O fim é questão de opinião

 

Marilia

 

Eu não conseguia parar de olha-la. O cabelo negro preso em um coque que deixava poucos fios soltos. Ela estava ainda mais linda. O sorriso brincava em seus lábios grossos, delicados. Os olhos estavam fechados, enquanto ela parecia em outro mundo ouvindo alguma música em seu fone. O vento soprava forte e o céu estava colorido por nuvens alaranjadas, o azul e branco. As ondas vinham próximo a nossos pés e logo deixavam um rastro úmido. Peguei meu celular e não resistir, eu precisava registrar a bela mulher que estava deitada na areia branca.

 

She is the sweetest thing that I know

Should see the way she holds me

When the lights go low

Shakes my soul like a pothole every time

Took my heart upon a one way trip

Guess she went wandering off with it

None like most women I know

This one will bring it back whole

Daisies, daisies perched upon your forehead

Oh my baby, lately I know

 

 

Ela é a coisa mais doce que conheço

Você devia ver a maneira como ela me abraça

Quando as luzes se apagam

Abala a minha alma como uma armadilha toda vez

Levou meu coração em uma viagem só de ida

Acho que ela saiu por aí com ele

Diferente da maioria das mulheres que conheço

Essa o trará de volta inteiro

Margaridas, margaridas amarradas em sua testa

Ah meu amor, ultimamente eu sei

 

 

- Vai ficar a tarde toda me olhando? – ela abriu os olhos e eu, por um momento, esqueci como se respirava. Alexandra retirou os fones, seus olhos castanhos vasculharam cada centímetro de meu rosto, me deixando corada. – Quando vai me deixar entrar de vez em sua vida? – ela sentou. Seus olhos mantinham os meus a sua disposição.

- Alex... Já falamos disso. Eu tenho medo. – ela segurou o meu rosto.

- Marilia, eu já falei e vou voltar a repetir. Não é apenas sex*... – eu queria acreditar. – Eu também tenho meus medos. Tenho medo que você enjoe de mim. Que eu seja apenas uma experiência e que logo isso tudo se torne apenas uma lembrança... – vi seus olhos marejarem. Eles jamais estiveram assim na minha frente. Senti meus olhos arderem e meu coração ir a boca. – Você precisa acreditar em mim... Marilia, eu... – sua boca abriu incontáveis vezes, me fazendo ficar nervosa.

 

That every night I'll kiss you, you'll say in my ear

Oh we're in love, aren't we?

Hands in your hair

Fingers and thumbs, baby

I feel safe when you're holding me near

Love the way that you conquer your fear

You know hearts don't break around here

Oh yeah, yeah, yeah

Yeah-yeah, yeah-yeah

 

 

Que toda noite eu te beijarei, você dirá em meu ouvido

Estamos apaixonados, não estamos?

Minhas mãos em seu cabelo

Dedos e dedões, querida

Me sinto seguro quando você me abraça bem perto

Amo a maneira como você vence seu medo

Você sabe que corações não se partem por aqui

Yeah-yeah, yeah-yeah

Yeah-yeah, yeah-yeah

 

- Você? – tentei incentiva-la.

- Eu... Eu te amo e não aguento mais ser apenas uma noite. Eu quero ser sua e somente sua... – minha respiração e voz foram embora. Alex levantou bruscamente, devido ao meu silencio. – Quer sabe? Esquece... – me levantei. – Não quero ser só seu brinquedo sexual. Eu não quero somente isso, Marilia... Eu mereço mais... – ela tentou ir, mas no desespero a segurei pelo braço.

- Dá pra ficar quieta e me ouvir? – ela me encarou. Esperei meu coração se acalmar.

- Marilia? – respirei fundo.

- O que? – mirei em seus olhos.

- Dá pra pegar leve com meu braço? – somente nesse momento percebi que apertava com força excessiva o braço da morena.

