Capítulo 24
Sinto passos lentos se aproximarem de mim por trás, enquanto estava ali sentada sozinha no meu esconderijo secreto, o lugar que tantas vezes me acolheu nas minhas angustias infantis e que agora servia de refúgio da dor que senti. Nas minhas mãos uma garrafa de vodca me fazia companhia, enquanto grossas lágrimas desciam sob meu rosto avermelhado.
Era Victória, saberia reconhecer aquele cheiro a milhas, não me atrevi olha-la, estava me sentindo tão envergonhada em sua presença, como se não bastasse tudo que ela havia visto em seu escritório, agora ela estava ciente de com quem realmente estava envolvida.
Esperei que ela dissesse algo, alguma critica, um sermão sobre moral, ética, um comentário vil, esperava até mesmo uma demissão.
Mas ela nada disse.
Apenas sentou-se ao meu lado, na outra extremidade do banco, mantinha-se silenciosa, discreta e distante, me atrevi a olhar de soslaio e vislumbrei seu perfil altivo olhando para frente, na mesma direção que eu antes olhava. Não precisei o tempo em que ficamos ali, sem nada dizer. Eu me calava por embaraço, ela eu não saberia dizer.
--A senhora deve estar me achando tão suja depois do que presenciou--falei em voz baixa, mas seu semblante permanecia imóvel --eu mesma tenho me sentido assim por um tempo, acredite. Já não bastava o embaraço de ter agido de forma tão indecorosa no escritório, ainda por cima descobre que eu vivo em um caso tão condenável.
Permaneceu calada, apenas ouvia o barulho da brisa e de longe a melodia que era tocada. Ela se moveu apenas para retirar da bolsa um maço de cigarros e colocar na boca bem desenhada, para logo em seguida acende-lo. Aproveitei para tomar um grande gole do liquido, sentindo minha garganta arder, mas me encorajando a seguir.
--Sei que não estou em condições de pedir nada, você já me salvou uma vez, mas se fosse possível gostaria que se mantivesse discreta sobre isso, não suportaria que minha mãe soubesse de algo tão vergonhoso assim, acontecendo sobre o seu teto.
Ela apenas balançou a cabeça afirmativamente enquanto soltava entre os lábios uma fumaça que cheirava a menta.
--Eu estou me sentindo tão tola, inconsequente, tão desprezível. Uma verdadeira depravada por minhas atitudes nos últimos meses que eu não posso sequer convence-la de que não sou uma pessoa má como você deve está pensando agora.
--Não penso isso. --só então ouvi sua voz, e a olhei com desconfiança sem acreditar realmente o no que ela diz.
Seus olhos frios então se focaram em mim pela primeira vez enquanto ela continuou.
--Bom, tola e inconsequente sim, talvez um pouco imatura e tola, no entanto discordo do resto.
--Como pode discordar? Eu sou tão repugnante.
--Eu sei ler as pessoas, Alice. Alguns chamam de aptidões, habilidades, até mesmo dom. O fato é que dificilmente me engano --fez uma pausa para tragar--Isso me ajudou sempre, e aperfeiçoo a cada dia usando isso em meus trabalho. O fato é que não preciso olha-la mais de uma vez para saber que você não tem tanta culpa como pensa. Acredite.
--Como assim? --cerrei os olhos a encarando cheia de incerteza.
--Que não é do seu feitio agir assim, que tentou resistir bravamente as investidas, que sabe quão condenáveis suas atitudes eram, e o quão errado moralmente é se envolver com alguém comprometida, mas que isso tudo passou a não fazer tanto sentindo quando se envolveu emocionalmente mais do que deveria, deixando suas convicções de lado e resolvendo optar pelo que seu coração ditou, achando que viveria um conto de fadas, mas agora está aí se despedançando por constatar uma coisa que já sabia ao muito tempo mas se recusava a admitir: Ela nunca foi sua.
Meu queixo quase caiu no chão, ela descreveu em algumas frases o que vivi em meses inteiros, e falou com tanta propriedade sobre minha realidade que nem eu mesmo poderia. Senti lagrimas caírem enquanto amparava as mãos em meu rosto em desespero. Devo ter permanecido longos minutos assim.
