Capítulo 42. A festa (Parte 2)
As horas passavam e todos estavam esperando o horário da festa começar. Márcia e Thesca haviam convencido o pai e a mãe a usarem trajes de festa. O coronel estava muito bonito vestido em conjunto de calça e terno azul escuro. Já a mãe da coronel estava usando um conjunto de saia e blusa no tom palha com amarelo que a deixava muito bonita.
No horário programado os convidados já haviam chegado. As crianças já montaram seu grupo e todos se divertiam a valer com os brinquedos que a própria coronel havia alugado. Pula-pula, piscina de bolinhas, cama elástica, etc... Gabriel era quem mais bagunçava e como sempre os irmãos paparicavam o caçula dos Mantovanni. Fernanda também era paparicada por Amanda e Cláudio. Já Marcos era mais tranquilo.
-- Márcia o papai e a mamãe estão chegando! Falou Marcelo que havia ficado na porta para avisar na hora que os pais chegassem.
-- Bom então vamos esperar que eles entrem. Genaro você entra com a mamãe e a Gênova com o papai certo?
-- Ok Marcinha estamos indo. Falou Genaro que fez sinal para que a irmã o acompanhasse.
Quando os velhos chegaram na porta estranharam o movimento. Viram que as pessoas que lá estavam eram todas conhecidas. O coronel reparou que haviam alguns amigos que serviram com ele na mesma época em que estava na polícia.
-- Carlota o que está acontecendo aqui?
-- Não sei Giuseppe, mas algo me diz que isso é coisa dos nossos filhos.
Assim que entraram no salão foram aplaudidos de pelos convidados. Foi ai que o velho viu a decoração, o bolo, os doces e o enfeite dos 60 anos em cima da mesa. Continuou não entendendo nada e então perguntou:
-- Genaro e Gênova vocês vão falar o que é isso ou vou ter que descobrir na marra?
-- Calma coronel logo o senhor vai descobrir.
Assim que viu os pais Márcia os chamou e fez com que eles sentassem na mesa principal que estava reservada para a família. Logo em seguida pediu que a banda parasse a música e pegando o microfone e pedindo silêncio começou a falar.
-- Meus amigos e familiares aqui presente. Minha esposa e meus filhos queridos hoje estamos aqui para comemorar os sessenta anos de casados dos meus pais Giuseppe e Carlota. Sei que para eles é uma surpresa muito grande, mas nós não poderíamos deixar essa data passar em branco. Foi através deles que hoje eu e meus irmãos estamos aqui com nossas famílias. É claro que falta um dos filhos, mas acredito que onde o Nicola estiver ele também está participando dessa festa. Nossos avós, tios e tia que partiram também tenho a plena certeza de que aqui estão. Mas, o começo dos Peres Cortes e dos Mantovanni começou em 1906, com os meus bisavós paternos Francesco e Gina Mantovanni e com os maternos Raul e Conceição. Dessas uniões começaram os membros dessas duas famílias. Do lado espanhol Manolo e Anita e do lado italiano Genaro e Marieta. Dessa união nasceram os dois maiores bens que eu e meus irmãos tivemos o privilégio e a benção divina de ter como pais que são esse casal de velhos Carlota e Giuseppe que não tiveram muito estudo, mas tiveram a experiência de mundo e que sempre procuraram passar para nós seus filhos e netos o que aprenderam com a vida. Tiveram a paciência de nos criar e a também nos darem o seu carinho, afeto e compreensão. É claro que papai sempre foi mais autoritário, mas isso, não tirou o seu carisma, o seu caráter e a sua simplicidade. Mamãe já era um pouco maleável, mas ninguém escapou de levar umas boas cintadas da dona Carlota. Mas tudo foi válido e ser filha dessa dupla é uma benção que não tem preço algum.
O coronel e a esposa estavam emocionados e Márcia assim como os irmãos e os demais presentes, estavam emocionados. Andressa olhava para a coronel e pensava: -- Esse é o meu eterno amor, rigorosa, mas tem um amor e uma bondade sem igual!
