Laura ~

 

- vou dormir no quarto de visitas ou com você? – perguntei pra Diana

- comigo né?! Não vou deixar você dormir sozinha

- ok, muito obrigado! Vamos fazer o que agora?

- que tal assistir um filme? – Diana me perguntou

- por mim tudo bem, qual filme vamos assistir?

- vamos ver quais estão passando – falou Diana, pegando o controle e ligando a TV, sentamos nos sofá, começamos a procurar... ia passando de canal e íamos lendo as sinopses, ate que um me chamou a atenção

- esse! – dei um leve grito e segurei o braço da Diana

- qual? – perguntou assustada

- volta, só volta ai,- ela voltou pro canal anterior – sim, é esse!

- Ramiro trabalha na livraria de seu tio e é apaixonado por poesia e literatura. Um dia, ao chegar em casa, encontra uma carta de sua namorada Andrea pondo um fim na relação entre os dois. Arrasado, ele tenta esquecê-la enquanto se distrai pelas ruas de Madri com seu amigo Lucas, que pretende se casar com uma moça argentina para que ela possa legalizar sua situação no país. Ramiro também tenta dar início a um novo romance. No entanto, tudo é muito difícil, Andrea parece ocupar cada uma de suas memórias e todas as canções parecem falar sobre eles. – Diana lia a sinopse – parece ser bom – completou no final.

 

Eu olhava atentamente a TV e toda encostada no sofá com o polegar na boca, e o pensamento nela – sim, deve ser – respondi, mas nem sabia o que saia da minha boca

- você está bem? – perguntou a Diana

- sim, estou ótima – respondi sem tirar os olhos da TV

 

 

 

Milena ~

 

- oi – falava ela assustada

Estava de cabeça baixa, respirei fundo e levantei a cabeça – oi – forcei a voz

- o que foi? – ainda assustada

- posso entrar? – perguntei olhando pra dentro

- claro – me deu passagem, e eu fui entrando – o que aconteceu?

- estou gostando de alguém – sentei-me no sofá que tinha na sala de visita -  e eu não sei o que fazer! – joguei meu corpo pra trás se apoiando no encosto do sofá

Ela me olhava – quem é?

- uma amiga da Diana, a moça da inauguração, que você foi! – respondi com olhos fechados e o braço sobre a testa

- sim, conheço a Diana! – colocou uma de suas mãos sobra minha perna – quem é a amiga?

- a Laura! – suspirei

- nossa, ela é linda! – falou com ar espantando da minha resposta – e ela sabe?

- sabe... Ficamos no dia da inauguração e no outro dia na festa da Diana, só que a Rachel apareceu e estragou tudo, ela não quis mais contato comigo, achou que eu estava traindo a Rachel.... – e daí eu contei toda historia pra ela – o que eu faço? Sabe quando você esta debaixo d’agua e quer voltar pra superfície, mas tem algo que esta lhe puxando pra baixo?

- não, mas tenho uma leve noção!

- agora adivinha quem é quem! – balançava a cabeça em negação

- o que você pensa em fazer a respeito?

- não sei, sinceramente não sei, mas vou resolver isso essa semana! – joguei  meu corpo pra frente e apoiei os braços nas pernas

- seja sincera com você, seu coração precisa ser feliz, e eu quero ver sua felicidade, só não machuque a Rachel, se já deu o que tinha que dar, senta e conversa com ela e siga sua vida – falava Sarah, enquanto sua outra mão alisava minhas costas

 

Eu olhava pro nada, bem pensativa, sabia o que tinha que fazer, mas não tinha coragem, não sabia os verdadeiros sentimentos da Rachel, mas eu sentia que eu precisava.

 

Fui levantando, puxei a Sarah pra um abraço, um abraço apertado de quem estava precisando daquilo a um tempo... sussurrando em meu ouvido ela disse

 

- vai ficar tudo bem, é só pensar e colocar as ideias no lugar – sua mão alisava meu cabelo – e não dê muito espaço pra Rachel, porque eu acho que ela já sacou o que ta rolando com você e a Laura, então pense bem e faça o certo, pra não machucar as pessoas erradas – eu apenas concordava com a cabeça no meio de seu abraço.