--Está doendo tanto. Tanto. --falei com a voz embargada pelo choro, retirando as mãos dos olhos para recuperar um pouco de ar.
--Tome --ela estendeu um lenço branco que acabará de tirar da bolsa.
Era mais um incentivo que eu precisava para me desmanchar de lágrimas mais uma vez. Dessa vez so parei quando senti falta de ar.
--Estraguei seu lenço--falei entre soluços olhando o pedaço de pano encharcado de lágrimas.
--Tenho outro aqui. Chore a vontade. --Disse me estendendo outro.
--Tecnicamente você deveria dizer para que eu não chorasse.
--Por quê? --questionou impassível.
--É o que as pessoas costumam dizer quando alguém chora perto delas. Meio que um sentimento de pena, entende?
--Eu não tenho pena de você e acredito que dores devem ser sentidas. Além do mais dizer ''não chore'' só aumenta a vontade de chorar.
--Psicologia reversa?
--Talvez.
--Você já sofreu por amor? --perguntei enquanto enxugava os cantos dos olhos, dessa vez com lágrimas mais contida.
--Oh sim, tenho até uma história parecida com a sua.
--Sério? --nem disfarcei o tom de surpresa em minha voz, virando meu corpo todo em sua direção, me sentando sobre minha perna para olha-la melhor.
--Sério. Quando tinha a sua idade tambem me apaixonei por uma mulher mais velha, casada, com dois filhos. Ela também era uma parente distante, tivemos um caso tórrido de amor, e até planejamos fugir para um lugar distante onde pudéssemos viver nossa paixão proibida, no entanto no dia da viajem ela não apareceu, me deixou para ficar com o marido e formar a família em que tanto sonhou, me deixando sozinha no aeroporto frio a sua espera.
--Meu Deus! Eu sinto muito, de verdade. Tenho certeza que a senhora não merecia isso.--falei com um pesar imensurável na voz enquanto toquei levemente sua mão como uma forma de lhe trespassar um pouco de alento.
--É mentira. Acabei de criar essa historinha, uma forma para que você não se sentisse tão mal. --falou com os lábios pouco arqueados no que deveria ser um sorriso, enquanto seu olhar travesso me olhava.
--Não acredito nisso! --falei dessa vez sem me conter e dando um risinho triste--Já estava ficando com dó da senhora.
--Para ser sincera, há algumas verdades nisso, mas a parte do aeroporto só foi para dar uma atmosfera poética na história. Mas olhe pelo lado bom, você parou de chorar por alguns minutos.
Eu sorri ainda mais.
--Caso pense em mudar de carreira, ser uma romancista não seria má ideia.
Ouvi um som que deveria ser de uma risada nasal. Ela nunca sorria, não abertamente, nunca tinha visto seus dentes, mas apesar disso era interessante constatar que ela tinha um bom senso de humor, embora não sorrisse.
--Já está tarde, devo ir. Você ficará em segurança? --falou olhando o relógio delicado sobre o pulso e depois me fitando.
--Não.
--Não? --questionou.
--Eu nem sei com que cara vou entrar em casa hoje, estou me sentindo horrível.
Ela me olhou de soslaio.
--Quem mais sabe disso?
--Além de você? Ninguém.
Ela jogou o cigarro fora e pisou com a ponta do salto.
--A senhora já fez muito, eu sei que estou pedindo demais. Mas você poderia me levar com você, apenas hoje? --olhei quase implorando-a.
--Você sabe que eu não posso fazer isso.
--Ok. Mesmo assim, obrigada por ter me feito companhia. Boa noite. --falei tristemente apoiando o queixo sobre a mão.
Ela levantou-se parecendo relutante e pensativa. E só então reparei no quão linda ela estava, o vestido preto longo com uma fenda sobre a perna ornava perfeitamente com seus olhos escuros e brilhantes.
--Boa noite.
