Mais uma vez Sarah acordou com os raios do nascer do sol em seu rosto.

A primeira coisa que se importava ao acordar,era com aquela pequena janela ao lado de sua cama que insistia em deixar aberta.

Uma alto tortura ou preguiça de apenas comprar um despertador?ela agradeceu a Deus por sua existência,somente assim ela poderia criar coragem de se levantar de sua cama e fazer suas obrigações.

Depois de um bom banho ela correu para a cozinha, onde seu café já a esperava ansioso pelo seus goles nervosos.

Eram tempos difíceis para uma enfermeira particular como ela. Praticamente passava o dia inteiro com um jornal na mão e na outra o seu celular na procura de um novo emprego decente e aquilo significava o fim de seus créditos, sem falar nas inúmeras contas que se amontoavam sobre sua mesa.

De repente seus olhos se encontraram com uma oferta de emprego nos classificados.

Era sua luz no fim do túnel e a melhor oferta que poderia conseguir, não contando com as restrições e localização que lhe incomodavam.no momento que se encontrava não haveria obstáculos que a impediria de conseguir aquele emprego.

Pegando seu celular ela ligou de imediato ao numero em questão.

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O telefone antigo tocou e seu sinal ecoou por todos os corredores daquela imensa mansão ate que é atendido.

—Mansão Evans. No que posso ajudar??--falou uma voz feminina e calma ao ouvido de Sarah que logo aliviou-se de sua ansiedade pela demora em atender.

—oi..é,eu queria saber mais sobre essa vaga de emprego..--disse Sarah totalmente interessada a proposta.

—me desculpe,mas não precisamos mais de uma enfermeira.--falou a mulher ao telefone e ouvindo a voz daquela mulher se tornar firme e raivosa Sarah ficou confusa com toda aquela rejeição mas não se deixou levar por toda aquela conversa.

—sendo assim, então por que o anuncio continua no jornal??--direta ela perguntou e do outro lado da linha um silêncio sem resposta.

Ouvindo os passos que seguiam em sua direção pelo corredor a mulher virou seu olhar encontrando seu chefe e senhor.

Sem relutar ela entrega o telefone a ele já ajeitando seu vestido de serviçal e partindo.

—alô???--estranhando o silêncio do outro lado da linha Sarah falou.

—soube que esta interessada a vaga de enfermeira..--ouvindo a voz forte do homem Sarah se alerta sabendo que pelo seu tom de seriedade só poderia ser o dono do anuncio.

—sim!!e..queria saber se não podemos marcar um dia para conversarmos pessoalmente sobre o trabalho..--disse ela otimista.

—Hoje.--retrucou o homem.

--..como??--falou Sarah confusa

—Hoje senhorita.me desculpe..é que minha sobrinha anseia por uma companhia...

—entendo..--disse ela mesmo sem entender essa pressa.

—então me passe seu endereço e mandarei um carro lhe buscar na cidade o mais rápido possível..e senhorita,prepare as malas.--disse o homem e nada mais para a alegria de Sarah.

Depois do endereço dado,Sarah percebeu que o homem havia desligado na sua cara a deixando completamente confusa.

Nem havia dito que aceitaria e o homem já estava lhe contratando para o trabalho??.logo esse momento de desentendimento passou,pois agora tudo que tinha era alegria pelo novo emprego mais fácil de sua vida.

Correu e arrumou as malas e enquanto se preparava parou para admirar a bela paisagem da cidade que todos os dias lhe animava e se pegou pensando no quão longe esse trabalho lhe levaria dali.

—pois é cidade de Nova York..o que será que o destino me reserva?.

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Acochando firme as amarras de couro nos pulsos e tornozelos da jovem sobre a cama,a empregada sentou-se na ponta para observar aquela figura melhor.

Completamente distante de sua consciência,dominada e embriagada graças aos efeitos dos inúmeros remédios que era forçada a tomar ela permanecia...inerte.

Era incrível poder ouvir seus gemidos nervosos e sua respiração ofegante apenas por essa saber que estava ali sentada ao seu lado.Incapaz de se defender, incapaz de negar-la.

Já tinha anos que cuidava dela e mesmo assim eram poucas as vezes que a via consciente de algo e quando isso acontecia o estrago de certo estava feito.

Se pegou pensando nas vezes que a arrastava pelos corredores de volta a cama em histeria,nos banhos forçados,nas noites em que ela servia de companhia.claro,com uma pequena ajuda dos remédios que tomava para transformar sua valentia e desespero em fragilidade e desejo.

agora tudo que restava daquela garota era seus cabelos escuros bagunçados sobre o travesseiro e o resto do pijama rasgado que vestia, da qual revelava muito do seu esbelto corpo.

