Leyla

Eu estava ansiosa com o pedido de namoro. Logo após a apresentação Praticamente corro a seu encontro não via a hora de tê-la outra vez em meus braços. Marcia e sua irmã foram nos cumprimentar, era tão bom ver aquelas duas outra vez, elas me traziam boas recordações. Percebo o modo como Nádia me olha quando Monica me abraça. Não só ela, pois Abi também estava incomodada com o chamego dela com Sonia.

Antes de leva-la em casa, a chamo no escritório de Otavio, queria pedi-la em namoro e dar-lhe a corrente que havia comprado.  

Quando a pedi em namoro vi surpresa e felicidade naquele olhar que aprendi a decifrar, queria que ela sentisse a mesma felicidade que eu, estava sentindo. Ela me fazia sentir bem, queria sim ter um relacionamento a sério com ela, mais iria com calma, aprender a conhece-la: seus gostos, suas ideias, assim como queria me mostrar a ela totalmente. 

Quando retornamos para junto a nossos amigos, acho que todos notaram minha felicidade estampada em meu semblante.

Fiz questão de deixa-la em casa, queria ter a oportunidade de passar mais algum tempo junto a ela. Estaciono em frente a seu prédio, ela me convida pra subir, sei que já estava tarde mais queria beija-la, sentir seu gosto nem que fosse por pouco tempo, mas ainda questiono.

-tem certeza que não vou incomodar, sei que está cansada e deve estar louca pra deitar- lhe dou um sorriso, como que querendo falar que entenderia se acaso ela quisesse subir sozinha.

-não vou me incomodar, além do mais quero dar um beijo na minha namorada- meu sorriso cresceu ao ouvir aquilo.

Mal entramos em seu apartamento, sou puxada por ela até o sofá, sinto sua boca em busca da minha como se a muito tempo não nos beijássemos, já estava louca de saudades de sentir seu corpo em mim.

Estávamos em um maior amasso, minhas mãos já percorriam caminhos, que eu sabia excita-la. Ela gemia em minha boca louca pra ser saciada.

-porque você não procuram um quarto-Joao entra sem ao menos percebemos.

Nádia se ajeita no sofá, pois sua blusa já não escondia muita coisa. Me levanto apressada como se estivesse fazendo alguma coisa errada, se bem que, se Joao não chegasse naquele momento iriamos sim fazer.

-oi Joao já estava de saída-falo afobada.

-percebi que estava de saída! –ironiza- vi a saída de sua mão, de dentro da blusa de Nádia.

-JOAO! - fiquei vermelha. Nádia se levanta me abraçando pela cintura- Não liga pra ele amor.

-mas eu já estou mesmo de saída, você precisa descansar- não demonstrei, mas meu coração acelerou ao ouvi-la me chamar de amor.

-porque você não dorme aqui? - Joao questiona, não que eu não quisesse mais achei melhor recusar.

-melhor não, a Nádia está precisando dormir e eu ainda tenho que resolver algumas coisas com Otavio.

Me despeço dela com um Celinho e dou um tchau ao Joao, e sigo a caminho do meu carro Antes que me arrependesse e aceitasse a oferta de meu amigo.

Meu irmão ainda não se encontrava em casa quando cheguei, com certeza o movimento na boate havia aumentado depois que sai com Nádia. Já no quarto tomo um banho e me deito, ainda conseguia sentir nos lençóis o cheiro Dela, fecho meus olhos e aspiro da minha mente vinham flash da noite de amor que fizemos, meu corpo já se encontrava em brasa precisando ser saciado.  

Naquela noite me saciei pensando na mulher que iria por anos povoar meus sonhos.

...

Abigail

Fiquei imensamente feliz por Sonia estar se organizando, não era novidade entre a gente o quanto ela desejava sair da casa da mãe, seu irmão era preconceituoso e não escondia isso de ninguém. Havia ido uma única vez na casa dela e olha que já nos conhecíamos a anos. Ela sempre evitou de levar qualquer pessoa ali, sinceramente não sabia disser se sua mãe não enxergava mesmo o filho que tinha, ou preferia fechar os olhos para a homossexualidade da filha.

-vai mesmo aceitar morar com a Jack-puxo assunto já dentro do carro, ainda estava um clima estranho entre a gente depois que rolou aquele beijo.

-vou sim, ia sair esse final de semana a procura de um kit net pra alugar, essa proposta dela caiu do céu- ela conversava mais empolgada, eu a olhava pelo rabo do olhos. Ela é tão linda, ainda mais sorrindo daquele jeito despreocupado.

-se quiser posso te ajudar na mudança- me ofereço. Depois daquele beijo minha intensão era chegar até o coração daquela moça.

-não precisa se incomodar, não tenho muitas coisas mesmo, tudo que tem naquela casa é da minha mãe.

-melhor ainda, pois podemos usar meu carro pra transportar algumas coisas- insisto, não ia perder aquela oportunidade.

-amanhã quando sair da loja, vou comprar uma cama e um guarda roupa pra mim, acho que até sábado devem entrega- ela me olha- você poderia ir comigo?

