Já na recepção nos apresentamos, e perguntamos sobre Mariana, a atendente notou o afobamento aparente e chamou um auxiliar para que nos acompanhasse.

-Aguardem só um minuto que vou falar com o médico que está cuidando da paciente...
Ficamos sentados na sala de espera, ele disse um minuto, mas já se passaram três, será que ninguém vê que estamos nervosos e ainda mente na cara dura, já fiquei nervosa.
-Boa-tarde , o parente de Mariana? - Não sei se foi reflexo, mas todos levantamos juntos deixando o médico confuso.-AHM...er quer dizer um que represente...-eu ....eu sou a mãe dela- falou se levantando indo de encontro-. Pode falar doutor como esta minha filha.


Bom eles se afastaram um pouco de nos mas dava para observar eles, o que não foi nada agradável, ao olhar tia Samira colocar a mão na boca abafando o choro e balançar a cabeça em discordância me deixou mais aflita.


Após esperar uns minutos, ela retorna calada e cabisbaixa, senta em um lugar entre nós com a mão no rosto desaba em um choro sentido.


Por mais que estava louca para saber o paradeiro, todos respeitamos o seu momento para falar, depois de se acalmar tia Samira levanta a face abatida respira fundo e nos encara.


- Eu não entendo como podem fazer mal a alguém inocente, o médico disse que ela foi envenenada, como chegou recente aqui ainda estão fazendo exames para identificar qual substancia foi injetada.

Bom essa é  a hora em que eu não o escuto absolutamente mais nada do que estava sendo dito, me desliguei com essa notícia era muita novidade em pouco tempo.
Despertei quando Sofi pegou em minha mão me lançando um olhar de piedade, retribui com um olhar atônito e perdido pois era como estava me sentindo.
Depois de uma hora esperando, o médico retorna, mas dessa vez de frente a todos falou.
-Bom fizemos todas coletas necessárias para obter um diagnostico, e contatou que foi injetado Rizina em seu corpo, não sei se conhecem, mas o veneno da mamona.


-Meu Deus, mas tem uma cura um tratamento?


-Não existe um tratamento especifico o envenenamento é tratado e cuidado com cuidados médicos de apoio.
- Espera esta dizendo que tudo depende do organismo da minha filha para que ela sobreviva.
-Bom teoricamente sim, vamos administrar alguns líquidos por via intravenosa para dar andamento no tratamento, daqui 30 min eu retorno.

- Obrigado doutor-Nossa, veneno que maldade gente...-Vamos avisar a polícia, com o que a Helo falou para eles talvez eles consigam rastrear quem conhece tanto de venenos na cidade.-Tomarem, pois, um individuo que faz essa maldade não pode ficar livre por ai.-com certeza ele pode atacar qualquer um que cruze o seu caminho



Fiquei calada escutando eles conversarem, eu só queria que ela melhorasse e poder ver aquele sorriso lindo de novo, o jeito que ela me olha capaz de decifrar a alma.Notamos o doutor vindo e ficamos em silêncio.



- Boa-noite, o processo de internamento. Já foi feito ela esta agora na UTI recebendo medicamento, a boa noticia e que já vamos liberar a visita, mas hoje somente para a mãe da paciente ....-Amem senhor..



Aguardamos tia Samira fazer a visita para decidirmos como iria ser agora em diante. Depois de dez minutos ela retorna, sua fisionomia estava um pouco mais aliviada.- E ai tia como ela está? -Sofi-A filha, está bem machucada, agora e ter fé para ela ser forte e resistir.-A esperança e a ultima que morre, e sabemos que a Mariana e forte ela vai resistir tudo isso você vai ver.-tomar e Sofi , bom podem ir descansar que vou ficar aqui.-Eu fico com a senhora então...-me manifestei- Mas e a loja Heloisa




-Não tem problema Daniela consegue dar conta de tudo-Bom se e assim então vamos, amanhã cedo estaremos aqui 



Se despediram e foram para casa, aproveitei e liguei para Daniela e expliquei que Mariana estava internada e iria passar a noite com ela, não quis entrar em detalhes, quanto menos rumor na cidade melhor.



Passamos a noite conversando com a tia Samira contava histórias sobre a Mari, claro que tudo que se relacionava a ela me interessava grandemente passei a conhecer melhor a tal menina Mariana.



Adormecemos na poltrona, já de manhã desperto para ir no banheiro, reparo que tia Samira ainda dormia, uhmmm... Nhaaa talvez se eu tentar ver ela um pouquinho não tem problema nenhum né.



