O tempo estava nublado em São Paulo, no dia que retornamos da viagem.
Meus pais ficaram encarregados de nos buscarem no aeroporto e o fizeram com muito contentamento. Entregamos presentes que trouxemos da Itália e narramos sobre os lindos dias em Veneza.

Quando retornei para a empresa me lembrei do motivo de não tirar férias, tudo estava acumulado e eu fiquei quase louca. Administrar todo um conglomerado é uma tarefa muito árdua e no meu caso também é prazerosa, pois amo o que eu faço. Quase tive uma recaída com relação ao meu vício, depois de ver tanto trabalho acumulado, porém com muita cautela e sem exagerar nas horas trabalhando, em uma semana coloquei tudo em seu devido lugar.

Pilar também trabalhou bastante após o nosso retorno. Quase tivemos um pequeno desentendimento em determinado dia.

- Rúbia, posso entrar? (perguntou olhando pela porta que estava entreaberta).

- Amor, claro, fique a vontade (respondi sem tirar os olhos do computador).

- Eu estava lá embaixo te esperando para almoçarmos, mas como você demorou resolvi subir.

- Pilar, desculpa, acabei até esquecendo. Não vou conseguir sair para almoçar.

- Por que? (perguntou contrariada).

- Tenho muita coisa para resolver, depois conversamos ok?

- Eu posso sair, comprar nosso almoço e comemos juntas por aqui. Eu também tenho que trabalhar bastante mesmo.

- Faça como quiser, agora preciso me concentrar (respondi querendo encerrar o diálogo).

Ela não respondeu nada, preferiu não voltar e eu acabei não almoçando naquele dia. Já começava a anoitecer quando deixei a empresa e quando cheguei em casa levei um susto, Pilar não estava. Liguei no seu celular e só dava caixa postal, fiquei preocupada e deixei vários recados, além das diversas mensagens. Minha esposa acabou chegando meia hora depois sem dizer nada, foi direto para o banheiro e quando eu entrei no quarto ouvi o barulho do chuveiro. Segui até o banheiro e tentei puxar assunto.

- Amor, tudo bem?

Ela não respondeu e eu tentei novamente.

- Pilar, algum problema? Onde você estava?

Outra vez imperou o silêncio.

- Anjo, posso tomar banho com você?

- Faça como quiser (ela respondeu ríspida).

Depois de ouvir ela dizer as mesmas palavras que eu tinha dito antes, percebi que ela estava muito chateada comigo, me despi rapidamente e entrei no box.

- Me desculpa! Eu estava tão atarefada e acabei sendo indelicada contigo.

- Rúbia, eu não vou aguentar tudo de novo, eu não vou, isso não é uma ameaça, na verdade estou te alertando.

- Eu errei e peço desculpas. Não fiz por mal.

- Você fez sem pensar e me chateou bastante.

- Fui impulsiva. Vem cá me dá um abraço.

Nos abraçamos e aos poucos ela foi se acalmando.

- Levei um susto quando cheguei em casa e você não estava, seu celular só caia na caixa postal.

- Acabou a bateria e depois do trabalho sai com uma amiga.

- Por que não me chamou?

- Você não iria, nem almoçar você quis. Acabou saindo tarde hoje de novo?

- Um pouco. Mas agora tudo já esta em ordem, amanhã podemos ir em um carro só e volto contigo.

- ok! (confirmou pegando a toalha).

Já no quarto nos trocamos e ela deitou na nossa cama.

- Vai jantar? (perguntei).

- Não!

- Vou preparar um lanche, estou com fome.

- Claro que esta com fome, não almoçou, passou o dia sem comer nada, só trabalhando (esbravejou).

- Você quer um lanche também?

- Não!

- Eu já volto.

Desci, lanchei e preparei também um suco. Retornei para o quarto com dois copos de sucos e ofereci um para ela que estava sentada lendo.

- Anjo, você não quis lanche, mas suco você aceita? É o seu preferido.

- Aceito e obrigada! Você comeu?

- Sim.

- Ótimo!

- Quer que eu faça massagem em você (tentei amansar a fera).

- Você acha que me compra com suco e massagem? (questionou raivosa).

- Não. Só quero consertar as coisas mesmo, sei que errei.

Ficamos alguns minutos em silêncio, terminamos nossos sucos e então ela voltou a falar.

- Eu aceito a massagem e quero a sua companhia para almoçar todos os dias.

- Eu te amo!

- Eu também sua chata.

- Amor, onde você guardou aquele óleo de fazer massagem?

- Ali no guarda roupa, falou apontando.

Peguei o frasco e voltei para a nossa cama.

- Já esta acabando.

- Então precisamos comprar mais né (respondeu travessa).

- Aiai, olha você querendo me levar naquele lugar de novo, que vergonha!

- Deixe de ser puritana, lá é legal e sei que você também gostou.

- Sim gostei, mas fico com vergonha, imagine se encontrarmos algum conhecido, que mico.

- Ai como você é boba. Sabia que eu tenho interesse em uns brinquedinhos mais ousados?

- Não sabia e tenho até receio. Não teve infância? Aposto que seus pais te deram muitos brinquedos.

- Vou ignorar. Você sabe muito bem que estou a falar de brinquedos adultos.

- Sei. Qual por exemplo? (perguntei massageando suas costas).

- Vamos dar uma passadinha amanhã e te mostro.

- Algo me diz que você vai aprontar.

- Não reclame, você adorou minhas últimas fantasias (disse rindo).

- Gostei mesmo, você é impossível.

