Bom, pelo prólogo dá pra perceber que é uma história bem distinta e complexa, mas espero que gostem, por que estou me esforçando muito nessa mitologia que estou inventando hahahah, e minhas leitoras da Estória Psicótica, não é por que estou trabalhando numa outra estória que esqueci vocês, ok??
Enjoy ^^
Capítulo 1 - O Livro Azul - Cahya
O livro Azul - Cahya
Capítulo 1
Eu corria o mais rápido que podia, estava acostumada com cada árvore daquela floresta, era o meu lar, o reino herdado direto das mãos da deusa, já não podia ver a mãe lua, por causa das árvores milenares que encobriam minha cabeça, a névoa já havia começado a se forma, era a defesa que Tanah Kita havia aprendido, assim como Mãe havia explicado tantos anos antes...
Me lembro que eu mal alcançava a mesa de carvalho da nossa velha choupana de madeira, Mãe estava fazendo a sopa pra gente comer, cortava as batatas.
-Cahya, menina, vá buscar a água no riacho, leve o Wani. – Wani era nosso lobo, eu tinha encontrado na floresta, algum bicho tinha matado a sua mãe, e ele estava quase morrendo de fome, a principio Wani odiava Mãe, e só deixava eu chegar perto dele, e aquilo, foi muito estranho pra mim, por que eu sabia que eu era um pouco diferente de Mãe, mas ela me disse que era normal.
Chamei Wani que estava dormindo num canto, ele atendeu prontamente, adorava correr atrás de coelhos, mas Mãe não deixava ele matar, tudo naquela terra era sagrado, até mesmo as árvores.
Corri na trilha fechada, estava ficando frio e escuro, e eu não queria demorar muito, cheguei ao riacho e enchi o balde, resolvi observar os pequenos peixinhos coloridos e brilhantes no fundo da água, quando eu vi meu reflexo, eu já sabia de cor, cabelos negros e lisos e olhos meio amendoados e pretos, minha pele era igual de Mãe, branca, só que eu era bem mais baixinha que ela, eu era filhote, dizia mãe, eu ficaria grande igual ela, eu era igualzinha Mãe, mas acima das sobrancelhas havia aqueles dois montinhos que Mãe não tinha, Mãe falava que era o que me tornava especial, eu tinha uma missão no mundo, eu era forte. Joguei uma pedra na água e ela se dispersou, e aos poucos foi voltando ao normal e fui voltando a ver meu reflexo e o reflexo de outro bicho atrás de mim... ele tinha cabeça igual de Mãe só que não tinha cabelo na cabeça e sim na cara, me virei em sua direção assustada, e havia mais outro igual a ele, vestiam peles de animais e fediam insuportavelmente.
-Duren it! – gritou um dos bichos com voz muito grossa e assustadora, tentei correr, mas o sem cabelo me pegou e comecei a gritar pra Wani atacá-lo, ele mordeu a perna dele, mas o outro chutou Wani.
-Não machuquem ele!!! – mas mesmo eu gritando eles pareciam que não me ouviam e começaram a me arrastar de volta para a choupana.
-breng dit aberratie naar het huis van de vrouw- continuou o monstro, fiquei imaginando se aqueles não eram monstros das terras do leste que Mãe dizia, eles estava invadindo nossa terra, eu tinha que impedir.
-Deusa! Ajude-me a defender a nossa terra, me dê forças assim como deu pra lua e me faça lutar! – Nesse momento senti a força correr nos meus braços, e mordi o monstro fétido e comecei a enforcá-lo, ele me soltou e caiu no chão, em cima das minhas pernas, o que me impediu de fugir
-Deze kleine shit, hit it! - Nesse momento o mais grandalhão levantou o porrete que carregava e bateu na minha cabeça, e eu não vi mais nada, além do preto.
Quando eu acordei eu estava amarrada no pinheiro na frente da choupana, Mãe estava no chão dormindo amarrada, perto de mim, e os monstros estavam em casa destruindo as coisas.
- Mãe, Mãe, acorda, os monstros estão nos machucando. – chutei com leveza sua cabeça, ela começou a murmurar algo que não entendi, e se levantou vagarosamente. Os bichos saíram de casa e acenderam um fogo, que começou a queimar nossa casa, Mãe parecia estar arrasada, mas não podíamos fazer nada daquele jeito.
Quando terminaram eles vieram em nossa direção, o mais barbudo chegou mais perto e chutou mãe na barriga.
-Waar u het boek verborg? – rugiu ele, enquanto mãe se contorcia de dor.
-Parem com isso! Seus monstros do mal!!! – Ele chegou perto de mim.
-stilte, worm! – e me deu um tapa forte no rosto.
-k weet niet waar je het over hebt – falou Mãe, naquela língua grosseira - Gewoon laten het meisje alleen. – eles emitiram um som grotesco que parecia um riso debochado.
-We zijn van de koning zond om je te vernietigen - Mãe parece ter ficado furiosa, seus olhos começaram a ficar brancos e a brilhar muito forte, quando percebi as cordas que a amarravam haviam queimado e os monstros estavam queimando em chamas e saindo correndo desesperados pela floresta, ela pareceu dar um passo, mas caiu no chão, sem forças, o fogo que saiu dos olhos dela também haviam queimado as minhas cordas e junto com elas o pinheiro aonde eu estava, ao redor do chão estava uma enorme bola de cinzas, eu só não entendia como Mãe havia feito aquilo e por que eu também não tinha queimado, por que eu me lembrava bem, o fogo doía, mas o de Mãe não me machucou, só machucou os bichos, que a essa altura haviam parado de gritar.