- Me desculpe... – afrouxei o aperto. – Pode me ouvir? – ela apenas acenou com a cabeça. – Eu também tenho medo de ser apenas uma experiência pra você. Ok? – passei as mãos sobre meus cabelos. – Eu não te quero por uma noite, Alexandra. Você se tornou alguém que me sufoca de tanto que necessito de você... Merda, Alex. Eu te amo...

 

She is the river flowin' Orwell

And tin wind chimes used for doorbells

Fields and trees and her smell fill my lungs

Spend my summertime beside her

And the rest of the year the same

She is the flint that sparks the lighter

And the fuel that will hold the flame, oh

Roses, roses laid upon your bed spread, oh my

All this, all this I know

 

 

Ela é o rio que flui em Orwell

E os sinos usados como campainhas

Campos e árvores e o cheiro dela em meus pulmões

Passo meus verões ao lado dela

E o resto do ano também

Ela é a pedra que inicia o fogo

E o combustível que manterá a chama acesa

Rosas, rosas deitadas sobre a sua cama

Tudo isto, tudo isto eu sei

 

Um alívio misturado com alegria me invadiu. A morena sorriu abertamente e naquele momento, me arrependi de não ter dito aquela frase antes. Nos olhamos por alguns segundos, pois eu era incapaz de produzir algum som. Engoli em seco quando as mãos macias envolveram com delicadeza a minha cintura. Eu podia sentir a pele quente em contato com a minha de uma forma plena. A testa colou-se a minha, nossas respirações levemente alteradas se misturaram.

 

But every night I'll kiss you, you'll say in my ear

Oh we're in love, aren't we?

Hands in your hair

Fingers and thumbs, baby

I feel safe when you're holding me near

Love the way that you conquer your fear

You know hearts don't break around here

Oh yeah, yeah, yeah

Yeah-yeah, yeah-yeah

 

Mas toda noite eu te beijarei, você dirá em meu ouvido

Estamos apaixonados, não estamos?

Minhas mãos em seu cabelo

Dedos e dedões, querida

Me sinto seguro quando você me abraça bem perto

Amo a maneira como você vence seu medo

Você sabe que corações não se partem por aqui

Yeah-yeah, yeah-yeah

Yeah-yeah, yeah-yeah

 

- Repete... – sorri. Cadê a voz? Meu Deus! Meu corpo inteiro tremia.

- Eu te amo... Amo muito sua morena convencida... – rimos juntas.

- Loira... Como é bom... Meu Deus... – ela grudou os lábios nos meus. Abracei o seu pescoço e busquei o sabor de sua boca.

 

Well, I've found love inside

The arms of the woman I know

She is the lighthouse in the night

That will safely guide me home

And I'm not scared of passing over

Or the thought of growing old

'Cause from now until I go

 

 

Bem, eu encontrei o amor dentro

Dos braços da mulher que conheço

Ela é o farol na noite

Que me levará até em casa em segurança

E não tenho medo de morrer

Nem da ideia de envelhecer

Pois de agora em diante, eu irei

O beijo começou afoito, desajeitado e com um sabor diferente. Meu coração, minhas pernas, o meu corpo estava êxtase. Alexandra me tinha totalmente em suas mãos e eu não queria mais fugir ou ser guiada por medos bobos. Jamais havia sentido aquilo e nunca pensei que um dia iria ocorrer. Ela entrou em minha vida de uma forma insana e não iria permitir que saísse. Eu amava Alexandra e mesmo correndo riscos, eu queria ficar ao seu lado.

“Olha o que você me faz... Estou totalmente louca por você”.

- Eu te amo loira... – Alex me abraçou forte, respirando fundo e de forma irregular. Eu estava da mesma forma. – Aceita ser minha namorada? Aceita ser só minha?

 

 

Every night I kiss you, you'll say in my ear

Oh we're in love, aren't we?