Depois de alguns minutos recebendo massagem, ela relaxou e adormeceu. Felizmente, consegui reparar meu erro e melhorar o clima entre nós.

Na quinta-feira, tomamos banho e café da manhã juntas, cumpri o combinado e fomos trabalhar em um único carro. Um pouco antes do horário do almoço pedi para a minha secretária comprar algumas flores e entreguei pessoalmente para a minha esposa. Bati na porta, ela liberou a entrada e ficou emocionada quando viu o buquê de rosas.

- Boa tarde! (falei sorrindo e entregando as flores).

- Boa tarde e obrigada (falou já me beijando e quase derrubando as flores).

- Eu vim buscar minha esposa para almoçarmos.

- Amei! Vou só pedir para a minha secretária colocar este lindo buquê num vaso e podemos almoçar.

Estar bem e em paz com a mulher da minha vida era tudo que eu mais queria e não mediria esforços em prol da nossa felicidade.

No final daquele dia e depois de deixarmos o trabalho, Pilar quis dirigir e eu já imaginava o motivo. Voltei a ficar envergonhada, não sou tão desinibida como a minha mulher, sofro de excesso de pudor e desta vez ela foi ainda mais ousada.

- Amor, eu quero um brinquedo assim (Pilar revelou apontando para um strap *n/dildo).

Eu quase tive um ataque de pânico.

- Sério?

- Rúbia relaxa, pode ser um menor (respondeu compreensiva).

- Mas, é, nossa, você é doida.

- Vai ser bom (disse com segundas intenções).

- Amor, sinceramente, prefiro deixar esta parte contigo, ok? Você escolhe ai e eu posso ir naquela prateleira que tem óleo de massagem e escolho alguns para nós. Que tal? (pedi quase implorando).

- Tudo bem (concordou dando risada).

Voltamos a nos encontrar no caixa do sexy shop, paguei rapidamente, novamente a Pilar pegou a sacola e deixamos o local.

- Rúbia, viu nem doeu e não encontramos com nenhum conhecido (zombou já dentro do carro).

- Pilar, o que eu faço com você hein?

- Quando chegarmos em casa eu te conto em detalhes o que quero que você faça comigo.

- Que mulher impossível essa minha.

Fomos ouvindo música até em casa, jantamos macarrão com molho branco, que eu preparei e uma salada deliciosa que a Pilar fez.

O jantar foi delicioso, já lavar a louça foi uma tarefa difícil, Pilar não parava de me provocar e eu quase quebrei copos e pratos. Depois de cumprir os afazeres domésticos, tomamos um banho muito agitado e delicioso. Já na cama começamos a satisfazer nossos desejos.

- Amor, eu quero que você use aquele brinquedinho em mim (Pilar falou me acariciando).

- Tem certeza? Não vai machucar? (perguntei com receio).

- Rúbia, eu escolhi um confortável, é de silicone e não é grande (explicou).

- Tudo bem (concordei um pouco assustada).

- Amor, nós vamos gostar, será uma nova experiência e você ficará com as duas mãos livres, imagine que legal.

Ela pegou na sacola o tal brinquedo, além de preservativo e lubrificante.

- Quer ajuda para colocar a cinta? (questionou toda sensual).

- Quero sim (respondi já dando risada).

Inicialmente estranhei aquele treco, mas aos poucos fui relaxando, voltamos a nos beijar e com cuidado a penetrei. A sensação foi indescritível. Senti um tesão enorme e ela gemia alto, totalmente entregue. Experimentamos diversas posições naquela noite e adormecemos somente de madrugada.

Na sexta-feira não conseguimos levantar no horário habitual e acabamos perdendo a hora.

- Pilar, bom dia! Estamos atrasadas (falei beijando seu ombro).

- Amor, bom dia! Eu não vou trabalhar, preciso dormir mais, avisa minha secretária, por favor! (falou e em seguida voltou a dormir).

Depois da noite incrível que tivemos não tive coragem de deixar minha esposa sozinha, dormi mais um pouco ao seu lado e depois liguei para as nossas respectivas secretárias, pedi para desmarcarem nossos compromissos e avisei que não trabalharíamos naquele dia. Preparei o café da manhã e acordei a Pilar com muitos beijos.

- Ai que delícia acordar assim, você também não aguentou levantar para trabalhar?

- Eu não quis te deixar sozinha e já avisei que não vamos para a empresa hoje.

- Obrigada! Café da manhã na cama é, ai tudo que eu precisava, sinto fome, você acabou comigo.

- Amor, a noite passada foi deliciosa (afirmei enquanto tomávamos café).

- Eu amei, quero me recuperar logo para fazer tudo de novo.

- Minha danada! Você esta muito dolorida?

- Um pouco, mas valeu a pena, foi maravilhoso.

- Concordo.

Terminamos de fazer o desjejum, tomamos banho e voltamos a deitar.

- Ainda sinto fisgadas no meu quadril (Pilar comentou enquanto deitava).

- Não me diga que te machuquei (falei apavorada olhando nos olhos dela).

- Minha linda relaxa, eu amei tudo e você não me machucou. Senti muito mais prazer que dor.

- Temos que ir leve com isso hein (ponderei).

- Nem pense nisso, quero repetir muitas vezes.

- Anjo, mais tarde se você quiser podemos ir até a clínica.

- Sério? (perguntou toda feliz).

- Sim! Você se entregou tanto na noite passada e eu te amo muito, podemos começar a definir tudo sobre a fertilização in vitro.
Pilar me beijou apaixonadamente.

Fim do capítulo