--Chefinha pensei que não iria voltar hoje, - Geraldo disse sentado na sala vendo a amiga entrar.

--Queria não ter voltado, mas deixa isso para lá, ate amanhã Ge – Subiu para o quarto, assim que entrou no banheiro caiu debaixo do chuveiro com roupa e tudo, lembrou de tudo que foi falado, e o medo daquele sentimento a atingiu fortemente.—Eu não poderia ter me apaixonado por você – Disse com a água escorrendo pelo seu corpo, após algum tempo saiu do banho colocou uma camisola e deitou acabou cochilando.

 

--Chefinha temos um monte de coisa para acertar, já fechei com o bufê, vai querer um DJ ou vai deixar sem musica? – Geraldo sentou em sua frente.

--Creio que conheço alguém que gostaria de fazer essa festa

--A Elis? Acho que ela vai está trabalhando.

--É ela não poderia, mas o Leo sim, ele disse que já tocou em festa infantil uma vez, veja com ele e feche um cachê generoso, sei que ele está precisando de dinheiro.

--Será que ele vai topar?

--Se não, me diga que eu mesma resolverei.

-- Tudo bem vou está na emergência essa tarde, preciso atender um pouco, vê para mim a questão da transferência da minha pesquisa para aqui, assim que essa carga de serviço diminuir vou voltar a trabalhar nela.

--Tudo bem, amanhã reunião com o pessoal da auditoria, eles já estão quase acabando.

--Também com o valor que eles cobraram teriam que correr mesmo

--É foi caro pois pediu urgência

--Foi  mesmo  agora liga para ao Toni quero resolver umas coisas com ele, e peça para o Thi vim aqui – Geraldo saiu, ela estava se saindo bem como presidente o amigo via ela cada dia mais como a atuante naquele local, Leo  aceitou tocar na festa, de inicio não queria receber, mas Geraldo disse que era a condição para que ele tocasse, então ele aceitou pois iria levar uns amigo, no outro dia a reunião com os auditores, foi confirmado algum desvio de dinheiro, mas não sabiam de onde e não teriam como provar , pois estava muito bem articulado os auditores aconselharam a mudar toda a diretoria do hospital.

--Muito obrigada senhores, foi muito bom trabalhar com vocês – Estela apertou algumas mãos e assim que eles saíram pediu – Ge liga para a minha mãe vou ao banheiro. – Assim que voltou do banheiro viu a Rebeca sentada junto com Artur e Claudio, na hora Estela pensou: “Aff essa quadrilha hoje não”

--Ola prima, poderíamos falar com você?

--Se for rápido, tenho compromisso daqui a dez minutos.

--Não será pode ficar tranquila – Artur disse – Sabe tenho certeza que sua avó iria se orgulhar de você ela sempre soube que você seria uma grande mulher. – Começou elogiando.

--Bem vamos direto ao ponto, como você sabe somos da diretoria desse hospital e não estamos cientes do andamento da auditoria, então viemos aqui pois não é admissível não sermos informados de possíveis falhas dos nossos setores. – Artur falou firme.

-- Admissível?  Se eu não me engane o capital desse hospital é fechado e restrito a minha família que no qual me nomeou responsável por ele então quem tem o direito de admitir algo sou eu e não você – Encarou o homem que estava a olhando espantado, pois pensaria que iria intimidar ela falando com autoridade.

--Não nos leve a mal, só queríamos saber se não seria mais conveniente se nós soubéssemos o que está acontecendo nos setores que somos responsáveis. – Carlos disse afim de acalmar os ânimos.

--Meus caros essa auditoria passa por todos os setores da empresa, inclusive as diretorias então não seria possível vocês participares, mas fiquem tranquilo semana que vem será marcado uma reunião para resolvemos isso.

--Não pode nem nos adiantar nada prima?

--Infelizmente não, se me dão licença estou um pouco ocupada – Levantou indo ate a porta.

--Eu não acredito nisso, sendo expulsa por uma mulherzinha dessa qualidade – Artur falou baixo, mas Estela escutou , assim que ia para cima dele Geraldo apareceu e segurou em seu braço.

--Doutora Carolina na linha, e calma não é assim que se dá o troco – A olhou seria, ela respirou fundo e entrou sendo seguido pelo amigo.

--Quem esse merd* acha que é ? Eu vou acabar com a raça desse miserável Ge, não queria isso para preservar o nome do hospital.

--Calma, converse com sua mãe estarei lá na minha mesa. – Deu um copo de água a medica e saiu da sala, olhou para o telefone e o atendeu.

--Filha tudo bem com você? – Estela respirou fundo teria que se acalmar

--Oi mãe eu estou bem sim, só o a auditoria que descobriu um desvio de dinheiro só não acharam de onde, preciso sentar com a senhora para decidirmos o que e como faremos.