Depois que usei o banheiro fui para recepção, pelo menos tentar ver ela.-Moça eu gostaria muito de ver a paciente Mariana que esta na UTI passei a noite aqui e já vou ter que ir trabalhar e queria muito mesmo ver como ela esta.

-E a senhorita e parente?Parei para pensar dois segundos e..-sou a namorada dela..-e fiz aquela carinha de piedade. -Olha vou abrir essa exceção, toma a esse crachá ela está na porta 22 na primeira esquerda nessa entrada aqui.-Ai muito obrigada.-De nada, ah você tem 5min-Pode deixar, obrigada



Não andei eu voei, cinco minutos poxa tenho que aproveitar bem ele.
Parei em frente a porta indicada soltei o ar e entrei, engoli a saliva, triste ver ela assim nessa situação uma mulher tão forte. Cheguei próximo ao leito, ela estava inchada devido ao veneno.
São nesses pequenos momentos que enxergamos os maiores sentidos da vida, ela podia estar toda pálida cheia de aparelhos ao seu redor, mas o incrível de tudo que fazia meu coração galopar no peito.




-Oi bebe, estou aqui não aguentei de saudade, ate fiz beicinho para a moça da recepção só para ver você, volta para gente, tenho tanta coisa para te falar.Segurei sua mão e fiquei fazendo carinho de leve até dar o restante dos minutos.Sai da sala e já liguei para Sofi para saber se  estavam chegando. Enquanto eles não chegavam fui pegar um café para mim e para tia.


Cheguei na sala que passamos a noite e ela ainda estava dormindo, me aproximei e acordei tia Samira.
-Tia? - Ai dormi muito, desculpa filha.-Não que isso, eu liguei para a Sofi e eles já estão chegando...-disse esticando o braço para ela pegar o café.
-Obrigado, você muito gentil, ainda não entendo como Mariana falava que você era malvada, tem ate um nome que ela te chamava.-er... Ela falava isso de mim? -Tossi com o café-sim, era... Uhm....ah lagartixa má, ai meu Deus cada uma né-Nem me fale tia kkkNão demorou muito, eles chegaram para revezar. Por mim eu morava ali enquanto Mariana estiver no hospital.




Mas não me deixaram ficar, tio Otavio me deu o sermão da Montanha, pois em um momento delicado como esse eu precisava tomar conta das coisas de Mariana.
Ele estava certo, eu tinha que ter foco ela precisava de mim mesmo que eu esteja a maior parte do tempo longe, vou cuidar de tudo para ela.





............assim se passou um más desde que Mariana foi atacada, o financeiro ia super bem apliquei todo meu conhecimento para alavancar sua produção meio nacional.
Se eu tivesse perdido a esperança, não teria conquistado metade do que consegui, pois ela se encontrava em coma, seu corpo foi muito agredido pelo veneno, o pior e que os médicos disseram que ela pode ficar com sequelas.

Estamos pedindo a Deus que ela acorde, não fico um dia sem visitar ela, todos do setor que Mariana estas já me conhecem, o bom e que quando chego depois do horário de visita eles me deixam conversar com ela.


Eu sei que ela não me responde, mas mesmo assim conto todo meu dia para ela, não sei me sinto conectada com ela partilhando meus momentos.


Com os dias passando o seu corpo desinchou, ela era magra só estava um pouco mais, só que mesmo assim não perdia aquela beleza excêntrica.


Eu quando chegava já segurava sua mão e só largava na hora de ir embora, eu não entendia muito, mas a cada dia meu sentimento por ela só aumenta, posso dizer que vem ficando mais forte.



Não vejo a hora de poder olhar em seus olhos, e dizer o quão grande e o amor que sinto por ela.
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.............(um mês e meio após o incidente) ........

Mariana


Tudo escuro, sem forma sem vida, apenas eu e um menino correndo no vazio de memorias que não voltam mais.Escuto algumas silabas que não consigo ajuntar ou assimilar, o meu ser estremece com toques, mas não reagem aos meus sentidos.


Meu corpo flutua em um inconsciente adormecido, eu tento me levantar mas sobre mim sempre duas mãos pequenas que seguram para dentro do rio que banha meu corpo.Não saio de dentro da água tudo lento, ate o piscar que o olho da minha alma tem é em passos lentos.


A um determinado tempo que sempre escuto um timbre que movimenta as águas me fazendo emergir com força.Sinto que me alimento disso, mas não sei oque e. Uma fadiga me toma um peso que me puxa e quando não escuto mais, volto para o mesmo patamar.