Enquanto a coronel falava, as imagens e fotos iam passando como um filme na cabeça dos pais. As fotos dos avós e bisavós, os pais quando se casaram as fotos dos frutos desse amor quando pequenos passavam diante dos olhos de todos. Enquanto isso Márcia continuava o discurso.
-- E para finalizar, eu quero chamar esse casal maravilhoso aqui ao palco para algumas palavras e quero também chamar meus irmãos para que os acompanhem até aqui também.
Os velhos se levantaram e com eles os irmãos. Carmela representava o pai e isso fez com que a coronel chorasse ao se lembrar do falecido irmão. Francesca abraçou a irmã e disse em seu ouvido:
-- Tenha calma Marcinha, tenho certeza que o nosso irmão Nicola está bem. Chega de se culpar pelo que aconteceu, já faz tanto tempo!
Os outros irmãos da coronel ao verem a cena também abraçaram Márcia e logo o casal também se abraçava aos filhos. Os outros familiares aplaudiram e ficaram também emocionados. André disse para a irmã:
-- Andressa você não vai subir ao palco?
-- Não André, eu vou fazer igual a você. Ficarei na fila do gargarejo afinal, esse é um momento só deles. Dos Mantovanni.
Dona Severina que estava sentada junto deles com o marido falou aos dois:
-- É isso mesmo filha você está certa. Esse momento pertence a eles. Portanto senhor André Pires Paiva Júnior fique quieto e pare de frescura!
-- Calma mamãe só fiz um comentário!
Depois de a emoção ter tomado conta de todos, foi o velho quem começou a falar:
-- Senhoras e senhores, meus filhos, netos, irmãos, sobrinhos e amigos. Hoje é uma noite que se tornou e será sempre lembrada como a melhor das nossas vidas, principalmente para mim e para a minha querida esposa. Sei que meus oito filhos aprontaram e isso me deixa muito feliz. Mas vocês devem estar se perguntando o porquê de eu ter falado oito? Acontece que sinto a presença do meu amado Nicola que tão cedo se foi, mas tenho a certeza de que ele está aqui. Uma é espiritualmente e a outra presença é a do meu neto e afilhado que se parece muito com o meu menino. Olhe Carlota até o furinho no queixo é igual!
A velha concordou com o marido e realmente a cada dia que passava Nicola Augusto estava mais parecido com o tio.
-- Sei também que meus filhos fizeram seus sacrifícios para programarem tudo isso, gastaram seu dinheiro, tiveram seus trabalhos interrompidos, mas entendo que tudo foi feito com muito carinho e amor. Quero agradecer a todos pela presença e principalmente a essa família linda que eu e a Carlota começamos a construir em 14 de maio de 1955, e que nos deu netos, bisnetos e se Deus permitir tataranetos ou sei lá o que. Mas antes de encerrar eu quero agradecer a vocês meus filhos o carinho, o respeito e o amor que sempre deram para nós. Peço desculpas por mim e por ela pela nossa ignorância e por às vezes não entender o que se passava e muitas dessas vezes fechamos os olhos para algumas atitudes de vocês por causa dessa mesma ignorância que acabou nos tirando o Nicola. E quanto a você Márcia esqueça minha filha o que aconteceu naquele dia. Já se passou tanto tempo, mas eu sei o quanto isso ainda te machuca. Mas lembremos da alegria e das artes do seu irmão. Deixemos que descanse em paz e sigamos com as nossas vidas porque logo nos encontraremos.
Depois de mais algumas palavras a família desceu do palco e antes da orquestra começar a tocar Thesca falou:
-- Agora vamos ao casamento!
-- Casamento? -- Que casamento Francesca? Perguntou o velho.
-- O seu com a mamãe papai! – Renovação dos votos do casamento que você fizeram a sessenta anos atrás!
Fim do capítulo
Beijos mil a todas.
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patty-321
Em: 07/06/2016
Cacete. Fikei emocionada. Lembrei dos meus velhos. Não chegaram aos 60 de casados, pois papai se foi antes, mas eram tão lindos juntos. Q festa linda e emocionante, amor. Sei q muitas pessoas hoje não dao muito valor a família, mas deveriam. Família é tudo. Obrigada pelo libdo
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