Noite no lago por Alaya
Capítulo 1
Despiste na beira do lago o pudor . Envolveste com o olhar e com o braços carregados de desejo o meu corpo já aceso do teu cheiro e das tuas palavras cheias de luxuria .
Mergulhei em ti . Queria tanto beber esse amor que transborda do teu corpo ao toque dos meus dedos. O teu gemido, quase sussurro, enroscado no vento da noite que já nos cobre, fala-me de sonhos antigos , da espera solitária pelo encaixe perfeito do nossos corpos .
Uma especie de embriaguez me descontrola a sensatez , agarro-me a ti par não me afogar nas emoções . Mas temo a força que me domina , receio rasgar a tua pele na pressa de alcançar a essência.
O frio da noite passa a nossa volta, a terra húmida cola-se aos nossos corpos enroscados como raízes dessa arvores debruçadas pela margem do lago escuro e silencioso . Penso ... enquanto os meus dedos continuam passeando na tua pele quente , penso em tudo como se me despisse por dentro de tudo o que sou .
Gostava de ser de novo criança , sem o vincos que a vida já me fez , gosta de ter a pureza da água quando sai da nascente , só assim podia viver em pleno este amor tão grande .
Puxas-me para dentro do teu corpo , és vida liquida onde os meus beijos desenham o tua forma, detalhe a detalhe e mesmo que eu pense que me gastei na ultima caricia , inventas em mim o desejo tão forte como o primeiro momento que os teus lábios tocaram os meus .
Os fantasmas da noite desfazem-se na neblina densa que nos separa do resto do mundo . Sinto de mansinho a realidade a chegar. Queria ficar na noite , no teu corpo , nas palavras de amor .
Ouve-se o dia a chegar, pesado e apressado a roupa sacudida cobre a nossa vontade .
Tenho frio quando me afasto de ti . Mesmo que seja verão e as espigas estejam douradas do sol . Mesmo que a praia esteja fervilhante de vida e o homem dos gelados grite o mote . Tenho sempre frio quando o meu corpo está longe do teu.
Abraças-me em silêncio .
Deixa-me ficar no teu abraço . Solto-me , tenho tanto frio agora . Podia ficar nos teus braços, podia soltar-me de tudo o resto , parar de pensar .
Noutro dia quando estiver quase no fundo das minhas forças , quando o ar rarefeito não chegar para respirar , tu virás do nada , do Olimpo , da terra do Nunca ou da minha loucura e me farás viver outra vez .
E um dia, depois de te amar , de te morder e provar , um dia não vou voltar a ter frio, porque não serei capaz de te soltar e sem pensar adormecerei no teu abraço sem medo do amanhecer
Alaya
Fim do capítulo
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