Espero que gostem :)
~~ Capítulo 6 ~~
Eu tinha esquecido completamente de ir à casa da Adelaide. Shay me deixava completamente confusa.
Fui na casa do Hugo. Ele também era um mulherengo de primeira.
— E aí cara, beleza? – Falei, dando um abraço nele.
— E aí. – Hugo falou. — Entra.
— Não, é jogo rápido. – Falei. — Já viu uma morena linda de olhos verdes por aqui? É nova. – Perguntei.
— Não, mas escutei os caras falando na pizzaria. – Hugo falou. — Ela é linda mesmo? – Me perguntou.
— Demais. – Falei, suspirando. — Acho que eu estou apaixonada. – Hugo começou a rir.
— Alguém te amarrou foi? A grande Nikki? – E riu mais ainda.
— Não tem graça. – Falei, fazendo careta.
— Ah, que isso, porque você está assim? – Hugo viu que eu não estava rindo.
— Eu não sei. Ela é muito misteriosa. – Falei, pensativa. — Às vezes eu tive a sensação de que ela estava coletando informações, sabe?
— Será se ela é alguma informante? – Hugo perguntou.
— Informante de quem? Da polícia ou do Cebola?
— Não sei. Você acha que o Cebola já sabe que foi uma mulher que matou o Dindim? – Hugo perguntou, baixando a voz já que estávamos conversando no portão dele.
— Talvez saiba, se ele tiver lido o jornal. – Comentei.
— Ou alguém falou para ele. – Hugo disse.
— É, pode ser.
— Mesmo assim, vai devagar com ela. – Hugo apertou meu ombro. — Não dê muita informação, isso é um prato cheio.
— Vou fazer isso. – Falei. — Mudando de assunto, eu fui no mercado ver se tinha vaga lá.
— Já sei, não tinha né? – Hugo perguntou. Neguei com a cabeça. — Eu vi lá no meu trampo, o dono disse que estão com todas as vagas completas, mas assim que abrir uma ele te chama. – Hugo falou meio triste. — Não desiste, uma hora você vai achar.
— Não vou desistir. Mas eu sinto falta dos assaltos. – Falei.
— Imagino. Mas pense que agora você vai poder ganhar o seu dinheiro honestamente, quando achar um emprego.
— Bom, vou indo. Se descobrir qualquer coisa dessa parada do Dindim ou da morena me avisa? – Pedi.
— Pode deixar. – Hugo me abraçou e eu fui para o meu esconderijo.
Minha noite chegou e com ela uma agonia. Eu estava doida para vestir minha roupa habitual e ir assaltar, infelizmente eu havia prometido para mim mesma que ia mudar de vida.
Acordei antes das seis da manhã e resolvi sair. Peguei minhas facas e as guardei. O céu ainda estava escuro e as ruas vazias. Fui andando pelas ruas aleatoriamente e escutei vozes em um beco mais a frente. Não sei se deveria ir lá, e se fosse o Cebola e sua gangue?
Cheguei mais perto e escutei parte da conversa:
— Eu quero essa vagabunda morta. Não importa quanto tempo leve, quero ela morta. – Era a voz do Cebola.
— Mas ainda não sabemos quem é essa mulher misteriosa. Ela tem olhos claros e pode ter vinte a vinte e cinco anos. – Uma outra voz falou.
— Não me importa. Fiquem de olho em todas as mulheres daqui que tem essas características. – Cebola falou. Escutei ele andando de um lado para outro. — Eu quero essa mulher na minha frente, picotada. E eu vou fazê-la repensar muitas e muitas vezes que não se deve mexer com um de nós. – Sua voz era grave e transpassava raiva, ou melhor, ódio.
— E aquela morena que chegou? – O outro cara perguntou. — Ela parece ser problema.
— Eu já deixei avisado a ela que aqui quem manda sou eu. Se ela tentar qualquer gracinha, vai ver o que é bom para tosse. – Cebola disse. — Ela só queria uma casa para morar.
— Mas de todas essas mulheres daqui, a que mais dá pinta com essa mulher mascarada é aquela branquela bonitinha. – O dono da segunda voz falou.
— A Nikki? – Cebola falou, com sua voz grave. — É, não tinha pensado nela ainda. – Meu coração acelerou de medo. — Eu quero o César vigiando aquele galpão dia e noite. Quero ele grudado na Nikki, mas sem despertar suspeitas dela. Não quero que toquem nela.
— Vou passar as suas ordens. – O segundo cara falou.
— Eu quero meu pessoal na cola de cada mulher suspeita. – Cebola ordenou.
