O conto esta completo.
Então se no meio do percurso os olhos se encherem de lagrimas não me culpem...
Quem não estiver a fim de se emocionar melhor nem começar a ler.
Bjo moças e boa leitura.
Prova de Amor
Prova de Amor
Juliana e Clara são irmãs, unidas por laços de afeto que vão alem da própria vida. Sempre foram mais que irmãs eram amigas acima de tudo. E desde a morte dos pais há 12 anos em um incêndio. Só tinham uma a outra.
Na ocasião do incêndio foi a primeira vez que uma das irmãs Vasconcelos salvou a vida da outra. Naquela madrugada fatídica Juliana a mais velha, na época com 16 anos dormia profundamente, nem percebeu o fogo que tomava conta da casa, teria morrido em meio às chamas. Teria, não fosse pela irmã Clara que foi a única a acordar no meio daquele fogo e daquela imensidão de fumaça. A pequena Clara com apenas 5 anos atravessou o corredor em chamas e correu para o quarto da irmã. Era quem ela sempre procurava quando queria refugio.
-Ju.... Ju... Juliana.
Gritava e sacudia a irmã com o intuito de acorda-la. Aos poucos Juliana foi acordando e percebendo a dimensão do que estava a acontecer.
-Ju... tem fogo na casa.
Juliana em fim se colocou de pé e percebeu que o seu quarto agora também começava a ser tomado por chamas.
-Calma Clarinha. Vem cá.
Disse se abaixado e pegando a irmã no colo. A porta do quarto já tinha sido tomada pelo fogo. Por lá definitivamente não tinha como sair Juliana concluiu. Olhou para todos os lados com Clara no colo. O tempo estava acabando e ela tinha que tomar uma decisão logo ou morreriam as duas.
-Clara você confia em mim?
A pergunta saiu quase desesperada.
-Sim.
A resposta saiu em um pingo de voz. Juliana desceu a irmã do colo e a colocou de lado caminhou ate a janela que era de vidro e muito ampla. Mas que de uns tempo pra cá ficava trancada. A mãe não queria que Juliana continuasse a sair durante a noite escondida como vinha fazendo com frequência. De frente a janela do quarto de Juliana ficava uma frondosa mangueira e um de seus galhos ia ate sua janela.
Juliana não teve opção colocou em pratica o que aprendeu em suas aulas de Karatê, e com um soco quebrou o vidro, que não era temperado. E se partiu em vários pedaços grandes. Um deles cortou sua mão que agora sangrava muito. Não sabia por que, mas embora visse que a mão sangrava muito não sentia dor. Se apreçou em pegar a irmã de volta no colo e saiu com ela pela janela. Assim que chegaram na arvore, Juliana levou clara ate a metade do galho, depois disso uma grande explosão vinda da casa as derrubou da arvore. Juliana caiu por baixo de Clara amortecendo sua queda. A pequena saiu do incêndio, ilesa. Já a mais velha ficou desacordada, após a queda recobrando a consciência muito tempo depois no hospital. Onde os médicos diagnosticam alem do corte profundo que tinha na mão ainda uma fratura no ombro direito e a perna esquerda quebrada.
Juliana abriu os olhos aos poucos. E pode ver a irmã deitada na maca ao lado tomando... bem ela não sabia o que era, mas deduziu ser oxigênio. Tentou se ajeitar na maca para ver melhor a pequena, e uma enfermeira veio ao seu auxilio.
-Como ela esta?
Foi a Primeira coisa que quis saber.
-Calma. Ela esta muito bem. Só respirou muita fumaça. Mas é a senhorita que precisa de cuidados aqui.
-Eu? Não, eu estou bem.
-Tem certeza?
A enfermeira a interrogou e só então Juliana olhou para si mesma. E viu a mão enfaixada e perna engessada. Respirou profundamente por um momento e sentiu dores por todo o corpo.
-Talvez não tão bem assim. Mas tenho minha pequena comigo. E meus pais o que houve com eles?
-Espere só um momento, que o medico vai vir falar com você.
A enfermeira falou isso saindo do quarto e indo a procura do medico. Juliana já sabia o que tinha acontecido, o quarto dos pais era no fim do corredor e quando Clara a acordou aquela parte da casa já estava em chamas. E se eles não estavam no quarto com elas era por que o pior já tinha acontecido. Mas ela não podia desmoronar tinha que ser forte. Forte por sua irmã que estava ali com ela. E era seu dever cuidar dela agora que os pais já não estavam mais presentes.
O medico entrou no quarto e foi falar com Juliana.
-Juliana não é?
-Sim isso mesmo.
-Bom como você esta se sentindo jovem heroína?
-Heroína eu? Por que?
-Hora você salvou a vida dessa pequena pelo que soube.
-Não. A Heroína é ela, foi ela quem me salvou.
-Sendo assim são as duas heroínas e sobreviventes.
-Doutor e meus pais?
-Juliana. Eles não saíram a tempo, e infelizmente já não estão mais aqui.
Juliana ficou em silencio breves minutos. Então ela estava mesmo certa, agora seriam apenas ela e Clara. Ao contrario do que o medico esperava a menina não chorou. Não demonstrou tristeza ou qualquer outro sentimento. Ele estranhou isso e chamou uma Psicóloga para conversar com Juliana.
Mas a menina não queria falar sobre o assunto ela queria ser forte para cuidar da irmã. No dia seguinte as meninas receberam a visita inesperada da avó paterna. Clara nem conhecia a avó, mas Juliana sim. Se lembrava perfeitamente da ultima vez que a vira, não gostava muito dela antes daquele episódio depois então muito menos.
Juliana tinha sete anos na época foi em um jantar de Natal que viu a avó pela ultima vez. Ela foi ate sua casa, mas não partilhava o mesmo espírito natalino de todos ali. Ela fez o maior escândalo e disse que se seu filho Julho não se separasse de Helena a mãe das meninas, e voltasse a morar com ela. Ele seria deserdado e jamais a veria de novo. E de fato ninguém nunca mais a viu ate aquele momento.