Hands in your hair

Fingers and thumbs, baby

I feel safe when you're holding me near

Love the way that you conquer your fear

You know hearts don't break around here

Oh yeah, yeah

Every night I kiss you, you'll say in my ear

Oh we're in love, aren't we?

Hands in your hair

Fingers and thumbs, baby

I feel safe when you're holding me near

Love the way that you conquer your fear

You know hearts don't break around here

Yeah, yeah, yeah

You know hearts don't break around here

Oh yeah, yeah, yeah

toda noite eu te beijarei, você dirá em meu ouvido

Estamos apaixonados, não estamos?

Minhas mãos em seu cabelo

Dedos e dedões, querida

Me sinto seguro quando você me abraça bem perto

Amo a maneira como você vence seu medo

Você sabe que corações não se partem por aqui

Oh yeah, yeah, yeah

toda noite eu te beijarei, você dirá em meu ouvido

Estamos apaixonados, não estamos?

Minhas mãos em seu cabelo

Dedos e dedões, querida

Me sinto seguro quando você me abraça bem perto

Amo a maneira como você vence seu medo

Você sabe que corações não se partem por aqui

Oh yeah, yeah, yeah

Você sabe que corações não se partem por aqui

Yeah-yeah, yeah-yeah

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---

 

Eu precisava olha-la nos olhos e ver que nada daquilo era mentira. Ela estava mesmo me pedindo em namoro? Foi impossível não sorrir igual a uma idiota. Sim, Alex me deixava vergonhosamente abobalhada.

- Sim... – selei nossas bocas. – É claro que sim... Sim!

 

...

 

Alexandra

 

- Diz pra ela que a ama, Alex. Não acredito que seja tão tapada e ainda não se deu conta de que aquela mulher é doida por você.... – Alice de deu um tapa na testa.

- Eu tô morrendo de medo de ser rejeitada, Alice. – olhei para Marilia, que brincava com Mila um pouco distante de nós. – E se ela me disser que não sente o mesmo?

- Eu vou te dar um chute, Alex... Vai lá e agarra a tua mulher... – ri com a expressão de arteira da morena.

 

- Alex? – Marilia batia o pé de forma ansiosa. Ri e continuei o que estava fazendo.

- Calma... – acendi a umas poucas velas.

Havia planejado esse momento e até mesmo implorei para a Nanda enrolar um pouco em seu passeio com Alice Mila. Eu senti tanto medo de ser rejeitada, mas mesmo correndo esse risco, resolvi seguir em frente. Não aguentava mais ser apenas sex* casual. Marilia despertou em mim um lado possessivo. Imaginar a loira com outra pessoa me arrebentava por dentro.

Eu estava feliz e não poderia ser mais perfeito. A mulher que eu amo corresponde aos meus sentimentos.  Jamais me imaginei apaixonada por uma mulher. No inicio pensei que seria apenas uma experiência, mas logo percebi o quanto estava enganada. Eu estava maravilhosamente enganada. Minha vontade de estar com ela só aumenta a cada dia. Me sinto boba só de ver o sorriso da loira.

- Já? – ri baixinho. Paciência não é o forte da loira sentada na beirada da cama. Os olhos vendados por uma saída de banho.

Olhei ao redor para me certificar de que tudo estava como havia imaginado. As velas espalhadas pelo quarto. Algumas poucas pétalas de rosas que Nanda comprou as escondidas davam cor ao cômodo em vermelho e branco. Retirei todas as peças de roupa de meu corpo, respirei fundo.

- Já... – respondi.

Marilia se desfez do tecido e vi sua boca abrir levemente, deixando a minha seca. Seus olhos correram por meu corpo e eu me senti nua até da alma.

 

Me fita 
Que eu gosto de me enxergar
Por dentro do teu olho
É tão bonito de lá
Tem cor de Marte
E teletransporte 
Pra galáxia que mora em você

 

- Alex... – sorri de nervosismo. Daquela vez seria diferente.

