Capítulo 6
Eu estava tão eufórica com tudo o que tinha acontecido, que fiz o caminho de volta pra casa sem nem perceber. Revivi mentalmente cada segundo do meu dia, do ciúmes na escola, ao último beijo, no meu quarto. Era evidente o quanto eu estava apaixonada pela Malú e como eu já disse, coração apaixonado é bobo... eu jurava que ela sentia a mesma coisa por mim, na mesma intensidade. Acho que esse foi o meu primeiro erro.
Cheguei em casa e me joguei no sofá ao lado do meu pai, com um sorriso enorme estampado na cara. Contei pra ele tudo o que tinha acontecido resumidamente e primeiro ele riu da minha cara de boba e depois ficou com cara de bobo também, dizendo que “ontem mesmo ele estava trocando as minhas fraldas e agora já estava ouvindo as histórias do meu primeiro amor”.
Ficamos vendo televisão por um tempo e depois me despedi dele e fui tomar banho para me deitar. Peguei meu celular para mandar um boa noite para a Malú e me surpreendi com uma mensagem dela:
“Ei, Bela Adormecida.
Ainda consigo sentir o gosto do seu beijo e sua mão na minha nuca. Por tanto tempo eu me forcei a te ver apenas como amiga, quando na verdade meus olhos vidravam em você, no seu sorriso, nos seus olhos... tudo parece um sonho e eu tenho medo de acordar amanhã e nada disso ser real.”
Li, reli e li outra vez. “Por tanto tempo eu me forcei a te ver apenas como amiga.” Eu nunca tinha percebido nada da parte dela. Me perguntei por quanto tempo ela sentiu algo por mim sem que eu soubesse, mas decidi não perder tempo pensando no passado e apenas respondi a mensagem:
Ei, Malú.
Eu também ainda consigo sentir seu beijo, seu toque... mas não é o suficiente, sabe? Te queria aqui pra beijar de novo e de novo e de novo (...) Amanhã estarei no portão da escola, te esperando, pra você ter certeza de que não era só um sonho. Dorme bem, Barbie.
Coloquei alguma músicas para tocar e estava pensando em como seria o dia seguinte, aguardando o sono me alcançar. Imaginei como seria encontrar a Malú na escola. Será que eu poderia dar um beijo nela quando chegasse? Ou pelo menos um de despedida? Eu não sabia muito bem como agir, porque meu pai era bem tranquilo com tudo, mas será que a mãe dela sabia? O celular vibrou e interrompeu meus pensamentos. Era um áudio dela:
“Se disser mais uma vez que me queria aí, eu saio daqui agora e vou parar na sua porta, só pra ganhar todos esses beijos”.
Meu coração quase saltou pela boca. A voz dela estava baixinha, quase um sussurro. Imaginei que ela estivesse com sono. Pensei no áudio e me senti tentada a repetir que queria ela ali, comigo, mas o bom senso falou mais alto. Já estava tarde para ela sair de casa e além disso, meu pai já tinha flagrado um beijo, a Malú batendo na minha porta àquela hora, só pra me beijar de novo seria demais para um dia só, né? Respondi com uma mensagem, odiava a minha voz gravada.
“Se já não fosse tarde, eu mesma teria ido até a sua porta entregar todos os beijos... até pensei em pedir meu pai pra me levar até aí, mas acho que ‘pai, me leva lá na Malú pra eu dar boa noite pra ela?’ não ia colar, haha L
Aguenta até amanhã, ta? Você vai fazer alguma coisa a tarde? A gente podia sair, tomar um sorvete, caminhar, ir à praia, andar de patins, ir ao cinema ou fazer qualquer outra coisa... Tô topando tudo pra te ter comigo o dia inteiro.”
Outro áudio quase sussurrado. Ela realmente queria me desestabilizar.
“Calma que meu sogro eu conquisto em breve – ela riu – E meu único plano para amanhã é roubar o máximo de beijos seus que eu puder, então aceito qualquer uma das suas opções. Eu vou dormir, ta? Dorme bem, bons sonhos e até amanhã, Bela Adormecida.”
Dormi sorrindo com o boa noite dela. No dia seguinte a ansiedade em ir para a escola era tanta, que acabei saindo de casa bem mais cedo do que o normal. Quando estava chegando, vi de longe a bicicleta verde água da Malú e sorri automaticamente – pelo visto não era só eu que estava ansiosa. Ela estava de costas para mim, então cheguei sem fazer barulho, cobri os olhos dela com as minhas mãos e esperei ela adivinhar quem era.