 

Afastei dela e segurei suas mãos – muito obrigado Sa, estava precisando disso, desse desabafo – fechei os olhos e suspirei – não sei o que está dando em mim esses dias, toda vez que a vejo, é mil sensações ao mesmo tempo, coisa que nunca senti por ninguém, quando olho dentro daqueles olhos, que parece que já me foi morada, eu sinto paz, sinto um alivio, sinto que posso enfrentar o que for, por que ela me encoraja a fazer isso só de olhar e eu só queria pegar na sua mão e leva-la pra qualquer lugar que fosse nosso, um lugar que ninguém não nos incomodaria, eu não sei o porque a quero desesperadamente, não estou conseguindo nem respeitar a presença da  Rachel. E o que você falou me fez pensar nas ultimas atitudes dela, acho que ela sabe da Laura, está com ciúmes. – suspirei

 

- então... Está explicado o comportamento dela,  ta com ciúmes porque o que você está sentindo pela Laura, você não sentiu por ela, e isso é normal, mas não é bom e nem saudável pra ambas, conversem – falava segurando forte minha mão e com voz de ternura

 

Meus olhos estavam fixados em um ponto qualquer da casa – verdade! – só concordei com tudo que ela falava, por fora estava calma, mas por dentro um turbilhão de emoção.

 

Ela segurou meu rosto com as duas mãos e olhava fixamente em meus olhos – ei.. dorme aqui hoje! Pensa um pouco nas consequências que você vai enfrentar, e se você quer a Rachel ou a Laura, você ta precisando de um tempo disso tudo e vai por mim, aqui você encontra paz – falava convicta de suas palavras, já estava me convencendo a ficar ate ouvir algo

 

- Saraaahhh – um grito veio

 

Sarah olhou pra trás e voltou seus olhos nos meus em seguida, eu meio que involuntariamente revirei os olhos

 

- super paz eu encontro aqui – falei sarcástica

- não fala assim, vocês se amam – disse sorrindo

 

Encarei ela e fiz cara de desdém – muito amor envolvido, tenho é um leve sentimento por sua irmã, chamado de desprezo – franzi a testa e ela sorriu – muito obrigado por tudo, de verdade... mas preciso voltar pra casa, resolver o que tenho de resolver e... – nessa hora lembrei que a Rachel disse que teria uma surpresa pra mim - ... carai, a Rachel marcou uma coisa comigo hoje a noite – bufei – eu mereço tudo que to passando – a Sarah sorriu – bom preciso ir agora, muito obrigado por tudo – abracei-a e depositei um beijo em sua testa

 

- disponha, sempre que precisar eu estou aqui, é só fazer sinal de fumaça – depositou um beijo em meu rosto.

 

Entrei em meu carro e fui em direção de casa, coloquei varias musicas para distrair, não queria pensar em ninguém, só pensar em nada!

 

Cheguei em casa super cansada, quando abri a porta a primeira coisa que eu vi foi um jantar e a Rachel sentada na mesa me esperando, ela se levantou e veio em minha direção

 

- oi baby ! – sorria enquanto falava e pegava as coisas de minha mão e colocava em cima do balcão

- oi ! – falei com tom constrangido

- demorou?!, já estava ficando preocupada – ela me encarava com aqueles olhos negros, sem piscar e mordendo a boca, com voz de preocupação e desdém

- tive uns contratempos, tive reunião agora e estou super cansada! – falei sentando no banco do balcão

- epa... – ela soltou um leve grito e pegou em meu braço – aquela mesa esta ali lhe esperando pra jantar – apontou pra mesa.

 

Eu sorri – ai meu Deus, você cozinhou? – perguntei preocupada e suspendendo as sobrancelhas

- sim, cozinhei – falava animada

- seja o que deus quiser – levantei e fui em direção a mesa, sentamos e começamos a conversar, a Rachel falava mil coisa ao mesmo tempo, uma delas era sobre a viagem ao Brasil, que eu nem se quer pensei na hipótese de ir.

