Capítulo 1
Caminho num deserto sem fim , o sol na tua mão queima-me a pele, a sede dos teus beijos desespera-me . Meus passos vão guiados pelo teu sorriso , pareces miragem sob a luz morna dos candeeiros da rua . Falas , fazes-me rir , fazes-me pensar , fazes-me sonhar .
Toda a gente resolveu passear na rua de mão dada hoje , mais um amigo, mais um sorriso e eu a querer o teu beijo . Chamas-me com tanta ternura que eu acredito ser uma caricia que me fica no ouvido .
Acolá um oásis, parece-me que a lua não ilumina aquela esquina . E eu preciso tanto de um beijo...
Passo a passo a rua fica deserta, a escuridão é a manta dos amantes e o meu frio é tanto...
Aqui as vozes da multidão não nos tocam . Num repente abraço-te com medo que o teu beijo fuja.
A tua língua rasga o resto de decoro que havia em mim a fome e sede de ti controlam, os meus gestos imprecisos que buscam por baixo da tua roupa a carne da tua alma.
O botão arrancado rola e tomba por entre as pedras da calçada . Penso no botão para me conter de arrancar todos os outros que se alinham como defensores da tua nudez . Tremo , beija-me por favor , não vez que morro por um beijo ?
Na ponta das minha caricias bate acelerado o teu coração, quem diria que nesse sorriso sereno me queres tanto assim? A tua pele arrepiada fala de desejo e eu trinco-a ao de leve , para que me diga onde moram as tuas fantasias de amor .
Contas-me em sussurros o teu grito de prazer quando sem pudor alcanço a tua intimidade e entorno o teu sobre mim o teu cálice da tua essência . Agarraste a mim como se eu te pudesse salvar do vórtice de emoções que te percorrem o corpo como rajadas da mais bruta tempestade. Mas eu não te salvo ... afundo-me contigo, fecho os olhos e entrego-me ao rodopio do vento cá dentro , à tempestade de emoções que tu levantas apenas com um sorriso .
Passos passam ao largo , componho-te a roupa e beijo-te o sorriso maroto. Saímos de mão dada para debaixo da luz morna do candeeiros , será que só eu vejo como brilhas de felicidade ?
A lua ilumina o vão que as luzes da cidade não alcançam, mas em mim fica a lembrança de uma esquina sem luz nem candeeiros onde nasceu o sol para nós .
Alaya
Fim do capítulo
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