a ao perceber se tratar da namorada de meu amigo parece relaxar. Fomos todos para a área VIP, eu procurei ficar de olho nos dois que continuaram a beber todas, agora com a ajuda de Felipe. Ficando Carina e eu reparando os três.
Já na hora de irmos embora, como tínhamos vindo de taxi e pelo visto os dois também. Falo a Carine que iria levar primeiro os dois para o hotel que Bernardo havia me dado o nome mais cedo e ela seguiria com Felipe.
Dentro do taxi, me sento atrás com Amália e Bernardo no banco do carona. Dou o endereço ao motorista que segue em silencio. Os dois acabam pegando no sono antes de chegarmos a seu destino.
Amália encosta a cabeça em meu ombro antes de pegar no sono, a olho com a boca meio que aberta ressonando. Lembro como havia ficado furiosa com o beijo que assisti mais cedo. Olho novamente sua boca, era uma tentação. Fecho meus olhos tentando escapar daqueles pensamentos. Para piorar minha situação ela joga seus braços em meu pescoço fazendo com que sua boca ficasse bem próxima a minha.
-Eu mereço tudo isso! Saio pra esquece-la e volto com ela pra casa.
O motorista me olhava sem entender minhas palavras, resolvi ficar o restante da viagem em silencio, fugindo da tentação de colar meus lábios, naquela boca tão próxima a minha.
Próximo ao hotel, chamo Bernardo que era o mais sóbrio dos dois. Bernardo me convence a dormir ali até mesmo para ajudá-lo com Amália que parecia ainda bem porre. O problema que no quarto somente tinha duas camas de solteiro, ou seja eu teria que dormir com um dos dois, como Bernardo era enorme dificilmente ficaria a vontade com ele na cama.
Amália assim que entra no quarto se joga na cama com roupa e tudo.
-acho melhor tirar-lhe essas roupas, parecem estar apertadas-meu amigo fala olhando o corpo inerte de Amália na cama-acho melhor você fazer isso.
O olho com os olhos arregalados. Como ia fazer isso? E Se me recusasse com certeza Bernardo ia desconfiar de algo.
Antes de começar minha tortura...quer dizer tarefa! Meu amigo me empresta uma blusa seu que me cobre até os meios da pernas. Devagar e com dificuldade, retiro peça por peça das roupas de Amália deixando-a apenas de calcinha e sutiã, me deito a seu lado para tentar conciliar o sono, quando ela joga seu corpo de encontro ao meu, me abraçado novamente pelo pescoço.
-essa noite vai ser longa-falo sentindo o cheiro dos cabelos de Amália, seu perfume entranhando em minhas narinas, e seu corpo roçando ao meu me deixando em brasa.
...
Depois de minha conversa com Sabrina me senti mais aliviada, a única coisa que me preocupava agora era em relação a minha tia, ainda ficava me perguntado como seria sua reação.
Estava sendo uma tortura ficar omitindo um fato que com certeza mudaria sua vida. Ela tinha uma visão completamente distorcida dos fatos reais. Pra completar tia Vivian havia falado que mais cedo que eu pensava, estaria na Ilha dos sonhos.
Sabrina estava preocupada em com as contas que só faziam crescer e não queria minha ajuda. Toda as vezes que tocava nesse assunto era uma discursão, então resolvi conversar com Giovani. Leonardo com toda a certeza já havia descoberto que ela havia sido chamada pelo gerente do banco e nos dias que se seguiram ele não colocou os pés na pousada.
Era segunda feira, meu final de semana foi ajudando Sabrina na pousada! Amália tinha ido para Capital com Bernardo e só retornou no Domingo à noite, aproveitei e conversei com Giovane que estava também dando uma força pra amiga.
-Giovane, você conhece o gerente do banco que a Sabrina negocia, não conhece?
-Conheço sim a bastante tempo, Porque?
Bom se precisava de sua ajuda, teria que falar pelo menos parte da verdade.
-Eu quero cobrir o valor que a Sabrina deve ao banco-percebo que ele abre a boca pra falar algo, mais me adianto- e antes que você fale pra eu conversar com ela, já o fiz e recusou minha ajuda!
-desculpa Giulia, mais se te ajudar Sabrina come meu fígado e cru!
-mas o gerente deu só alguns dias pra ela quitar a promissória atrasada, fora que tem outra que está pra vencer!
Ele me olha, desolado. Precisava fazer com que ele me ajudasse.
-Você pode falar que conseguiu o dinheiro emprestado- ele parece pensar- eu te empresto o dinheiro pra você pagar as contas. Ela não precisa saber exatamente que foi eu, Diga que conseguiu com um amigo.
-ah deusa vocês me metem em cada confusão...
-Antes que percebam a dívida já findou.
-fora que ainda vou pegar aquele canalha pra acertamos nossas contas- toda as vezes que era tocado no nome daquele canalha, me subia uma raiva tão grande só que imaginar que poderia ter machucado Sabrina, na última vez que se viram- ok e como vamos fazer.
-teremos que ir falar com o gerente do banco, conversei com minha tia ela irá resolver tudo com meu gerente.
-quando você quer ir? sabe que teremos que inventar uma desculpa bem dada pra que Sabrina não desconfie de nada.
-vou conversar com ela hoje e poderemos ir amanhã. Amália já estará aqui, ficara mais fácil inventarmos algo.
A noite estávamos em meu chalé, Sabrina estava pensativa, pois o prazo que Miguel havia dado estava terminando. Queria muito que ela aceitasse meu empréstimo sem eu ter mentir, ia ser tão mais fácil.
Resolvi mais uma vez tentar fazer ela mudasse de ideia sobre o empréstimo. Estávamos deitadas no sofá, aninho ela nos braços. Ela me abraça fortemente pela cintura.
-Sabrina sei que já conversamos sobre isso, mas não me conforme de você não querer meu dinheiro emprestado pra cobrir essa dívida com banco- ela levanta seu rosto, me olhando nos olhos-por que não quer aceitar?
-Não quero depender de você...
-você não irá depender, vai me pagar como iria pagar pro banco! a única vantagem é que terá um prazo maior.
-Tudo bem Giulia, você me convenceu!
Respiro aliviada apertando ela em meus braços, já estava incomodada pelo fato de ter que mentir juntamente com Giovane, esse com certeza ia ficar tão aliviado quanto eu, começamos a namorar ali mesmo no sofá. Era tão bom tê-la em meus braços, junto a meu corpo.
Nosso sossego acabou no momento que percebo meu telefone vibrar em cima da mesa de centro. Não queria atender estava feliz por demais com minha amada junto a mim.
-Não vai atender? parece ser importante- Sabrina fala quando o celular começa a tocar novamente. Quando vejo de quem se tratava me subiu um arrepio por todo meu corpo-quem é?
-Meu irmão! - nem bem atendo a ligação Gino dispara a falar.
-Giulia, a Pietra está no Brasil. Viajou na quinta feira e já deve estar a caminho da ilha dos sonhos.
Naquele momento sinto meu coração disparar mais que o normal!
Fim do capítulo
bom dia meninas!
desculpem nao ter postado ontem, estou sem computador e fcou um pouco complicado.
mas ai estar, capitulo fresquinho, espero que gostem.
bjss
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Lili
Em: 19/06/2017
Gino faz a merda depois liga informando, fala sério que irmão sem noção esse.
Pietra quer o que com Giulia, acha que tem alguma coisa ainda, saí daí doida dos pão.
Resposta do autor:
Boa tarde Lili!
kkkk acho que tem muita gente fazendo MERDA , mas as coisas iram se resolver.
bjss

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