 

Queria muito falar com ela sobre tudo que estava acontecendo, sobre a gente, sobre a Laura, mas travei... ela se empenhou tanto pra fazer aquele jantar, não queria estragar a noite dela, só sentei, comi, conversei e relaxei, deixei ela aproveitar, mas no meu intimo eu não sabia se era pior falar agora ou no outro dia.

 

Então resolvi deixar pra o outro dia, não sei se foi uma decisão boa ou ruim, mas já estava decidida!

 

- oiii ... – falava Rachel enquanto estralava os dedos em minha frente – você ta ai?

Acordei de um transe – oi – dei um sorriso de leve – to sim, porque não estaria?

- sei lá, você nem prestava atenção no que eu falava, estava viajando  - sorriu arqueando a sobrancelha.

- desculpa, coisas do trabalho – respondi em seguida com um sorriso – então, você falava de um lançamento que vai ter, e que não sabe se foi chamada ou não pra ser a modelo?

- Sim, quer dizer, acho que fui chamada, eles falaram pra eu voltar e tal... sabe como é... estou super animada, vai ser bom, ainda mais em Paris... cara Paris, sonho de qualquer um! – seus olhos brilhavam

- eu te desejo sorte, e que você consiga – disse firme e com toda emoção e verdade em palavras – tem algo que eu possa fazer? – perguntei

- você poderia ir comigo amanha no jantar, eles adorariam lhe conhecer e você me ajudaria né, já que tem muita influencia com os grandes

 

Eu a olhava fixamente, não queria dar esperanças e nem nada do tipo, mas não poderia deixar ela na mão! – sim, porque não?! – respondi mostrando entusiasmos – e quem ta organizando?

 

- o Eduardo Nec

- Ahhhh, super gente boa, conheço – dei um sorriso – relaxe eu garanto que o emprego já é seu

- muito obrigadooooo , to muito feliz por isso – falava super animada e segurando minha mão. Afastei ela bem devagar e segurei o garfo, puxei uma conversa qualquer e nisso o tempo foi passando e terminamos o nosso jantar, ela se levantou e pegou meu prato, eu imediatamente segurei-o – deixa que eu lavo, você já fez o jantar! – ela sorriu e deixou que eu arrumasse a cozinha, terminei de arrumar tudo e a Rachel já estava no quarto deitada, caminhei ate la e vi que ela dormia, o cansaço do dia a venceu.

 

Voltei pra sala, sentei na varanda e fiquei contemplando a noite, pensando como seria meu próximo dia, e o que eu diria... meu coração apertava, odiava ver as pessoas machucadas e ainda mais machuca-las, mas eu fiz merd*, vou ter que arcar com as consequências.

 

Me peguei pensando na Laura, como queria repeti aquele beijo, e como ela estava linda no almoço, meu sorriso não se controlava quando pensava nela, era uma paz, como se no fundo eu soubesse que ela seria minha. Já fazia tempo que eu estava ali, senti uma mão sobre meu ombro e uma voz com tom baixo

- você não vem pra cama? – voz de sono

 

Gelei, não sei porque, tive a sensação de fazer algo de errado e alguém me pegou – oi, vou sim – as palavras simplesmente saiu

- o que você faz aqui nesse frio?

- sentei aqui pra contemplar a paisagem e acabei me passando no tempo

- vem agora pra cama – falou estendendo a mão

Eu dei um riso falso – daqui a 5 minutos eu vou – alisei a mão dela, e continuei a olhar pro nada. Depois de um tempo pensando fui para cama, deitei e mesmo assim não conseguia dormir, milhões de coisas no pensamento.

 

 

Laura ~

 

- Acorda – a sacudia levemente – acordaaaa, Diana vamos pra cama...

- hmmm... – gem*u de sono – que? – completou com voz arrastada

- você perdeu o filme todo, vamos pra cama ... por favor.... – insisti pra ela me atender, só que o sono era mais alto

- ta bom, to indo, vai la – falava com dormindo e expressando com as mãos e me empurrando

- ok.... se você quer dormir ai, beleza, eu vou ajeitar aqui e depois vou pra cama – levantei e falei firme.