Vibrei internamente. Mesmo que não pudesse, arrumaria um jeito de acompanha-la.

-claro que posso, de lá podemos ir até ao apartamento de Jack, você aproveita e conversa logo com ela a respeito do contrato de aluguel.

-obrigada Abi.

-não estou fazendo nada de mais, somente ajudando a uma amiga- depois quer falei aquilo, fomos o resto do caminho até sua casa, caladas.

No dia seguinte procurei me manter o máximo afastada de Sonia, não queria correr nenhum risco de não me aguentar, e criar um situação para beija-la. Ainda bem que minha irmã Ana estava na loja conosco e conversava o tempo todo com Sonia.

Na hora do almoço a convidei pra almoçar em nossa casa, mas ela recusou falando que não havia conversada com a mãe pela manhã sobre sua mudança, e precisava conversar com ela sem o irmão estar por perto.

Quando retornamos a vejo calada, um pouco desanimada como estávamos só nos duas na loja achei melhor dar um tempo pra ver se ela se abria comigo, mas isso não aconteceu e acabei perguntando o porquê dela estar assim, apesar de já desconfiar que tinha sido resultado da conversa com a mãe.

-aconteceu alguma coisa Sonia? -ela estava distraída pensativa- você voltou tão calada do almoço.

-conversei com minha mãe- seu olhar triste me partiu o coração- ela me perguntou porque eu queria sair dali, já que a casa é grande e eu sempre tive liberdade ali dentro.

-mas você conversou com ela sobre seu irmão?

-Não quero que ela saiba Abi, nunca me assumi diretamente pra minha mãe, tenho medo que ela acabe me rejeitando. Meu irmão tudo bem, mas ela, ela não.

-como você justificou sua saída de lá?

-falei que a Jack estava em dificuldade, pois a menina que dividia o aluguel com ela tinha ido embora e que ia ajuda-la no aluguel, Ai ela me perguntou porque não chamava a Jack pra morar lá em casa- a olho espantada- pois é, agora imagine a cara do meu irmão se isso acontecesse.

Como havia prometido, fomos comprar sua cama e guarda roupa. Amei fazer parte daquilo era como se fosse fazer parte daquela rotina “bem casal”. Do shopping seguimos para o apartamento de Jack.

Eu já tinha estado ali várias vezes com Jack, e muitas dessas vezes era pra chorar por causa de Sonia, acho que ela mesmo nunca esteve ali, pois sempre nos encontrávamos na casa de Leyla, fosse pra ensaio ou curtir um final de semana.

Quando chegamos Jack já nos esperava, ela estava toda produzida, acho que ia sair, fiquei um pouco triste pois queria passar mais tempo com Sonia.

-oi meninas me desculpem mais surgiu um compromisso de última hora-nossa amiga se lamenta- olha Sonia está aqui o contrato de aluguel, de uma lida e depois se não concordar com algo veremos o que pode ser feito.

Vira-se pra mim que estava calada encostada em uma das parede da sala.

-porque não mostra pra ela o apartamento, você o conhece tão bem quanto eu- ela me dá uma piscada como se falasse “aproveita e agarra essa mulher” , lhe sorri de volta concordando com a cabeça-tem algum problema Sonia?

-por mim não, quero somente conhecer meu futuro quarto, o resto posso conhecer quando eu mudar.

-que isso, a Abi te mostra tudo.

Não queria mostrar minha satisfação. Jack se despede deixando uma chave reserva para nós, quer dizer para Sonia que moraria ali. Sigo dando uma de cicerone, mostrando o apartamento de Jack que não era tão grande mais era bastante acolhedor, deixei de proposito os quartos por último, sei que o local estava vazio mais seria o quarto de Sonia e aquilo me enchia de uma satisfação que não sabia descrever.

-bom esse será seu quarto-abro a porta para que ela entrasse, a vejo estudando o local. Acho que pensando em como organizaria suas coisas, fico calada desfrutando daquele silencio, daquela intimidade tão gostosa.

-é bem espaçoso- ela quebra o silencio e me olha com um olhar interrogativo- já esteve nesse quarto antes? - eu não estava me contendo, via ciúme em seu olhar por imaginar que com certeza, eu já estive ali com Andressa amiga de Jack.

-já sim, a Andressa amiga de Jack é muito legal e sempre que estive aqui ficávamos conversando-fiz uma pausa de proposito pra ver-lhe o jeito-ficávamos sempre conversando ela, eu e a Jack.

Se pudesse daria pulos ali de tão satisfeita que me encontrava, como diz minha amiga Leyla “onde há fumaça, a fogo” se ela estava com ciúmes, então alguma coisa sentia por mim.

-vem deixa te mostrar o quarto da Jack- estendo minha mão para ela, que segura.

-não acha melhor conhecer quando ela estiver aqui?

-não, deixa te mostrar, ela não se importa- sinceramente eu estava má intencionada com essa nossa ida ao quarto de Jack, só esperava que não recebesse um belo de um tapa no rosto, pelo que estava prestes em fazer.

Fim do capítulo