- Quero que sinta... – respirei fundo. – Que sinta... É amor Marilia...

- Eu... – ela levantou. Nossos olhos estavam presos ao outro.

- Da primeira vez... Eu estava curiosa e você também... – me aproximei. – Eu pensei que seria somente uma vez e mais nada... – a loira piscou algumas vezes seguidas. – Mas, eu me apaixonei Marilia...

- Eu... – deixei minhas mãos correrem pelos braços que ficaram arrepiados, me deixando ainda mais confiante.

- Você é a pessoa mais linda que já conheci... – meus dedos desfizeram o nó da parte de cima do biquíni. – Falo da sua beleza interior... Da exterior. De toda a sua essência Marilia...

Me passeia
Que eu gosto de arrepiar
Sob suas digitais
É impossível calar
É feito sorte
Me abraça forte
E tateia todo meu caminho

 

- Acho lindo a forma que você fica feliz quando vê algo bom passar na tv. Os seus olhos úmidos quando ouve sobre alguma injustiça ou notícias ruins... Quando agradece por cada refeição. – ela sorriu. – Eu já me peguei várias vezes observando esses pequenos detalhes. Você é a pessoa mais linda desse mundo... – me livrei da última peça e a lancei em um canto qualquer. – Eu amo cada detalhe seu... – respirei fundo e fechei meus olhos. Eu estava nervosa. – Vou fazer amor com você... Hoje, amanhã e se você disser que sim... Pro resto da vida...

- Queria que você pudesse ser eu por apenas uns segundos. Veria a forma que te vejo, Alex... Eu também amo cada detalhe seu... – mordi meu lábio. – Acha que não te vi chorando quando assistimos Wall-E... – gargalhei. – Adoro o som da sua risada... Como quer levar para casa cada bicho que vê na rua... Amo quando me deseja um bom dia nos primeiros raios de sol. Eu amo você, Alexandra. Amo como nunca amei absolutamente ninguém...

Não pude me conter, então beijei aquela boca que me levava a lugares imagináveis.

Me prova
Me enxerga
Me sinta
Me cheira
E se deixa em mim
Me escuta no pé do ouvido 
Todos teus sentidos
Que afetam os meus 
Que querem te ter
Que tu me escreveu
E mais uma vez

 

Ela me olhava intensamente, enquanto eu apenas observava seus traços. Meus dedos desenhavam linhas imaginarias pelo abdômen e entre os seios fartos. Deitei parcialmente sobre seu corpo, de forma que a minha pela se acomodou entre as suas. Respirei fundo quando senti a minha pele em contato com o sex* que estava molhado. Sua mão esquerda deslizava por minha costa, arrepiando cada canto de meu corpo. Nossos lábios então se encontram como jamais havia ocorrido. Lento, molhado, quente e intenso.

Me beija 
Que eu gosto da tua textura
Do teu gosto frutado
Sorriso colado
O compasso acertado
O ritmo acelerado 
Encaixado no meu

 

Nossos sex*s se encaixaram, começando um deslizar lento e gostoso, facilitado pelo estado vergonhoso de meu sex* encharcado. Ela estava da mesma forma, me acendendo a cada instante um pouco mais. Nossas bocas se devoram com voracidade. As mãos da minha loira apertavam as minhas nádegas, fazendo nosso atrito ficar ainda mais intenso. O ar queria entrar, mas o beijo não foi sessado.

Eu estava fazendo amor com ela. Como era maravilhoso tudo que estava explodindo dentro de mim. Cada sensação em seu estado mais bruto. Marilia me tinha como jamais puder ser de alguém.

Me prova
Me enxerga
Me sinta
Me cheira
E se deixa em mim
Me escuta no pé do ouvido 
Todos teus sentidos
Que afetam os meus 
Que querem te ter
Que tu me escreveu
E mais uma vez

 

Então o gozo veio certeiro, avassalador. Colamos nossas testas suadas, esperando as nossas respirações se acalmarem. Marilia pousou a sua mão sobre meu rosto e uniu nossas bocas em um selinho longo. Ela me abraçou forte e eu retribui da mesma forma.

