Capítulo 1
Diana é uma jovem que tinha apenas uma ambição: Ter uma vida boa, sem esforço nenhum. Mas sem ter como alcançá-la, na adolecência começou a bolar um plano para chegar onde queria o mais rápido possível.
Ela não tinha interesse em nada, gostava de ficar em casa vendo tv, ouvindo música, jogando video game. Até que um dia assistindo a um documentário sobre pessoas que davam golpes pela a internet lhe deu um instalo.
Dai por diante a vida dela mudou, começou a se interessar por computador, fazia pesquisas na internet, procurando cursos, e aos poucos ela foi vendo a possibilidade de mudar de vida, dando pequenos golpes por anos. Sempre que podia, procurava novas formas de arranjar dinheiro para que então, desse seu maior golpe.
Ao completar 19 anos, Diana já tinha um bom "pé de meia" feito (uma grande quantia de dinheiro guardada) e bem escondido da sua familia, na qual era formada por pessoas simples e muito corretas, que se descobrissem a castigariam da pior forma que ela poderia imaginar.
Então, para se libertar dessa vida simples, Diana resolveu mentir mais uma vez, dizendo a sua família que iria para o Rio de Janeiro tentar dar um rumo para sua vida, arrumar um emprego qualquer, e cursar uma faculdade. Orgulhosos da atitude da filha, seus pais a ajudaram financeiramente para que ela pudesse se mudar e se estabilizar nos primeiros dois meses.
Diana havia prometido que devolveria o dinheiro dos pais assim que pudesse, - já que tinha o dinheiro dos golpes que dava pela internet - não queria tirar dinheiro de seus pais. Ela era grata a eles por tudo que fizeram por ela, apenas não queria para sua vida ser pobre, portanto mantinha a ideia de que não poderia arrancar dinheiro deles, e assim que consiguisse mais dinheiro, devolveria a quantia que seus pais lhe deram. Relutantes, os dois concordaram com a filha, que com um sorriso enorme lhes prometeu que estudaria muito, trabalharia e seria motivo de orgulho para os dois.
Já ambientada ao clima e as pessoas do Rio de Janeiro, Diana conheceu pessoas que como ela tinham muita ambição. Uma dessas pessoas era Alex, um homem de mais ou menos uns 25 anos, que não era bonito mas tinha presença e um bom gosto, outro golpista, assim como ela, que também dava golpes pela internet, mas em proporções maiores. Daí por diante sua vida de golpista deslanchou, carros caros, viagens, ótima moradia, festas, enfim ostentação e um grande capital adquirido em pouco tempo e sem esforço.
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Era inÍcio da manhã de um dia qualquer no presídio feminino do Rio de Janeiro. As detentas estavam sendo acordadas para o café da manhã, e entre elas estava Diana, que agora com seus 24 anos, teria passado os últimos um ano, seis meses e dez dias trancafidada numa cela na qual dividia com mais 3 detentas.
- Lady (como era chamada na cadeia), não vai toma café hoje? - Pergunta Paula, uma colega de cela.
- Qual o menu de hoje?! - pergunta Diana com ar ironia.
- Um refinado café com leite, pão com algo em cima, e uma fruta que sobrou de ontem!! - Com isso Diana cai na risada.
- Então vamos lá! Não perco por nada nessa vida esse café! - respondeu já levantando-se.
Após o café Diana foi tomar sol, novamente começara a pensar na vida e o que havia aprendido com a prisão, ou seja, nada. O tempo livre que tinha por lá, usava para planejar o próximo golpe. Seus pensamentos são interompidos por uma moça.
- Oi - dizia a desconhecida toda sem jeito. - Posso sentar aqui ao seu lado? - Diana a olhou com cara de arrogancia e antipatia.
- Tu que sabe. - respondeu seca.
- Desculpa não quis incomodar. Só queria esquecer que estaou aqui, pelo menos por um minuto. Ter uma conversa legal com alguém que não queira me fazer de mulher na prisão. - a moça estava prestes a sair, mas Diana a impediu.
- Não! Espera aí... Eu que peço desculpas pela minha grosseria. Qual é seu nome?
- Alice, muito prazer! - estendeu a mão.
-Hum. - Diana apertou sua mão, comprimentando-a. - O meu é...
-Diana. - sorriu - Eu já sei. - Alice sentou-se novamente ao seu lado.
-Como você sabe?
-Eu reconheci você da internet. Saiu uma reportagem sobre você num blog que eu lia, coisa rápida, logo já surgiu outra desgraça e não falaram mais nada sobre você.
- Então fui uma celebridade instantânea? Legal! - sorriu - Então você quer um autógrafo meu, é isso? - Alice riu.
- Não. Só queria conversar com alguém que não tivesse feito nada muito grave. Apesar de estar aqui, não sou daqui me entende?
- Não, explica isso direito... - Quando Alice está prestes a falar, começa uma briga e todas as detentas são colocadas nas celas novamente.
