--Estela volta aqui, não faz assim – Yasmim saiu molhada atrás da outra

--Não faz assim? Não faz assim você Yasmim, acho que acabou você me entende?– Colocou uma roupa e saiu, deixando a lá arcando com seus erros. Estela pegou um taxi que passava em frente a sua casa e foi para o um barzinho, lá tomou umas doses de whisky, viu uma movimentação na porta em frente a um bar.

--O que é – Perguntou para o garçom

--Uma boate nova.

--Publico Hetero ou Lgbt?

-- Creio que Lgbt, o dono é gay. – Ele disse olhando uma grande quantidade de pessoas entrando. –E está bombando.

--Vamos ver se está mesmo – Pagou a conta e foi para a boate, lá chegando encontrou um grande numero de jovens, muitos deles já bêbados, dançando ao som da musica eletrônica, encostou-se no bar e pediu mais uma bebida, ficou de costas para a pista de dança, olhando de forma concentrada no gelo do seu copo.

--Achei a loira mais linda da festa – Escutou uma voz familiar

--Mas essa loira aqui não é para seu bico – Disse sorrindo

--Nem para o meu, nem para ninguém aqui não é tia? – Abraçou a tia – Está perdida por aqui?

--Nada fui atraída pela quantidade de gente, estava curtindo os chifres aqui na frente e vi movimentação, acho que estou velha para essas baladas, o barulho está me enlouquecendo.

--Vem, vamos lá para cima está mais tranquilo. – Gaby saiu puxando a tia.

--Não Gaby, não vou atrapalhar sua noite – Disse assim que chegaram ao piso superior da boate.

--Claro que a senhora não vai atrapalhar tia, eu estou com uma galera ali, vamos lá  - Saiu puxando a tia pela mãe – Pessoal essa aqui e a Estela

--Nossa Gaby você se superou dessa vez – Disse uma garota que estava na mesa.

-- Minha tia sua doente – Deu um tapa na cabeça da garota que tinha cabelos rosa.

--Nossa desculpas – Levantou e estendeu a mão – Kaline a seu dispor – Beijou a mão da loira.

--Prazer Kaline – Disse achando graça do tom galante que a menina falou.

--Ei olha o respeito, bem tia esses aqui são amigos meus. – Eles se apresentaram a loira.

--Está bebendo alguma coisa? – A menina de cabelos rosa perguntou.

--Já estou bebendo obrigada. – Disse sentando ao lado da sobrinha

--Então a senhora é medica? – Um dos rapazes perguntou

--Sou sim e vocês todos estudam com a Gaby?

--Sim nos formaremos juntos,  isso se a mãe dela deixar – O menino sorriu

--É qual a cadeira que a Milla ministra para vocês?

--Para mim não Deus me livre odeio sangue – Kaline disse

--É ela só anda conosco por que a Gaby quer pegar a irmã hetero dela – Um dos meninos disse.

--Lógico e eu me aproveito disso, afinal sem minha ajuda ela não conseguiria nem aquilo ali – Apontou para uma garota que aproximava-se.

--Linda não é? – Gaby perguntou para a tia, que olhou e confirmou que realmente a menina era muito linda.

--Oi gente – Cumprimentou todos.

--Oi Ka. Que bom que você veio – Gaby disse mostrando um imenso sorriso para a garota.

--Oi Gabriele, como vai?

--Melhor agora – Sorriu – Bem deixa eu te apresentar essa é minha tia Estela, achei ela perdida lá no bar – Sorriu para tia.

--Gaby se não parar de falar isso vou começar a contar histórias de quando você era pequena

--Não tia por favor, não faça isso – Todos sorriram, embalaram em uma conversa animada, Estela sorria muito com as piadas e conversas dos jovens, resolveu trocar a bebida pois não queria ficar bêbada rapidamente.

--Estela não quer dançar? – Kaline perguntou depois que todos já estavam bem altas graças a bebida

--Ei não vai xavecar ela dona Kaline – Gaby disse fingindo está brava

--Com todo respeito claro – A menina estendeu a mão para a loira que não viu o porquê não.

--Claro com todo respeito – Pegou na mão da menina e desceu para a pista de dança, no começou ficou um pouco encabulada, pois fazia um bom tempo que não saia para dançar principalmente com uma adolescente.