- Eu quero mais... – ela falou com uma voz que não era desse mundo.

- E quem disse que acabou? – sorri.

Encontro lar 
No perfume da tua nuca
Na curva do teu ombro
E no teu respirar

Nas tuas pernas
Nas mãos
Teu cabelo
E no cheiro do beijo
Que faz tu grudar

                A loira, em um movimento rápido que me pegou totalmente de surpresa, se colocou sobre meu abdômen. Marilia sorriu maliciosa e aquilo reacendeu cada célula de meu corpo. Ela beijou meus lábios, queixo e deslizou a boca macia até meu pescoço, deixando uma trilha quente e molhada. Senti meu sex* latejar e uma pontada forte. A loira desceu e tomou em sua boca um de meus seios. Arfei, gemi e me contorci.

- Marilia... Isso é... – mordi meu lábio. Ela sugou mais forte e depositou um beijo sobre o local.

- Eu vou te amar... – outra sugada e eu gemi. – Cada pedacinhos seu... Porque não há sequer uma só parte do meu copo que não seja louco por você...

Me prova
Me enxerga
Me sinta
Me cheira
E se deixa em mim
Me escuta no pé do ouvido 
Todos teus sentidos
Que afetam os meus 
Que querem te ter
Que tu me escreveu
E mais uma vez...

Me bordou

 

Fechei meus olhos, segurei firme a cabeceira da cama de madeira. Marilia ch*pava meu sex* de forma insana. Eu ofegava, gemia e rebol*va em busca de ainda mais contato. Foi quando um orgasmo intenso, longo e maravilhoso me invadiu. Respirei fundo diversas vezes até abri meus olhos e encarar a mulher que estava deitada sobre mim. Seu sorriso me fez sentir um frio gostoso no estomago. Puxei Marilia para um beijo calmo, delicado.

- Me promete uma coisa? – ela se apoiou em seus cotovelos e me olhou. Toquei seu rosto com as pontas dos dedos e ela fechou os olhos. Me perguntei se ela fazia noção do quanto era bela.

- Qualquer coisa... Meu amor. – Marilia abriu, imediatamente, os olhos.

- Me chamou de...

- Amor... – sorri sem graça. Perdi as contas de quantas vezes aquela palavra quase escapou da minha boca, mas agora não havia porque segurar.

- Sou seu amor? – ela sorriu e eu apenas balancei a cabeça, sorrindo também. – Tem ideia do quanto me deixa boba?

“Sim, Marilia. Sei, porque me sinto da mesma forma”.

- Eu sou demais... Au... – a loira mordeu minha bochecha. Me fazendo gargalhar. – Má...

- E você gosta... – ganhei um selinho carinhoso. – Promete que quando não sentir mais nada... Vai...

- Shhhhh... – coloquei meu dedo sobre seus lábios. – Nem pense em terminar essa frase... – franzi o cenho. – Eu quero você...

- Alex... – a voz da loira saiu em um sussurro.

- Quero te amar mais... Vem cá.

Deixei os meus medos irem para longe e nunca mais voltar no momento em que a frase ‘eu te amo’ saiu de minha boca. Não queria imaginar nos possíveis percalços. Faria o possível e sem exagero, o impossível por essa mulher.

Minha namorada...

 

...

Alice

 

- Ela desmaiou... – rimos, olhando para Camila que dormia nos braços de Poliana.

Estávamos rodando desde cedo por toda a praia. Fernanda disse apenas que seria por algumas horas. Fomos a uma pizzaria e foi bastante divertido, pois havia um grupo fazendo stand-up no lugar. Havia um grupo de mulheres, rindo de uma outra que levava bronca do que pareceu ser sua namorada. Fernanda me disse que a moça lembrava a mim, quando estava irritada. Apenas revirei meus olhos e resolvi não cair na provocação

- Essa loirinha é muito fofa... – Poliana comentou. – Por que Marilia e Alex não vieram?