-Mãe, tá bem? – corri e agachei, ajudando –a a levantar. Wani apareceu na trilha machucado e veio se sentar juntamente conosco, ofegante
- sim, Cahya, minha pequena, só preciso descansar.
-O que são aqueles bichos? Por que vieram machucar a gente? – fiz Mãe sentar no chão, já que não havia pra onde irmos, nossa casa estava inteiramente queimada.
-Ah, Cahya, aqueles são homens. – disse-me ela triste.
-O que são homens, Mãe? – ela riu tristemente.
-são o outro lado da nossa espécie, eu vou te contar a história do inicio dos tempos Cahya, preste atenção.
-Sim mãe.
-Há tempos já imemoriais kalanggengan, a Eternidade vagava pelo mar do tempo, e nada mudava, foi quando ela rasgou pela primeira vez seu manto e exibiu o seu seio direito, dando origem à terra e às montanhas acima das águas, e do pó surgiu vida, seu olho esquerdo, o sol se rebelou contra a deusa e quis destruir seu manto e tudo que existia, mas foi condenado a lutar durante o dia com o olho direito da deusa, a guerreira lua, e dessa batalha de amor e ódio surgiu a nossa espécie, que se dividiu em seguidores do sol e seguidores da lua, que logo também travaram suas guerras. Os seguidores do sol, os violentos e cruéis ascenderam e dominaram os seguidores da lua, que fugiram pra todos os lados da terra, sendo quase que completamente extinguidos, sobrando poucos, assim como eu.
-Então Mãe é seguidora da lua?
-Sim, Cahya, creio que eu seja a última.
- Mas e a deusa, o que fará deixará essa injustiça acontecer? – Mãe me olhou calidamente.
-Não Cahya, sinto que algo em breve acontecerá, sua presença aqui é uma prova de que ela não nos deixará sozinhas. Agora, eu preciso te preparar para a batalha. Em breve surgirão outros homens do norte, os seguidores do sol.
-Existem mais Homens?
-Sim Cahya, existem milhares deles, todos, maus e sedentos de sangue. Não confie nunca em nenhum deles, mesmo que pareçam amigáveis, eles só querem te fazer mal. Prometa que jamais vai confiar num homem.
-Sim mãe, eu prometo.
-Agora, você precisa aprender a linguagem corrompida que eles falam, te ensinarei a como se defender, você será a defensora dessa terra. Irá expulsar todos os homens malfeitores de Donya Kotor. Eu confio em você. – Foi assim que Mãe me treinou em todas as artes que ela sabia, no entanto eu não tinha a magia presente na alma, e isso realmente foi uma decepção pra Mãe. Reconstruímos nossa cabana e ela me ensinou as linguagens do mundo e também como defender meu corpo e minha mente.
Até poucos anos Mãe permaneceu comigo, eu já podia tocar com as mãos as beiras das árvores e os montinhos haviam se tornado pontas afiadas na minha cabeça, ressaltando ainda mais a diferença entre mim e Mãe. um dia, quando eu tinha 21 ciclos de tempo Mãe disse que tinha que ir às terras do oriente, além do mar gélido, implorei para que eu fosse junto, nunca havia passado além do deserto ao leste, das montanhas ao norte nem do mar ao oriente. Ela se negou, disse que eu tinha que proteger Tanah Kita, era meu dever, e ela não demoraria. Fiquei triste, nunca tinha ficado sem Mãe, pelo menos eu ainda tinha Wani, que estava velhinho, mas ainda era a melhor companhia. Então ela partiu num passe de mágica.
Já havia passado 8 ciclos de lua, o que pra mim era uma eternidade, quando vi a fumaça na base da montanha. Eu sempre espantava os homens sem precisar machucá-los, mas eu fazia isso com ajuda de Mãe, dessa vez eu faria sozinha com Wani.
Continuei correndo pelas árvores, quando Wani apareceu na beirada, ele também já havia sentido o cheiro horrível que os homens tinham, ouvi um som por entre as árvores, eles estavam próximos, pedi que Wani fosse verificar, ele se esgueirou pela direita e eu segui em frente, quando senti algo prendendo meu pé e puxando rapidamente para cima, cai no chão e fui suspensa por uma única perna, ouvi gritos agudos e graves. Quando vi saindo de detrás das árvores 2 homens sorrindo e gritando.
-Pegamos ela!!! – diziam na língua grotesca e corrompida.
Fim do capítulo
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rhina
Em: 04/09/2016
Olá.
Eita que é bem interessante.
Estou gostando.
Seguidores do sol e seguidores da lua.
Natureza versus civilização
Magia...guerra. ..homens.
Beijos.
Rhina
Resposta do autor:
Oi Rhina! que bom que esta aqui, essa estória é meu pequeno Frankenstein, a mistura de várias ideias aleatórias que tenho, o roteiro como sempre está fechado, mas como você já conhece meu estilo, sempre vou por caminhos não muito convencionais, rs. espero que se divirta e mergulhe nesse mundo...
Silvia Moura
Em: 19/06/2016
Estou em stand by autora, quero sentir o que quer passar, quero me aprofundar nas suas aguas profundas, e de chofre, quero lhe dizer que adoro adorar a deusa... ela está em toda parte dentro e fora de nós... isso me interessa muito, agora quero me interessar mais pelo seu enredo, me instigue autora, sei que tem esse poder... beijos doces...
Resposta do autor:
oi Silvia ^^ Que bom te ver por aqui :D essa estória tem esse poder mistico muito forte, mas é algo completamente novo pra mim, espero te agradar nessa outra aventura, te vejo por aqui.
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