Clara brincava. Desenhando no gesso da perna da irmã. Quando viu a velha senhora de porte altivo entrar pelo quarto. Inocentemente perguntou a irmã.
-Quem é ela Ju?
Juliana não respondeu. Ela olhava a velha senhora com ódio e quis logo saber o motivo de sua presença.
-O que faz aqui?
-Como o que faço aqui? Vim por vocês. Sou sua única família agora.
-Minha família é a Clara. Você deixou essa família há muito tempo.
A menor claro não iria ficar sendo ignorada muito tempo sem se manifestar.
-Quem é você?
Perguntou também hostil seguindo os movimentos da irmã mais velha. A velha senhora se abaixou para ficar da altura da menor e respondeu com tamanha doçura que amoleceu o coraçãosinho da pequena.
-Sou sua Avó querida.
Disse logo em seguida a abraçando. Juliana observava a tudo, sem entender nada. Aquela mulher ali a sua frente em nada se parecia com a que conheceu anos antes.
-Juliana eu entendo. Sua reação, eu não fui justa com seu pai e nem com você anos atrás. Mas entenda eu só queria o melhor para ele assim como eu quero o melhor para vocês. E agora você não tem muita opção. Meu advogado já arrumou os papeis e a guarda de vocês agora é minha.
Juliana escutou cada palavra da avó com muita atenção. Não tinha o que se fazer mesmo. Ela ainda tinha 17 anos e demoraria 7 meses para completar 18 e ate lá não poderia tomar conta dela mesma, muito menos da irmã que ainda era uma criança.
-Tudo bem. Ficaremos com você.
Juliana ainda ficaria internada por mais três dias. Já a irmã que estava apenas em observação ganhou alta. A avó levou a pequena para casa e Juliana permaneceu no hospital. Durante a tarde no Horário de visitas recebeu uma grata surpresa.
-Mariana... Que bom te ver.
Mariana era o motivo pelo qual sua janela ficava trancada de uns tempos pra cá. Mariana era mais nova que Juliana tinha 15 anos estava prestes a fazer 16. Mas Helena não aceitou bem o fato da primogênita sair durante a noite escondida para se encontrar com uma menina. Se ainda fosse com um menino entenderia, mas com uma menina não aceitaria mesmo. As jovens ainda se encontravam no colégio, mas agora nem isso. Pois estavam de férias e Juliana já tinha terminado a escola e para Marina ainda faltavam dois anos.
-Ei, como você esta?
Disse dando um selinho em Juliana e se sentando numa cadeira ao lado da maca.
-Estou ótima. Os médicos que gostaram muito de mim e querem que eu fique mais um pouco.
-Engraçadinha como sempre né.
Disse segurando sua mão que não estava enfaixada.
-Engraçada é você. Engraçada e linda.
Disse a encarando. Embora Juliana soubesse que Mariana não gostasse dela na mesma intensidade. Ela não se cansava de tentar conquistar o coração da amada.
-Para, assim você me deixa sem graça.
Mariana gostava muito de Juliana, embora achasse que o que sentia não era amor. Amor daqueles de verdade, que via nos filmes e lia nos livros. Sabia que era o melhor que podia ter no momento, e achava muito cômodo estar com Juliana. Uma garota mais velha, linda e inteligente. Que não se cansava de inflar seu ego a enchendo de carinho e elogios sempre que podia.
-Linda. Mas me fala como você conseguiu driblar a segurança de dona Marta e vir me visitar?
Marta era a mãe de Mariana, e ela era cúmplice de Helena na tentativa de acabar com o romance das jovens. Afinal moravam em uma cidade do interior e um escândalo assim arruinaria a reputação das duas famílias.
-A cidade toda soube do incêndio. E da morte dos seus pais. Minha mãe não iria ficar indiferente a isso. Daí eu pedi e ela deixou eu vir. Afinal somos amigas não é?
Mariana falava com aquela cara de safada que Juliana adorava. A se não estivessem em um hospital, a se sua perna e sua mão não estivessem imobilizadas. Pensou mil coisas, mas naquele estado não podia fazer nada. Nada a não ser contemplar sua amada.
-Ju e agora?
-Agora o que?
-O que vai acontecer com você e a sua irmã?
-Vamos ter que morar com nossa avó. Mas isso só ate eu fazer 18 depois disse peço a guarda da clara é fico com ela.
-Serio que você quer mesmo cuidar da sua irmã?
Mariana era filha única e não entendia o sentimento que movia Juliana a querer abrir mão da melhor parte da sua vida para cuidar de uma criança.
-Serio sim. Ela é a coisa mais importante na vida pra mim.
-Ela é? E eu?
Juliana estava sentada na cama e nesse momento Mariana estava de pé ainda segurando a sua mão. Ela a puxou e a menina acabou se sentando ao seu lado. Ela a beijou, de um jeito que tirava os pés de Mariana do chão sempre que estava com Juliana sentia que flutuava. Mas ainda assim insistia em dizer que isso não era amor era apenas paixão.
-Você é a segunda coisa mais importante pra mim. Isso não ta bom?
-Ta sim. Esta perfeito.
Continuaram assim por muito tempo ate que avó de Juliana entra no quarto e presencia aquela cena. Digamos um tanto inusitada. Mariana levantou da maca em um pulo e se despediu de Juliana rapidamente. Saindo sem dizer nada para a velha senhora.
-Juliana você pode me explicar o que estava acontecendo aqui?
-Explicar o que? A senhora não viu? Esta precisando de óculos novos então.
-Mais respeito pra falar comigo mocinha. E minha visão esta perfeita. Quero saber o que essa GAROTA fazia aos beijos com você?
Fez questão de frisar bem a parte da garota.
-Ela é minha namorada.
-Tinha certeza que Helena não saberia como criar um filho. Deu no que deu né. Ainda bem que a Clara vai ser criada por mim. E não vai cair no caminho do pecado como você.