- hmmmm... – gem*u

 

Fui limpando a sala e levando o que era pra lavar pra cozinha, depois que arrumei tudo, fui no quarto peguei um lençol e voltei a sala pra cobrir a Di, ela resmungou um pouco e eu sorri, fui pra cama pra dormir, mas o que aconteceu na verdade foi pensamento cheio dela “Milena..... Milena.... Milena” – aii para com isso Laura, ela não serve pra você, e você nunca mais vai ficar com ela... nunca, ela é chave de encrenca – briguei comigo mesma. Depois de muito tempo, eu consegui pegar no sono.

 

>> - vamos Lau, precisamos nos distrair – implorava a Diana

- não quero ir, estou afim de ficar em casa – bradei

- não! – Diana falou forte – você vai porque eu estou mandando e não vem com historias não, levanta dessa cama e vamos pra night... – falava animada

 

Joguei o travesseiro em minha cara e bradei comigo mesma. Em seguida levantei e fui me arrumar, em alguns minutos estava tudo pronto, entrei no meu carro e comecei a dirigir

- e pra que boate nós vamos? – perguntei

- a primeira que aparecer  – falava animada

 

Depois de algum tempo, vimos uma boate

- essaaa – gritou Diana – vai ser essa, olha o tanto de gente bonita – era uma animação fora do normal

- ok... ok

Estacionei o carro e fomos entrando na boate, tinha uma fila imensa e não me pergunte o porque não pegamos ela, continuamos andando ate chegar em uma mesa, onde tinham varias amigas nossas, estranhei mas comecei a gostar de ter saído de casa. Depois de um tempo Alice me chamou pra dançar, eu não quis ir de inicio, mas cedi, começou a tocar musica eletrônicas e eu particularmente gosto. Eu dançava parecendo que seria meu ultimo dia de vida. A musica tinha mudado e a que estava tocando era “Talking Body”  na voz de Tove Lo, senti uma mão em minha cintura pelas costas e um leve aperto, meu corpo estremeceu, senti seu corpo colar no meu, e sua mão que estava na cintura percorrer ate minha barriga e a outra alisava meu braço, senti seu rosto na minha nuca cheirando meus cabelos, me senti molhada... literalmente molhada e as pernas falharem, seus braços me ampararam e sua voz ecoou em minha cabeça – eu quero, só você... mais ninguém – a musica era a mesma, só mudou a versão, e quem cantava agora era o SoMo, numa versão mais romântica e quente. Senti suas duas mãos segurarem firme minha cintura e me virar bruscamente de frente pra si, e eis que meus olhos encontraram o seu e meu corpo respondeu de forma inesperada, senti um arrepio do pé ate a cabeça, senti suas mãos em minha bunda, sua respiração estava normal, cheirosa e quente e  se encontrava com a minha, meus olhos olharam praquela boca, eu desejava fervorosamente  beija-la, passei meus dedos por ela e um sorriso apareceu, o meu foi inevitável ao ver o dela – quer me beijar? – perguntou-me com voz calma e sexy... – é tudo o que eu mais quero! – respondi com firmeza de desejo nas palavras, minha respiração já não estava normal. A musica parou e um som irritante começou a tocar, tudo ficou preto e eu já não sabia o que via<<<

 

Abri meus olhos e uma claridade que entrava pela janela estava me incomodando e o alarme, o tal som inrritante estava tocando e marcando 9:36 am, desliguei, sentei na cama e olhava pro nada tentando lembrar do sonho, depois de alguns minutos lembrei-me – puta merd*, sonhei com ela – brigava comigo e balançava a cabeça em negação – ahhh Milena, o que você fez comigo? – me perguntei, como se eu soubesse a resposta.

 

Levantei da cama, e fui pra cozinha, peguei um copo de agua bem gelado e tomei em um gole só, olhei pra sala e a Diana ainda dormia (a casa da Diana era pequena, tinha uma cozinha americana que divida espaço com a sala, e um corredorzinho que dava pra dois quartos e uma banheiro social, e tinha uma varanda, na verdade era a casa dela relaxar, pois ainda morava com a família e comprou esse apartamento pra fugir de tudo e de todos quando preciso.)

 

Ouvi  a campainha tocar e fui atender....

