Sofia saiu da casa das amigas naquela tarde determinada a ligar. Chegou  em seu apartamento, pegou o bilhete e leu mais uma vez, respirou fundo, tomou mais coragem e ligou.

-Chaveiro’s Mendes, boa tarde em que posso ser útil?

Um homem falou do outro lado da linha, desanimando completamente Sofia, mas como já tinha ligado procuraria saber noticias de Mariane e assim o fez.

-Boa tarde, gostaria de saber a que horas a Mariane vai estar trabalhando?

-Você e cliente dela?

-Sou sim.

-Bom, a Mariane não trabalha todos os dias e como hoje e sábado ela esta de folga, só segunda-feira.

-Ok. Obrigada.

Sofia falou arrasada por dentro ao saber que Mariane só trabalharia na segunda-feira, na certa só queria receber pelo serviço que fez, e ela ali fazendo papel de idiota imaginando coisas. Na segunda mandaria alguém do escritório ir pagar a moça, não teria coragem de encara-la pessoalmente. O final de semana passou arrastado. E na segunda-feira assim que entrou em seu escritório a primeira coisa que Sofia viu foi sua chave em cima da mesa, sorriu ao lembrar de tudo que seu esquecimento ocasionou.

Chamou a secretaria e pediu para que o Moto Boy da empresa fosse ate a chaveiraria pagar os serviços prestados a ela. Naquele dia não ligou as redes sociais não queria contar as amigas como tinha sido decepcionante seu final de semana, muito menos que não tinha tido coragem de encarar Mariane mais uma vez, como sempre estava desistindo mais uma vez por medo de encarar os fatos de frente. Sempre foi assim em sua vida, uma executiva ousada e determinada na vida profissional, mas uma mulher insegura e cheia de dramas na vida privada. Esse era um dos principais motivos pela qual ainda permanecia solteira.

O dia no escritório foi muito agitado, cheio de problemas a resolver, quase não teve tempo para almoçar, por isso ao sair no fim da tarde decidiu passar em uma delicatessen e comprar um vinho, estava a fim de relaxar ao chegar em casa.

Assim que saiu do elevador, tomou o maior susto ao se deparar com aquela morena linda a sua frente, escorada na porta de seu apartamento.

-Você não me ligou.

Disse Mariane dando um sorriso, que desmontava Sofia por inteira, caminhando sua direção e tomando Sofia em seus braços em um delicioso abraço e confessando quase que em um sussurro.

-Esperei você me ligar o fim de semana inteiro.

Sofia ficou totalmente sem reação, aquilo a pegou totalmente de surpresa jamais poderia imaginar que Mariane estava esperando que ligasse, mas aquela confissão fez um sorriso enorme e sincero se instalar no rosto de Sofia.

-Bom, entra vamos conversar.

Sofia disse abrindo a porta e dando passagem para Mariane.

-Eu liguei sim, mas me disseram que você não trabalha no fim de semana.

-E quem te disse que o assunto que temos a tratar e sobre trabalho?

-A não é? E sobre o que então?

Sofia a interrogou com um sorriso safado no rosto.

 -Sofia, já não somos mais crianças. Tenho que te confessar que suas palavras me tocaram profundamente, desde o nosso ultimo encontro não penso em outra coisa.

Olharam-se intensamente, ate que um silencio constrangedor invadiu a sala. Sofia então tomou a iniciativa para quebra-lo.

-Mariane eu ia tomar um vinho você me acompanha?

Perguntou mostrando a garrafa.

-Claro.

Mariane disse olhando Sofia intensamente, um olhar tão penetrante que fez com que Sofia se atrapalhasse toda e derrubasse a garrafa no chão se espedaçando.

-Meu deus como sou atrapalhada.

Disse se abaixando para limpar a bagunça que fizera. Mariane no impulso também se abaixou para ajuda-la, mas quando suas mãos se tocaram uma corrente elétrica percorreu o corpo de ambas fazendo Sofia em um gesto impulsivo retirar sua mão do contato, mas ao fazê-lo acabou batendo a mão e um caco de vidro e cortando o dedo.

-Merda...

Esbravejou, Mariana sorria com o jeito atrapalhado de Sofia, e tomada por um impulso tomou sua mão e observou o pequeno corte onde havia uma gota de sangue levou o dedo a boca e o ch*pou de forma sensual. Sofia engoliu seco, com o gesto inesperado de Mariane, mas o fato é que estava adorando tudo aquilo. Fechou os olhos por um momento e ao abrir Mariane a encarava, o desejo era notável nos olhos de ambas, e seus lábios eram atraídos como imãs. Logo o beijo foi inevitável, a principio ávido havia uma necessidade latente de uma sentir a outra, saber que aquele momento era real e aos poucos o beijo foi ficando calmo, como se quisessem mapear a boca da outra com suas línguas.

Ficaram ali um longo tempo ate que Sofia fez o convite.

-Vem vamos subir.

Se levantou e estendeu as mãos para que Mariane fizesse o mesmo. O caminho da sala ate o quarto foi sendo marcado por peças de roupas que iam sendo retiradas pelo curto trajeto. Assim que entraram no quarto estavam as duas completamente nuas Sofia jogou Mariane na cama e começaram a se beijar novamente, mas agora as mãos de ambas pareciam querer desvendar todos os segredos do corpo que estava a sua frente, Mariane inverteu a posição ficando por cima de Sofia, que apenas se deixou ser dominada pela mulher que despertara nela sentimentos que ninguém nunca haverá despertado.

Mariane saboreou cada parte do corpo de Sofia sem pressa levando a empresaria quase a loucura, logo foi tomada por uma urgência e tomou seu sex* com a boca sem aviso prévio, Sofia delirava enquanto Mariane a conduzia com maestria a um gozo delicioso e arrebatador. Sofia sentia um verdadeiro turbilhão de sensações naquele momento, nunca em sua vida toda sentirá o que sentia quando estava na presença de Mariane teve total certeza naquele momento que aquela era a mulher de sua vida. Linda, decidida, bem humorada, sensual e o sex* com ela fora simplesmente incrível.

Sofia não sabia o porque, mas ser dominada daquela maneira lhe proporcionava uma paz reconfortante sabia que Mariane era a pessoa por quem esperará todos esses anos, tinha certeza de que era ela a única mulher capas de lhe fazer feliz, lógico que o desaparecimento de sua histeria foi um bônus que veio com o relacionamento das duas.

E no mês seguinte na reunião das amigas novamente Sofia era o centro das atenções, porem o motivo agora era o fato do cupido ter finalmente à acertado com sua flecha.       

Fim do capítulo