— Mas não temos gente suficiente para todas as suspeitas.
— Não quero saber, arruma mais gente, mesmo que temporário. – Cebola disse, irritado.
— Certo chefe. – Resolvi sair dali antes que me pegassem.
Saí bem silenciosamente e fui para o galpão o mais rápido possível. Eu devia me manter nos eixos para não despertar suspeitas, e ainda ia ter alguém na minha cola me vigiando dia e noite. Deveria agir naturalmente e mais do que nunca, eu deveria achar um emprego.
Saí do galpão novamente quando já era umas nove horas. Olhei ao redor disfarçadamente e vi que tinha um cara a uns metros adiante. Eu sabia que era o tal de César porque já o tinha visto junto com o Cebola.
Andei na direção dele já que era para aquele lado que eu ia.
— Bom dia. – Falei ao passar por ele.
— Bom dia. – Ele falou.
Segui direto para a casa da Adelaide. Andei sem olhar para trás, mas sabendo que aquele cara estava a alguns metros atrás de mim.
— Oi Adê. – Falei, entrando em sua casa e recebendo um abraço.
— Oi minha filha. Como você está? – Adelaide me perguntou.
— Bem, Adê. Eu vim pra ver se você me ajuda a arrumar um emprego. – Falei. Adelaide sorriu orgulhosa.
— Eu sabia meu Deus, eu sabia que esse dia chegaria. – Adelaide estava radiante.
— Eu fui no mercado mas o seu João disse que não podia me ajudar. – Falei triste.
Adelaide me levou para dentro ainda contagiante com a notícia.
— Não se preocupa, minha filha. Quando a pessoa quer se endireitar, vem ajuda de todos os lugares. – Ela falou.
— Assim espero. – Falei, já sentada no sofá.
Juliana apareceu na sala e me deu um sorriso safado, sem a Adelaide ver.
— Oi Nikki. – Juliana me cumprimentou, com uma voz safada. Ela estava com um micro short e um top.
— JULIANA! O que tá fazendo aqui com essa roupa? Vai já trocar e coloca uma saia até o joelho. – Adelaide berrou.
— Ai tia, qual o problema? – Juliana deu uma piscadinha para mim.
— Anda logo menina. Chispa. – Adelaide foi empurrando Juliana para o quarto dela.
A mãe da Juliana deixou ela com a Adelaide quando ela ainda tinha dois meses de vida e sumiu no mundo. Nem a Adelaide tinha notícias da própria irmã.
Tentei me recompor da visão que foi ver Juliana de top e um mini short. Só porque eu estava de quatro pela Shay, não significava que eu era cega de não ver outras mulheres.
— Desculpa Nikki, essa menina não tem noção nenhuma. – Adelaide falou, se desculpando.
— Tudo bem Adê. Foi uma bela visão. – Falei, sorrindo. Adelaide balançou a cabeça fazendo uma careta.
— Você não tem jeito. Quando se trata de mulher você logo espicha os olhos. – Comecei a rir diante de seu comentário.
— Com todo o respeito Adê, mas tem coisa melhor do que mulher? – Falei, sorrindo.
— Eu não curto essas coisas não, minha filha. Sou mais um bom homem. – Ela falou.
— Tá certo Adelaide. – Falei.
— Eu vou falar com o Dinho, com certeza ele vai te ajudar. – Adelaide falou, mudando de assunto.
Dinho era filho do dono de uma Papelaria. Ele era mais novo que eu, tinha dezesseis anos e ajudava o pai no caixa da papelaria. Provavelmente iria me ajudar, e eu rezava para que ele me ajudasse.
— Você pode vir aqui amanhã para saber. Eu vou ver também com o Sergio. – Concordei com a cabeça.
Juliana voltou para a sala com uma roupa mais comportada.
— E então Nikki, meu computador deu problema, dá uma olhada nele? – Juliana falou. Estava aprontando com certeza.
— Qual o problema? – Perguntei.
— É na entrada USB. – Juliana falou, me dando um olhar safado. — Provavelmente você vai ter que lubrificar. – Balancei a cabeça reprovando seu comportamento.
— Eu não entendo nada dessas tranqueiras. E na maioria das vezes eu não entendo nada do que essa menina fala. – Adelaide disse, se referindo a Juliana. — Vai lá, minha filha. Vou fazer o almoço e você almoça com a gente.
— Eu almoço no restau...
— Nem começa. Hoje você almoça com a gente. – Adelaide foi firme. Dei um sorriso a ela.