- Eu posso não te ver, mas acha mesmo que eu não reconheceria seu perfume, Cami?
Ela tirou minhas mãos e se virou, me abraçando. Me permiti sentir todas as sensações que o abraço dela me trazia, as borboletas no estômago, o coração acelerado, a respiração mais leve só por estar ao lado dela, o arrepio que a respiração dela no meu pescoço me causava... Senti ela se afastar de mim um pouco e no instante seguinte senti a boca dela na minha, num beijo suave e quente, que por mim duraria para sempre, mas que acabou rapidamente.
Quando percebemos que os outros alunos começavam a chegar, ela me deu outro beijo rápido e se soltou de mim, sorrindo. De longe avistamos a Gabi, que se juntou a nós. Quando faltavam poucos minutos para começar a aula, nos levantamos para entrar para a escola e depois de trancar a bicicleta, Malú segurou a minha mão e fomos para a sala assim, de mãos dadas.
Ao ver nossas mãos juntas, Gabi sorriu e soltou um “finalmente, meninas”. Quando passamos pelo pátio, a escola inteira praticamente parou para olhar. Alguns faziam cara feia, outros sorriam, outros faziam comentários entre si e a Malú parecia não se importar com nenhuma das reações e eu nem tinha tido tempo para pensar se me importava ou não com alguma coisa.
A manhã passou rápido e Malú foi pra minha casa comigo. Fizemos o caminho conversando e rindo e em alguns momentos ela me roubou alguns beijos. Era incrível como a vida era leve quando ela estava ao meu lado.
Chegamos em casa e eu estava decidida a fazer um prato decente no almoço, mas ela me convenceu a colocar só uma lasanha congelada no micro-ondas com um argumento muito convincente: quanto menos tempo eu perdesse na cozinha, mais tempo livre juntas nós teríamos.
Terminamos de comer e nos deitamos no sofá, ela do meu lado, com a cabeça no meu peito. Era viciante ter ela ali, tão perto. A cada beijo meu sangue fervia, a cada toque eu me arrepiava e sentia o corpo dela se arrepiar também. Ficamos trocando carinhos em silêncio por um bom tempo, até que a voz doce dela invadiu meus ouvidos.
- Cami, você parou pra pensar em tudo o que vai passar só por estar comigo, uma menina? – ela perguntou, se virando no sofá, para me olhar.
- Ah, Malú, tudo aconteceu tão rápido que eu nem tive tempo de pensar muita coisa, né? – fui sincera – Mas eu quero estar ao seu lado, eu gosto de você. Então o que vier eu vou encarar, ok?
- E se eu não valer a pena, Cami? Se você enfrentar tudo isso por mim e eu acabar te magoando?
- Malú, eu estou com você, eu me descobri com você. Mas o que eu terei que enfrentar, será por mim mesma, não por você, entende? Por ser uma menina que também gosta de meninas.
- Hmmm, eu não tinha pensado assim. Te vejo como a menina que gosta de mim, não de outras meninas... só de pensar em você com outra pessoa, outra menina, já doi. – ela disse fazendo bico e fechando a cara de imaginar tal situação.
- Tá com ciúmes, é? Que gracinha – eu ri e puxei-a mais pra perto de mim – É lógico que eu gosto de você, Malú. Mas se um dia você terminar comigo eu preciso seguir a minha vida, né?
- Eu nunca vou terminar com você – ela disse se virando no sofá, ficando em cima de mim – Como eu ficaria sem o seu beijo – e me beijou lentamente, despertando um desejo enorme em mim – Sem o seu cheiro – disse respirando em meu pescoço, bem próximo do meu ouvido, me fazendo ofegar – Sem esse corpo – falou enquanto seus dedos já percorriam minhas coxas, subiam pela barriga e tocavam suavemente meus seios por cima da roupa.
Eu respirava com dificuldade. Ter a Malú em cima de mim me fazia sentir coisas até então desconhecidas. Onde o corpo dela tocava o meu, eu sentia arder. Num movimento rápido inverti nossas posições, ficando sobre ela e a beijei com vontade, minha língua explorando cada canto da boca dela, que gemia baixo, sem cessar o beijo. Senti ela envolver minha cintura com as pernas, apertando e deslizei uma de minhas mãos pela coxa dela, subindo até chegar na bunda. Apertei-a sobre o short, temendo a reação dela, mas para a minha felicidade ela gem*u e eu interpretei como um sinal verde para continuar.