 

 

Milena ~

 

Acordei com uma puta dor de cabeça, olhei pra cama e a Rachel ainda dormia, olhei no relógio e já marcava 7:28 am, levantei-me da cama mandei uma mensagem pra Di e fui tomar banho, terminei meu banho e me vesti, coloquei uma calça jeans preta rasgada, um tênis branco, uma camisa longline branca de manga longa e cabelo de rabo de cavalo, relógio no braço, uns anéis e um colar bem grande que passava do peito, passei um lápis de leve e um batom vermelho e um blush de leve, quando terminei tudo o relógio apontava 8:47 am, olhei o celular  e nada da Diana, mandei outra mensagem

 

- Di, bom dia.. que horas la? (7:29)

- Oii, ta viva? Quero saber se ainda vai rolar, tenho mil coisas pra fazer (8:47)

 

Passei na cozinha peguei um copo d’agua e tomei o remido. Fui na mesa do escritório de minha casa e sentei, olhava alguns documentos e e-mails de clientes, olhei novamente no relógio e faltava 5 pras 9, peguei meu telefone e liguei pra Diana e foi sem sucesso, fiquei bastante chateada, decidi ir vê o que estava acontecendo, peguei minha bolsa e a chave do carro, dirigi ate sua casa, como o porteiro já me conhecia não avisou que eu estava subindo, coloquei meu carro na garagem e subi. Toquei a campainha, esperei alguns segundos, alguém estava vindo do elevador e então eu virei pra trás

- bom dia – a pessoas falou e estava com uma criança

- bom dia – sorri e acenei pra criança

 

A porta tava aberta, me virei, quando meus olhos encontrou o mar, senti arrepiar todo o corpo, olhei do dedo do seu pé até  sua cabeça, ela estava linda, descalça com um camisão branco e uma frase “I don't believe in humans.”, seu cabelo tava um coque bagunçado e seu rosto vermelho, cara de quem acabou de acordar

 

- oi! – quebrei o silencio

- oi – falou arrastado com o copo na mão

- a Diana esta? – não tirava meus olhos do seu e um sorriso surgiu

- unhum – falou e assentiu com a cabeça – entra – me deu passagem

 

Entrei no apartamento e Diana estava dormindo no sofá – eu não acredito, essa é a pessoa que marcou um café comigo hoje de manha – bradei

- é – parou ao meu lado fez cara de pensativa e um biquinho – pelo visto ela ta atrasa – desdenhou de minha cara

- haaha, muito engraçado – fiz careta

- vou aqui no banheiro, licença – olhou com cara safada

- Porque diabos ela precisou falar que ia no banheiro, será que quer que eu va com ela? – pensamento ousado e malicioso e um sorriso... chega Milena, não precisa pensar nisso, calma. Sentei no banco do balcão americano e meu telefone tocou era a Gloria...

 

 

Laura ~

 

Deus, meu coração parou e senti ele congelar, quando abri a porta ela estava lá, parada olhando pra trás falando com a vizinha que entrava em casa, eu não sabia o que fazer, ela se virou e me encarou, senti seus olhos me comerem vivos, começou a olhar do pé e foi subindo, minhas mãos suaram frio ao ver ela me analisando, meus pensamentos me levaram para meu sonho, e me deixou excitada na hora, ela quebrou o silencio e eu senti um alivio, logo em seguida entramos, e falamos da Diana e eu pedi licença pra ir ao banheiro

- vou aqui no banheiro, licença – olhei a desejando que fosse comigo

 

Tranquei a porta, fechei os olhos, respirei fundo... que mulher é essa? Que perfume, que perfeição, qualquer roupa cai bem nela, que sorriso, aiiii Laura para, pode ir parando, nada de Milena, ela não presta e todos sabem.

 

Lavei meu rosto e escovei os dentes, afinal não tinha feito nenhum dos dois quando acordei, tentava me manter calma, me ajeitei, e fui indo em direção a sala, ouvi sua voz ao telefone

 

- sim, pode confirmar o jantar hoje a noite

- ......

- isso, se você puder ir pegar o meu vestido lá, eu agradeço. E fala com ela que o motorista vai nos levar.