Segui Juliana até seu quarto, sabendo o que viria a seguir. O computador não tinha nenhum problema. Assim que passei pela porta, Juliana trancou-a e me deu um sorriso safado.
— É incrível como só de te ver eu já fico molhadinha. – Juliana falou, vindo em minha direção.
— Ju, a Adelaide vai vir aqui. – Tentei me afastar.
— Não vai não, ela não sai da cozinha enquanto não termina o almoço. – Juliana passou os braços ao redor do meu pescoço e me beijou.
— Sente como eu tô molhadinha, sente. – Juliana falou, levando minha mão para dentro do seu short.
Ela estava sem calcinha e deu um gemido quando a toquei. Me olhou nos olhos, dando um sorriso. Peguei-a no colo e a levei para a cama. Eu não podia demorar muito então retirei o short dela e fui logo ao assunto.
Juliana gem*u alto e apertou os lençóis da cama. Alternei entre lambidas e ch*padas, levando Juliana ao delírio. Não tem nada melhor do que escutar o gemido de prazer de uma mulher. Receber prazer de alguém é maravilhoso, mas dar prazer a uma mulher é perfeito.
Acelerei os movimentos da minha língua em seu sex* e Juliana gemia sem parar. Não sei como a Adelaide ainda não tinha escutado. Senti Juliana começar a ter espasmos de um orgasmo a muito esperado.
— Uau. Só você consegue fazer isso comigo Nikki. – Juliana falou, com a respiração acelerada ainda.
Escalei o corpo dela e a beijei para que sentisse seu próprio gosto. Me levantei e arrumei minhas roupas bagunçadas.
— Eu vou ajudar a Adelaide na cozinha. – Falei.
— Tá fugindo de sex*, Nikki? Logo você? – Juliana perguntou, bem surpresa.
— Eu não estou fugindo e você já ganhou o que queria. – Falei e saí do quarto dela deixando-a só de blusa.
Ajudei Adelaide com algumas coisas do almoço e coloquei a mesa. Enquanto almoçávamos, olhei para Adelaide, ela não era a minha mãe, mas eu a respeitava muito, talvez fosse a pessoa que eu mais respeitava nesse quarteirão. Ela cuidava bem de mim mesmo não tendo obrigação nenhuma, até me chamava de filha, se preocupava comigo e agora ia me ajudar a achar emprego. Ela era uma mulher maravilhosa, com o coração enorme.
Depois do almoço, Adelaide me levou até o portão.
— Obrigada Adê. – Falei. — Você sempre cuida de mim. Pode não acreditar, mas eu te considero como uma mãe. – Os olhos da Adelaide ficaram marejados.
— Ô minha filha, é muito bom ouvir isso. – Adelaide me abraçou. — E eu fico muito feliz que você está tomando juízo. – Ela falou, sorrindo e limpando as lágrimas. — E vou fingir que não escutei a pouca vergonha que você e a Juliana fizeram no quarto. – Adelaide falou, fingindo estar brava.
— Nós... É... Desculpa. – Falei sem graça.
— Esquece isso. Porque você não almoça aqui todos os dias? – Adelaide perguntou. — Vai ser um prazer te ter mais vezes aqui.
— Obrigada pelo convite Adê, vou pensar com carinho. – A abracei novamente e saí.
Fui à casa do Hugo e quando entramos, ele logo tratou de perguntar:
— Qual é daquele cara que está te seguindo?
— Você viu? – Perguntei.
Eu tinha esquecido de que o Hugo era um observador e tanto.
— Claro que eu vi. E vi também que hoje, por incrível que pareça, o pessoal do Cebola está na cola de muita mulher. – Hugo falou.
— Ele descobriu do Dindim. – Falei, me arrepiando. — Eu acordei bem mais cedo hoje e fui andar por aí.
— Nikki, Nikki. – Hugo falou com tom de advertência.
— Eu não assaltei, só fui andar mesmo. – Tratei de acalmá-lo. — Escutei o Cebola e outro cara conversando em um beco. Esse cara disse que eu tenho mais pinta de ser a misteriosa mascarada, então o Cebola deu ordens para alguém ficar na minha cola dia e noite. – Falei. — E não só eu, mas todas as mulheres que são suspeitas. – Completei.
— Puxa, Nikki. Você não acha melhor sumir daqui? – Hugo levantou e começou a andar de um lado para o outro.
— Se eu sumir vai dar na cara, aí é que eles vão desconfiar mais. – Eu realmente estava com medo. — Vou manter meu plano, arrumar um emprego e fingir que eu sou uma pessoa normal.