E o sempre o" volta" que penetra em meu ser, segurando e me apoiando em fontes desconhecidas troco de lugar com o consciente que me faz sentir um espasmo diferente.

Aquela surdes intercalada, e momentos de palavraras não audíveis começam a ser absorvido com melodia e harmonia, junto vem ruídos naturais. Assim aquela voz que um dia me colocou para dormir e captada ternamente.


-Ah filha você não vai acreditar como as coisas mudaram, foi um mês e meio, mas tanta coisa aconteceu. Se eu te falar que a Menina Heloisa vem aqui te ver todos os dias , você  não acredita né, ela não percebe mas eu andei reparando quando ela fica sozinha com você, como está olhando diferente, extinto de mãe pode acreditar se estou falando e por que tem algo a mais naquele olhar, a se tem.
-Bom agora eu vou ir filha mas amanha eu volto tá...te amo....
Oque esta acontecendo, minha mãe conversando comigo, por que não respondo? Por que não consigo me mexer, meus dedos não me obedecem, nem meu corpo responde aos meus sentidos.
Espera mãe eu não estou conseguindo falar, eu preciso mover os meus lábios, mas estão pesados.
-uhm....hmmm...ma...m....

.....................(alarme do cardio toca) ...............
De olhos fechados acompanho o som de toda movimentação crescente no quarto.
-Rapido chama o Doutor Fabio, paciente 22 esta recobrando a consciênciaMas oque e isso que barulheira, de um lado esse apito chato e de outras vozes alteradas.

Espera que Claro é esse parece que minhas retinas vão queimar Tamanho incomodo que sinto.....- Mariana consegue abrir os olhos? Se pode notar algo diferente tente esforçar os olhos.

- se está me escutando tente fazer alguma pressão na minha mão?- ...eu estava me esforçando e não estava sentindo sua mão mas apertei qualquer uma.-Ela está com a gente, chama a fisioterapeuta de plantão para nos ajudar.-Sim senhor-Vamos Mariana fique comigo e tente abrir os olhos, vou te ajudar massageando eles, o resto e com você


-mm...ma..mãe..-sussurrei mais para mim-Isso menina você consegue, alguem comunique dona Samira urgente.


Estava tentando abrir os olhos, mas o claro forte os fazia fechar, escutei que a fisioterapeuta já estava no quarto.

-Ola Mariana sou a doutora Flavia e vou fazer alguns testes e quero que você Me de algum sinal.

Após um intensivo teste fui recobrando minha coordenação motora, entreabri meus olhos com uma visão fraca e distorcida tentei focar para desembaçar e ver alguma coisa que para mim estava mais do que confuso.


Heloisa
-Helo telefone a Samira esta na linha.-A obrigado...-peguei o telefone...- oi tia-Filha, larga tudo ai e vem para o hospital agora....- por que ela falou assim, na hora me sentei na bancada por minhas pernas bambearam, senti socos no estomas e um frio percorreu minha espinha.


-Tia...-falei em um fio de voz-Rápido estou te esperando lá beijos 


Ela desligou, mas eu fiquei com o telefone no ouvido escutando o sinal mudo por que minha fixa não caiu ainda, eu não quero pensar que isso aconteceu, não com minha Mari, foi inevitável meus olhos se encherem de lagrimas.



-Helo o que foi? ...-Dani-Eu não sei tia Samira falou para mim largar tudo e ir para o hospital, mas eu não estou conseguindo.-Calma espera, eu vou te levar ali no ponto de taxi por que você não esta em condições de dirigir.-Obrigado Dani, tudo isso esta muito difícil Para mim-Eu entendo, agora vamos


Peguei um táxi para o hospital, já dentro do carro não me importei com o motorista e desabei no choro.
Quando estacionou na frente do hospital eu não conseguia andar parecia um peso, fui caminhando lentamente, por que forças eu já não tinha.


- Oi tudo bem vim ver a paciente Mariana Do 22...- A sim espera só um momento, pronto pode ir
Não entendi por que ela abriu esse sorriso, pois não tenho nenhum motivo para sorrir no momento.
Cheguei na sala de espera e não vejo ninguém conhecido, então entrei direto para o quarto aonde Mariana estava.
Abri a porta e......desculpem mas não consigo descrever oque senti quando ela me olhou de novo depois de todos esses dias.
Eu fiquei que nem boba parada na porta não sabia se entrava ou fechava a porta.


