Sábado chegou ao fim com mais uma rodada de fogueira e brincadeira no Haras, combinamos de no dia seguinte irmos a um pesqueiro na chácara ao lado para passarmos o domingo, cheios de ansiedades conseguimos convencer as crianças a irem dormir para estarem bem no outro dia, como se elas não tivessem bem todos os dias.

Depois de trocarmos carinhos na cama, adormecemos uma nos braços da outra, pouco depois da meia noite, a noite fora tranquila, acordei mais cedo que as duas, com o famoso cheiro do café, precisava, desci de pijama mesmo para a cozinha atrás do cheiro, 7hs da manhã, encontrei o Junior e o Fábio conversando lá, entrei bocejando e comentando:

-Caíram da cama?

-Olha quem fala, o que faz acordada uma hora dessa senhorita?

-Vontade de tomar café...

Segui até a vozinha e dei-lhe um beijo na testa dela abraçando-a logo em seguida me servindo direto do bule do fogão a lenha, não contei, mas minha mãe fazia questão de ter um fogão a lenha tradicional na cozinha, isso fazia com que ela se lembrasse de quando era criança.

Peguei meu café e sentei na mesa junto a eles, aos poucos os ocupantes e os visitantes foram aparecendo para o café matinal, logo minhas meninas apareceram também, Anna correra para o meu colo sorrindo, aquilo estava se tornando hábito entre nós, perguntei o que ela queria comer e arrumei o pratinho dela, Jéssica se aproximara beijando meu rosto e se sentando ao meu lado comentando:

-De pijama ainda amor?

-Acordei cedo e estava com preguiça de ir me arrumar.

-Sabe dona Helena, sua filha é uma garota muito preguiçosa.

-Cuidado Jéssica, fica falando mal do bebe da mamãe ela vai virar uma fera...

Mika aparecera para completar a família, brincando desejou bom dia a todos, foi ao encontro de minha mãe e beijo-lhe o rosto sorrindo perguntando:

-Ela você deixa falar da sua filha néh! To brava com a senhora!

E piscou para Jéssica sorrindo, minha mãe balançou a cabeça beliscando ela e nada disse, conhecia bem minha irmã, ela não ficava brava com pouca coisa, aquilo era somente provocação.

Tomamos o café e combinamos de sair as 11hs, pois almoçaríamos lá e poderíamos aproveitar mais a tarde, Anna sairá de meu colo e estava lá fora brincando com as outras crianças, abracei Jéssica por trás no banco colocando meu queixo em seu ombro sussurrando em seu ouvido:

-Podemos aproveitar esse momento o que acha?

Ela olhara por sobre o ombro pra mim sorrindo colocando uma torrada em minha boca dizendo:

-São 10hs meu bem, precisamos arrumar as coisas, do contrário ficamos aqui.

Fiz bico mastigando a torrada que ela colocara em minha boca, ela passara a mão em meu rosto e sussurrou em meu ouvido:

-Em casa hoje e compenso você!!

E me olhou piscando e sorrindo, a apertei em meus braços e fomos nos arrumar, no horário marcado os carros estavam todos lá fora carregado, não demorou muito saímos em carreira do Haras e em pouco mais de meia hora chegamos no pesqueiro e nos espalhamos por lá, lugar era grande com vários tanques com diversos tipos de peixe, nos divertimos muito em um campeonato que nós mesmo organizamos.

Fizemos as apostas e dividimos o dinheiro em primeiro, segundo e terceiro colocado, nos dividimos e saímos em busca do melhor lugar para pescar, Anna se divertia a cada peixe que ela pegava, na primeira tentativa se eu não tivesse segurado a vara com o tranco que o peixe havia dado levaria a vara, ela chorou porque machucou as mãozinhas, mas logo estava de volta pescando novamente.

Peguei alguns peixes consideráveis, mais os gêmeos acabaram comigo e quem pegou o maior peixe foi a vozinha que numa jogada de sorte pegou uma Tilápia de quase 6kg, o pessoal foi à loucura quando conseguimos tirar o peixe da agua, a pequena senhora com força levantou o peixe e ainda se exibiu em várias fotos que tiramos, ela ganhara o primeiro prêmio sendo seguida por Gabriel que pegara uma Tilápia menor de 3kg, e Tio João que pegara um pacú de 2kg.