Saiu pelo jardin com passos silenciosos, enquanto eu amargava a idéia de ter que voltar para casa. Eu deveria ser muito idiota, achar que Victória me levaria para sua casa, eu sequer deveria ter cogitado essa possibilidade absurda. Só me restava acabar com aquele resto de bebida e inutilmente achar que isso solucionava meus problemas.
Ouvi passos de volta próximos a mim e uma voz impaciente soou.
--Que droga, garota. Vamos logo antes que eu mude de ideia.
Dei um risinho sem graça e me levantei o mais rápido que pude, ela havia voltado e iria me levar para a casa dela, qualquer lugar era melhor que minha casa nesse momento, agradeci aos céus por isso.
Caminhava ao seu lado ainda carregando minha garrafinha, a guiei pelo caminho mais vazio pelos fundos, naquele percurso haviam pouquíssimos convidados, ela fez um sinal com a mão e logo quatro brutamontes que pareciam ser seguranças dela nos alcançaram. Estávamos quase no portão de saída quando ouvi alguém chama-la.
--Victória. --
uma voz baixa e trêmula me vez virar o rosto, era uma mulher linda, parecia ser jovem, um pouco mais velha que eu, tinha cabelos loiros e ondulados e um olhar tão triste quanto o que eu carregava. Senti Victória retesar o corpo e ir em direção a ela.
Elas conversaram um pouco afastadas, deixando minha educação de lado tentei ouvir a conversa sem sucesso, mas a cena era intrigante, o semblante da menina era de suplicio como se houvesse um pedido velado em seu olhar, e a forma com que ela a olhava parecia uma espécie de veneração, vez ou outra ela também olhava para mim analiticamente, parecia incomodada com minha presença. Ela carregava no pescoço uma gargantilha de ouro com pedras cravejadas, parecia apertado mas ainda assim lindo.
Já Victoria se mantinha impassível apenas sibilando uma ou outra palavra, sem gesticular. Logo encerrou a conversa de maneira brusca se retirando e vindo em minha direção.
--Vamos.
Apenas disse e eu acompanhei junto com os seguranças, o trajeto foi feito em silencio, até que chegamos ao seu carro preto, um dos mais modernos que já vi, enquanto outros dois carros maiores eram estacionado atras.
--Entre.
Abri a porta do carona e entrei no carro, se por fora era impactante por dentro aquilo parecia mais uma nave espacial, era imponente como tudo daquela mulher.
--Você ainda está bebendo isso, criatura? --olhou de forma reprovadora para minha garrafa enquanto dava partida no carro.
--Desculpe. --falei guardando a bebida.
Pela primeira vez estava me sentindo desconfortável com ela, que parecia de repente ter ficado mais ranzinza, sabe-se lá o porque, mas tenho a impressão que foi por causa daquela garota. Via das dúvidas fiquei em silencio, para não irrita-la, afinal ela já estava fazendo muito por mim.
O som do carro começou a soar automaticamente, numa musica que eu conhecia bem, mas me recusava a acreditar que realmente estava tocando naquele carro. Franzi o cenho tentando reconhecer e logo então não consegui segurar o riso.
Victória me olhou como se eu fosse retardada.
--O que foi agora? A bebida fez feito?
--Quem imaginaria que a senhora ouvia Demi Lovato. Eu nunca.
Ela olhou muito séria.
--Eu sou fã. Algum problema?
--Sério? -perguntei surpresa.
--Obvio que não. --revirou os olhos. --Mas isso me faz lembrar de não deixar minha filha escolher a playlist.
Ela esboçou algo que parecia ser um sorriso. E eu acompanhei.
Bom, não sabia que ela tinha filha, e deduzi que ela a amava muito, por ter sorrido quando mencionou ela, algo que raríssimas vezes acontecia. Mas era bom descobrir alguma coisa sobre Victória.
--Ela deve ter muito orgulho de você. --falei mais para mim, porém alto suficiente para que ela ouvisse.
--Por quê?
--Por quê o que? --falei já embolando a língua pelo efeito da bebida.
--Por quê acha que ela tem orgulho de mim?
--Bom, ela tem como mãe uma das melhores, senão a melhor advogada desse país.
