It's time
Anastácia e Beatriz já estão há um tempo na estrada e não diminuíram a velocidade nem se quer uma vez. A ruiva queria perguntar aonde elas estavam indo e porque tinham que ir tão longe e tão rapido, afinal, disse pra sua mãe que só iria na rua, mas só conseguia encará-la. Anastácia estava tanto tempo querendo que sua garota aparecesse que estava hipnotizada com tanta beleza, a qual ela sentia falta todos os dias. Beatriz percebe que a ruiva não fará nada para quebrar o silêncio e então faz por si mesma.
-Ei Any, nós estamos chegando, okay amor? Não se preocupe. - olha pra baixo e percebe que Anastácia está apertando o banco com força por estar tão ansiosa e então puxa a mão da ruiva dali e entrelaça seus dedos nos dela, fazendo com que Anastácia suspirasse e enfim dissesse
- Eu sei amor, vai ficar tudo bem, é que eu estive tão preocupada, não suporto a ideia de saber que alguém quer te machucar. - puxa a mão de Beatriz de encontro aos seus lábios para um beijo terno. Beatriz se derrete no seu banco em resposta à ruiva. Em seguida elas finalmente chegam no lugar ao qual Beatriz as estava levando, mas Anastácia não o reconhece.
-Any, eu estou ficando nesse prédio, em um apartamento pequeno, para me esconder! - diz Beatriz com um olhar triste e ao mesmo tempo amedontrado, atingindo o coração da ruiva, que fica triste.
-Se escondendo? Quem é essa pessoa, Beatriz? Eu quero matar quem quer que seja! - fala enfurecida enquanto cruza os braços, não gostava de ver sua garota triste.
-Vamos subir? Eu te explico tudo lá em cima! - dá um selinho em Anastácia e sai do carro, e logo em seguida a ruiva faz o mesmo para acompanhá-a.
Após subirem até o apartamento onde Beatriz está se escondendo e se acomodarem, elas vão preparar algo para comer, pois a viagem até ali foi de fato cansativa. Mas Anastácia estava mais preocupada com a explicação que queria ouvir do que com seu apetite.
-Bia, anda me fala.... Eu não aguento mais isso tudo - Beatriz suspira, chegou a hora em que ela teria que finalmente abrir o jogo
- Promete que não vai surtar, Any? Eu tenho muita dificuldade pra falar sobre isso, pois cada palavra sai como uma faca pela minha garganta reacendendo todas as cicatrizes que eu tenho... - escorre uma lágrima do olho de Anastácia, ela não conseguia imaginar o que podia causar tanta dor para sua garota, mas suspira e se faz de forte, até que diz.
- Eu prometo, não vou surtar, estou aqui pro que precisar. - e lhe dá um abraço apertado daqueles que sufocam, depois retorna para seu espaço para permitir que ela falasse.
-Então Any, tudo começou há muitos anos, os meus pais se separaram porque o meu pai batia na minha mãe, mas eu demorei muito tempo pra descobrir isso, e hoje eu não tenho mais a minha mãe, eu a perdi alguns anos atrás e-e - Beatriz suspira para poder controlar o choro que estava ameaçando vir, entupindo sua garganta - então ficamos só eu e meu pai. Mas quando eu era mais nova e quis me assumir lésbica ele não conseguiu aceitar e se perguntava aonde ele tinha errado e - Anastácia a esse ponto já está se debulhando em lágrimas, pois para ela era impossível controlar - ele me castigava todos os dias por isso, ele me batia, me queimava com cigarro, até eu sair de casa. Eu achei que eu estaria à salvo se eu não estivesse na mesma casa que ele, mas eu me enganei Any, ah eu enganei!!! - Beatriz não consegue mais se conter e começa a chorar de soluçar, então Anastácia segura seu choro para cuidar de sua garota e a envolve em seus braços, acariando-a suavemente.
-Ah meu amor! O que quer que ele esteja fazendo eu vou estar aqui com você, eu não vou deixar nada te atingir, eu prometo, você é a minha garota! - a última frase da ruiva fez Beatriz se sentir tão amada que ela conseguiu dar um sorriso em meio a tanto choro, mas ela precisava terminar de explicar, ainda havia perigo a correr.
-Any, isso não é tudo! Ele descobriu onde eu estava morando, e ele pode descobrir esse apartamento a qualquer momento, ele contratou um cara para me matar por eu estar namorando com você! - Anastácia arregala os olhos entrando em estado de choque. MATAR?? Ninguém mexe com ela! Pensava a ruiva enquanto tentava formular uma frase, quando finalmente se toca que sua mãe poderia ajudar.
-Bia, vamos pra minha casa? A minha mãe pode ajudar! - porém recebe uma cara de negação em resposta.
-Nem pensar! Eu não vou envolver a sua mãe nisso tudo, você acabou de se assumir pra ela, é muita coisa pra ela processar, eu não posso fazer isso! - Anastácia revira os olhos, pois sabia que não era bem assim, não importava que tudo estivesse tão recente, Lily poderia de fato ajudá-las.
-Beatriz não pensa assim! A gente vai sim e você verá como ela vai ajudar, poxa, confia em mim! - Beatriz revira os olhos também, mas em resposta ao apelo emocional, mas acaba cedendo e concorda. Ambas arrumam suas coisas, se preparando para ir embora e descem. Ao entrarem no carro o celular de Beatriz vibra.