— É, tem que fazer isso mesmo. – Hugo ainda estava em pé.
— O Cebola disse que queria essa mulher morta, mas antes queria ela sentada na sua frente, toda picotada. – Falei, com a voz tremendo. — Hugo, eu tô com medo cara. – Hugo se sentou e me abraçou.
— Vai ficar tudo bem. – Ele disse, fazendo carinho em minhas costas.
— Eu não quero passar nas mãos do Cebola. – Falei me soltando do abraço.
— E não vai. Fica calma. – Hugo falou. — É só agir naturalmente e fingir que não sabe de nada. – Concordei com a cabeça.
— Esse cara tá me seguindo por todo lugar. – Falei. — Pelo menos o Cebola é o mais inteligente de todos eles.
— E o mais perigoso. – Hugo soltou. — Desculpa.
— Eu vou andar por aí e ver se arranjo algum emprego. – Me levantei, sendo seguida por Hugo até o portão. — Até mais Hugo. – Nos despedimos com um abraço e eu fui em direção às lojas do comércio.
Fui a duas lojas, uma de sapato e a outra de roupa, mas não consegui nada. Quando eu ia para a terceira, senti uma mão segurando meu braço. Era Shay.
— Perdida? – Ela falou, com um sorriso.
— Não e você? – Perguntei. Meu coração já estava acelerado e um sorriso se instalara em meus lábios.
— Não. – Shay falou.
Ela estava mais linda ainda, se é que era possível. Usava uma calça jeans preta e uma blusinha de alcinha branca, seu cabelos estavam soltos e caíam por seus ombros como uma cascata negra. Seus olhos brilhavam, um brilho perigoso e ameaçador. Para completar, Shay usava um tênis branco.
— Nossa, você está mais linda ainda. – Falei olhando para os seus lábios.
— Obrigada. – Ela sorriu. — Aonde você ia?
— Estou procurando um emprego, mas está sendo difícil. – Resolvi abrir logo o jogo, ela não poderia ser mais perigosa que o Cebola, ou poderia?
— Interessante. – Ela me analisou.
— Eu não tenho o segundo grau completo e isso só dificulta. – Falei, fazendo uma careta.
— Continua procurando, uma hora você acha. – Shay disse.
— O que você vai fazer hoje? – Perguntei de supetão.
— Na verdade nada. O que tem em mente? – Ela perguntou. Eu sorri mais ainda.
— Quer sair comigo? – Perguntei. Shay me analisou. — Não é um encontro.
— Melhor assim. – Ela sorriu. — Sim, eu aceito sair com você. – Ela falou como se tivesse sido derrotada.
— Quer passar o resto da tarde comigo? – Falei.
— Claro, para onde vamos? – Ela perguntou.
— É sério? – Perguntei.
— Sim.
— Que tal irmos na sua casa? – Sugeri.
— Calma aí bonitinha, não faço sex* no primeiro encontro. – Ela falou, com uma cara sapeca.
— Isso quer dizer que você já está reconsiderando de que eu tenho chance né? – Perguntei esperançosa.
— Não. Foi só uma brincadeira. Agora vem. – Shay me puxou.
Fim do capítulo
Oi.
Deixem suas opiniões, adoro ler os comentários;
Prometo responder :)
Beijos
Comentar este capítulo:
Val Maria
Em: 08/04/2017
Ai,a Nikke que se cuide, acho que a policia estar de olho na nossa heroina.
Como já comentei que gosto desta estória,enredo, personagens e todo o contexto.
Autora não tem como não gostar não só de suas personagens mas de tudo.
Ps, Eu já li a sua estória e também amei,pois gosto de boas estórias e de bons enredos como os de suas estórias.
Muitos beijos autora e um otimo final de semana.
Já estou ansiosa pelo próximo capitulo.
Bjssssss.
Val Castro
Resposta do autor:
Oi Val.
Eu adoro os seus comentários, me deixam feliz :)
Obrigada por acompanhar a história.
Espero que os próximos capítulos sejam tão bons quanto o começo da história.
Beijos ;)
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Mille
Em: 06/04/2017
Olá Márcia
Acho que essa Shay deve ser algo da polícia, mais do que nunca a Nikki tem que andar nos trilhos, ainda bem que ela ouviu a conversa e tem como tomar bastante cuidado.
Bjus e até o próximo
Resposta do autor:
Pode ser que a Shay seja da polícia ou não né?
Mas a Nikki tem que tomar cuidado mesmo, mexer com gangue não é brincadeira.
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