- Não me diga que engravidou a ruiva?  - diz João fazendo todos rirem.

- Claro que não João! Ainda não tenho essa capacidade.  - retruco com os braços crusados.

- Então me diga como é isso? Porque eu não to entendendo nada...  - completa o moreno passando a mão na cabeça.

- Beatriz vai contar tudo que aconteceu....  - falo me santando a mesa.

A ruiva contou toda a história, inclusive as agreçoes que sofria com o falecido. Todos ficaram chocados, não imaginavam que ela já havia passado por tais momentos.  Mainha ficou revoltada, falou até que iria quebrar o falecido no pau, é mole?! Só ficou mas calma quando soube que o mesmo já havia morrido.

- Nossa que barra em Beatriz... Ainda bem que você deu a volta por cima, como toda mulher que é agredida por seu cônjuge ou outro homem deveria fazer. Encara seus medos de frente denunciando as agreções mostrando que à mulher não é um sex* frágil como toda sociedade diz. Toda mulher merece sempre o respeito de todos independente de religião sex* cor ou próprio trabalho... - diz Simone.

- Verdade, muitas mulheres não tem a coragem que você teve, por isso nunca deixe de ser essa pessoa maravilhosa que você é! - fala Mateus dando um abraço na ruiva que já não conseguia conter as lágrimas.

Aproveitamos e nos juntamos ao abraço, dando conforto a ruiva que não tinha mas ninguém de sua família, e demonstrar que estaríamos sempre ali, independente de continuarmos ou não juntas, ela teria sempre aquela família meio louca mas feliz ao seu lado, para o que der e vier.

- Bom!Chega de xororô quando é que meu sobrinho vem?  - pergunta Diana.

- Bom iremos buscá-lo amanhã se tudo correr bem, podemos traze- lo amanhã mesmo, já que avó ô abandonou, a demora será com a papelada obrigatória para a adoção.   - falo olhando para todos ao meu redor com a ruiva ao meu lado.

- Verdade. A maior demora será com os assuntos burocráticos que serão tratados. Adotar uma criança no Brasil não é tão fácil como muitos pensão, mas graças a Deus ele está a pouco tempo no orfanato, por isso não à nenhum processo de adoção em andamento.   - tinha conversado com Adalberto, e me informado melhor a respeito da adoção do filho de Ricardo. 

Adotaria essa criança, não pelo pedido do pai e sim pela criança, que não merece o destino que lhe era predestinado.

- Bom já que está tudo certo, eu vou me deitar, porque essa velha que vos fala não aguenta mas ficar acordada até tarde. Boa noite meus amores fiquem bem! Deus abençoe a todos, e amanhã quero meu neto em minha porta ou se vera comigo Mirian!  - diz mainha já se dirigindo as escadas.

- Durma bem mainha, e trarei seu neto sã e salvo não se preocupe. - falo enquanto todos se despedem da mulher mais velha.

- Ela vai adorar cuidar deste menino... Dona Renata ta um pouco cabisbaixa, acho que não se adaptou muito com a cidade, está com saudade do calor da Bahia.  - fala Mateus.

- Concordo. Mas logo quando conseguirmos completar a adoção, passaremos alguns dias em Salvador, já que estarei de férias.  - falo olhando para a ruiva que concordou com um aceno.

- Ai que tudooo! To com saudades também! Inclusive daqueles corpos sarados... Suados expostos ao sol...  - fala um João saltitante, com cara de paisagem se abanando.

- MENOS JOÃO!  - todos dizem ao mesmo tempo.

A cara de Mateus após o relato do moreno, não foi das boas, pude ver nitidamente o ciúmes estampado em seu rosto. E sem dizer nada sai em direção à seu quarto deixando todos da sala sem entender nada.

- Bom acho melhor irmos dormir porque o dia hoje já foi cheio demais.   - falo tentando quebrar o clima que se estendeu após a saída de Mateus.

Já tinha percebido o clima pesado entre os dois, mas não tomei coragem para perguntar a Mirian, ela nunca entrava em assuntos relacionados à vida amorosa dos meninos, e fui percebendo aos poucos observando as trocas de olhares apaixonados entre os dois.

Todos se direcionam para seus respetivos quartos, encerrando assim aquela noite cheia de surpresas e emoções.

Fim do capítulo