Capítulo 1
Levanta-se o vento, abrem-se os baús dos aconchegos, apertam os abraços debaixo da chuva . Ventos de mudança pressentem-se no horizonte , o corpo ressente-se . Choram-se os amores de verão.
Vens da rua com o casaco bem abotoado e o cabelo brilhante . Ventos de mudança na vidraça da sala . Ventos de mudança no teu olhar .
Digo que me esqueci do sal , do vinho, qualquer coisa serve para vestir o casco e sair para a chuva , fugir do teu olhar de mudança .
Caminho sem destino, já anoitece ainda a tarde vai a meio .
Penso em mudar de rumo fugir dos meus medos . Mas o vento empurra-me e eu sinto o cansaço . Penso em voltar para ti mudar contigo ou pedir-te que não mudes .
Chove mais , as gotas espreitam a gola do casaco e fazem cocegas no pescoço . Engano o vento e volto na esquina , a loja ainda está aberta , não me lembro do sal nem do vinho , compro-te flores , peço para pôr um laço vistoso .
Corro para casa . Mudaste a sala, a mesa mais à direita e o móvel ao fundo, o teu olhar travesso abraça-me e ás flores que trago .
Ventos de mudanças nos lençóis da cama . Mais um coberta para enganar o frio . Pode mudar tudo ,o tempo, os ventos , os móveis todos e os lençóis . Só não pode mudar essa maneira com que fazes amor comigo quer nas noites quentes de verão ao luar, quer nas noites frias inverno com o vento a bater na janela
Alaya
Fim do capítulo
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