Nádia olhava a movimentação da festa que seus amigos praticamente a obrigaram a ir, estava em um momento de sua vida que queria mais era ficar sozinha. Não entendia como deixado se iludir por Samara, meses de ilusão achando ser amada.

Os amigos bem que tentaram alerta-la que sua ex, era interesseira que só estava interessada no que Nádia poderia lhe proporcionar, sendo seu Pai um homem influente presidente de uma empresa de software, Samara viu ali a oportunidade de se dar bem.

Apesar dos seus 25 anos nunca fora uma pessoa de muitos amigos, eram contados os que faziam parte de vida intima. Inclusive foi Joao seu amigo mais antigo que lhe abrira os olhos. Não que fosse tão inocente, mais em se tratando de relacionamento, diria que era um pouco empolgada.

Seus amigos estavam na pista de dança, além de Joao estavam Nina, Giovana, essas duas mantinham um relacionamento de 5 anos, era lindo o modo como as duas se respeitavam apesar da diferença de idade, Nina com 26 e Giovana com 39 era visível o amor e respeito com que elas se tratavam.

Se levanta, precisava sair dali, apesar de amar os amigos a alegria e o entusiasmo com que dançavam a estava incomodando, não estava com ânimo para presenciar a felicidade alheia. Segue em direção aos fundo da casa era aniversário do amigo de Joao. Amigo esse que Joao já tivera um envolvimento no passado, já conhecia a casa pois estivera algumas vezes ali com Samara, aquele nome era uma flecha afiada em seu coração.

Se afasta da casa se alojando em um banco que ficava próximo a piscina, se fosse corajosa acabava com aquele sofrimento num piscar de olhos, mais até pra isso era covarde.

Estava distraída olhando as estrelas, e sentindo o vendo bater em seu rosto, quando escuta um barulho bem próxima onde estava, ao virar dá de cara com uma moça sentada em um banco um pouco afastado, com a escuridão do lugar não conseguia definir bem a pessoa, só sabia ser mulher pelo modo intenso de olhar.

-me desculpe se a assustei-a voz melodiosa daquela estranha causou uma sensação de paz tão intensa em Nádia, que fez com que seu coração acelerasse e seu corpo arrepiasse.

-Tudo bem, só estava tentando fugir um pouco do barulho-fica calada, não queria estar com ninguém mais aquela estranha de alguma forma era um acalento a sua solidão.

-eu também precisava ficar um pouco sozinha- a estranha falava em um sussurro, parecendo refletir sobre algo- as vezes a vida, faz com que paremos para refletir a melhor atitude tomar.

-Não entendi.

-deixa pra la. E você não me parece estar, só fugindo do barulho- a estranha a olhava com intensidade, apesar da escuridão Nádia sabia estar sendo analisada- me pareceu estar fugindo de algo a mais.

Dou um sorriso fraco, o mesmo sorriso que me acompanha desde que descobri a traição de Samara.

-as vezes queria mesmo poder fugir, mais meus problemas me acompanham onde quer que vá- sabia ser verdade pois meu coração estava ainda ferido, e com certeza meu olhar refletia essa magoa.

-quer conversar? -a estranha pergunta, parecendo realmente interessada em minha história.

-você já teve o coração magoado, enganado por alguém? -pergunto

-isso é mais comum do que você imagina- a olho especulando, se aquela estranha que parecia ser linda, alguma vez já teve algum dia um problema igual o seu. Nádia era uma moça, como muitas pessoas a intitulavam interessante tinha 1,67 de altura pesava 58 quilos olhos e cabelos negros, não era uma beldade mas chamava atenção por onde passava.

-pois é, o meu foi...-contei pra aquela estranha, todo minha decepção, toda meu infortune com minha ex, por incrível que parecesse me senti aliviada ao final da narrativa, encontrei naquela estranha uma alma igual, não sabia dizer o porquê daquela paz que sentiu quando lhe proferiu a última palavra-agora você entendi do porque estou procurando solidão.