Ela pareceu pensar no que havia dito, mas mantinha-se concentrada na estrada. Pelo retrovisor observava o carro nos seguindo, enquanto a frente o outro nos guiava.
--É sempre assim? --disse apontando para os carros em que estavam os seguranças.
--A maioria das vezes.
--Então é verdade o que dizem no escritório?
--Depende. O que dizem?
Relutei em falar, sentindo um nó na garganta.
--Que você sofre ameaças.
--Sim.
Fiquei triste por um momento, mas do que eu já estava, deveria ser horrivel ter que viver cercada de seguranças por temer que algo aconteça. No escritório não se falava de outra coisa a não ser as ameaças sofridas com regularidade.
--E você não sente medo?
--A gente se acostumada com o tempo.
Quem no mundo se acostuma com a ideia de morrer a qualquer momento? Pensei em perguntar, mas desisti.
--Mas você faz ideia de quem seja, para denunciar, comunicar a policia quem sabe...
--Se ela não estivesse envolvida nisso ajudaria sim. Mas caso algo aconteça, há dossiês preparados. Nem morta darei descanso.
Ela deu uma risadinha irônica.
E como se fosse possível me senti pior ainda, como se uma melancolia me invadisse.
--O que foi?
Ela perguntou me olhando enquanto parávamos no sinal, enquanto eu olhava pela janela.
--O que foi o que?
--Está com essa cara de enterro.
--Eu só não quero que você morra. --falei apreensiva olhando em seus olhos.
Ela me olhou séria.
--Eu não vou morrer, não por esse motivo. Confie em mim.
--Confiar, não sei quando vou poder fazer isso novamente.
A musica mudou de faixa e dessa vez tocava musicas antigas, quando soou a voz rouca de Bonnie Tyler.
--Essa denota bem meus estado de espírito. --falei dando uma risada.
It's a heartache/É uma mágoa
Nothing but a heartache/Nada mais que uma mágoa
Hits you when it's too late/Te pega quanto é tarde demais
Hits you when you're down/Te pega quando você está triste
Cantei desafinadamente, extravasando toda minha emoção e deixando algumas lágrimas solitárias caírem e Victória parecia se divertir muito com aquilo.
--Você tem a voz razoável...
--Ah ta --falei em descrença, falei enxugando meus olhos.
--Estou falando sério. Uma pouco desafinada, mas sua voz é boa.
--Ok.
--Ligue para sua mãe. Ela deve estar preocupada.
Falou assim que entramos no condomínio luxuoso. E eu peguei o celular para mandar uma mensagem rápida dizendo que dormiria na casa de Patrícia. Uma mentira básica que sempre funcionava.
Caminhávamos até o hall de entrada depois de passar pela recepção, eu me concentrava ao máximo nos meus passos, pois sentia minhas pernas cambalearem. Deveria ter pego mais leve com a bebida.
Entramos no elevador e dessa vez os seguranças não nos acompanharam, Victoria desejou boa noite a eles, que logo se retiraram deixando-me a sós com ela.
Ouvi um som de celular no ambiente, era o dela. Atendeu enquanto a porta do elevador abriu e a segui até a porta do seu apartamento, ela ainda parecia entretida a ouvir o que a outra pessoa dizia enquanto se mantinha monossilábica.
Entramos no seu apartamento, era magnifico por assim dizer, uma decoração clássica, na sala várias janelas de vidro dando a vista perfeita da cidade, enquanto alguns instrumentos ficavam no centro. Ela parecia gostar muito de música. Fiquei meio deslocada quando ela interrompeu a conversa colocando a mão sobre o fone do celular.
--No corredor a direita. Tome banho, há toalha e escova no banheiro. Levo um pijama daqui a pouco para você.
--Ok.
Meio sem jeito andei pelo corredor, havia três portas do lado direito, tentei entrar pela primeira mas estava trancada, fui na segunda porta e consegui abrir. Era um quarto amplo, com uma cama de casal enorme no centro com cobertores cor de vinho, também havia grandes portas de vidro que davam direto a uma varanda. Havia também uma mesa e uma cadeira de escritório muito modernas no canto. Caminhei em direção a cama para tirar meus saltos e minha roupa. Fui em direção ao banheiro mas acabei espetando meu pé em algo sob o tapete felpudo.