Meu Deus do céu. Foi o que Juliana pensou, não bastasse ter que morar com a avó a mulher ainda era uma daquelas religiosas que acham que tudo é pecado e que todos vão arder no fogo do inferno. Juliana achou melhor não responder. Para evitar mais aborrecimentos.
-Cadê a Clara?
-Esta em casa. Hospital não e lugar de criança.
-Me da o numero de lá. Quero falar com ela.
-Melhor não, amanhã você liga.
-Mas eu quero falar com ela. Ela não esta acostumada a ficar sozinha.
-Mas é bom ela ir se acostumando não é. Afinal você vai embora daqui alguns meses e ela vai ficar comigo.
-Do que você esta falando? Eu não vou a lugar algum sem ela.
-Chegou uma carta pra você. Você passou no vestibular pra medicina. Na melhor universidade do país.
-Eu não vou mais. Eu vou cuidar da Clara.
-Você vai sim. Ate por que você não e boa influencia para ela.
-E você é? Você não passa de uma mal amada que tentou comprar o amor do filho e nem isso consegui. Você não passa de uma mulher vazia.
A única coisa que Juliana ouviu como resposta foi um tapa estridente em seu rosto. Que fez sua face arder mais pela raiva que pela dor. A velha senhora deixou o quarto depois disso.
A noite passou tranquila depois desse episódio. No dia seguinte não recebeu visitas só uma ligação de Mariana falando que tentou, mas que as visitas estavam suspensas e não poderia vê-la ate que ela ganhasse alta. Juliana então esperou por uma ligação da irmã. Mas ela não veio.
Passou-se outro dia então e com ele veio à alta de Juliana, ninguém veio buscá-la nem a avó, muito menos a irmã. Apenas o motorista que a conduziu ate a casa da avó. Era em uma fazenda bem afastada da cidade. A velha senhora morava em um casaram enorme construção bem antiga estilo colonial a fazenda era bem antiga também existia desde a época do Brasil Império.
Juliana estava a andar de muletas e se desdobrava para subir as escadarias da entrada da casa. Quase veio ao chão quando a irmã viu que ela vinha vindo e correu ao seu encontro pulando no seu colo como sempre fazia.
Juliana teve que deixar as muletas de lado, para segurar a pequena. Sua avó observava a tudo de longe. Não queria mais se aproximar de Juliana. Não ate o momento certo.
O motorista ajudou Juliana pegando a pequena Clara no colo para que a mais velha pudesse entrar na casa. Juliana foi para seu quarto e lá permaneceu com Clara ate a hora do jantar onde todos tiveram que descer para a sala de jantar. Dona Vitoria a avó das meninas havia exigido que todas as refeições fossem feitas na mesa. Nada de comer nos quartos.
Durante o jantar ninguém falou nada. A não ser a pequena Clara que arrancava sorrisos de todos com suas brincadeiras de criança. Durante a noite Juliana ligou para Mariana, mas não conseguiu falar com ela.
E assim os dias foram passando e um mês depois Juliana voltou ao hospital para tirar o gesso da perna. Ela claro deu um perdido no motorista que a levou e foi à procura de Mariana a cidade era pequena e haviam poucos lugares para ir, logo seria fácil encontra-la. Mas quando ela o fez desejou que nunca tivesse acontecido.
Foi ate a pracinha que costumava ir com Mariana depois da aula e viu Mariana ali agarrada com outra menina aos beijos. Como ela pode? Como pode fazer isso comigo? Era o que Juliana não parava de pensar. Ela não iria ficar passiva a toda aquela traição e foi lá tomar satisfação da namorada.
-Mariana você pode me explicar o que esta acontecendo aqui?
-Juliana? E...
-Quem é essa Mari?
-E...
Mariana não conseguia falar nada tamanha a sua surpresa ao ver Juliana ali na sua frente. De fato não tinha como explicar o que estava acontecendo. Juliana tinha ido morar em uma fazenda lá onde Judas perdeu as botas e ela estava sozinha na cidade há quase um mês. Tinham se falado algumas vezes por telefone, mas nada alem disso. Ela se sentiu livre para seguir a sua vida. Não esperava que Juliana a visse ali daquela forma. Mas já tinha acontecido não tinha mais o que se fazer.
-E então Mariana me explica.
-Olha Ju não tem o que explicar é isso mesmo que você ta vendo. Aconteceu muita coisa e a gente não ia dar certo mesmo, é a vida que segue.
E a vida que segue. Era isso que Mariana tinha pra falar depois de tudo que viveram tudo que compartilharam. Juliana não acreditava no que ouvia. Isso era ainda pior do que ver sua amada nos braços de outra.
-Sendo assim não temos mais nada a tratar não é Mariana. Boa sorte e adeus.
Juliana voltou para o hospital e depois para a casa da avó. Onde foi informada que ela a aguardava no escritório. Ela se dirigiu ate lá e foi ver o que a velha senhora queria.
Entrou e notou que a avó a aguardava com uma carta nas mãos.
-O que a senhora quer comigo?
-Sente-se Juliana vamos conversar.
Juliana se sentou. E Vitoria lhe entregou a carta. Era a carta de aceitação na universidade.
-Juliana você tem que ir essa semana ou vai perder sua vaga.
-Eu não vou, já falei.
-Juliana olha a situação em que você se encontra e analisa os fatos. Você não passa de uma adolescente. Não tem emprego e nem casa própria que juiz e sã consciência lhe daria a guarda da Clara. Me diga? Olha, estou lhe oferecendo uma chance de estudar e ser alguém na vida. Eu pagarei por todos os seus estudos e permitirei que visite a Clara uma vez por mês e que ligue para ela sempre que quiser. Mas para isso você vai ter que ir estudar caso contrario posso fazer com que nunca mais se vejam.
