Minha mãe veio em nossa direção depositando um beijo em meu rosto e outro no de Jessica pegando-a de surpresa novamente, a mesa estava cheia todos conversando e dando risada, um clima maravilhoso, minha família estava completas com as duas ali, tomamos café e entramos na conversa, não demorou muito Aninha veio em nossa direção eufórica dizendo quase aos gritos:

-Mamãe... Mamãe...

-Oi amor, calma... O que aconteceu!

De repente todas as crianças estavam em volta de nós sorrindo e pedindo para irem ver os pôneis (cavalos bebes como eles chamavam), Jéssica olhou em minha direção e comentei:

-Vamos lá, assim você conhece o estábulo e os animais.

-Oba... Oba... Oba...

E saíram correndo em direção a sala como um bando de foguetes, sorri tomando o ultimo gole do café, levantamos da mesa, logo Mikaela se ofereceu para ir também, fomos as três caminhando e conversando, Jéssica e ela se deram bem logo de cara, trabalhavam na mesma área, o que lhe atraiam mais, minha irmã sabia o quão era importante aquilo e se dedicava a cada momento.

Quando nos aproximamos dos estábulos vi tio João com as crianças em volta do pequeno redondel e 6 belíssimos pôneis, Jéssica se derretera pelos bichinhos assim que chegamos perto dos estábulos, não sabia quem mais estava encantada ali, se mãe ou filha, ambas estavam admiradas.

Não precisou muito para as crianças convencerem meu tio a celar os pôneis para elas montarem, uma por uma elas foram colocadas nos pôneis e foram caminhar ao redor do local, meus sobrinhos estavam acostumados com aquela situação, para Aninha era raro então ela ficou com medo.

Entrei no redondel e fiquei com ela o tempo todo, a ajudei montar e a segurar corretamente na cela, o sorriso contagiante da criança e o brilho que saltava dos olhos da mãe eram o suficiente para me deixar segura de que elas estavam se sentindo em casa.

Anoiteceu e nem percebemos diante de tanta gritaria, meu irmão apareceu mais tarde com o Jonas e no fim cada adulto se encarregou de uma criança e Tio João ficou livre ali por perto observando e conversando com minha mãe e dona Maria que veio ver a criançada se divertindo.

O difícil foi acabar com aquela animação e levarmos as crianças não muito contente para o banho e jantar, Anna foi resmungando e chorando mas logo a mãe dela acabou com aquela tristeza comentando:

-Não sei porque está chorando amor, você vai ficar a semana aqui com a Bia, vai ter tempo suficiente para andar nos cavalos até enjoar.

A menina que estava chorando no meu colo perguntou com os olhos marejados:

-Eu vou ficar? Porque?

-A mamãe vai ter que viajar e a tia Bia pediu para você ficar com ela até eu voltar, o que acha?

Nem preciso descrever a felicidade que a menina ficou, e pulou de meu colo correndo para juntos das crianças para contar a novidade, 

Depois que a pequena sumiu pra o interior da casa, abracei Jéssica sussurrando:

-Tem certeza?

-Ela adorou tudo aqui Bia e como você disse é mais fácil ela ficar aqui se divertindo do que ir para aqueça reunião chata.

-Ownn... Sabe que a cada dia que passa eu me apaixono mais por você?

Segure-lhe o rosto e a beijei delicadamente, trocamos carinhos, mas logo fomos interrompidas com Mika falando de algum ponto atrás de nós:

-Isso é nojento sabia?

Olhamos para ela sorrindo, logo a puxei para meus braços mantendo as duas junto a mim comentando:

-Isso se chama ciúmes maninha...

-Ciúmes eu? Imagina, está me confundindo com alguém!

-Ta ok... Mesmo se fosse, jamais assumiria isso conhecendo-a como eu conheço!

E seguimos para a casa grande, Jéssica pediu licença e pegou Anna e subiu para tomarem banho, fiquei na sala conversando com o pessoal descontraindo, pouco depois subi para tomar banho e me arrumar para o jantar, descemos as três e seguimos para a cozinha onde a mesa já estava posta, minha mãe fazia questão que fosse assim, novamente todos estavam ao redor dela, depois de comermos e conversamos muito minha irmã sugeriu:

-Que tal um sonzinho Bia?

Jéssica olhou de uma para a outra interessada e curiosa perguntou:

-Como assim?

-Você não sabe que sua namorada toca violão?

Ela me olhou surpresa balançando a cabeça negando, pigarreei e me defendi:

-Não é assim também... Eu toco um pouco sim, mas não falei nada porque não surgiu uma oportunidade, desculpa amor!

-Só irei desculpar agora depois que tocar para nós vermos Anna e eu!

-Viu o que você aprontou Mika?

Ela balançou os ombros indo em direção a varanda rindo, o pessoal levantou da mesa e foram todos para lá também, quando eu morava no Haras todas as noites fazíamos isso e pelo jeito eles ainda faziam, então nos encaminhamos para a varanda também e minha irmã jogou meu violão em meus braços, sentamos e comecei a dedilhar alguma música comentando:

-Nada mais justo que você cante comigo néh maninha? Uma vez que me enfiou nessa!

-Pare de chorar Bia, manda uma música ai...

Comecei a tocar alguns MPB’s, mas logo entramos no sertanejo favorito do pessoal, cantamos por volta de duas horas quase, em um determinado momento sussurrei para minha irmã uma música e comecei a dedilhar ela, minha irmã cantou a primeira parte:

“...Tá vendo esse cara aqui na sua frente
É melhor dar valor
Ele é um dos poucos que quase não mente
Ele quer ser pai e se der tempo avô

Um casal perfeito, cheio de defeitos
Aliança no dedo, sem medo de errar
Imagina?

Refrão
Se o nosso filho for a sua cara
Tiver os meus olhos e o seu nariz
Se a nossa filha tiver seu sorriso
Ah meu Deus, eu vou ser tão feliz
Nas férias de janeiro, ir à uma praia
Na de julho irmos a outro país
A gente vai pulando qualquer coisa chata
Percebeu, a gente vai ser tão feliz...”

Na segunda parte comecei a tocar olhando para Jessica afim de mostrar que cada pedacinho daquela música era verdadeira e quase em um convite comecei a cantar:

“...Tá vendo essa mulher aqui na sua frente
É melhor valorizar
Ela quer ter filhos, é inteligente
Ela é tão linda
E é pra casar

Um casal perfeito, cheio de defeitos
Aliança no dedo, sem medo de errar
Imagina?

Refrão
Se o nosso filho for a sua cara
Tiver os meus olhos e o seu nariz
Se a nossa filha tiver seu sorriso
Ah meu Deus, eu vou ser tão feliz
Nas férias de janeiro, ir à uma praia
Na de julho irmos a outro país
A gente vai pulando qualquer coisa chata
Percebeu, a gente vai ser tão feliz...”

Fim do capítulo