Para uma garota que nunca saira da mansão era belo demais para ser verdade.

Ter a ideia de mais uma pessoa para lhe atrapalhar naquela casa era o fim para Bell.

contudo,suas noites com certeza não seriam mais as mesmas com essa nova enfermeira,quem sabe o fim da ajuda de seu acompanhante.Sr.Evans.

—ganhará um nova amiguinha Alexandra..(rs) e acho que com isso nossas terapias ficarão um pouco de lado graças a ela...não é uma pena?--disse Bell levando seus lábios aos da moça sobre a cama não encontrando dificuldades para tomar-los para si.

Sua língua adentrava e roçava a da jovem buscando uma reação de Alexandra mas seus movimentos eram limitados e nada podia fazer do que aceitar o abuso de Bell.

Seu desejo crescia a cada suspiro incontrolado de Alexandra e Bell descia sua mão a alisar o corpo da menina.

Passando por busto e barriga ela estava chegando onde queria quando avistou a figura de seu chefe parado a porta.

—Isabelle.--chamou seu nome o homem a assistir-la.

—senhor Evans.--afastando-se da garota Bell levantou-se observando seu chefe caminhando quarto adentro.

—Bell quero que troque as roupas dela..não quero que ela a veja assim.--ordenou o homem a mulher sem se importar com o que faziam antes de sua chegada.

—sim senhor..

—também trate de ensina-la a como cuidar de Alexandra...e quando digo tudo,digo tudo que você sabe.

—senhor,o que fará se ela não concordar??

—(rs) ela irá.

—e como sabe??

—coloquei o anuncio de proposito na ultima parte dos classificados...(rs) ninguém tão desesperado por um emprego como ela iria gastar seu tempo em ler-lo.

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No meio da tarde, Sarah escutou a buzina de um carro a se repetir e rapidamente foi-se ate a janela de seu apartamento conferir.

se deparou com a visão do belo carro preto parado em frente a sua porta.

Depois de trancar sua casa Sarah guardou suas chaves de casa no bolso e não se esquecendo do jornal em mãos ela desceu arrastando suas malas.

Chegando a porta ela examinou o grande Range Rover a sua frente e seu motorista de cara fechada,que pelo visto não era um homem de muitas palavras já que guardou suas coisas no porta-malas e abriu a porta de passageiros sem nem ao menos dizer um sequer boa-tarde a ela.

O carro era confortável e com o tempo passar lentamente ela se via angustiada pela demora em chegar ao seu destino. então aproveitou o momento para ler o anuncio no jornal que por incrível que parecesse ela mal havia lido por inteiro.contudo, para o seu azar não havia muito o que se ler nele.

Tudo que dizia era que precisava de uma enfermeira, disposta a morar e trabalhar por tempo integral mas algo chamou sua atenção,uma frase na qual dizia,experiencia com pacientes com problemas psicológicos.

O que isso queria dizer??se perguntava Sarah a todo instante.

durante o telefonema Sarah lembrou de um nome,Alexandra.

Seria dela de quem iria cuidar??

eram tantas perguntas em sua cabeça que simplesmente soltou um suspiro as afastando de sua mente, levando toda sua atenção a mudança de paisagem que agora admirava pelo vidro da janela do carro.

Prédios e casas haviam dado lugar a arvores e florestas. Um cenário rural e bem afastado de tudo e todos e assim continuou, a estrada era coberta a sua volta por todo esse verde misturado ao amarelo queimado de suas folhas que caiam devagar sobre o asfalto,dando lhe a visão perfeita do que realmente significava o outono.

O tempo passou e com isso uma neblina cobriu o carro despertando-a de sua soneca.

Seu celular marcava cinco da tarde e Sarah ainda não acreditava que não haviam chegado.

—me desculpe perguntar mais já estamos chegando??--perguntou ela ao motorista que suspirou depois de ouvir-la.

--sim senhorita...A família Evans na verdade é dona da maioria das terras que esta vendo..não se preocupe já estamos chegando aos portões da Mansão.--disse o homem calmo e serio com suas palavras.

Não demorou muito para avistar os belos e grandiosos portões se abrirem enquanto rangiam apenas mostrando o quão velhos eram mas Sarah tinha sua atenção voltada a Mansão ao fundo.

Os imensos jardins que se estendiam por alguns hectares a frente da casa revelavam a diversidade das flores que ali existiam.

Algo que não era comum de se achar por ai.

A Mansão tinha estilo vitoriano e seu aspecto antigo a fez pensar nas quantas historias e segredos aquele lugar poderia guardar.

Fim do capítulo