--Tudo bem, mas já tem nomes?

--Comprovadamente não, mas eu vou descobrir.

--Tudo bem, vou ver como faremos isso, ainda essa semana.

--Tá bem, agora me diz como estão as coisas ai? A mainha que não falou comigo ontem a noite aconteceu alguma coisa?

--Nada aquela velha assanhada, você acredita que ela saiu para farra com a Duda e chegou já passava das duas da manhã, mas ela vai ver uma coisa, isso não vai ficar assim.

--Mãe ela só deve ter enchido a cara e falado muitas besteiras, é isso o que elas sabem fazer.

--Nada disso eu conheço aquelas duas não é de hoje e quando ela chegou estava com aquela cara de desconfiada, não vou deixar para lá.

--Vocês duas às vezes parecem duas jovens inseguras, não sei de onde vem tanto ciúmes.

--Não é ciúmes sei que ela não seria louca o suficiente para me trair, mas é uma questão de saber com quem eu estou lidando. – Estela não teve como não pensar na sua situação com a dona dos olhos negros que não saia de seus pensamentos.

--Mãe quando você e a mainha voltaram ela tinha uma má fama não era?

--Má fama? Você não quer chamar sua mãe de galinha e conquistadora barata não é?

--É pode ser, a senhora se sentiu insegura em relação a essa fama?

--Insegura não, pois eu a amava e sabia que era recíproco e outra eu confiava no meu taco, confiava não confio não sou fraca – Sorriu e Estela a acompanhou . – Mas o porquê dessa pergunta filha?

--Nada, deixa para lá, dá um beijo na mainha e ver se não passa muito tempo vestindo calça comprida para dormir.

--Ate eu descobrir o que houve naquela saída eu não vou vestir calça comprida, vou usar outras técnicas mais ousadas – Elas sorriram

--Só a senhora mesmo, bem vou desligar vou para a emergência, estou me sentindo enjaulada nessa sala por tanto tempo.

--Faz isso filha, divida seu tempo afinal você antes de tudo é uma medica, e excelente por sinal.

--Vou fazer isso, um beijo bem grande.

--Um beijo meu amor. – Desligou o celular e ficou pensando no que a mãe disse, por que ela não confiava que poderia dá certo com Elis? Foi desperta por Geraldo que entrava na sala.

--Vai atender na emergência mesmo?

--Vou sim Ge, e vou treinar um pouco estou a ponto de explodir.

--Credo chefinha essa tensão toda não é falta de sex* não?

--Não sei, acho que é – Sorriu. –Vou lá seu curioso – Almoçou depois foi atender, acabou ficando ate tarde na emergência assim que saiu viu o maqueiro sentado na frente da emergência no banquinho , com um livro na mão.

--Boa noite Robson – Ela lembrava bem dele, desde do primeiro dia que ajudou no socorro da Franciele, sempre o via muito proativo e sempre feliz com os pacientes, na hora que ele escutou o cumprimento fecho o livro rápido e levantou.

--Boa noite doutora, desculpa estou no meu horário de descanso, a senhora precisa de algo. – Tentava se explicar

--Não, só vim te cumprimentar mesmo, o porque não vai ler lá dentro?

--Não dá estou no meu descanso dai nunca dá para se concentrar lá dentro. – Ela estava cansada, tanto fisicamente quando mentalmente, acabou sentando ao lado dele no banquinho.

--O que está lendo que precisa tanto de concentração?

--Semana de prova – Mostrou o livro.

--TGA aplicada – Ela leu o titulo do grande livro. –O que seria TGA?

--Teoria Geral da Administração, doutora.

--Legal, você está em que período?

--Estou no sexto, mas já estou quase quatro anos cursando acredita?

--Mas por que não são só quatro anos de curso?

--Sim é que eu tenho que trabalhar, e quando meu plantão cai a noite acabo perdendo a cadeira daquele dia.

--Sei e você tem que trabalhar mesmo?

--Tenho uma família para sustentar, minha mãe é doente e tenho três irmãos para cuidar.

--Nossa sua mãe está doente, mas está recebendo tratamento?

--Sim ela é atendida aqui, tem hepatite.

--E seus irmãos quais idades? – Ele pegou o celular do bolso e começou a mostrar as fotos

--Quinze, treze e dez, o caçula é mesmo que um filho eu o crio desde que. – Abaixou a cabeça e ficou calado.

--Desde?

--Desde que meu pais descobriu que eu sou gay e quis me expulsar de casa, minha mãe não deixou e ele saiu de casa, sumiu e nunca mais voltou, por isso que trabalho o Maximo que posso para sustentar eles.