- Elas tinham umas coisas a acertar... – Nanda comentou risonha.

- Imagino o que seja...

- Amor... – Pedro repreendeu a namorada, me fazendo rir.

- Sabe de algo que eu não sei? – perguntei para a minha namorada. Fernanda sorriu torto.

- Sei de tudo amor e logo a loira vai te contar. Eu tenho certeza. – ri.

- Fernanda...

- Amor... Deixa de ser curiosa... – a metida gargalhou baixinho. – Vou te ajudar a zoar com a Alex, Poliana.

- Tô contando com você, Fernanda.

- Alex tá ferrada mesmo... Coitada. – Pedro comentou rindo.

- Chegamos... – ela piscou para mim.

Saímos do carro e Pedro carregava Mila no colo. Entramos na aconchegante casa de praia. O lugar era lindo e durante os dias que estávamos ali, Nanda e eu exploramos muito. Ouvimos um barulho vindo do quarto de Marilia e Alexandra. Olhamos uns para os outros e gargalhamos.

- Ainda bem que a Mila tá dormindo... – Nanda comentou.

- Ah, mas amanhã a Alex vai ter de me aguentar... – Poliana falou e rimos. A morena adorava torturar a Alex.

Pedro deixou Mila em nosso quarto. Minha namorada e eu tomamos um banho rápido e nos deitamos. O dia havia sido muito movimentado. Minha pele estava levemente bronzeando, me deixando satisfeita.

- Quer que te passe hidratante? – Nanda perguntou, enquanto fazia carinho em meu cabelo. Eu estava deitada sobre seu peito.

- Não precisa... – depositei um beijo sobre seu colo. – Eu te amo... Obrigada por cuidar sempre de mim...

- Eu te amo mais... – sorri. – Agora dorme, porque você está com a voz embolada... – rimos.

- Boa noite meu amor... – selei nosso lábios.

- Boa noite minha vida... – Nanda me aconchegou mais ainda.

Dormi quase que imediatamente.

Naquela noite sonhei com a minha mãe. Fazia tanto tempo que não sonhava com ela e foi tão bom. Ela me disse que estava feliz e que eu havia encontrado, ou melhor, enxergado a pessoa que me faria feliz por toda vida. Acredito que chorei bastante em seus braços, mas me senti estranhamente forte.

“Eu sempre estou com você, minha menina. Eu tô tão orgulhosa de você... Eu te amo”.

Foi o que ela me disse um pouco antes de o sonho acabar e começar outro.

 

Fernanda

 

Sexta-feira, 8 de julho de 2016.

 

- Quando vai desfazer essa cara de retardada? – perguntei para a morena que rabiscava a letra ‘M’ em uma viga da varanda.

- Do que tá falando? – revirei meus olhos.

Faltava um pouco mais de uma hora e meia para o sol se por. O céu estava lindo com o mesclado de cores. O vento estava forte e bagunçava meus cabelos. A poucos metros, Camila brincava com outras meninas de futebol. Sorri e acenei para a loirinha, que fez o mesmo. Voltei a atenção para o livro em minhas mãos.

- Eu estou feliz por você, Nanda... – a morena fechou o livro. – Nunca te vi tão serena... – sorri.

- Eu tenho tudo o que jamais imaginei ter, Alex... – passei as mãos pelo cabelo. – Será que é egoísmo meu dizer que sou a pessoa mais feliz desse mundo?

- Você merece tudo isso, minha irmã. Pela pessoa maravilhosa que você é, Fernanda. – a morena deitou sobre minha coxa. Me observou por alguns segundos. – Me diz... Eu vou ser madrinha de todos os seus filhos, não é? – gargalhei.

- Quantos acha que eu vou ter, Alexandra? – ergui as sobrancelhas.