--Se solta, não precisa ficar assim tensa – A garota disse pegando na cintura da mais velha.

--Olha só – Disse gostando da ousadia da garota.

--A Gaby está louca por a minha irmã, porem vai ser difícil conseguir algo dali – Aproximou-se do ouvido dela para falar, usou do barulho para aproximar os corpos

--Mas você acha que não rola de forma alguma?

--Não sei, quando eu perguntei para ela se ela não era nem curiosa, ela disse nunca diga nunca.

--Então isso é uma possibilidade, você não acha? – Fez o mesmo que a garota falando no ouvido dela

--É nunca pensei nela com uma garota, mas espero que a Gaby consiga, mas agora me fala de você? Solteira ?  -Começou a movimentar a mão na cintura da loira.

--Isso te importa? – Sabia que a garota não se apaixonou por ela, conhecia bem aquele tipo de conquistadora, que só queria curtir.

--Nem um pouco – Encostou os lábios na orelha da loira que sorriu por dentro, fora uma ótima tentativa, deixou-se levar pela forma provocante da mais nova e começou a dançar a provocando.

 

--Acho que sua tia caiu na lábia da Kaline – Um dos rapazes falou para a morena olhando para a pista de dança.

--Nada minha tia é inteligente, e outra não está passando por um momento bom.

--Serio, relacionamento?

--Sim traição, foi um choque para nos sabe ela sempre foram tão perfeitas juntas e de repente “boo!”  tudo parece acabar porque uma das pessoas não soube ser fiel ao sentimento.

-- Você acredita em casamentos eternos? Todo perfeitinho sem traições?

--Eu acredito em amor verdadeiro.

--Ai eu acho uma bobagem, estamos sempre propensos a nos encantar por outra pessoa, e esse encantamento sempre vai levar a traição.

--Já eu creio em amor verdadeiro, aquele que dura por toda vida.

--Isso é por que você não tem pais separados, confie em mim, sempre um dos dois vai pisar na bola.

--Isso depende muito, é questão de respeito, se há respeito mesmo que o amor acabe se consegui evitar muitas coisas.

--Se você diz, eu só falo, pois pensava que o casamento dos meus pais eram perfeito, ate ele trair minha mãe e a deixar para ficar com uma garota da minha idade.

--É realmente deve ser uma barra, não vou dizer que minhas mães não estão propensa a isso, mas vejo o respeito delas e isso me faz acreditar no amor, e isso se confirma quando vejo minhas avós, duas mulheres que se amaram por uma vida, e cada dia que passa parece se amarem mais.

--Serio? Quantos anos juntas?

--Elas se conheceram na escola, passaram um tempo separadas por conta do preconceito do pai da vó Carol depois se reencontraram e estão até hoje, mais de 30 anos juntas em definitivo, porem um amor que tem mais de 50 anos.

--Eu desconfiou de amor verdadeiro.

--Você diz isso por que nunca se apaixonou de verdade.

--É quem sabe.

--Agora vamos dançar um pouco?

--Vamos, só que acho que daqui a pouco sua tia cai nas garras da minha irmã olha só a forma que elas estão dançando – Apontou para as duas que dançava com os corpos grudados.

--Deixa elas e vamos lá para a pista. – Elas dançaram por um tempo ate perceberem um rapaz se aproximando com mais dois.

--Posso fazer companhia as meninas ? – Um dos rapazes disse passando a mão na cintura de Karine.

--Ei me solta, não te dei ousadia – Empurrou o rapaz.

--Ei gostosa que isso, só queremos dançar – Outro disse juntando o corpo ao de Gaby.

--Da licença, vamos subir Ka – Gaby pegou na mão de Karine para subir ate o piso superior onde ficavam as mesas, os rapazes ficaram observando e como as duas estavam sozinha resolveram investir.

--Não precisam ficar nervosinhas, apenas queremos participar da festa das duas – O mais forte disse tentando tocar o rosto de Karine.

--Cara ela já disse que não quer, dá para vocês nos deixarem em paz? – Ela disse com o tom de voz moderado, enquanto isso na pista de dança Estela ver a aproximação dos rapazes.

--O que será que está acontecendo lá? Vocês conhecem eles? – Estela perguntou

--Não conhecemos, vamos lá para Gaby não perder a cabeça. – Elas foram ver o que estava acontecendo.