Juliana não entendia o que de tão ruim poderia ter feito para perder assim tudo que amava na vida. Primeiro a morte dos pais, depois a decepção com a namorada e agora a avó lhe separaria de sua irmã a coisa mais preciosa que tinha na vida. Não tinha opção ou aceitava a proposta da avó ou em 6 meses seria separada da irmã para sempre.
-O que você ganha com isso me diz? Por que você me tortura dessa maneira?
-Entenda Juliana, tudo que faço é para o seu bem. Você tem ate sexta para decidir.
Juliana sabia que não tinha escolha e assim aproveitou todo o tempo que ainda tinha ao lado da irmã e antes de ir embora, na sexta entregou seu colar que sempre usara com o pingente de duas meninas de mãos dadas para a irmã e disse.
-Baixinha eu te amo. E lembre-se nem a morte pode nos separar, você vai estar no meu coração para sempre.
Juliana abraçou a irmã e não pode evitar chorou por tudo que aconteceu e que estava a acontecer. Chorou pela morte dos pais, chorou por seu termino com a namorada, chorou pela chantagem da avó, mas acima de tudo chorou por ter que se separar da irmã.
A pequena não entendia o porquê da irmã chorar tanto e tentou enxugar suas lagrimas.
-Chola não maninha Vovó falo que você volta logo e vou te espelar.
-Sim isso meso. Eu volto assim que puder. Ta bom?...
A cena comoveu a todos os empregados que tinham se afeiçoado muito a Juliana, mas a velha senhora de porte altivo parecia indiferente a tudo inclusive ao sofrimento da neta.
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O tempo foi passando e com ele Juliana se formou. Tinha visitado a irmã todos os meses e ligado todos os dias e 6 anos depois de sua partida Juliana estava de volta a casa da Avó Clara estava agora com 11 anos uma pré-adolescente mas a menina vinha enfrentando alguns problemas de saúde isso foi o que motivou Juliana a voltar para a casa da avó. Foram feitos vários exames, mas ninguém descobria o que a menina tinha foi então que Juliana a levou ate sua antiga universidade e depois de falar com alguns ex-professores que agora eram colegas de profissão conseguiu chegar a um diagnóstico. Era desesperador mais ao menos agora sabia o que a menina tinha.
Clara sofria de uma doença rara no coração que ainda não tinha cura apenas um tratamento experimental que começava a ser desenvolvido nos Estados Unidos. A doença estava em estagio inicial, mas ao longo dos anos acabaria tomando a vida de Clara caso ela não recebesse um transplante de coração.
O nome dela foi para a fila de espera, que é muito longa. Juliana não contou para a irmã a verdadeira dimensão de sua doença não queria que isso a impedisse de viver. Faria qualquer coisa para salvar a vida da irmã. E movida por este objetivo se mudou para os Estados Unidos onde entrou para a equipe de médicos que testava uma forma de cura para a doença. Ficou lá por 6 anos e conseguiu ótimos resultados mas que ainda demorariam um pouco para serem usados em pacientes humanos.
Mas antes que isso acontecesse teve que voltar para o Brasil recebera uma ligação da avó falando que a irmã tinha sido internada e estava em estado grave no Brasil.
Juliana voltou no primeiro voo que encontrou e foi direto ao encontro da irmã. Eram 6 anos sem se ver. Embora sempre se falassem por telefeno e internet ela sentia muita falta de sua pequena. Que agora já nem era tão pequena assim, estava com quase 18 anos Clara tinha se tornado uma mulher linda.
Assim que Juliana entrou no quarto não pode deixar de notar a presença de Mariana lá dentro, ela segurava a mão de Clara não pode deixar de lembrar quando era ela a estar internada e Marina segurou sua mão da mesma maneira, mas agora seu olhar estava diferente. Parecia mais desesperado e transmitia outra coisa uma coisa que nunca transmitiram para ela, agora eles transpareciam o amor que ela sentia. Juliana se aproximou de Clara que aos poucos abria os olhos.
-Ju é mesmo você?
-Sou eu sim, pequena.
Ela se aproximou da irmã. Nesse momento Mariana a encarou parecia surpresa, espantada até. Mas agora toda a atenção de Juliana deveria estar em Clara e estava. Conversaria com Mariana depois.
-Que bom que esta aqui.
-Nem a morte pode nos separar. Lembra?
-Sim. Você vai estar no meu coração para sempre.
As irmãs conversaram por muito tempo ainda. Mariana tinha deixado o quarto, mas elas nem perceberam só muito tempo depois Clara perguntou a irmã.
-Ju cadê a Mariana?
-Eu não sei, ela deve ter saído.
-Clara quem é Mariana? Digo o que ela faz aqui?
-Bom, tenho uma coisa pra te contar Ju. Mas não briga comigo já basta à vovó.
-Pode falar. Comigo pode falar de tudo.
-Ju eu gosto de meninas. E a Mariana e minha namorada, ela e enfermeira daqui e como eu sempre vinha fazer os exames que você sempre pedia. Eu a conheci aqui e a gente se apaixonou. Ela é tão diferente das outras, ela é tão madura, sabe eu amo ela de verdade. E ela também me ama. Ela vive falando isso.
Por essa Juliana não esperava a irmã lésbica não era grande surpresa afinal o bom gosto era de família. Mas saber que ela estava namorando com Mariana seu grande amor não correspondido foi realmente um choque.
-Que cara é essa? Não vai me dar sermão também né?
-Não, ate por que eu não posso falar nada de você.
-O que? Serio? Não posso acreditar.
-Por que não?
-Você não tem cara. Sei lá você é tão seria nunca pensaria algo assim de você.
-E desde quando lésbica tem cara Clarinha?
-Bom, não sei. Mas é bom ver que bom gosto e de família.
-Mas Clara, ela não é muito velha pra você?
-Amor não tem idade. E ela nem e velha assim e mais nova que você, ela não é nem 10 anos mais velha que eu.
-Amor não tem idade mesmo e se você esta feliz é isso que importa.