--Entendo você se senti obrigado a cuidar deles. – Ele balançou a cabeça em positivo.

--Bem eu tenho uma vaga para auxiliar o meu secretario, leve seu currículo para lá, creio que seria melhor para você poder estudar.

-- Serio mesmo? Nossa doutora eu tenho experiência como secretario, já trabalhei um ano como secretario em uma empresa, só sair por que ela fechou.

--Ótimo, então amanhã entregue o currículo ao Geraldo, agora eu vou para casa que estou com fome e sono.

--Tudo bem obrigada pela oportunidade doutora.

--Não me agradeça, apenas faça por merecer – Levantou e foi pegar o caro, estava exausta foi para casa, antes de dormir pegou o celular pensou em mandar uma mensagem para Elis, mas ficou receosa, começou a questiona-se o motivo dela não a procurar mais, será que ela tinha desistido? Será que não queria mais nada com ela? Só parou de levantar suposições quando acabou cochilando.

Acordou no dia seguinte pronta para encarar o dia com as crianças, quando chegou no jardim o viu todo decorado, dois pula-pulas, casinha de bolinhas, alguns brinquedos espalhados para as crianças se divertirem,

--Chefinha deu trabalho, mas pronto, está tudo perfeito.

--Ótimo, que horas eles chegam?

--O rapaz da van disse que já estava indo busca-los.

--Ok,  vou no escritório fazer umas ligações e ver umas coisas, já volto. – Foi ao escritório e ligou para Leo estava com saudades da Fran, queria saber se ele o traria e ficou triste em saber que não, seria ariscado ela ficar tão exposta, não com sua imunidade ainda tão baixa, mas seria passageiro, logo logo ela estaria livre para viver como uma criança como qualquer outra, ficou olhando alguns papeis e depois de alguns minutos Geraldo avisou que as crianças chegaram, ela foi com seu short e camiseta ao encontro delas no jardim da casa, onde já corriam de um lado para o outro brincando e sorrindo como nunca.

--Ola Cássia, como vai esse menino tão lindo – Pegou Esdras que já estava querendo correr por todos os lados.

--“Dodora” blincar – Ele disse para Estela que apenas retirou a faixa que estava no pé dele e deu uma rápida olhada, já estava bem cicatrizado, se ele não reclamasse da dor com toda certeza ele ficaria bem.

--Pode deixar ele brincar mas não muito e nada de piscina e pula-pula -  Cassia colocou ele no chão e uma das mulheres que trabalha no abrigo foi cuidar dele.

--Estela muito obrigada por está abrindo sua casa para dá ao menos um dia de grande alegria nas vidas dessas crianças.

--Não tem que agradecer, vá se divertir também – Logo tinha muitas crianças correndo pulando na piscina e dentro dos brinquedos.

--Oi Estela, desculpa o atraso assim que largamos da aula viemos para aqui – Leo disse com um case de violão nas costa e uma enorme mochila na mão, estava acompanhada de uma garota e um rapaz todos da mesma idade dele.

--Não se preocupem, vão almoçar primeiro, depois vocês começam

--Tem algum lugar que possamos trocar de roupa, trouxemos fantasia, Luca é tem um amigo das cênicas e arranjou para nos três usar.

--Claro, pode ficar a vontade, tem aquele quarto de hospedes que você vocês usaram da ultima vez que veio aqui.

--Cara você já veio aqui? – Luca que não parava de olhar ao redor perguntou surpreso.

--Já depois eu te digo, vamos arrumar o equipamento depois nos almoçamos pode ser?

--Claro que pode, veja com o Ge qual o local que vocês vão tocar e não esqueçam de comer. – Eles fizeram como foi pedido depois que almoçaram foram se trocar e vestidos de super heróis começaram um show com musicas infantis as crianças dançavam e pulavam em frente ao palco, eram aproximadamente vinte crianças que corriam, dançavam e brincavam esquecendo um pouco de tudo que passara em sua vida ate ali, alguns tinham historia de abandono outros de serem tirados das ruas e outros que presenciaram muitas coisas ruins acontecendo com os pais.

--Estela mais uma vez muito obrigada por tudo, eles se divertiram demais, estão exaustos, chegar lá será banho e cama.

--Não tem o que agradecer também me diverti bastante e vamos sentar esses dias para ver como vamos fazer na questão da reforma, minha tia que é  arquiteta está vendo a empresa e ela gostou muito da ideia.

--Fico tão feliz que ainda existam pessoas de bom coração que mesmo tento tudo não esqueceu de quem tem tão pouco.