Enfiei a mão pela perna do short dela, sentindo a pele nua, apertando com força a bunda dela, que ofegava cada vez mais. Meus dedos tatearam em busca da calcinha dela e eu senti meu sex* pulsar quando percebi que ela estava usando fio-dental. Nossas bocas se procuravam com urgência, o beijo era intenso demais. Subi minhas mãos pelo corpo dela, levantando a blusa e então ela arqueou as costas, para que eu pudesse tirá-la. Meus olhos vidraram ao vê-la só de short e um sutiã preto, que deixava a pele dela ainda mais branca. Ela me puxou pela nuca, voltando a me beijar, enquanto minhas mãos passavam pela barriga dela, exposta ao meu toque. Tirei minha blusa também, queria sentir mais o corpo dela no meu, e fui beijando o pescoço, descendo pelo ombro, me demorando no colo dela, até finalmente chegar nos seios. Senti medo de continuar e não saber o que fazer e como se pudesse ler os meus pensamentos, Malú pegou minha mão e levou até o sutiã dela, levantando o corpo para que eu o tirasse. Todo o medo desapareceu quando eu vi ela sorrir timidamente diante do meu olhar sobre ela. Meus dedos tocaram a pele branca dos seios dela e senti ela estremecer com meu toque. Os mamilos rosados estavam rígidos de tesão e ela fechou os olhos quando desci e passei minha língua sobre um deles. Comecei a ch*par devagar, intercalando com mordidas fracas, sentindo ela se entregar ainda mais para mim.
Levantei do sofá e antes que ela tivesse tempo de reclamar, peguei a mão dela, fazendo-a se levantar também e a beijei outra vez, enquanto a levava em direção ao meu quarto. Assim que entramos fechei a porta e empurrei-a contra a parede, colando meu corpo no dela e tirando o resto da roupa que ela ainda vestia, enquanto ela também tirava a minha. De repente ela me tirou do chão, fazendo com que eu prendesse minhas pernas na cintura dela, e me levou até a cama. Deitou meu corpo devagar, subindo sobre mim e beijando meu pescoço, meus ombros, ch*pando meus mamilos com força, fazendo meu sex* pulsar. Senti a boca dela, quente, passar pela minha barriga, ora mordendo, ora lambendo minha pele. Puxei-a pela nuca, voltando a beijá-la e então gemi alto ao sentir seus dedos tocando meu sex* molhado.
Gritei ao sentir o dedo dela me invadir, mas foi muito mais de prazer do que de dor. Ela fazia movimentos lentos, me fazendo desejar mais. Movimentei meu quadril, aumentando o ritmo e em pouco tempo minhas pernas começaram a tremer descontroladamente, então rapidamente ela deslizou, descendo sobre meu corpo, massageando meu clit*ris com a língua, me fazendo explodir de prazer em um orgasmo intenso e sugando todo o meu líquido.
Sua boca voltou a invadir a minha e eu pude sentir o meu gosto nos lábios dela. Ela se encaixou entre as minhas pernas, fazendo nossos sex*s se tocarem e começou a rebol*r em mim, me fazendo gem*r cada vez mais alto. O ritmo, até então lento, aumentou e eu senti o corpo dela começar a tremer, enquanto ela gemia, com os olhos fechados, rebol*ndo cada vez mais rápido, até que ambas fomos invadidas por espasmos de um outro orgasmo, e então o corpo dela pesou sobre o meu.
Ela se deitou ao meu lado, ofegando e envolvendo minha cintura com o braço. Olhei pra ela sorrindo e ela sorriu de volta, se aconchegando mais a mim. Estava quase adormecendo quando ela me olhou outra vez e sussurrou "eu amo você", fazendo meu coração acelerar e me deixando com um sorriso bobo no rosto outra vez. Dei um beijo na testa dela e respondi, com todo o meu coração:
- Eu também te amo, minha linda.
Naquele momento ou soube que ela era a chave da minha felicidade e que meu coração nunca iria bater daquela forma por mais ninguém. Dormi imaginando toda uma vida ao lado dela, como se eu fosse a dona do meu destino - e do destino dela também. Eis o meu segundo erro.
Fim do capítulo
Marcela, obrigada por tudo.
Letícia, desculpa a demora e obrigada por ser a amiga/leitora (e agora autora também) maravilhosa que você é.
Meninas, desculpa a demora em postar e me perdoem se pequei em alguma parte, é a primeira vez que escrevo algo assim. Espero que tenham gostado.
Tentarei não demorar tanto no próximo capítulo.
Beijos <3
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