Juliana se despediu e foi falar com a equipe medica que cuidava de Clara. A reunião foi longa e todos concordavam que o estado de Clara era critico ela não sobreviveria nem mais uma semana sem um coração novo. Mesmo sendo a primeira da fila do transplante seria muito difícil ela conseguir sobreviver ate ter um coração disponível para transplante, pois ela tinha um tipo sanguíneo muito raro.
Juliana entrou em desespero. Afinal dedicou mais de 6 anos de sua vida a encontrar uma cura para a irmã. Mas demoraria no mínimo mais dois anos ate que e o novo tratamento fosse autorizado em humanos. Ela saiu daquela sala de reuniões com um sentimento de derrota gigantesco dentro de si. E ainda teve que encarar Mariana que a esperava do lado de fora.
-Podemos conversar?
Mariana pediu.
-Claro.
Foram para a lanchonete do hospital.
-Como a Clara esta?
-Ela vai ficar bem. Acho que você não me chamou aqui para discutir a saúde dela não é?
-Não, eu queria me explicar. Sei que você deve pensar horrores de mim. Mas com ela é diferente eu a amo de verdade. Eu não sou mais aquela adolescente imatura é inconsequente do passado. Eu só queria te pedir pra não ficar entre a gente.
Mariana não entendia, ela nunca entendeu. Juliana jamais se colocaria no caminho da felicidade da irmã. Tudo o que fez na vida ate agora absolutamente TUDO era motivado para ver a felicidade da irmã. E o que estava prestes a fazer não seria para tentar separar a irmã de seu amor e sim dar a ela a chance de viver este a mor a chance que ela mesma nunca teve.
-Pede ficar tranquila Mariana. Eu percebi desde o instante em que te vi olhando para ela. Que era diferente, pela primeira vez eu vi amor em seus olhos.
-Obrigada Juliana.
Mariana voltou para o quarto para ficar com Clara e Juliana foi ver a avó.
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Agora a velha senhora já não detinha mais o velho porte altivo e impetuoso de ser. Estava frágil não podia temer mais do que temia ficar sozinha novamente. Ela amava Clara de verdade e com todo o seu coração, não podia perder a neta.
-Juliana você pode salva-lá?
Perguntou já chorando. Cena que comoveu Juliana.
-Posso. E vou.
-Obrigada minha neta. Eu errei muito com você. Hoje percebo o mal que te fiz e te peço perdão por tudo.
-Não tem mais o que ser perdoando. Só peço que entregue essa carta para Clara depois da cirurgia quando ela acordar.
-Por que você mesma não entrega?
-Não posso irei viajar. Mas voltarei logo. Prometo.
Ela disse beijando a velha senhora e a abraçando. Foi o primeiro abraço que deram. Abraço de saudade, de arrependimento e acima de tudo de despedida.
Juliana foi se encontrar com Vanessa uma amiga da época de faculdade. Vanessa cursava enfermagem e se conheceram no grupo de teatro que visitava crianças em estado terminal. Tinham se tornado grandes amigas. E só Vanessa poderia ajudar Juliana nesse momento.
-Ju que saudades.
A amiga lhe cumprimentou.
-Também estava com saudades. Mas to precisando muito da sua ajuda.
Conversaram por muito tempo depois se despediram.
-Amanhã? Tem certeza? Depois que começarmos não terá mais volta Ju!
-Tenho certeza absoluta. E obrigada de novo por me entender e me ajudar. Sei que tem muito em jogo pra você também.
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No dia seguinte Juliana se encontrou com Vanessa bem cedo no hospital ela levava alguns papeis que entregou a Vanessa em seguida foi ao quarto de Clara ficaram conversando durante muito tempo. Antes de sair do quarto, Juliana deu um beijo no rosto de Clara e falou em seu olvido.
- Baixinha eu te amo. E lembre-se nem a morte pode nos separar, você vai estar no meu coração para sempre.
Depois disso abraçou a irmã. Clara achou que isso era só preocupação por que seu estado estava piorando. Ela não poderia estar mais enganada. Juliana foi ao encontro de Vanessa e pegou com ela algumas seringas Foi ate a sala de descanso dos médicos. Entrou facilmente, pois estava com seu jaleco e ninguém fez pergunta alguma. A sala estava vazia e ela pegou as seringas e ainda repetiu para si mesma as palavras que a pouco dissera para a irmã “Baixinha eu te amo. E lembre-se nem a morte pode nos separar, você vai estar no meu coração para sempre.”
Sabia que a irmã jamais a perdoaria. Mas não se importava ao menos ela teria a chance de viver. Injetou as seringas no braço e dormiu.
15 minutos depois exatamente na hora combinada Vanessa entrou na sala e encontrou Juliana caída no chão à enfermeira chamou o medico. Que diagnosticou a morte de Juliana. Ela tinha assinado uma declaração de ONR Ordem de Não-Ressuscitação (não poderia arriscar ter o coração danificado, ou seria tudo em vão) que estava com Vanessa a enfermeira estava aos prantos pela morte da amiga. Sempre a admirou muito. E aquele ato só fizera sua admiração e seu respeito pela amiga crescerem. Vanessa entregou a papelada ao medico e saiu da sala chorando.
Os papeis que entregou eram de Juliana aprovando o transplante de todos os seus órgãos. Duas horas depois Clara estava entrando na sala de cirurgia. Para receber um coração novo.
Dona vitoria não acreditou quando recebeu a ligação do hospital falando que a neta estava sendo operada se apreçou para chegar lá o mais rápido possível.
Juliana cumpriu o que prometera. Era o que a velha senhora pensava. Mas quando chegou ao hospital foi informada da morte de sua outra neta e entrou em desespero. Por que Juliana fez isso. Tirar a própria vida. Agora a neta estava destinada a passar a eternidade no inferno segundo suas crenças. Não Deus não seria tão injusto ao ponto de punir sua neta por dar a maior prova de amor de todas. Dar a própria vida para salvar a da Irmã. Não neste momento Juliana deveria estar no paraíso a olhar por todas elas. Foi o que concluiu a velha senhora.