Olhei o objeto, era uma gargantilha, muito parecida com a que a menina da festa usava, só que este era preto, cravejado com pedras vermelhas. O deixei em cima do criado mudo e fui em direção ao banheiro. Tomei um banho rápido e me enxuguei. Abri a porta lentamente colocando a cabeça para fora de modo a verificar se estava só, não queria correr o risco de que Victória me visse só de toalha.
Ela não estava, mas havia um pijama rosa em cima da cama, havia desenho de ursinhos nele. Um tanto infantil, fui ao banheiro vesti-lo.
Deitei na cama, era tão aconchegante, os lençois de linho pareciam fazer cócegas na minha pele, coloquei a cabeça no travesseiro e analisei o fracasso que havia sido a minha noite, do papel de palhaça que havia feito, me sentia tão ridícula. Era inevitável pensar em Letícia.
O que ela estaria fazendo agora?
Deveria estar nos braços do meu tio, comemorando o noivado. Senti meus olhos arderem, havia chorado nessa noite o que não chorei o ano inteiro.
Ouvi o barulho da porta abrindo e olhei Victória entrar com uma xícara fumegante nas mãos. Aproximou-se de mim ainda de pé.
--Noite difícil, não?
--Você não faz ideia...
--Quer comer algo? Tem suco, biscoito, bolo...
--Não obrigada. Se comesse algo provavelmente colocaria para fora logo em seguida.
--Está enjoada?
--Estou destruída.
--Não diga isso. --ela falou ternamente se sentando na cama ao meu lado.
--É assim que eu me sinto. É uma dor tão sufocante que eu fico sem ar sabe? Chega a ser dor física, é pior que quebrar o braço ou prender o dedo na porta. Não sei como explicar, só dói. E muito. Nunca tinha sentido algo parecido antes.
--Sim eu sei. --aconchegando minha cabeça no travesseiro em seu colo.
--Eu queria sumir. Desaparecer. Nunca mais voltar para casa.
--Não seja tola, você não é a única pessoa do mundo que sofre por amor. E seja lá o problema que você tiver, a vida não vai parar para que você conserte.
--Como eu faço para passar logo. Tem cura?
Perguntei esperançosa a olhando.
--Ah sim, uma remédio lento e doloroso chamado tempo.
Tentei absorver suas palavras enquanto seus dedos macios acariciavam meu cabelo em um carinho discreto, minhas palpebras começaram a pesar anunciando um sono.
--O tempo?
--O amor faz passar o tempo; o tempo faz passar o amor. Agora durma, pedhi mou.
Eu estava com tanto sono que minha curiosidade de saber o significado daquelas ultimas palavras se abrandou. Meus olhos iam fechando gradualmente, dentro de mim havia uma sensação latente que a muito não sentia.
Era nos braços de Victória que eu me sentia segura.
***
Mal de Amor
Toda pena de amor, por mais que doa,
no próprio amor encontra recompensa.
As lágrimas que causa a indiferença,
seca-as depressa uma palavra boa.
A mão que fere, o ferro que agrilhoa,
obstáculos não são que amor não vença.
Amor transforma em luz a treva densa.
Por um sorriso amor tudo perdoa.
Ai de quem muito amar não sendo amado,
e depois de sofrer tanta amargura,
pela mão que o feriu não for curado.
Noutra parte há de em vão buscar ventura.
Fica-lhe o coração despedaçado,
que o mal de amor só nesse amor tem cura.
Anna Amélia Queiroz Carneiro de Mendonça - Mal de Amor
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Ana_Clara
Em: 02/11/2015
E uma grande amizade começa entre Victória e Alice. As duas sofrendo por amor? Com certeza aconteceu um mal-entendido entre a Lê e a Al. Elas precisam conversar para que o relacionamento entre elas entre nos eixos. A Alice ainda é muito nova, ela deve ser mais paciente. A Letícia pediu para ela confiar nela, que ela ia resolver tudo. Eu confio nisso!
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]