- .....

- Obrigado Gloria, daqui a pouco to ai! Tchau tchau

 

Fui entrando na sala e ela desligava o celular e guardava na bolsa

- ela bebeu ontem? – perguntou

- não, comeu muito e dormiu assistindo um filme – falei caminhando pra cozinha

- poxaaa, marcou um café comigo hoje, Diana é demais – resmungou

- tentei acorda-la, mas foi sem sucesso – falei incrédula

- ela não dorme, morre – sorriu e eu também que sensação boa aquela conversa

 - quer tomar café comigo ? – perguntei e senti meu rosto corar. Ela virou-se pra mim e me encarou, seus olhos brilharam

- sim ! – mordeu os lábios e sorrio, ahhhh como eu me derreti...

 

 

Milena ~

 

Amei esse convite, tomar café com ela é beem melhor que tomar com a Diana

- onde tem xicara? – perguntei

- ahhh sim, deixa que eu pego – falou animada – mas aqui o que mais encontra é caneca.

 

Ficou na ponta do pé tentando pegar uma caneca no alto, eu sei que a cena parece clichê, mas fazer o que? Foi uma oportunidade que eu vi de sentir o cheiro dela, já que eu sou um tiquinho maior que ela.

 

- deixa que eu te ajudo – levantei, entrei na cozinha, e estendi minha mão direita pra pegar a caneca, ela estava de costas pra mim com o braço estirado também e na ponta do pé, nossos corpos se encostaram, senti minha pernas tremer.

- não precisa eu pego – lutou insistindo em pegar

Falei bem perto do ouvido dela – relaxa, já peguei – ela se virou rapidamente ficando de frente a mim, nossos rostos estavam muito perto – ta vendo, peguei – falei mostrando a caneca

- obrigado – com voz tímida e olhos fixados nos meus

Estiquei meu braço esquerdo encostando no seu braço direito, e em seguida ela olhando suspirou, alcancei a chaleira e coloquei café na minha caneca – você quer? – perguntei ainda bem perto dela. Ela se mostrava tímida, cabeça baixa e respiração forte

- sim, um pouco – respondeu

Eu a servi, - onde fica o açúcar e leite ? – perguntei querendo dominar a situação, estava achando fofo a sua timidez

- leite na geladeira e o açúcar esta no balcão

Olhei pra o  balcão – me desculpa não vi – ela sorriu e eu também. Me afastei peguei o leite fiz meu café e o dela também, no fim coloquei um pouco de canela no meu.

- quer comer algo? – me perguntou já sentando na mesa

- talvez umas torradas – fui sentando também – e então como vão as coisas?

- estão ótimas – olhava para o pão em sua frente – e você e a Rachel? – continuou

- estamos ótimas ! – não tirava meus olhos dela

- hmm – gem*u incrédula

O café foi feito no mais perfeito silencio, mas pra mim estava ótimo, tomando café com ela, linda demais ao acordar, sem qualquer maquiagem, minha felicidade era nítida, a Diana dormia e nem percebia, o que era estranho já que não tinha bebido na noite anterior... eu em!

- me da licença.... – levantei-me – vou ao banheiro. – E fui caminhando, estava apertada.

 

Laura ~

 

Que mulher perfeita  meu deus, não consigo pensar em nada correto ao lado dela, o que foi isso que acontecera na cozinha? Porque ela me testa tanto assim? Eu quero senti-la, tocar sua pele macia, e suas mãos.... aquelas mãos, taooo macias.

 

Esse café esta em perfeito silencio, mas na minha mente muitas coisas, como o sonho, o seu corpo, tudo parecia tao real, e quando ela encostou em mim, foi como se fosse um Déjà vu.

 

Ela quebrou aquele silencio

- me da licença.... – levantou-se colocando a caneca na mesa – vou ao banheiro. – E foi caminhando em direção ao banheiro.