Mas nem essa certeza fez sua dor é sua culpa diminuir. O remorso a consumia. Chorava com tamanho desespero que teve que ser sedada. Ao acordar Vitoria percebeu que estava em um quarto de hospital. Então era verdade, tudo aquilo tinha mesmo acontecido. A velha senhora chorou mais uma vez. Agora baixinho mais para ela mesma que para demonstrar que estava triste.
Percebeu a extensão de seus atos e tudo que eles lhe proporcionaram ao longo da vida. Lembrava-se das palavras da neta alguns anos atrás perfeitamente. “Você não passa de uma mal amada que tentou comprar o amor do filho e nem isso consegui. Você não passa de uma mulher vazia.” Ela era mesmo uma mulher vazia e mal amada mas que aprendeu com Clara o que era o amor de verdade. Tinha mudado muito e agora ate aceitava a orientação sexual da neta. Que ao contrario do que ela dizia tinha sido criada dentro de uma religião e mesmo assim se apaixonou por uma mulher.
Isso não era culpa da criação como ela tinha jogado na cara de Juliana anos atrás. Isso era coisa do coração e nele ninguém pode mandar.
O medico entrou e foi falar com a velha senhora.
-Como à senhora esta?
-Como o senhor acha? Acabei de perder uma neta.
-Mas ganhou outra de volta a vida o transplante da Clara foi um sucesso e ela já esta no pós-operatório.
-Você não entende. Não sabe o que estou sentindo nesse momento.
-Eu não sei, mas posso entender. A Juliana foi à pessoa mais incrível que já conheci na vida. E em breve o nome dela será lembrado para sempre. Logo nenhuma pessoa ira mais morrer pela doença que a Clara tinha, e isso graças a Juliana, pena que ela não vai estar aqui para ver, e que não deu tempo para o método revolucionário dela, ter salvo a vida da irmã. Mas você não pode ficar assim tem que reagir é isso que sua neta iria querer.
-Você esta certo doutor. Eu devo isso a Juliana.
O medico saiu e deixou a velha senhora sozinha. Ela pegou a carta que Juliana tinha deixado aos seus cuidados para que entregasse a Clara assim que ela acordasse e leu.
Chorou novamente ao ver tudo que a neta tinha escrito pra a irmã. Mas se recompôs. Recuperou o porte altivo, sua marca pessoal e foi ver Clara.
Só pode vela pelo vidro, mas em poucos dias poderiam conversar. A recuperação de Clara correu as mil maravilhas e em dois dias foi transferida para o quarto. A avó foi à primeira visita que recebeu.
-Cadê a Ju vó?
Foi à primeira coisa que quis saber. Ao ver a Avó se aproximar.
-Ela teve que viajar minha neta. Mas não se preocupa ela ta bem.
-Ta bom depois ligo pra ela. Nossa to tão feliz. Mas sei lá to meio estranha parece que sinto a Ju aqui. Esquisito né vó?
Vitoria achou melhor não contar sobre Juliana ate por que ela já tinha sido enterrada. E isso poderia fazer o quadro de Clara piorar. Os médicos a alertaram para que evitasse que a menina sentisse grandes emoções nesse período de adaptação ao novo coração.
Assim que Vitoria saiu do quarto, Mariana entrou. Elas se olharam na porta, Mariana era justamente o motivo pelo qual ela não entregara a carta a Clara. Achava que uma mulher volúvel como ela a seu ponto de vista não merecia a neta. Nenhuma das duas muito menos agora que tinha apenas uma.
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Assim que Clara recebeu alta Vitoria contou toda a verdade a ela. Bom quase toda a verdade omitiu a carta. E também acrescentou algumas coisas que Juliana nunca disse. Queria que a neta fosse feliz e acreditava que isso nunca seria possível ao lado de Mariana.
-Por que vó? Por que ela fez isso?
-Foi por amor filha. Essa é a maior prova de amor que alguém poderia dar.
-Eu não consigo aceitar. Eu nunca vou te perdoar Juliana. Nunca!!!
Clara gritava, chorava e se abraça a avó em frente ao túmulo de Juliana.
-E a Mariana Vó? Não acredito que ela fez tudo isso que esta me falando.
-Mas é a mais pura verdade filha. Vá você mesma e pergunte a ela. Pergunte se ela não namorou Juliana no passado. E se não foi ela quem partiu o coração da sua irmão fazendo ela ir morar longe de você todo esse tempo.
Claro Vitoria tinha inventado muita coisa para a neta, que fragilizada como estava acreditava em tudo. Mas iria falar com Mariana mesmo assim precisava ouvir dela.
A avó voltou para casa, mas Clara foi falar com Mariana. Assim que viu a amada na porta de sua casa Mariana correu para abraça-la, mas Clara estava diferente. Parecia com raiva, ódio foi tudo que Mariana pode ver nos olhos da amada.
Ao estender os braços para ganhar um abraço Mariana recebeu um tapa na cara. Com toda a força e ódio que Clara estava sentindo. Acabou caindo no chão com o lábio sangrando.
-Sínica. E isso que você é. Como pode se envolver comigo depois de tudo que fez com minha irmã? Tenho nojo de você. Nojo.
A mais nova interrogava a mais velha. Mariana ficou em choque, ela não conhecia essa face de Clara, agressiva e descontrolada. Não esperava ver seu passado todo jogado na sua cara daquela maneira. Queria se explicar. Mas Clara não dava brechas para tal.
-Eu nunca mais quero te ver, esta me escutando??? NUNCA MAIS!!!
Disse isso saindo da varanda da casa de Mariana e entrando no carro que a aguardava. Nem deu oportunidade para Mariana se explicar.
*****************************
Clara estava determinada a esquecer Mariana e sua avó a apoiou nessa decisão. Decidiu seguir os passos da irmã e cursar medicina. Deixou a cidade e foi estudar. Mas todos os seus esforços para esquecer Mariana se mostravam em vão. Quanto mais tentava esquecer, mais lembrava, mais sentia falta, mas a queria de volta.