- Sei lá... Muitos? Do jeito que você e a morena são loucas por criança, não duvido que tenham uma creche. – gargalhei alto. – O que? É verdade ue.

- Vamos fazer assim... Eu prometo que você e a sua loira serão as madrinhas, se você me prometer que eu serei a das suas.

- Suas? – ela franziu o cenho. – Se bem que... Até que não é uma má ideia fazer uma creche... – Alex sorriu. – Pronto... Combinado.

- Sua loira safada... Volta aqui! – Marilia passou correndo por nós.

- Mas, o que... – não tive tempo de terminar a frase, pois minha namorada saiu igual um raio atrás da loira. Alex e eu levantamos e decidimos ir atrás.

A cena parecia até mesmo patética. Aly corria atrás da loira, enquanto Alex e eu corríamos atrás das duas. Estava quase colocando os bofes para fora, quando escutei Alexandra gritar.

- Amor, cuidado! – a loira ao ouvir a voz da namorada, olhou para trás e o que veio a seguir foi doloroso.

Marilia deu, literalmente, de cara com uma outra mulher que corria em sua direção, distraída por também estar sendo perseguida por um grupo. Alexandra correu desesperada até a namorada, enquanto Aly acudia a amiga.

As outras meninas se amontoaram para ver se a outra mulher estava bem. Me agachei para ajudar a loira, que resmungava de dor. Alex fez Marilia sentar, enquanto olhava para o galo enorme em sua testa.

- Juliane? – me segurei para não rir, quando ouvi alguém começar a gargalhar. Olhei para o pequeno grupo de meninas e uma delas sentou, não controlando a risada.

- Camila... Isso não tem graça... – uma moça de cabelos castanhos falou. – Tia? Quantos dedos tem aqui? – Marilia levantou com a ajuda de Alex.

-Vinte? – uma delas olhou para nós.

- Ela tá bem? – apontou para Marilia.

- Tá sim... Com um pouco de gelo resolve. – Aly falou.

- Tentamos avisar pra essa maluca, mas ela não ouviu. – a com o sotaque americano riu.

- Bem feito... Tá vendo só tia? Pagando por ser linguaruda. – a que antes estava rindo, falou zombeteira. – Quem são vocês?

- Eu sou Fernanda... Essa é Alex e Marilia... – Marilia apenas grunhiu em resposta. – E essa é Alice, minha namorada... – as meninas sorriram.

- Desculpem por isso. – uma outra de cabelos castanhos falou sem graça. – Me chamo Flávia, essas são Nicole, minha irmã. Samantha e Camila, minhas primas. Essa é a minha amiga Cássia e essa minha tia Juliane, a cabeça dura.

Aly me olhou e apenas sorriu, dando de ombros.

 

Fim?

Agora vamos passar os créditos finais.

Calma!

Estou apenas brincando com vocês. Agora estão ai se perguntando: Mas, que porcaria de fim é esse? Não me xinguem. Ao invés de querer matar a autora, aguardem pela segunda temporada de TUDO DE NÓS, porque as loucuras dessa turma ainda não terminaram.

- Eu quero matar as autoras...

- Marilia, elas disseram que ainda vem mais coisas.

- Mesmo assim... Como assim elas terminam dessa forma? Vou chamar a Aly, ela resolve isso.

- Meu Deus...

- O que foi Alex?

- A Marilia quer matar a autoras...

- Eita... Não queria estar na pele delas.

- Na pele de quem?

- Fui...

- Amiga, acaba com elas...

- Venham aqui suas malucas... Como assim vão terminar dessa forma? Eu vou dar uma surra em vocês...

 

- Luh? Hora de morfar...

- Deixa eu ser a rosa?

- Mas, eu gosto da rosa.

- Não seja má Leh... Poxa...

- Tudo bem... Vamos morfar! Hora de... Corre Luh!!!

 

Fim do capítulo