[desc]: Eu espero que você desista dessa menina, ou esteja pronta pra próxima fase!
Beatriz mostra a mensagem pra ruiva, que só consegue reagir com um grito.
-ACELERA!! VAMOS!
Elas pegam a estrada de volta para casa de Anastácia, com ainda mais velocidade do que da primeira vez.
Ao chegarem na casa da ruiva, Lily encontra-se sentada no sofá da sala, assistindo ao jogo do Flamengo, até que percebe a presença das meninas.
-Finalmente minha filha, você nao me atendia, eu estava preocupada!!! - Anastácia verifica seu celular e percebe que tinham 10 chamadas perdidas.
-Desculpa mãe, meu celular estava no silencioso, eu não percebi quanto tempo eu fiquei fora. - a mãe lhe dá um abraço de urso, mas logo lhe solta, estava curiosa com a outra menina.
-Você deve ser a Beatriz, certo? Minha filha tem mesmo bom gosto. - a ruiva fica vermelha imediatamente, não fazia ideia de que sua mãe ia reagir assim. E então Lily continua.
-Seja bem vinda! - lhe abraça apertado.
-Obrigada Senhora Waldorf, é um prazer te conhecer! - se dirige junto com elas e se senta no sofá
-Pode me chamar de Lily. - logo depois de se sentarem escutam alguém batendo na porta com brutalidade e Anastácia se levanta assustada para abrir. Era Juliet, que entra enfurecida.
-Você tá pensando o que Waldorf? Que você pode sumir assim sem mais sem menos? Você quer me infartar??? - a ruiva lhe abraça como se fizesse anos que a visse.
-Me perdoa Panda! Me perdoa de verdade, eu não podia falar com você, eu precisava correr, entra, eu quero te apresentar agora corretamente uma pessoa.
-Panda, Beatriz, minha namorada não mais fantasma. - Beatriz dá uma gargalhada alta da brincadeira e cumprimenta Juliet. A baixinha acha suspeito as três estarem na sala prontas para terem uma conversa e se junta a elas para ouvir.
-Gente, a Bia vai explicar a vocês tudo que está acontecendo. Juliet e Lily apenas assentem com a cabeça.
Beatriz explica a situação com o pai desde quando tudo começou, tendo que lutar mais uma vez contra o choro, e deixando todas em choque, causando um silêncio. Até que Lily resolve se pronunciar.
-Beatriz, você consegue já confiar em mim? - ela responde com um olhar quase gritando de que sim.
-Claro, o que vamos fazer? - Lily levanta para convocar todas.
-A gente tá indo para a delegacia, você tem marcas, certo? Já deveria ter denunciado esse verme há muito tempo. - Beatriz sorri, pois sente uma ponta de esperança nascendo em seu coração, e então todas se levantam e saem para poder ir o mais rápido possível, não sabiam em quanto tempo o pai dela podia reagir, e nem onde o seu capanga poderia estar.
Ao chegarem na delegacia Lily é quem explica toda a situação e então são imediatamente atendidas. Beatriz é interrogada e tem suas cicatrizes analisadas e fotografadas. Após meia hora de espera, o diretor da delegacia vem até elas com uma resposta.
-Você, Beatriz, não precisa levar ao tribunal, você tem as provas no seu corpo e carrega o sobrenome do seu pai, eu estou emitindo nesse momento um mandato de prisão, por tempo indeterminado. - Beatriz chora, estava feliz e ao mesmo tempo emocionada, e chocada, não conseguia acreditar que seu pesadelo realmente iria acabar. Saindo dali, Anastácia, Beatriz, Juliet e Lily vão até uma pizzaria para comemorar. Mas logo depois vão pra casa, ainda estavam com receio de poderem ser encontradas.
********************
Sirenes tocando. Três carros em alta velocidade. Um mandato de prisão. Tudo estaria resolvido.
- Boa noite, seu nome é Ricardo Bass? - o homem parado na porta sem entender nada, até porque não achava que algum dia sua filha poderia reagir, suspira antes de responder.
- Sou sim, porque? - o policial se aproxima, acompanhado de mais dois, e o vira para algemá-lo.
-Você está preso por agressão física à sua filha, tudo que você disser pode e será usado contra você.
Fim do capítulo
Notas finais:
Amores, desculpa pela demora, sei que tem gente me pedindo pra vir escrever, mas minha inspiração realmente não estava colaborando....
Mas já tava na hora de ter um alívio aqui? não é mesmo? hahaha
espero que gostem
Mas já tava na hora de ter um alívio aqui? não é mesmo? hahaha
espero que gostem
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Comentários para 15 - It's time :
Resposta do autor:
rhina
Em: 21/01/2017
Hey linda não fique tensa nem preocupada. ......você é ótima. ....Se falta inspiração, relaxe encontre no seu tempo o jeito ideal para ela retornar sem pressão. ....você consegue. ...seu talento é nato
se precisa de um tempo tire este tempo.....
confio em você
deixe ela vir até você
Então Beatriz fugia do seu próprio pai.....
a mãe da Any foi show
rhina
Resposta do autor:
"seu talento é nato" "confio em você"
eu acabei de ganhar meu dia!!!! obrigada meu amor pela confiança, e por estar comigo desde o começo, eu fico imensamente feliz que você tenha gostado!
bjsssss ?
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