--Eu não tenho tudo, mas o que eu tenho não posso guardar apenas para mim. – Despediu-se das crianças uma a uma e foi para perto de Leo que arrumava o equipamento com seus amigos.

--Caraca Estela a garotada se divertiu muito.

--É só faltou a Fran para completar a festa.

--Ela não podia mesmo, nem vou dizer como foi senão ela vai ficar triste, mas serio, muito bonito da sua parte fazer isso.

--Nada, não fiz nada demais.

--Ei tia podemos atacar aquela mesa de docinho ali? – Luca chegou colocando o braço no ombro de Estela e de Leo

--Luca você é muito sem noção – A garota que ate então Estela não sabia o nome disse.

--É Bruna, deixa de ser mal educado Luca. – Leo reprendeu

--Não se preocupe, vai lá Luca pode comer o que quiser, não só ele os três, leva alguns doces para a Fran.

--Levo sim  ela vai adorar.

--Ei Leo vamos? Estou arrasada, aquela roupa de mulher maravilha acabou comigo – Bruna disse sorrindo

--Mas vocês foram ótimos, deveriam fazer mais vezes.

--É eu digo, mas o Leo corre, diz que tem que estudar. – Bruna disse.

--Meninos, aqui está o cheque e nunca vi um batmam tão, tão – Olhou Para Luca dos pés a cabeça e completou – Caprichado. – Estendeu o cheque para Leo.

--Ge eu disse que não precisa foi super legal. – Leo disse olhando para o pedaço de papel que estava na mão de Geraldo.

--Nada disso o combinado foi pagar o cachê.

-- É Leo pega, vocês fizeram um ótimo trabalho, nada mais justo e se não pegar na próxima vez não chamo mais.

--Tá certo vou pegar, mas não acho certo – Disse pegando o papel da mão de Geraldo.

-- Como vocês vão voltar? Posso levar vocês  - Estela propôs mas com uma pontinha de vontade de ver Elis.

--NÃO! – Gritaram os três juntos e olharam para Geraldo

--É deixa que eu levo chefinha, você está cansada, não se preocupe, vai descansar

--É Estela vai descansar, essa molecada foi terrível.

--É tia aquele moleque mesmo quase quebrou sua perna jogando bola. – Luca disse

-Eu também acho – Disse Bruna.

--Gente estou me sentindo uma idosa que não consegue mais brincar com uma criança, credo.

--Não é isso chefinha é que é melhor você descansar, vai lá toma um banho naquela banheira enorme.

--É não precisa se incomodar o tio tarado ai leva nós – Luca disse olhando par Geraldo que fez cara de chateado.

--Eu tio? Tio é a ...- Estela interrompeu

--Tá certo, podem ir com ele, deixa eles em casa tá – Olhou para o rapaz deu um sorriso – Tio Geraldo .

--Olha aqui eu não tenho idade para ser nem irmão de vocês quanto mais tio – Disse revoltado.

--Vamos lá então – Leo pegou a mochila, o violão e os demais pegaram os outros equipamentos, Estela acompanhou eles ate a garagem.

--CARACA! Cada um mais demais que o outro – Luca disse olhando para os carros da garagem.

--Então Luca qual vai ser? – Estela perguntou

--Não sei são todos lindos

--Pega um que caiba os equipamentos – Disse Leo.

--Então vamos no porsche – Geraldo pegou a chave despediram-se de Estela, mas algo ela achou estranho foi que escutou antes de Luca entrar no carro.

--Ei Leo foi por pouco. – Ela ia se aproximar mais preferiu desistir, iria perguntar a Geraldo depois, resolveu seguir o conselho do amigo e foi para o quarto da sua avó e ficou na banheira, por um bom tempo, após foi para sua cama e depois de olhar por alguns minutos as fotos de Elis na rede social foi dormir, acordou foi para o hospital e não viu seu secretario durante toda manhã, porem a tarde ele entrou com um envelope nas mãos.

--Chefinha o Robson me entregou isso o que eu faço? – Estava com uma cara triste.

--Quero que você análise, o que você acha do currículo dele?

--É ele tem experiência como maqueiro e como... – Respirou fundo – Secretario.

--Eu sei, deixa-me ver. – Estendeu a mão e ele a entregou; -- É ele tem alguns cursos legais, acho que vou contrata-lo – Devolveu para ele.

--Contrata-lo como o que?

--Você vai ensinar a ele tudo que sabe, ele vai te auxiliar umas semanas, acha que consegui ensinar tudo que for possível sobre seu trabalho a ele?

 

--O... o  meu.... O meu trabalho? – Estava branco – EU não estou lhe agradando mais é isso? – Deixou uma lagrima escorrer – Me diz que se for isso eu prometo que farei de um tudo para melhorar.  

Fim do capítulo