Diana acabou pensando naquela conversa o dia inteiro, fazia tempo que não parava pra pensar em outra coisa que não fosse seus golpes e o que faria assim que saísse da prisão. Ela procurou Alice com os olhos no almoço, na janta e nada.
- Que foi Lady? Está mais estranha do que de costume. - disse Paula.
-É que aconteceu algo diferente hoje, uma garota estranha, do nada, veio falar comigo.
-Humm... Qual é o nome dela? Era gostosa? Fala mais Lady!
- Que isso Paula! - riu - Não fala assim...
Paula, como sempre muito debochada, correu para contar a todas as outras detentas, que a novata gostosa estava dando em cima de Diana.
-A Lady quer pegar a novata gostosa agora! - Todas caíram na risada. - Temos mais uma concorrente, hein meninas!
- Que isso! - respondeu Diana, já irritada. - Tenho mais o que fazer do que querer uma menina, ainda mais da cadeia! E falo mais, se fosse para pegar uma MULHER seria uma com dinheiro e de classe! - bufou - Vamos parar com essa conversa. Paula, se não tem mais o que fazer vai dormir.
-Calma Lady! Não vou mais falar da sua paquera - Paula e as outras detentas começaram a rir novamente. Diana por outro lado, fica brava, e a contragosto vai dormir pensando em Alice.
Alguns dias se passaram até que Diana visse novamente Alice pelo pátio da prisão. Sem saber se vai até ela ou se fica esperando a menina ir até ela, Diana fica imóvel com a sua confusão mental durante alguns segundos, até que finalmente decide ir até Alice.
- Oi - disse em um tom mais amigável do que da primeira vez que se falaram - está ocupado aqui, moça? - Alice não vê quem é, mas mesmo assim responde que sim.
Quando ela levanta a cabeça vê Diana com um sorriso tímido, logo, ela muda seu semblante triste para um mais alegre.
-Oi Diana! - sorriu - ou você prefere Lady? - brincou Alice.
- Para você pode ser Diana. - Diana fez um charme - Desculpa, qual é o seu nome mesmo?
- Alice. - respondeu ela.
- Desculpa tenho problemas em gravar nomes - Obviamente era mentira, Diana havia pensado em Alice desde o momento em que se conheceram, mas achava que deveria manter uma postura de superior. - Então Alice, onde paramos naquele dia?
-Ah, curiosa! Será que posso terminar o almoço primeiro, e depois prosseguir a conversa? disse em um tom divertido.
- Claro! E a propósito, não sou curiosa não, posso muito bem esperar! - sorriu. Após o almoço, as duas foram até o pátio conversarem.
- Bom... - Alice começou a falar. - Como ia lhe dizendo, eu não pertenço a isso aqui, me envolvi nisso por achar que gostava de alguém, eu sempre fui pelo certo, trabalho desde os meus 16 anos, divido uma casa com umas amigas de faculdade - ficou triste de repente - ou dividia porque depois disso, quem vai querer morar com uma ex-presidiária? - suspirou - Meu erro foi ser conivente, sabia que ele estava errado, mas não falei nada, deixei que tudo acontecesse.
Diana analisava tudo que foi dito, e intrigada pelo repetitivo "ele" não pode conter a insatisfação. Porque o "ele" não descia bem? O que estava acontencendo? E daí se fosse ele ou ela? O que importava? Tudo isso passava na mente de Diana, achava que devia ser por conta da carência da prisão.
- Mas o que aconteceu? - perguntou curiosa.
- Um dia eu estava no carro com ele quando fomos parados numa barreira, ele já era conhecido, não podíamos fazer nada. De lá, fomos direto para a cadeia. Ele era ladrão de banco, e eu fui autoada como cumplice e estou pagando por isso. Ele, por outro lado, já saiu que eu saiba. Não sei como ele conseguiu, mas é aquela velha história, quem tem dinheiro, consegue tudo. Eu vou ficar mais um tempo, já estou há 6 meses, mais uns 8 meses, e com sorte estou fora, por bom comportamento.
-Isso não é justo Alice! ele que deveria cumprir mais pena do que você!
-Ele tem dinheiro e bons advogados, fora que eu também não quis mais nada dele se não, estaria me afundadando mais ainda no erro...
- Nossa! Eu não teria essa visão não! Se eu pudesse não iria estar aqui, teria aceitado a ajuda sim! Você é louca, Alice!
- Não sou não! Só tô pagando pelo meu erro, sei que quando sair vou estar sozinha, isso sim me abala, a solidão. De resto, eu corro atrás! Quero termina minha faculdade e isso vai fazer com que eu nunca mais tenha dúvida sobre o certo e o errado! - disse orgulhosa de si.
Ao final do intervalo, as detentas são chamadas.
- Alice - grita Diana - nos falamos amanhã?! - Alice sorri
-SIM!
Fim do capítulo
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