-eu não acredito, vocês me fizeram pensar o pior, não custava falar....-disse chorando e sorrindo de emoção ao mesmo tempo.Nessa hora eu nem vi quem estava na sala e fui direto para perto dela, como estava deitada não podia abraçar direito, mas dei um beijo no canto da sua Boca e encostei meu rosto no seu.Mari retribuiu o carinho com aquele sorriso lindo e um afago no meu cabelo.


-estava com saudade, você fez muita falta....-falei dando um beijo na sua testa.-Será que estou em coma ainda sonhando ou você falou isso mesmo.-Boba (risadas)
Ficamos conversando com ela atualizando sobre as coisas que aconteceram nesses dias.
-Filha eu sei que você acabou de acordar, mas já esperamos tempo demais para resolver esse caso.
-Mãe eu entendo só que estaremos mexendo em um vespeiro, acho melhor ocultar, para nossa segurança mesmo.
-Mariana, você esta viva, isso já esta sendo um risco por que ele vai vir atrás de você, por favor filha.-Tabom mãe.-"timo, tomei a liberdade de chamar o delegado Pedro para coletar algumas informações, tudo bem?-Sim....


Fiquei atônita com tia Samira não esperava que fosse tão rápido assim. Em seguida o delegado entra para conversar não só com Mari mas com todos nós.


- Boa-tarde -boa tarde(todos)
-Mariana, eu sou o delegado Pedro, e estamos cuidando do seu caso, irei perguntar algumas coisas, e gostaria que me falasse tudo, sem ocultar, pois os detalhes serão necessários ok.-Ok


-Bom como conversei com Heloisa ela me contou sobre suas suspeitas para com o senhor Olavo Branco.-Sim, eu não lembro muito bem, me recordo que estava na fazenda deles pois vi o suspeito lá após isso fui agredida, só não me recordo por quem.-E a fisionomia do sequestrador você conseguiu visualizar?-Não em nenhum momento ele se identificou.Ele continuou a questionar ela, e Mariana foi falando tudo que lembrava, descreveu o pouco que conseguiu visualizar.



Já estava com da dessa pressão sobre ela, podia ver que estava atordoada já com aquelas perguntas.

Assim que se deu por encerrada a visita do delegado todos sairam e eu fiquei ali mais um pouquinho.



-Que cara chato ne-kkk... Ele só estava fazendo o trabalho dele-Eu sei mesmo assim um chato-confesso que foi chato
Lancei um sorriso tímido para ela, não sabia oque fazer fiquei calada olhando para o lado


-Então, quer dizer que você em um mês se tornou uma grande administradora de vinhos-Ah, que isso, só acho que tive uma boa professora-uhmm e será que essa professora pode me dar aulas particulares-Não sei, pois ela se tornou exclusivamente minha...-lancei um olhar malicioso
Quando engatamos em um flerte toda vez somos interrompidas, dessa vez não foi diferente, eles tiveram que fazer uma bateria de exames.

-ahm bom então depois agente se fala...-eu ia sair mais ai voltei e me aproximei dando um selinho surpresa, que fez Mariana me abraçar e retribuir com outro.
Sai dali nas nuvens claro. A boa noticia e que apenas o braço esquerdo esta com pouco movimento, e amanha ela já vai receber alta, com a policia investigando o delegado achou por bem colocar uma ronda na casa, ate que achem o suspeito por trás disso.
No outro dia como tinha que sair cedo, só ia ver Mariana a noite, resumindo aquele foi um dia em que as horas não passavam de jeito nenhum e pior eu tinha que ficar ate a loja fechar, puro tédio.

Mariana

Ah não acredito, lar doce lar, não aguentava mais aquele lugar palido e frio. Não contei a vocês. Mas depois de me arrastar naquela terra achei que ia ser o fim, mas quando menos esperamos a ajuda chega.


Fui encontrada por um senhor, que andava a cavalo pelas terras, assim que me viu no cavalo mesmo. Me levou até um sitio próximo e me colocaram no carro direto para o hospital.

Se demorasse um pouco mais talvez eu teria morrido ali depois de algumas horas. Mas graças a Deus pude ver minha família de novo.
Fiquei no quarto repousando, toda hora alguém vinha conversar para ver se estava tudo bem, mamãe era toda mimos comigo.

Já estava de tardinha, eu peguei um livro para ler não sei por que mais uma historia que me fazia desligar do mundo era guerra dos tronos, enquanto me perdia naquele mundo de fantasia não percebi, que alguém tinha entrado.

Fim do capítulo