Mas não poderia esquecer tudo que ela tinha feito a sua irmã. Não depois que Juliana fez de tudo e provou de todas as formas possíveis que a amava, se ao menos a irmã estivesse viva, poderia conversar com ela, pedir a sua benção. Mas como? A irmã estava morta, e os mortos não falam.
Seis anos depois de partir Clara voltou a sua cidade para o enterro da avó e agora estava definitivamente sozinha na vida. Não tinha mais ninguém. Após o enterro voltou para a velha casa. Ficou no seu velho quarto e chorou. Chorou muito por tudo que avia acontecido no seu passado, por tudo que acontecia agora em seu pressente.
Na manhã do dia seguinte foi acordada pela empregada da casa. Que disse que um homem a aguardava na sala. Clara se arrumou e desceu.
Pode reconhecer o velho senhor era o advogado da família que disse que Clara era a única herdeira e que a avó havia lhe deixado duas cartas. Ele entregou as cartas e se retirou oferecendo seus serviços para quando a jovem precisasse.
Clara pegou as cartas e leu na ordem que o advogado lhe mostrou. A primeira era da avó.
“Se você esta lendo isso é por que morri. Assim peço que me desculpe por ter te deixando sozinha. Eu errei muito, mas não aprendi em nada com meus erros e acabei atrapalhando a sua felicidade como eu fiz com a Juliana. Mas não há mais tempo para arrependimentos...”
Na carta ela contava tudo o que tinha feito para separa-la de Mariana e disse ainda que tinha deixado à carta de Juliana aos cuidados do advogado e que seria entregue a ela.
Clara acabou de ler a primeira carta chorando compulsivamente sabia que avó não aprovava seu relacionamento, mas não acreditava em tudo que ela fez para separa lá de Mariana e muito menos de tudo que ela fez para separa lá de Juliana. Assim que se acalmou mais, ela pegou a segunda carta e começou a ler.
“Oi baixinha.
Não fica com raiva de mim. Como eu te disse NEM A MORTE PODE NOS SEPARAR E VOCE ESTARÁ PARA SEMPRE NO MEU CORAÇÃO. Bom agora deixo esse coração aos seus cuidados. Espero que você saiba usa-lo melhor que eu. Aproveite muito a vida e seja muito feliz. Mais que eu sonhei em ser um dia. A Mariana é uma pessoa muito especial e fico feliz que você esteja ao lado dela. Ela te ama muito mais do que um dia eu imaginei que ela me amaria. Não deixe que o meu passado com ela interfira no futuro de vocês. Que pelo jeito que vocês se olham vai ser lindo. Não liga para o jeito da vovó não. Ela é assim mesmo e já fez muita coisa ruim, mas ela mudou e te ama de verdade.
Te AMO muito baixinha, adeus.
Juliana.”
Clara entendia agora tudo o que tinha acontecido e por que sua avó escondeu a carta da irmã por tanto tempo. Tinha errado muito com Mariana no passado, mas estava disposta a concertar todos os seus erros, mais tudo ao seu tempo. Não poderia invadir a vida de Mariana assim, como se nunca tivesse saído dela.
Clara voltou para a cidade e conseguiu um emprego no hospital. Abriu uma ONG no antigo casaram e atendia crianças que sofriam de doenças terminais. Colocou o nome da irmã na instituição de caridade achou que ela gostaria da homenagem e como tinha recebido tanto dinheiro na herança que nem em oito vidas conseguiria gastar tudo, resolveu que a ONG seria a melhor maneira de ocupar seu tempo vago.
Três meses já haviam se passado desde a volta de Clara e como não poderia deixar de ser. Trabalhando no mesmo hospital Clara e Mariana acabaram se encontrado novamente.
-Clara?
Mariana mal conseguia falar tamanha a surpresa de ver a amada a sua frente após tantos anos. Clara agora estava com 24 anos tinha deixado os traços de adolescente para traz e agora era uma mulher. Em todos os sentidos da palavra.
-Oi Mariana. Como você esta? Saudades de você.
Saíram do hospital e foram para um barzinho onde conversaram mais a vontade. Clara contou tudo que tinha acontecido no passado e de como foi manipulada pela avó. Mariana escutava a tudo atenciosamente. No final da conversa Mariana perguntou a Clara.
-E agora?
-E agora o que?
-E agora você quer casar comigo?
-Serio?
-Isso é um sim ou um não?
-Claro que é um sim boba.
Clara disse dando um beijo em Mariana. Que a afastou logo em seguida.
-Clara estamos em um local publico.
-Eles que morram de inveja da nossa felicidade.
Disse voltando a beijar a amada. Era muita alegria pra ser contida por causa de convenções sociais ultrapassadas. Felicidade essa foi à palavra recorrente na vida dessas duas mulheres. Casaram-se e pouco tempo depois estavam planejando ter filhos. Foi quando Clara recebeu a visita inesperada de Vanessa.
-Olá Clara.
-Desculpa, mas eu não te conheço. Quem é você?
-Sou uma amiga da sua irmã.
-A claro pode entrar.
As duas conversaram muito tempo e Vanessa contou a Clara varias historias engraçadas sobre seu tempo de faculdade com Juliana.
-Mas Vanessa por que você veio?
-E que soube que você quer ter filhos é verdade?
-Sim, mas o que isso tem haver com você?
-Comigo nada, mas com a Juliana tudo.
-Não estou entendendo.
Vanessa explicou a Clara que Juliana tinha congelado alguns óvulos. E que a amiga tinha lhe confessado que um dia iria querer ter filhos. Mas Juliana não teve oportunidade para tal. Clara entendeu o que Vanessa estava a propor.
-Obrigada Vanessa e volte sempre que quiser.
-Por nada Clara. Voltarei sim.