 

Eu parei na hora, porque ela diria isso..., porque quando eu disse eu queria que ela me seguisse, será que ela quer que eu a siga? Naooo Laura,.- arquei as sobrancelhas - Ela não quer isso! Mas eu preciso ir conferir. Fui em direção ao banheiro em passos lentos, fiquei perambulando pela porta sem ter nenhuma coragem de bater, ouvi o som da descarga, corri imediatamente para o quarto ao lado, respiração ofegante e a alma em chamas, quero ela, e quero agora, ouvi a porta sendo destrancada e abrindo, sai do quarto em três passadas...

 

 

Milena ~

 

Cara como eu estou apertada, que manha maravilhosa foi essas?!, se fosse planejado não ia ser bom como foi, meu sorriso ta de orelha a orelha. Que sombra é essa que vai e vem, sera que tem alguém na porta? Será ela? Não, ela é bem reservada, vamos manter a calma Milena, tudo no seu tempo. Abri a porta a porta e senti alguém atrás de mim

- porque você faz isso comigo – virei

- o que? – sorri olhando aquele mar

- deixando minha alma em chamas? – falava eufórica

- eu? – sorri, ela deu dois passo em minha direção e chegou perto, perto o bastante para eu ne pensar em nada, coloquei minhas mãos em sua cintura, seus braços cruzados ainda permaneciam assim enquanto eu colava meu corpo ao seu, senti ela engoli a seco – você me deixa louca morena – sua respiração ficou forte e eu a sentia bater em minha boca, vi seus olhos fechados, minhas mãos apertaram sua cintura e a trouxe mais pra perto, ela aninhou sua cabeça em meu rosto, passando seu nariz no meu, nesse momento percebi que era um sinal verde, encostei meu lábio inferior no seu superior e ela gem*u, não aguentei de tesão e com força agarrei seu cabelo e a encostei na parede, e a beijei com pegada, com vontade e saudade, seus braços já se descruzavam e agarravam minha bunda e meu rosto, desci meus lábios em seu pescoço e ela gemia baixinho, segurei em uma de suas pernas e puxei para trás de mim encaixando-a em minha cintura. Minha mão passeava em sua perna nua e subia por sua bunda, as mãos dela arranhavam minhas costas, dei uma leve mordida em seu queixo e ela passou a língua sobre meus lábios, parei e segurei seu rosto, olhei seus olhos e sorri,- que safada você - continuamos aquele beijo cheio de tesão, ela gemia baixinho e isso me matava, meu corpo não me respondia, eu não ouvia nada, só queria beija-la e senti-la em meus braços e que o mundo explodisse, fui subindo minha mão por debaixo de seu camisão e tirando-o também, cheguei no seu peito e coloquei a mão e apertei, ela mordeu forte meu lábio inferior e gem*u, eu não sei como, mas senti que eu estava preste a goz*r com ela em meus braços....

 

Ate acabar.... o interfone estava tocando. Tomamos um susto, apoiei minha cabeça sobre seu colo, e minhas mãos uma em seu peito e a outra em suas pernas, ela estava encostada na parede com a cabeça pra trás, com suas mãos, uma em meu cabelo e outra apertando meu braço

- Lauraaa – ouvimos um grito da Diana

Respiração ainda estava forte, o desejo corria na veia ainda, mas com força nos afastamos, respiramos fundo, ela não disse absolutamente nada, virou as costas e saiu, meu corpo queria mais, mas mostrava-se cansado, não sei explicar o que acabar de acontecer. Recompus-me e fui pra sala encontrando a Diana sentada no sofá

- oiii – perguntou Diana surpresa

- oi! – respondi forçando a voz

- você ta fazendo o que aqui ? – me perguntou com olhos semicerrados

- hoje era nosso café, se Maomé não vai a montanha, a montanha vem a Maomé – ela riu e a Laura também.

- ahhh é verdade, desculpa – passava a mão na cabeça.

 

A campainha tocou e Laura foi abrir

- Lisa – falou forçando animação

- oi Lau – disse a garota

Olhei pra Diana – essa é minha deixa, vou indo – falei com ela e segui ate a porta, peguei sem ninguém perceber na mão da Laura e a mesma me olhava assustada, eu dei um riso

- prazer Milena – dei a mão para a menina

- prazer lisa – ela falou me cumprimentando

Sai dali pra ir trabalhar...

 

 

Fim do capítulo