Aqueles peixes foram pra brasa e serviram para o nosso almoço, o pessoal ali no pesqueiro preparava os peixes quando os clientes pediam, então almoçamos os peixes assados, o restante da tarde fora o mais agradável dos dias que passamos no Haras, Anna ficara brincando no tanque pescando e soltando os peixinhos que ela pegava.

Passava das 17hs quando voltamos para casa, iriamos embora no final do domingo, minha mãe deixara bem claro que só iriamos depois de jantarmos, chegamos em casa e tomamos um banho, organizamos nossas coisas e descemos arrumamos o carro e esperamos o jantar, onde todos participaram alegres e triste ao mesmo tempo.

Mikaela também iria embora, mas somente no dia seguinte pela manhã, pois ela morava longe e Jonas não queria dirigir a noite, não era seguro, nós não iriamos trabalhar cedo, mas Anna teria que voltar a escola e alguns compromissos que ela tinha pela manhã, meus primos e é claro nossos amigos que estava lá, todos teriam que ir.

Jantamos naquele clima de despedidas e promessas de nos reunirmos mais vezes, minha mãe estava triste, o que me fez ficar chateada, por isso prometi que até votar a trabalhar iria pelo menos almoçar com ela durante alguns dias na semana quando Jéssica pudesse e nos finais de semanas que estaríamos sempre ali.

Chegada a hora de ir, nos despedimos e colocamos uma pequena chorando no carro, Anna não queria ir, minha mãe nos abraçou chorosa nos fazendo prometer em levarmos mais vezes a netinha dela lá, agora era oficial, minha mãe nos abençoou e entramos no carro, Bianca e Fábio arrancaram na frente, olhei pelo retrovisor e vi que o Junior se despedia de Ricardo, sorri, Jéssica olhara para mim e depois para onde eu estava olhando e perguntou:

-Será?

-Não tenho dúvidas...

Ela sorrira, Ricardo passou na nossa frente e o seguimos buzinando em despedida, fora uma viagem agradável, fomos devagar e sem pressa, no caminho a pequena dormira, Jéssica deitara a cabeça no encosto do bando e me olhara sorrindo, olhei de relance para ela assim que chegamos a rodovia que nos levaria a cidade e perguntei:

-O que foi amor?

-Estava aqui pensando em um jeito de te agradecer...

-Agradecer o que anjo?

De olho na estrada, peguei a mão de Jéssica trazendo para meus lábios e beijando, ela sorrira passando os dedos de leve em meu rosto e disse:

-Por ter dado a mim e Anna os melhores dias de nossa vida!

Olhei de relance para ela novamente e vi que uma lágrima corria em seus olhos, sussurrei:

-Não chora amor! Não faz assim, quer que eu encoste o carro?

-Não Bia, estou só feliz por ter encontrado finalmente uma família e você é a peça mais importante dela.

Sorri apertando a mão dela e trazendo de volta aos meus lábios beijando-a e segurando nossas mãos junto ao meu peito disse:

-Oh meu amor!! Vocês quem trouxeram a paz novamente para o meu coração, se tem alguém que precisa agradecer esse alguém sou eu.

Pisque sorrindo pra ela, ficamos conversando e pouco tempo depois chegamos, os meninos passaram por nós buzinando, a pequena se mexera na cadeirinha, mas não acordou, Jéssica abrira a garagem para guardarmos o carro, quando desci do carro abri a porta de trás, com jeito peguei Anna no colo e a levei para o quarto, arrumando a pequena com jeito para não acordá-la, dei-lhe um beijo de boa noite e sai.

Voltei para ajudar com as bolsas, mas Jéssica já havia trazido e estava sentada no sofá, sentei ao lado dela abraçando-a com carinho e ali ficamos por algum momento, quase meia noite e com o ar quente, ela me convidou para cairmos na piscina, não pensei duas vezes e fomos para lá.

Ela arrancara a roupa e pulou mergulhando, submergindo alguns metros depois, sentei a beira da piscina e fiquei assistindo minha sereia nadar, sorri quando ela veio em minha direção chamando com o dedinho, arranquei minha roupa e desci ao lado dela prendendo-a na parede da piscina, sussurrei:

-Hoje você será só minha!!

-Sempre fui meu amor... Sempre fui...

E me beijou me guiando em uma dança maravilhosa dentro da piscina, nos amamos naquelas aguas límpidas e sob os olhos da lua que brilhava no céu estrelado ouvindo nossos gemidos e juras de amor apenas com a troca de olhares, nossa noite se encerrava com o amor em alta e os corações batendo a mil.... 

Fim do capítulo