--Quer isso machinho não se preocupa que cuidamos de você também – Ele disse segurando o rosto dela.

--Me solta seu Mané – Disse empurrando ele

--E se eu não soltar? -  Ele disse segurando o braço dela

-- Ei ela pediu para você soltar  - Estela disse aproximando-se

-- Ei calminha tia, só vamos fazer ela conhecer um homem de verdade – Estela não esperou ele acabar de falar e o atingiu com um cruzado de direita.

--Está maluca? – Foi reagir ao soco e Gaby deu uma rasteira o derrubando, nisso se formou uma cena de filme de ação,pois os outros dois vieram para cima e Estela junto com Gaby começaram a bater neles, só pararam quando os seguranças chegaram.

--Senhoras por favor se acalmem – Um dos seguranças disse segurando Estela.

--Tudo bem, vamos nos acalmar, seus manes na próxima vez que se aproximarem de uma mulher para desrespeita-la lembrem-se que vocês são três merdinhas, vamos Gaby – Pegou na mão da sobrinha a puxando.

--Vocês acabaram com ele – Karine disse surpresa assim que saíram da boate

--Droga tia a senhora está sangrando deixa-me ver isso – Gabriele olhou o ferimento

--Acho que não é nada demais, não está doendo, vamos ali na frente comprar uma água para lavar

--Cara isso é sangue?  - Kaline perguntou mudando sua fisionomia

--Não inventa de desmaiar agora Kaline. – Gabriele pediu.

--Eu vou tentar – Virou o rosto

--É bom mesmo, tia acho que pega uns dois pontos.

--Merda isso vai ficar roxo, vamos para o hospital.

--Então eu vou para casa, se eu sentir cheiro de sangue eu desmaio

--É melhor irmos mesmo, obrigada por me defender Gaby – Karine deu um beijo na bochecha da garota que abriu um sorriso.

--Não fiz nada demais, se cuidem. – As meninas foram em direção a um taxi e Gaby foi com a tia para outro.

--Serio que ela é hetero? – Perguntou já dentro do carro

--Por enquanto tia – Sorriu ligando o carro --Espero que a mãe Milla não esteja lá se ela descobrir que me envolvi em encrenca tchau mesada por dois meses.

--Isso é ruim,não se preocupa digo que foi minha culpa, e você só foi me ajudar.

--Tudo bem, cara tia a senhora está enferrujada, aqueles caras eram mais lentos que a vó Emy.

--Eu sei, me distrair chegamos - Estela estava com um pedaço de guardanapo sobre o ferimento, entraram pela emergência direto para uma das salas de trauma

--Doutora Estela o que houve? – Uma das enfermeiras espantou-se ao ver a medica ali sangrando.

--Nada demais Norma, me traz uma tigela de gelo que vou limpar isso aqui – Disse lavando para depois olhar no espelho. – É vai levar dois pontinhos mesmo.

--Vem tia deixa-me limpar – Ela viu a enfermeira entrando na sala.

--Não, vai colocar essas mãos no gelo, não quero que nada aconteça com suas preciosas mãos. – Apontou para o gelo na mão da enfermeira.

--Estelinha o que houve? – Bernardo que estava de plantão ao escutar a voz conhecida foi verificar.

--Oi padrinho, não foi nada demais só um pequeno acidente.

--Tia deixa eu pontear? – A menina pediu animada

--Nada disso, me deixa fazer isso, para não ficar marca.

--Não padrinho, vamos ver se ela sabe dá um ponto que preste – Sorriu

--Ai que legal – Foi enxugar as mãos que estavam com algumas marcas roxas por causa dos murros dado.

--Mas vai colocar a mão no gelo depois, sorte sua que não teve nenhuma fratura.

--Tudo bem, ai que legal – Pegou as luvas a colocando.

-- Tem certeza disso ela mal começou o estagio? – Bernardo perguntou

--Tenho, eu com a metade da idade dela tive que aprender a fazer uma sutura por telefone, vamos se as suturas dela é tão boa agora com alguém vivo.

--A senhora vai ver, nem vai aparecer com o tempo, aguenta a dor ou quer anestesia?

--Lógico que quero qual vai usar? – Olhou para o Padrinho que sorriu, nunca imaginou que aquela menina tímida poderia se parecer tanto com Carolina.