-isso não é motivo pra solidão, quem sabe essa moça não saiu de sua vida para que encontrasse realmente o amor verdadeiro.

Fiquei pensando no que aquela estranha havia falado, e de alguma forma, pude acreditar que realmente era aquilo que me reservava.

-Nádia! -ouvi o grito de Joao, me virei e acenei indicando onde estava, quando me viro pra agradecer e procurar saber o nome daquela estranha encontro o banco onde ela estava sentada vazio. Olhei ao redor querendo saber ou ver aquela estranha, e não via ninguém além de arvores.

-o que faz aqui sozinha-Joao pergunta olhando ao redor como Nádia fazia-as meninas estão com vontade de ir embora, queria saber se você também já vai. Como te conheço e sei que veio praticamente arrastada pra cá disse pra te esperar enquanto te procurava. 

-fala pra elas que vou ficar-queria saber mais sobre a estranha misteriosa, se ela fosse convidada da festa com toda certeza iriam se esbarrar.

Joao me olha como se olhasse pra um extraterrestre, estava espantado pela minha atitude.

-o que aconteceu com você? -boa pergunta, nem eu mesmo conseguia entender o que se passava em meu íntimo, estava sentindo um bem estar que a muito não sentia.

-Você acredita em anjos? -meu amigo olhou-me mais espantado ainda, narro pra ele tudo, do momento que procurei solidão até o reencontrar de minha alma.

-acho que você sonhou isso sim, mais um sonho que fez você acordar pra vida de novo- Meu amigo até poderia ter razão, mais como explicar aquela sensação que aquela estranha me fez sentir com apenas seu olhar.

Fiquei o resto da noite tentando encontrar aquela estranha, mas parecia que a terra a havia engolido. Depois disso comecei a acreditar na teoria de meu amigo, a que eu havia sonhado com um anjo.

Já haviam se passado três meses, depois daquele dia comecei a ver a vida com outros olhos. Sonho ou não aquela estranha havia me ajudado. Não conseguia esquecer aquele olhar estava gravado em minha mente como uma tatuagem. Saia com Joao e as meninas que estranharam meu jeito mais solto, jeito esse que tinha antes de Samara aparecer em minha vida.

As noites quando deitava a imagem que vinha em minha mente, era o olhar da estranha de um verde intenso, aquele anjo tinha me devolvido a vida, por onde ia procurava o olhar dela, tudo que escutava procurava igualar aquela voz melodiosa. As vezes achava que estava obcecada.

Até o segundo mês essa obsessão se fez constante, mais aprendi a me controlar saia me divertia e até fiquei com umas meninas, mais nenhuma tinha a doçura o olhar da minha estranha.

Era uma sexta feira, meus amigos estavam empolgados pois haveria uma festa, inauguração de um bar GLS, o dono era o mesmo da festa de aniversário o ex ficante do Joao, eu sinceramente estava desanimada, pois iam algumas meninas que estavam afim de mim, minhas amigas haviam convidado, mais por incrível que parecesse não estava a fim de ficar com ninguém, mas por insistência delas acabei concordando.

Estávamos em uma mesa próximo ao palco, naquela noite de inauguração Joao havia me falado que a banda da irmã de Otavio dono do bar ia tocar, me pareceu que meses atrás houve um acidente e morreu uma das integrantes namorada da vocalista, e esta se recusava a voltar, mais por insistência do irmão elas iam cantar. Elas sim, pois era uma banda formada de mulheres.

-Obrigado por estarem aqui hoje na inauguração do bar e boate GLS STATUS, vou chamar ao palco uma banda que devido a um acidente esteve alguns meses afastada, minha amiga e tambem querida irmãs e suas amigas Leyla, banda Sensação Girl.

Nádia não entendia o porquê seu coração estava acelerado, seus olhos vidrados no palco, como se sua vida dependesse do que iria surgir ali, e ele não se enganou quando surgiu no Palco a estranha que a meses povoara seus sonhos, que lhe sorrir como quem, já a esperasse ali. A sua ESTRANHA.

Fim do capítulo