Clara conversou com Mariana que adorou a ideia. E um ano depois estavam as duas na maternidade Mariana tinha acabado de dar a luz a duas lindas meninas e Clara as segurava. Não tiveram duvidas na escolha dos nomes Juliana e Vitoria.
E assim seguiram suas vidas. Clara finalmente perdoou a irmã e estava a seguir seus conselhos aproveitava ao Maximo tudo da vida e era muito feliz com sua família, sentia agora que nunca ficaria sozinha novamente. Agradecia muito por ter tido uma irmã tão maravilhosa e que deu a ela a maior prova de amor de todas. E agora lhe dava também duas filhas lindas. Elas eram um pedacinho de Juliana que agora ela poderia cuidar e amar incondicionalmente.
Fim do capítulo
Eu avisei que era triste então não me culpem...
kkkkkkk
Bom Descupem os erros de gramatica ela nunca foi meu forte.
Espero que tenham gostado.
Não esqueçam de comentar se tiverem tempo.
Grande Bjo moças e ate a proxima.
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line7
Em: 14/06/2016
Nossa vc conseguiu quebrar a pose de durona aqui (assim vc que quebrar a minha reputação de durona e da bem que ninguém está vendo.. rrsss. ) mas não se emocionar é qualse impossível..rsss.. e plena madrugada eu do de cara com um conto SENSACIONAL, maravilhoso, vc é uma obra prima de talento puro😍😍 e ao ler não contiver as lágrimas que quiseram me escapar..rsss.. parabéns, admiração total a vc minha linda autora, vc conseguiu transmitir algo, uma palavra para descrever " inefável " sim essa é a palavra certa😊 ném sei se vai ler mais esse conto vai está guardado na memória😙
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rhina
Em: 08/06/2016
Oi querida.
Quando falo da atitude de Juliana não é no sentido negativo pelo contrário. Me marca a maneira que ela fez tudo. É um positivo.
Ela só fez qualquer ser humano teria talvez buscado outro caminho. Teria se lamentado por não mais viver. Não mais amar.
Não mais ver as pessoas amadas.
E neste sentido que fica.
O amor dela pela irmã i é incondicional.
Beijos.
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rhina
Em: 05/06/2016
Oi Laura.
Bom dia.
"Sóbria e realista "
Me pego pensando o que na história me marcou tanto :tudo.
Mas tem algo que fica martelando minha cabeça.
A saúde da Clara chega ao limite. Já não há mais tempo. Não existe caminhos.
A atitude.... Sim. A atitude de Juliana.
Ela não para. Não pensa. Não vacila. Não reflete. Não questiona.
Sua existência não importa. Não se despede.
Ela unicamente tira a jaqueta, deposita sobre o sofá... E executa seu último ato....
E a vida continua.
Beijos.
Resposta do autor:
Olá rhina
Mas em que momento a Juliana se colocou em 1° lugar?... Ela nunca quis se afastar da Clara, mas ficou com medo de a perder. quando teve finalmente a chance de permanecer ao lado da irmã e cuidar dela, partiu para buscar um meio de salva-la. Novamente volto aquele sentimento materno e fraternal... Como poderia ela que dedicou a vida da cuidar da irmã ainda que a distacia deixar que ela morrece sem fazer nada?.... Juliana não tinha duvidas. Sabia que se realizaria pela irmã. Relamente triste, e nesse mundo cada vez mais egoista quem seria capaz de dar uma prova de amor assim...
E tudo muito triste realmente
bjo moça
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rhina
Em: 03/06/2016
Oi Laura.
Como está?
Faz alguns dias que li. Mas vire e mexe ela me vem a cabeça.
Não esqueço.
Beijos linda.
Bom fim de semana.
Resposta do autor em 05/06/2016:
Olá rhina
Bom é uma estoria bem profunda mesmo.
Eu mesmo as vezes me pego pensando nela e todas as vezes me emociono.
Sobria e realista... Como eu sempre digo.
kkkkkkkkkkkk
Bjos fica bem...
Vou postar uma mais feliz :) Pra te animar
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Mille
Em: 31/05/2016
Como da primeira vez que li chorei horrores, acho linda essa estória tudo poderia ser diferente se Vitória tivesse dado a carta a Clara. Ju tentou de todas as formas na ciência salvar a irmã, infelizmente deu um presente para a irmã viver o amor.
Tem outra história sua que adorei ler que tinha a Elsa e Merida.
Bjus e sucesso
Agora deixe enxugar aa lágrimas
Resposta do autor em 05/06/2016:
Olá Mille
Tambem sempre me emociono...
Vc deve estar falando de (Do inverno a Primavera) bom irei postar apenas quando a 2° temporada estiver mais adiantada.
Bjos ate a proxima :)
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lis
Em: 31/05/2016
Olá Laura, tudo bem? Vc tem razão triste mesmo e emocionante mais lindo, que Amor heina da Juliana deu a propria vida pela irmã, parabéns.
Resposta do autor em 02/06/2016:
Olá Lis
Tudo bem sim. :)
As vezes decisões estremas precisam ser tomadas né...
Obrigada Linda :]
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rhina
Em: 30/05/2016
Oi Laura.
Triste mesmo.
Mas uma linda história.
Um amor incondicional. Ela viveu e morreu pela irmã. Será que que ainda existe?
Um amor que deu a vida e o amor da sua vida para a irmã.
Mas dá para ser completamente feliz sabendo que sua total felicidade é a prova real da perda completa de sua irmã. Da para superar e seguir em frente?
Como gostaria que tivesse outra opção.
Adorei linda.
Parabéns.
Até.
Resposta do autor em 02/06/2016:
Oi rhina
Muito triste...
Eu acredito que ainda exista. Temos que ver que o sentimento ali era tb materno pois a Ju ajudou a Criar a irmã.
Que mãe não daria a vida pelo filho?... Tirando raras exeções todas dariam né...
Acredito que a melhor maneira de seguir em frente é fazendo a vontade da irmã e sendo feliz.
Obrigada e ate a proxima moça :]
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