--Me traz lidocaína, pouca por que vai ser rápido – Pediu a enfermeira que logo trouxe, e após alguns minutos a quando a anestesia fez efeito pegou o porta agulha e começou no meio do primeiro ponto Camila chegou

--Mas o que está havendo aqui? Gabriela o que você... – Parou ao ver a filha com a agulha na face da tia. –Que loucura é essa?

--Aula pratica tia – Estela disse sorrindo

--Mas ela nunca... – Olhou a firmeza da mão da filha e sorriu – Vou querer explicações – Olhou para Bernardo que também estava admirado, pois geralmente nas primeiras suturas as pessoas tendem a ficar nervosas, mas não era o caso da garota que estava ali.

--Pronto rapidinho, doeu tia?

--Nada, agora deixa-me ver o estrago – Foi para frente de um pequeno espelho –Nada mal, se ficar cicatriz você vai pagar a plástica da sua mesada, agora as mãos. – Apontou para a tigela com gelo.

--Agora explicações? – Camila pediu cruzando os braços.

--Não foi nada demais só um incidente. -Estela disse.

--Ai não Gabriele novamente? Já é a segunda vez nesse mês que você se envolve em briga o que está acontecendo com você? – Camila disse seria

--Ei a culpa não foi dela, dessa vez foi minha tia, eu que comecei ela só foi me ajudar

--Como assim te ajudar, as duas para meu consultório agora, quero explicações – Disse com cara feia.

--Vixe tia o bicho pegou – Gaby disse olhando as falanges dos dedos recheadas

--Coloca essa mão e trate de cuidar muito bem delas, vou voltar para minha ronda, vocês que resolvam as suas confusões estou velho para isso – Bernardo saiu da sala.

--Vamos lá levar a bronca quero tirar essa roupa suja. – Colocou um band-and no corte e seguiu para o consultório de Camila, ao entrarem viram que estava vazio.--Ai! anestesia está passando – Colocou a mão na cabeça

--Deixa eu ver analgésico – Gaby começou a procurar na gaveta da mãe, ate achar – Toma esse – Entregou para a tia, e assim que ela tomou viu Camila entrar

--Vamos começar as explicações? – Camila sentou na sua cadeira

--Tia não foi nada demais estávamos numa boate e um idiota foi encher o saco dela e da garota que ela estava dai me estressei e fui para cima ela foi me ajudar.

--Otimo, depois de velha resolveu virar um galo de briga, não quero nem saber o porquê de você está na balada com sua sobrinha de dezoito anos e ser mais inconsequente que ela, vão para casa agora?

--Eu vou para a sua casa o que acha? Estou morrendo de cansada e fugindo da Yasmim então adoraria dormir lá e acordar com o cheirinho maravilhoso do café da minha maravilhosa irmã – Estela disse sorrindo

--Para está com essa cara de pau deve ter bebido demais mesmo. – Camila disse balançando a cabeça.—Vamos eu vou com vocês, já larguei – Camila disse tirando o jaleco.

--Tia e ai ficou com a Ka? – Gaby perguntou assim que entraram no carro

--Como assim ficou com a Ka? Ka de Kaline? – Perguntou para a filha que balançou a cabeça. – Credo Estela ela é uma criança – Camila reclamou

--Mas adorei o cabelo rosa – Disse sorrindo

--Amanhã quando não estiver bêbada vamos conversar sobre isso.

--Não fiquei com ela, graças aqueles idiotas, era para eu ter batido mais neles, ao menos descontei a raiva que eu tinha em alguém que merece malditos homofóbico.

--Estela para de falar besteiras, eu mereço mesmo, estou trabalhando a mais de 24 horas cansada em plena quatro da madrugada escutando uma medica bêbada falando que quer espancar uma pessoa e pior para a sobrinha que não tem um pingo de juízo na cabeça, ainda bem que moro perto e não vai durar mais de cinco minutos – Camila resmungou e as outras ficaram segurando o sorriso. –Pronto as duas banho e cama, e amanhã conversinha nos três – Subiu para seu quarto.

 

-- Tia dormi no quarto da Pri ela esta na casa do tio Gui - Estela foi para o quarto da sobrinha que lhe emprestou um blusão e um short, logo depois de um banho foi dormir.

Fim do capítulo